Depressão - Stoa Social

Propaganda
Depressão
Definição:
De acordo com Carlos Reche, a depressão, então para ser considerada uma doença, deve ser
mais que um mau-humor ou tristeza muito grande. Ela se constitui numa síndrome. Isto quer
dizer que existe uma série de sintomas e sinais que a caracterizam. Existem ainda outros
fatores que contribuem para o surgimento da depressão: genéticos, biológicos e ambientais.
Retirando do artigo de Maura Alves Nunes Gongora, o termo depressão é de difícil definição
por ter sido utilizado com pelo menos cinco significados diferentes: como humor, sintoma,
entidade nosológica, comportamento e síndrome.
Fatores que ocasionam depressão.
Em seu livro Essa tal de Depressão: Doença ou resposta, Carlos Reche define três fatores que
contribuem para o surgimento da depressão:
Genéticos: Segundo Kaplan, no Compêndio de Psiquiatria, na sétima edição, de 1997, as
seguintes correlações são conhecidas:





Parentes de primeiro grau de indivíduos com transtornos bipolar de humor têm de 8
a 18 vezes mais chances de desenvolver este transtorno do que os parentes de
segundo grau.
Nos casos de depressão maior, os parentes de primeiro grau têm de 2 a 10 vezes
maior probabilidade de virem a ter depressão.
A metade dos pacientes com transtorno bipolar têm pelo menos um dos pais com
algum transtorno de um humor.
Se um dos pais for portador de transtorno de humor bipolar há uma possibilidade de
25% de um dos filhos deste casal ter depressão.
Se os dois pais tiverem transtorno bipolar muito provavelmente da chance de um dos
filhos ter também será de 50 a 75%.
Esses estudos, e mesmo os mais atuais ainda não são conclusivos, não demonstram a maneira
exata como essas características são transmitidas, mas dão fortes indícios da transmissão
familiar ou hereditária da depressão. Ou seja, de alguém ter um dos seus parentes próximos
com uma história desta patologia, não significa necessariamente que terá depressão algum
dia.
Ambientais:
Os fatores ambientais colaboram por via de regra como um desencadeador da depressão,
como se fosse um gatilho, fazendo disparar a crise. Grandes alterações no ambiente
colaboram também para o surgimento da depressão, que necessariamente não precisam ser
tratados como doença depressão.
A depressão reativa é um exemplo de depressão ocasionada por fatores ambientais que são a
reação de luto, acidentes tragédias, mudanças importantes e família. É conhecido o aumento
da incidência de depressão e recaídas dos episódios de pressão em indivíduos com famílias
desestruturadas. Famílias em que a reação a quaisquer alterações tendem a ser muito tensas,
levarão a uma provável piora na evolução da depressão do parente acometido.
Biológicos:
Alterações nos neurotransmissores, a falta, o excesso ou qualquer desequilíbrio nos
neurotransmissores acarretarão uma transmissão errada ou uma não transmissão dos
estímulos, o que constitui a base fisiológica das doenças mentais.
As alterações nos neurotransmissores, que acontecem na depressão, representam uma quebra
nas “pontes” que unem esses circuitos, gerando reações diferentes das esperadas. Como
exemplo uma lembrança positiva pode ser tornar negativa.
Tipos de depressão
De acordo com o artigo Conceitos de Depressão, de Maura Alves Nunes Gongorra que define
alguns tipos de depressão apresentados a seguir.
Depressão como humor.
O termo depressão significa um estado de humor disfórico; referindo-se, portanto, a um
estado subjetivo. Como os distúrbios de humor são acentuados em depressivos, tornou-se
comum definir depressão como humor disfórico. Na experiência clínica nota-se que uma das
primeiras queixas relatadas pelos clientes refere-se à disforia.
Depressão como sintoma.
O conceito de depressão como sintoma foi descrito por vários autores, inclusive, AKISKAL &
McKINNEY, como depressão secundária. Como o termo “secundária” sugere, depressão, nesse
caso, não é “doença” do cliente, e, em conseqüência, não deve ser também alvo de
tratamento. A depressão como sintoma, em geral, acompanhada a esquizofrenia e distúrbios
orgânicos.
Depressão como construto ou entidade nosológica.
Quando o termo depressão é empregado como um construto, significa uma doença como
outra qualquer dentro do modelo médico, considerada uma entidade nosológica discreta.
Segundo BECK, enquanto entidade clinica, a depressão possui além de sintomas
característicos, um tipo específico de inicio, curso, duração e resultado. Conforme
LENVINSOHN, a utilização do termo como construto é confusa e inconsistente, de um
terapeuta para outro. A depressão como entidade nosológica implica numa suposta etiologia
orgânica dentro de uma visão dicotômica que divide as causa do comportamento em orgânicas
ou ambientais.
Depressão como comportamento.
O termo depressão é utilizado também para referir-se a comportamentos ou eventos
comportamentais específicos. FESTER e SKINNER definem a freqüência dos comportamentos,
incluindo tanto comportamentos de baixa freqüência quanto comportamentos de alta
freqüência, a exemplo dos comportamentos de alta freqüência, a exemplos de
comportamentos de choro e esquiva. Os sentimentos subjetivos do individuo depressivo não
são relevantes para análise, mas sim, suas verbalizações a respeitos de tais sentimentos, pois,
os sentimentos não são observáveis, enquanto que as verbalizações o são.
Depressão como síndrome.
Segundo BECKER o termo depressão é freqüentemente usado para designar um padrão
complexo de desvios em sentimento, cognição e comportamento... não representando uma
desordem psiquiátrica discreta. A síndrome depressiva pode ser conceituada como uma
dimensão psicopatológica que varia em intensidade de média para severa.
O conceito de depressão como síndrome traz duas noções básicas: a primeira é a de que o
termo denota um grande número de comportamentos ou sintomas; a segunda refere-se à
complexa combinação de e interação de sintomas e comportamentos.
Bibliografia
Reche, Carlos, Essa tal de depressão: doença ou resposta?, 2. ed. Campinas, SP: Editora Átomo,
2004.
Alves Nunes Gongora, Maura, «Conceitos de Depressão», Revista SEMINA: Ciências Biológicas
e da Saúde, Universidade Estadual de Londrina-UEL/PR, v.2, n.7 (1981), p. 115-120
Download