Regra de decisão clínica pode ser útil no diagnóstico de síndrome

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POEMs: Patients-oriented evidence that matters
Regra de decisão clínica pode ser útil no diagnóstico
de síndrome coronariana aguda na atenção primária
Autores da tradução:
Pablo Gonzáles BlascoI, Marcelo Rozenfeld LevitesII, Cauê MonacoIII
Sociedade Brasileira de Medicina de Família
QUESTÃO CLÍNICA
Há alguma regra de decisão clínica que possa ser útil no
diagnóstico de síndromes coronarianas agudas entre os pacientes que se apresentam com dor torácica em um contexto de
atenção primária?
RESUMO
Essa regra de decisão clínica testada em 298 pacientes de atenção primária1 identificou corretamente quatro pacientes com doença cardíaca que, de outro modo, teriam recebido alta de seus
médicos. Ou seja, se sua intuição lhe disser que um paciente é de
baixo risco para síndrome coronariana aguda, mas a regra de decisão clínica disser o contrário, é mais interessante confiar na regra.
DESENHO DO ESTUDO
Validação de regra de decisão clinica (prospectiva)
Nível de evidência: 1b.2
CASUÍSTICA
Pacientes ambulatoriais (adultos em contexto de atenção
primária).
DISCUSSÃO
Os autores desenvolveram uma regra de decisão clínica simples, de quatro itens, para o diagnóstico de síndrome coronariana aguda em pacientes que se apresentam com dor torácica ao
seu médico de família (na Holanda, onde o estudo foi realizado,
general practitioner, ou GP): cinco pontos para sexo masculino,
oito pontos de irradiação da dor, cinco pontos para náuseas ou
sudorese, e dois pontos para uma história de doença arterial
coronariana. Os autores compararam a estimativa de risco com
base nessa regra, com a estimativa de risco avaliada pelo médico
não conhecedor da regra. Os GPs tiveram uma maior área sob a
curva ROC [receiver operating characteristic] (uma medida global da precisão de uma classificação) de 0,75 versus 0,66). No
entanto, os médicos tendem a superestimar sistematicamente
a probabilidade de síndrome coronariana aguda, classificando
70% dos pacientes como de alto risco. Os GPs e a regra de decisão clínica concordaram perfeitamente em 51% das vezes com
relação aos pacientes de baixo risco (< 10%), risco moderado
(10%-20%) e de alto risco (> 20%). No geral, as porcentagens
de pacientes com síndrome coronariana aguda nos grupos de
risco baixo, moderado e alto risco foram semelhantes entre os
GPs e a regra: 8,2% versus 8,3%, 15% versus 13,4%, e 27%
versus 30%, respectivamente. Discordâncias grandes (isto é, um
paciente de baixo risco classificado como de alto risco ou vice-versa), ocorreram em 9% das vezes. No grupo identificado pelos GPs como de baixo risco, quatro pacientes (8,2%) tinham
síndrome coronariana aguda. Esses quatro pacientes haviam
sido identificados pela regra de decisão como sendo de alto risco. Dentre os 36 pacientes que foram identificados como de
baixo risco pelo GP, mas como risco moderado pela regra, ou
vice-versa, nenhum teve síndrome coronariana aguda.
COMENTÁRIO
Eis uma ferramenta bastante útil, quando utilizada no contexto adequado. Obviamente não substitui a experiência clínica, mas auxilia bastante na estimativa e decisão dos médicos em
situações onde não há eletrocardiograma e/ou exames laboratoriais prontamente disponíveis.
REFERÊNCIA
1. Bruins Slot MH, Rutten FH, van der Heijden GJ, et al. Diagnosing acute
coronary syndrome in primary care: comparison of the physicians’ risk
estimation and a clinical decision rule. Fam Pract. 2011;28(3):323-328.
2. Centre for Evidence Based Medicine. Oxford Centre for Evidence-based
Medicine - Levels of Evidence (March 2009). Disponível em: http://www.
cebm.net/index.aspx?o=1025. Acessado em 2012 (24 mar).
EDITORES RESPONSÁVEIS POR ESTA SEÇÃO
Pablo Gonzáles Blasco. Médico de família, doutor em Medicina, diretor
científico e membro-fundador da Sociedade Brasileira de Medicina de Família (Sobramfa).
Médico de família, doutor em Medicina, diretor científico e membro-fundador da Sociedade Brasileira de Medicina de Família (Sobramfa).
Médico de família e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família (Sobramfa).
Médico de família, professor do curso de Medicina do Centro Universitário São Camilo, membro ativo da Sociedade Brasileira de Medicina de Família (Sobramfa).
I
II
III
Diagn Tratamento. 2012;17(3):120-1.
Pablo Gonzáles Blasco | Marcelo Rozenfeld Levites | Cauê Monaco
Marcelo Rozenfeld Levites. Médico de família e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina de Família (Sobramfa).
Cauê Monaco. Médico de família, membro ativo da Sociedade Brasileira de
Medicina de Família (Sobramfa).
INFORMAÇÕES
Tradução e adaptação:
Sobramfa (Sociedade Brasileira de Medicina de Família)
Rua Silvia, 56
Bela Vista — São Paulo (SP)
CEP 01331-000
Tel. (11) 3253-7251/3285-3126
E-mail: [email protected]
http://www.sobramfa.com.br
Data de entrada: 18 de maio de 2012
Data da última modificação: 18 de maio de 2012
Data de aceitação: 28 de maio de 2012
Responsável pela edição desta seção: Sobramfa
Diagn Tratamento. 2012;17(3):120-1.
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