Arq Bras Cardiol 2001; 76: 535-9. Chalela e cols Atualização Avaliação diagnóstica de dor torácica em mulheres Avaliação Diagnóstica Não–Invasiva de Dor Torácica em Mulheres William A. Chalela, Antonio P. Mansur, José M. Aldrighi São Paulo, SP As mulheres apresentam probabilidade oito vezes menor de desenvolver infarto do miocárdio do que os homens; entretanto, quando manifestam a doença isquêmica do miocárdio, têm pior evolução 1,2. Não há explicações para tal fato, mas especula-se sobre a forma inadequada com que o diagnóstico é feito. Cabe enfatizar que nas investigações sobre a doença coronariana, as mulheres ou são minoria ou são excluídas dos protocolos de pesquisa. Por isso, a maioria das informações pertinentes a coronariopatia feminina decorre de estudos efetuados no homem. De fato, os procedimentos cardiovasculares invasivos – quer diagnóstico quer terapêutico - são freqüentemente menos indicados em mulheres portadoras da doença coronariana confirmada. No entanto, não está ainda claramente estabelecido se esta diferença decorre de uma maior utilização desses procedimentos em homens ou de uma menor indicação em mulheres. A angina atípica é mais prevalente no sexo feminino, apesar de estudos angiográficos revelarem que todas as formas da angina, incluindo a típica, associam-se em pequena escala à doença coronariana quando comparada aos homens. O estudo CASS 3 revela que 62% das mulheres com angina definida tiveram a doença isquêmica, comparadas com 40% daquelas com provável angina e com 4% daquelas com dor não-isquêmica. Propomo-nos avaliar, criticamente, os principais métodos não invasivos no diagnóstico da doença coronariana crônica em mulheres. Eletrocardiograma - Está bem documentada a associação entre anormalidades eletrocardiográficas em repouso e maior incidência de doenças cardiovasculares no sexo masculino, diferentemente do feminino. De Bacquer e cols. 4, ao Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP e Faculdade de Saúde Pública da USP Correspondência: William A. Chalela – InCor - Av. Dr. Enéas C. Aguiar, 44 05403-000 - São Paulo, SP – E-mail: [email protected] Recebido para publicação em 3/3/00 Aceito em 25/10/00 relacionar os diferentes graus de anormalidades eletrocardiográficas em repouso, em homens e mulheres com idades entre 40 a 64 anos, e com maior risco de morte para doenças cardiovasculares, verificam maior risco relativo no sexo masculino. As anormalidades de alto grau associaram-se diretamente com a mortalidade em ambos os sexos, ao contrário das anormalidades de baixo grau. Considerou-se como anormalidades de alto grau a presença do infradesnivelamento do segmento ST, inversão da onda T, bloqueio atrioventricular completo ou de 2º grau, bloqueio de ramos (esquerdo ou direito), extra-sístoles freqüentes e fibrilação ou flutter atrial; de baixo grau, quando o eixo do complexo QRS apresenta-se desviado, com alta ou baixa voltagem e outras alterações da repolarização ventricular. De Bacquer e cols. 4 demonstraram que o infradesnivelamento do segmento ST no eletrocardiograma em repouso associou-se a maior mortalidade cardiovascular, de igual importância para ambos os sexos. As anormalidades da onda T também foram mais preditivas para os homens, enquanto as arritmias foram para as mulheres. Ressalta-se que as anormalidades de baixo grau não tiveram valores preditivos para os dois sexos. Eletrocardiograma de esforço - Vários estudos 5-7 têm revelado um número reduzido de intervenções diagnósticas para doença coronariana em mulheres com métodos nãoinvasivos. Tal fato decorre da menor prevalência da doença isquêmica no sexo feminino, além do maior número de resultados falso-positivos 8, ou seja, a especificidade do teste de esforço convencional é mais baixa nas mulheres, comparada à observada nos homens. É importante considerar que a probabilidade da doença coronariana na mulher, baseada na idade e sintomas, freqüentemente está entre baixa e intermediária, principalmente se considerada antes da menopausa. Baixa probabilidade induz pacientes com estimativa <20% de apresentar a doença, e limita-se às mulheres que não apresentam qualquer fator de risco maior e que não tenham mais que um intermediário ou dois fatores menores para a doença coronariana, por exemplo, mulher na fase fértil com angina atípica. As pacientes com alta probabilidade, com estimativa >80% de apresentar a doença, apresentam dois ou mais fatores de risco maiores, ou um maior associa- Arq Bras Cardiol, volume 76 (nº 6), 535-9, 2001 535 Chalela e cols Avaliação diagnóstica de dor torácica em mulheres do a mais um intermediário ou de menor risco. Moderada probabilidade é quando o risco estiver entre 20 e 80% 9. A classificação dos fatores de risco para doença coronariana nas mulheres encontra-se na tabela I. Nas pacientes com baixa probabilidade pré-teste, não é exigida a indicação qualquer teste diagnóstico, uma vez que, sendo o resultado positivo, a probabilidade pós-teste não será tão maior a ponto de ser indicado exame invasivo, verificado pelo teorema de Bayes 8, que constatou freqüentes resultados falso-positivos. Por outro lado, às mulheres com alta probabilidade para doença coronariana, deve-se sempre indicar o teste de esforço convencional. Nessa situação, os testes de imagens adicionam poucas informações, pois não são freqüentes Tabela I - Fatores de risco para doença coronariana nas mulheres Maior Angina típica Pós-menopausa sem reposição hormonal Diabetes mellitus Doença vascular periférica Intermediário Hipertensão arterial Tabagismo Dislipidemias, especialmente o HDL-colesterol baixo Menor Idade >65 anos Obesidade, principalmente a central Sedentarismo História familiar de doença coronariana Outros fatores (psicossociais, hemostáticos etc.) Adaptado de Douglas e Ginsburg 9. Arq Bras Cardiol 2001; 76: 535-9. resultados falso-positivos, além da probabilidade de falsonegativo no sexo feminino ser muito baixa. Os testes de imagens, como os nucleares e a ecocardiografia, associados ao teste de esforço, ficam restritos às situações em que o teste de esforço convencional não for conclusivo. Nas pacientes com probabilidade pré-teste moderada, inicialmente é indicado o teste de esforço convencional; se positivo, deve ser indicado outro exame adicional não-invasivo, por exemplo, testes de imagens ou a coronariografia, dependendo das condições individuais do paciente (fig. 1). O teste de esforço é o método não-invasivo mais utilizado na avaliação da doença isquêmica do coração. Entretanto, no sexo feminino apresenta menor acurácia e maior potencial de resultados falso-positivos, o que é explicado, pelo menos em parte, pelos princípios bayesianos, que se baseiam no fato do desempenho do teste de esforço, em grande número de pacientes do sexo feminino com probabilidade de doença coronariana pré-teste ser relativamente baixa. Entre os prováveis mecanismos responsáveis, indicam maior prevalência do prolapso de valva mitral, síndrome X, disfunção microvascular e possíveis influências hormonais. Em relação aos hormônios esteróides, Jaffe 10 mostrou que o estrogênio por via oral aumenta a possibilidade de infradesnivelamento do segmento ST, diferentemente dos androgênios; Glasser e Clarke 11, por sua vez, correlacionaram as anormalidades do segmento ST com as flutuações dos níveis de estrogênio e progesterona, concluindo que somente as flutuações dos níveis de estrogênios se relaciona com o segmento ST ao esforço. Kusumi e cols. 12, estudando a função ventricular esquerda de mulheres normais com infradesnivelamento do segmento ST, comparadas com outras de resposta normal, mostraram Probabilidade da Doença Coronariana Baixa (< 20%) Negativo Moderada (20% - 80%) Alta (> 80%) Teste de Esforço Teste de Esforço Inconclusivo Positivo Teste de Imagem Negativo Duvidoso Inconclusivo Positivo Coronariografia Positivo Coronariografia Adaptado de Douglas e Ginsburg 9 Fig. 1 - Algorrítmo sugerindo a estratégia para a pesquisa da doença coronariana em mulheres 536 Negativo Arq Bras Cardiol 2001; 76: 535-9. Chalela e cols Avaliação diagnóstica de dor torácica em mulheres que o estresse hemodinâmico pelo aumento da pressão intraventricular foi o responsável pelos testes anormais. Mulheres com síndrome X, principalmente aquelas que apresentam alivio da angina com o uso de nitratos e coronariografia normal, podem apresentar diminuição da reserva coronariana 13, explicando falso-positividade do teste de esforço. As anormalidades do segmento ST em jovens são mais freqüentes nas mulheres do que nos homens. O infradesnivelamento do segmento ST ao esforço induzido é menos sensível e menos específico na mulher, refletindo a menor prevalência da doença coronariana severa e também porque muitas pacientes não conseguem exercitar a capacidade aeróbia máxima. Em metanálise 8 de 147 estudos sobre o teste de esforço convencional para o diagnóstico da doença coronariana em 24.047, pacientes constatou-se 68% de sensibilidade e de 77% de especificidade. Na tabela II estão sumarizados alguns trabalhos que mostram a acurácia do segmento ST para o diagnóstico da doença coronariana em mulheres, sendo 66% a média das sensibilidades e 67% a das especificidades. As variações entre os estudos decorrem dos diferentes critérios em definir a doença coronariana, da seleção dos pacientes (inclusão de infarto do miocárdio pregresso, doença de múltiplos vasos) e das diferentes características do teste, incluindo a positividade baseada no segmento ST e o tipo de exercício realizado 8. No Instituto do Coração 14 do HC-FMUSP, considera-se como resultado positivo ou isquêmico os testes que apresentam infradesnivelamento do segmento ST de morfologia horizontal e/ou descendente >1mm para homem e 2mm para mulher, quando de morfologia ascendente com ponto Y>2mm para o homem e 3mm para a mulher. O ponto Y é um dos índices de referência mais importantes situado no segmento ST a 80ms do ponto J. O supradesnivelamento do segmento ST>1mm também é considerado como resposta positiva. Usando esses critérios, tem se observado redução de até 40% de resultados falso-positivos, con- firmado pelo resultado normal da cintilografia de perfusão miocárdica. A acurácia do teste de esforço em mulheres poderá ser maior se forem analisados outros fatores nos níveis de desnivelamentos do segmento ST. O teste de esforço fornece outros parâmetros de fundamental importância para o diagnóstico e prognóstico da doença coronariana, incluindo a capacidade física, a resposta hemodinâmica e a presença ou não de sintomas cardíacos ao exercício, que devem ser analisados conjuntamente com as alterações eletrocardiográficas. Outra estratégia para diferenciar os resultados verdadeiros dos falsos é o reteste com uso de betabloqueador. Marcomichelakis e cols. 29 estudaram 100 pacientes com teste de esforço positivo, dos quais 50 não tinham doença coronariana obstrutiva. O reteste em vigência de beta-bloqueador normalizou as modificações do segmento ST em todos os pacientes considerados falso-positivos. Como existe dificuldade em predizer a probabilidade da doença coronariana nas mulheres, alguns autores têm preferido como alternativa inicial a associação do teste de esforço com os de imagem. A necessidade de outro teste adicional deve sempre se basear na análise dos parâmetros clínicos e resultados do teste de esforço inicial. Embora exista maior número de resultados falso-positivos pelo estresse físico, não existem dados suficientes que justifiquem integrar à rotina inicial os testes de imagem para o diagnóstico da doença coronariana. Mulher com risco moderado e teste de esforço negativo tem baixa probabilidade de ter a doença coronariana; por isso não há necessidade de realizar outro teste adicional. Se, no entanto, for positivo, impõe-se outro teste, devido à elevada incidência de infarto do miocárdio ou morte por doença cardíaca. Se o resultado for inconclusivo, por qualquer razão, deve-se indicar outra metodologia, por exemplo, estresse farmacológico para as pacientes que não conseguiram realizar adequadamente o estresse físico. Tabela II - Sensibilidade e Especificidade do teste de esforço em mulheres Autor (anos) 15 Guiteras (1972) Linhart 16(1974) Sketch 17(1975) Barolsky 18(1979) Weiner 191979) Ilsley 20(1982) Hung 21(1984) Hlatky 22(1984) Melin 23(1985) Robert 24(1991) Chae 25(1993) Williams 26(1994) Marwick 27(1995) Morise 28(1995) Média N Média da Idade Definição da DAC Sensibilidade Especificidade 112 98 56 92 580 62 92 613 93 135 114 70 118 264 49 46 50 50 >70% >50% >75% >50% >70% >50% >70% >75% >50% >50% >50% >50% >50% >50% 79% 71% 50% 60% 76% 67% 75% 57% 58% 68% 66% 67% 77% 46% 66% 66% 78% 78% 68% 64% 74% 59% 86% 80% 48% 60% 51% 56% 74% 67% 51 51 51 53 60 60 56 DAC- doença arterial coronária. 537 Chalela e cols Avaliação diagnóstica de dor torácica em mulheres Cintilografia de perfusão miocárdica - A cintilografia de perfusão miocárdica com os cortes tomográficos (SPECT, do inglês Single Photon Emission Computed Tomography) tem mais acurácia para o diagnóstico da doença coronariana do que o teste de esforço convencional. Poucos são os estudos referentes ao uso da cintilografia de perfusão miocárdica como método não-invasivo no diagnóstico da doença arterial coronariana nas mulheres. Para o SPECT 30 com 201 Tl, a sensibilidade varia de 71% a 86% e a especificidade de 81% a 91%. Assim como nos homens, vários fatores podem afetar a acurácia da cintilografia de perfusão miocárdica nas mulheres: seleção dos pacientes, percentagem da freqüência cardíaca máxima alcançada durante o esforço, tipo de aquisição das imagens (as planares já em desuso ou em com cortes tomográficos), critérios de interpretação e o grau de atenuação tecidual. Os artefatos sugestivos de defeitos irreversíveis podem surgir em conseqüência das atenuações por tecidos; assim, nas mulheres, a mama esquerda pode atenuar a parede ântero-lateral, no estudo plano, e a parede ápico-lateral no tomográfico. A deposição de gordura na parede lateral esquerda do tórax e o diafragma podem atenuar a área inferior do ventrículo esquerdo, principalmente em pacientes obesos. Quando o defeito persistente da região ântero-lateral foi considerado artefato por atenuação de tecido mamário, Friedman e cols. 31 encontrou aumento da especificidade de 88% para 97%, e Hung e cols. 32, da mesma forma, a especificidade foi de 81% para 91%. Diferentes estratégias têm sido propostas para melhorar a especificidade das imagens com 201Tl em mulheres, porém, o tamanho, a posição e a densidade da mama, ainda limitam a performance do teste. A cintilografia de perfusão miocárdica com o 99mTc-MIBI pode diminuir os efeitos artefatuais das atenuações teciduais; de fato, a alta energia do 99mTc, comparada com o 201Tl, faz com que o primeiro radiofármaco possa diminuir esses efeitos artefatuais em aproximadamente 15%. A especificidade do SPECT com 99mTc-MIBI em mulheres é significativamente melhor do que as obtidas com 201Tl. No estudo de Taillefer e cols. 30, onde foram avaliadas 115 mulheres, as especificidades foram de 84,4% para o 99mTc-MIBI e de 67,2% para o 201Tl; entretanto, as sensibilidades para detecção de estenoses das artérias coronárias >70% foram semelhantes, ou seja, de 84,3% e de 80,4%, respectivamente. Nesse mesmo estudo, quando se analisou o Gated-SPECT, a especificidade foi de 84,4 para 92,2%. O Gated-SPECT é uma técnica que une duas metodologias; assim, com uma única abordagem do paciente, pode-se avaliar, simultaneamente, a perfusão miocárdica e os parâmetros qualitativos e quantitativos da função ventricular, melhorando, dessa forma, a acurácia do teste. Esta técnica pode ser realizada por ambos marcadores da perfusão; porém, com o 201Tl, o tempo de aquisição deve ser maior para obter melhor qualidade das imagens cintilograficas. Ecocardiograma - O ecocardiograma de estresse (físico ou farmacológico), além de permitir o diagnóstico da doença coronariana, auxilia no reconhecimento de artefatos, especificamente, aquele causado pelo tecido mamário. To538 Arq Bras Cardiol 2001; 76: 535-9. davia, as imagens ecocardiográficas em pacientes obesos, portadores de deformidades da caixa torácica ou de doenças pulmonares são tecnicamente mais difíceis de interpretação e de pior qualidade. Para o diagnóstico da doença coronariana, tanto a ecocardiografia como a cintilografia de perfusão miocárdica devem ser realizados em associação ao teste de esforço ou ao estresse farmacológico. A sensibilidade do ecocardiograma associado ao estresse físico é comparável entre os dois sexos, porém, influenciadas pela modalidade de esforço utilizada. Por exemplo, na esteira rolante, as imagens ecocardiográficas são adquiridas antes e imediatamente após o exercício, diferentemente do esforço em bicicleta ergométrica; assim, Sawada e cols. 33, constataram que no ecocardiograma de esforço, a sensibilidade foi de 80% quando utilizou-se a esteira rolante comparado a 100% quando em bicicleta e as especificidades foram de 94% e 73%, respectivamente. As acurácias, entretanto, foram similares, de 87% para a esteira e de 84% para a bicicleta. As vantagens do estresse farmacológico sobre o exercício associados à ecocardiografia, incluem a obtenção de imagens de melhor qualidade, devido à ausência de movimentação e das interferências respiratórias, e a facilidade de controlar o estresse alcançado. Recentes estudos mostram sensibilidade do estresse farmacológico entre 76 a 93%, especificidade de 43 a 94% e acurácia de 58 a 95% 34. Alguns estudos sugerem que a ecocardiografia e os estudos nucleares têm sensibilidade e especificidade semelhantes, porém superiores ao teste de esforço (tab. III). Outro estudo 36, uma meta-análise para a detecção da doença coronariana em mulheres, mostra superioridade da ecocardiografia de esforço: de 19 estudos sobre o teste de esforço convencional para a diagnóstico da doença coronariana em 3.721 mulheres, constatou-se 61% de sensibilidade e de 70% de especificidade; de cinco estudos sobre a cintilografia de perfusão miocárdica em 842 mulheres, a sensibilidade foi de 78% e a especificidade de 64%; de três estudos sobre o ecocardiograma de esforço em 290 mulheres, a sensibilidade foi 86% e especificidade de 79%. Conclusão A presente revisão analisa criticamente os principais Tabela III - Testes não-invasivos para o diagnóstico de doença coronariana em homens e mulheres 35 Método TE Autor Ano Morise e 1995 Diamond TE + CPM/ Santana-Boado 1998 DIP + CPM e cols. TE + Eco Roger e cols. 1997 Nº de Pts Sensib.(%) Especif.(%) H: 508 M: 284 H: 100 M: 63 H: 244 M: 96 56 47 93 85 78 79 81 73 89 91 37 34 Pts- pacientes; Sensib.- sensibilidade; Especif.- especificidade; TE- teste de esforço; H- homens; M- mulheres; CPM- cintilografia de perfusão miocárdica com os cortes tomográficos; Dip- dipiridamol; Eco- ecocardiograma. Arq Bras Cardiol 2001; 76: 535-9. Chalela e cols Avaliação diagnóstica de dor torácica em mulheres exames complementares utilizados no diagnóstico da doença coronariana em mulheres. O eletrocardiograma de esforço e a cintilografia de perfusão miocárdica são os métodos não-invasivos mais comumente usados para o diagnóstico da doença arterial coronariana. A ecocardiografia de estresse parece promissora, necessitando, no entanto, de estudos mais consistentes. A cintilografia de perfusão miocárdica com cortes tomográficos é ainda o método de eleição para a detecção da doença coronariana e, mais recentemente, o Gated-SPECT, pois na isquemia induzida ao esforço, o método permite identificar um dos principais eventos da cascata isquêmica, ou seja, a heterogeneidade do fluxo coronariano. Outros eventos, como alterações da contratilidade miocárdica, decorrentes do metabolismo anaeróbio, poderão ser diagnosticados pelo estudo da ecocardiografia com estresse (físico ou farmacológico). As alterações eletrocardiográficas são de aparecimento mais tardio e poderão ser observadas no teste de esforço. Referências 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. Hendel RC. Myocardial infarction in women. Cardiology 1990; 77: 41-57. Greenland P, Reicher-Reiss H, Goldbourt U, Behar S, and the Israeli SPRINT Investigators. In-hospital and 1-year mortality in 1524 women after myocardial infarction. Circulation 1991; 83: 484-91. Weiner DA, Ryan TJ, McCabe CH, et al. Exercise stress testing: correlations among history of angina, ST-segment response and prevalence of coronary artery disease in the Coronary Artery Surgery Study (CASS). N Engl J Med 1979; 301: 230-5. De Bacquer D, Pereira LSM, De Backer G, Henauw S, Kornit M. The predictive value of electrocardiographic abnormalities for total and cardiovascular disease mortality in men and women. Eur Heart J 1994; 15: 1604-10. Ayanian JZ, Epstein AM. Differences in the use of procedures between women and men hospitalized for coronary heart disease. N Engl J Med 1991; 325: 221-5. Steingart RM, Packer M, Hamm P, et al. Sex differences in the management of coronary artery disease. N Engl J Med 1991; 325: 226-30. Bickell NA, Pieper KS, Lee KL, et al. Referral patterns for coronary artery disease treatment. Gender bias or good clinical judment? Ann Intern Med 1992; 116: 791-7. Gibbons RJ, Balady GJ, Beasley JW, et al. ACC/AHA guidelines for exercise testing. A report of the American College of Cardiology/ American Heart Association. Task Force on Practice Guidelines (Committee on Exercise Testing). J Am Coll Cardiol 1997; 30: 260-315. Douglas PS, Ginsburg GS. The evaluation of chest pain in women. N Engl J Med 1996; 334: 1311-5. Jaffe MD. Effect of testosterone cypionate on post exercise ST segment depression. Br Heart J 1977; 39: 1217-22. Glasser SP, Clark PI. Interpretation of exercise test results in women. Pract Cardiol 1988; 14: 85-90. Kusumi F, Bruce RA, Ross MA, Trimble S, Voigt AE. Elevated arterial pressure and post-exertional ST segment depression in middle aged women. Am Heart J 1976; 92: 576-83. Marcus ML. Coronary circulation in health and disease. McGraw-Hill, New York, 1983. Alfieri RG, Moffa PJ, Lima EV, Chalela WA, Moraes AP, Pereyra PA. Aspectos do teste de esforço na cardiopatia isquêmica. Rev Bras Med (Cardiol) 1986; 5: 254-65. Guiteras VP, Chaitman BR, Waters DD, et al. Diagnostic accuracy of exercise ECG lead systems in clinical subsets of women. Circulation 1972; 65: 1465-73. Linhart JW, Laws JG, Satinsky JD. Maximum treadmill exercise electrocardiography in females patients. Circulation 1974; 50: 1173-8. Sketch MH, Mohiuddin SM, Lynch JD, Zencka AE, Runco V. Significant Sex differences in the correlations of electrocardiographic exercise testing and coronary arteriograms. Am J Cardiol 1975; 36: 169-73. Barolsky SM, Gilbert CA, Faruqui A, Nutter DO, Schlant RC. Differences in Electrocardiographic response to exercise of women and men: a non-Bayesian factor. Circulation 1979; 60: 1021-7. Weiner DA, Ryan TJ, McCabe CH, et al. Exercise stress testing: correlations among history of angina, ST-segment response and prevalence of coronaryartery disease in the Coronary Artery Surgery Study (CASS ). N Engl J Med 1979; 301: 230-5. Ilsley C, Canepa-Anson R, Westgate C, Webb S, Rickards A, Poole-Wilson P. In- 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. fluence of R wave analysis upon diagnostic accuracy of exercise testing in women. Br Heart J 1982; 48: 161-8. Hung J, Chaitman BR, Lam J, et al. Noninvasive diagnostic test choices for the evaluation of coronary artery diasease in women: a multivariate comparison of cardiac fluoroscopy, exercise electrocardiography and exercise thallium myocardial perfusion scintigraphy. J Am Coll Cardiol 1984; 4: 8-16. Hlatky MA, Pryor DB, Harrell FE Jr, Califf RM, Mark DB, Rosati RA. Factors affecting sensitivity and specificity of exercise electrocardiographiy: multivariable analysis. Am J Med 1984; 77: 64-71. Melin JA, Wijns W, Vanbutsele RJ, et al. Alternative diagnostic strategies for coronary artery disease in women: demonstration of the usefulness and efficiency of probability analisis. Circulation 1985; 71: 535-42. Robert AR, Melin JA, Detry JM. Logistic discriminant analysis improves diagnostic accuracy of exercise testing for coronary artery disease in women. Circulation 1991; 83: 1202-9. Chae SC, Heo J, Iskandrian AS, Wasserleben V. identification of extensive coronary artery disease in women by exercise single-photon emision computed tomographic (SPECT) thallium imaging. J Am Coll Cardiol 1993; 21: 1305-11. Williams MJ, Marwick TH, O’Gorman D, Foale RA. Comparison of exercise echocardiography with na exercise score to diagnose coronary artery disease in women. Am J Cardiol 1994; 74: 435-8. Marwick TH, Anderson T, Williams MJ, et al. Exercise echocardiography is na accurate and cost-efficient technique for detection of coronary artery disease in women. J Am Coll Cardiol 1995; 26: 335-41. Morise AP, Diamond GA, Detrano R, Bobbio M. Incremental value of exercise electrocardiography and thallium-201 testing in men and women for the presence and extent of coronary artery disease. Am Heart J 1995; 130: 267-76. Marcomichelakis J, Donaldson R, Green J, et al. Exercise testing after beta-blockade: improved specificity and predictive value in detecting coronary heart disease. Br Heart J 1980; 43: 252-61. Taillefer R, DePuey G, Udelson JE, Beller GA, Latour Y, Reeves F. Comparative diagnostic accuracy of Tl-201 and Tc-99m Sestamibi SPECT imaging (perfusion and ECG-gated SPECT) in detecting coronary artery disease in women. J Am Coll Cardiol 1997; 29: 69-77. Friedman TD, Greene AC, Iskandrian AS, Hakki AH, Kane AS, Segal BL. Exercise thallium 201 myocardial scintigraphy in women: correlation with coronary angiography. Am J Cardiol 1982; 49: 1632-7. Hung J, Chaitman B, Lam J, et al. Non-invasive diagnostic test choice for the evaluation of coronary artery disease in women: a multivariate comparison of cardiac fluoroscopy, exercise electrocardiography and exercise thallium myocardial perfusion scintigraphy. J Am Coll Cardiol 1984; 4: 8-16. Sawada SG, Ryan T, Fineberg NS, et al. Exercise echocardiographic detection of coronary artery disease in women. J Am Coll Cardiol 1989; 14: 1440. Tong AT, Douglas PS. Stress Echocariography in women. Cardiol Clin 1999; 17: 573-82. Gibbons RJ, Chatterjee K, Daley J, et al. ACC/AHA/ACP-ASSIM guidelines for the management of patients with chronic stable angina. A report of the American College of Cardiology/American Heart Association - Task Force on Practice Guidelines. J Am Coll Cardiol 1999; 33: 2092-197. Knok Y, Kim C, Grady D, Segal M, Redberg R. Meta-analysis of exercise testing to detect coronary artery disease in women. Am J Cardiol 1999; 83: 660-6. 539