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EMPRESAS DO SETOR DE ALIMENTAÇÃO DE SANTA MARIA E O
ENTENDIMENTO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL EM
RELAÇÃO ÀS SOBRAS DE ALIMENTOS
Róger Langendolff Cardoso
Marcelo Pastoriza Tatsch
FAMES – Faculdade Metodista de Santa Maria
Resumo: A destinação correta ou o reaproveitamento de sobras de alimentos podem ser
além de uma maneira de combater os impactos ambientais negativos, uma forma muito
viável de auferir maior lucratividade ou até mesmo, prestar algum retorno à sociedade,
gerando um considerável saldo de credibilidade frente aos clientes, e contribuindo
significativamente com o marketing da empresa. Clientes e também os fornecedores tem
assumido uma postura no sentido de cobrar das empresas com as quais se relacionam ações e
políticas voltadas para a preservação do meio ambiente, bem como para um desenvolvimento
sustentável e responsabilidade com a comunidade. O objetivo do presente trabalho é analisar
como as empresas do setor de alimentação de Santa Maria atuam sob o enfoque da
responsabilidade social e ambiental no que se refere à destinação das sobras de alimentos
consumíveis. Para o desenvolvimento do estudo foi empregada a estratégia de estudo de
multicasos, onde os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas aos
gestores das empresas de alimentação pesquisadas, envolvendo quatro restaurantes de Santa
Maria – RS. O estudo apresenta que na presente cidade, esse viés não é diferente, a
preocupação com o meio ambiente e Responsabilidade Social Empresarial é muito bem vista
por todos, e os empresários notam isso como uma forma boa e barata de marketing, porém,
nota-se uma falta de sincronia do poder público com os mesmos, para facilitar esse retorno
para a sociedade.
Palavras-chave: destinação de alimentos, responsabilidade social, marketing.
1. Introdução
Temas como gestão ambiental e responsabilidade social, são muito relevantes no
contexto das organizações. Isso se dá principalmente na atual conjuntura, onde se percebe
uma conscientização popular no sentido de preservação do meio ambiente. Nesse cenário, os
stakeholders passaram a atuar de maneira mais presente junto das empresas, porque
principalmente os clientes e os fornecedores têm exigido ações e políticas que contemplem
as questões ambientais e seus reflexos para a comunidade. Tais exigências proporcionaram
uma nova e crescente cultura, que reforça o fato da gestão ambiental ter se tornado um fator
importante para o sucesso de grandes, médias e pequenas empresas.
Nesse sentido, Da Costa (2012), enfatiza que a gestão ambiental e a responsabilidade
social em ocasiões passadas, eram analisadas no meio empresarial como prejuízo de tempo
e dinheiro. Com a deterioração dos recursos naturais, por meio da contaminação das águas,
desmatamento das florestas, efeito estufa, degradação do solo e poluição do ar, vários
movimentos foram criados, a fim de resguardar o meio ambiente, e este através da gestão
ambiental vem se sobressaindo cada vez mais no meio empresarial.
Em Santa Maria - RS, poucas empresas se destacam nesse quesito, e mesmo sendo
uma cidade onde o forte não são as indústrias e sim o comércio, não se pode deixar de lado o
meio ambiente e a responsabilidade das empresas com a sociedade. Pensando nisso, é
inevitável começar a refletir em políticas a serem adotadas como forma de abreviar ou evitar
essa carência na gestão empresarial em todos os segmentos comerciais.
No ramo da alimentação, por exemplo, depara-se com questões referentes ao
descarte incorreto dos resíduos provenientes da produção dos alimentos e das sobras destes.
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No Brasil, efetivamente não há nada que impeça a doação das sobras de comida,
desde que o doador se responsabilize por eventuais problemas de saúde causados pela
ingestão de seus alimentos, ou seja, um dilema: ajudar carentes a ter nutrimento e assim
colocar em risco sua empresa, ou descartá-los? Razão pela qual se definiu como problema
dessa pesquisa a seguinte questão: como as empresas do setor de alimentação de Santa Maria
atuam sob o enfoque da responsabilidade social e ambiental no que se refere à destinação das
sobras de alimentos consumíveis.
A partir do problema exposto, o objetivo geral é analisar de que modo as empresas
do setor de alimentação de Santa Maria – RS estão atuando na gestão organizacional usando
a responsabilidade social e ambiental no processo de descarte dos alimentos resultantes
da operação comercial? Já os objetivos específicos são evidenciados nas assertivas que
seguem: (a) Analisar a destinação dada aos resíduos produzidos; (b) Analisar a percepção
sobre a importância das ações de Responsabilidade Social Empresarial para as empresas
desse setor; (c) Analisar o retorno em imagem percebido pelas empresas, em relação às ações
sociais que poderiam ser empreendidas, utilizando sobras de alimentos consumíveis.
Considerando o problema e os objetivos delimitados, busca-se com este estudo uma
reflexão sobre questões que envolvam a gestão ambiental e a responsabilidade social no meio
empresarial, tendo em vista, que é uma forte tendência no presente e no futuro do mundo.
Assim, a justificativa desse trabalho consiste em dar a oportunidade aos interessados, de
conhecer como é na teoria, a realidade e as oportunidades que a gestão ambiental e
responsabilidade social empresarial podem interferir positivamente no desenvolvimento da
organização, sociedade e meio ambiente.
Todavia, ao mesmo tempo poderá servir de auxílio para as empresas em que o
trabalho for aplicado, no planejamento de ações futuras e dará um embasamento do que está
sendo feito de certo ou errado dentro do micro e macro ambiente, bem como para os gestores
em formação.
Com vistas a responder ao questionamento proposto, este trabalho está organizado
em seis sessões, a saber: introdução, revisão de literatura, metodologia, análise dos resultados,
considerações finais e referências.
2. Metodologia
Para efeitos de estudo, foram analisados, seguindo os objetivos deste trabalho, o
entendimento dos gestores acerca da responsabilidade social e ambiental, especificamente no
tocante as sobras de alimentos produzidos em suas empresas.
Assim, é preciso considerar o que a teoria entende pelo verbo pesquisar, delimitado
como a busca do conhecimento através de dados com emprego de métodos científicos,
com o objetivo de aplicar as melhores soluções para os problemas abordados. Marconi e
Lakatos (2007) asseguram que a metodologia da pesquisa é basicamente levantamento de
dados extraídos de diversas fontes, não importando os seus métodos ou técnicas empregadas,
dando credibilidade e segurança ao leitor e ao autor da pesquisa.
O presente estudo apresenta como característica uma pesquisa de campo, que
segundo Marconi e Lakatos (2007), está voltada para o estudo de indivíduos, grupos,
comunidades ou instituições, visando conseguir informações para determinado problema.
O método de pesquisa exploratória segundo Marconi e Lakatos (2007), visa explorar
ou descobrir um fenômeno, buscando a compreensão do tema e levantamento de variáveis
estudadas.
Para o desenvolvimento do estudo foi empregada a estratégia de estudos de
multicasos, que segundo Yin (1982), o estudo pode debelar mais de um caso, quando isso
acontecer, o trabalho deve empregar um plano de casos múltiplos, onde as provas
resultantes são apreciadas e mostram-se mais completas, tornando o estudo mais pujante.
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A abordagem tem natureza qualitativa, que por sua vez, descrita por Marconi e
Lakatos (2007), não utiliza dados estatísticos no método de análise de um problema,
apresentando como foco situações complexas ou estritamente particulares.
Discorre Gil (2007) que a utilização de questionários e entrevistas é a forma mais
apropriada para angariar dados, e todo o processo de coleta de informações deve ter natureza
impessoal para assegurar a uniformidade na avaliação da situação.
Desse modo, buscando averiguar a forma pela qual as empresas do setor de
alimentação de Santa Maria - RS atuam sob o enfoque da responsabilidade social e ambiental
no que se refere as sobras de alimentos produzidos em suas operações, e os objetivos
específicos citados na introdução, os dados desse estudo foram coletados através de
aplicações de entrevistas aos gestores das empresas de alimentação pesquisadas, no mês
Maio de 2014, e tiveram como base um roteiro semiestruturado com 25 questões,
8 abertas e 17 fechadas, envolvendo quatro restaurantes de Santa Maria– RS.
3. Revisão De Literatura
Esta seção apresenta os conceitos basilares para o desenvolvimento do tema
proposto.
3.1. Gestão Ambiental
Conforme Dias (2009), gestão ambiental é a adoção por parte das empresas de um
sistema de gerenciamento que visa a responsabilidade com o meio ambiente, tendo como foco
a sustentabilidade e responsabilidade social.
Por outro lado, De Andrade et al.(2006) garantem que ainda não há um conceito
definido para gestão ambiental, mas há algumas propostas de diretrizes para empresas feitas
por especialistas no assunto. O que se pode deduzir para as empresas que não se engajarem
nessa causa, é uma tendência a perder mercado e conseguintemente deixarem de existir.
Para ampliar negócios e mercados, Tachizawa (2009) comenta que para conquistar
clientes e obter resultados favoráveis, as empresas dependem de uma boa execução dos seus
processos relacionados à gestão ambiental.
Com a aceleração e o crescimento da economia, observa-se que boa parte das
empresas não está preparada para preservar o meio ambiente, a fim de garantir o presente sem
prejudicar as gerações futuras. É conhecido em conformidade com os autores estudados que
as empresas que não se ajustarem a essa convergência devem perder espaço no mercado e
consequentemente poderão fechar suas portas em breve.
Da Costa (2012) apud KINLAW (1997) apresenta ideias acerca das organizações que
se fortalecem com a gestão ambiental, citando alguns exemplos das vantagens que isso
proporciona:
- Evitar Custos e multas, poluição e processos judiciais;
- Diminuir a abundância de material usado;
- Abater os custos de manuseio e descarte de resíduos;
- Inventar novas conveniências de venda a novos fregueses;
-Sustentar nichos de negócios combinados de clientes que anseiam produtos
adequados ao meio ambiente;
- Conseguir maior confiabilidade em bancos e outras instituições financeiras;
- Conservar a elegibilidade para seguros menos onerosos;
- Amortizar os riscos de amplos acidentes ambientais;
- Ampliar e adquirir novas tecnologias;
- Melhorar o conceito público da corporação.
- Restringir o nível de consumo e os custos da energia;
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A escassez de recursos naturais e o aumento da geração de resíduos são as maiores
causas de manifestações e tensões econômicas. Deste modo, Donaire (2009) enfatiza que as
decisões internas de uma empresa requerem preocupação com o ambiente externo, incluindo
o meio ambiente, valorizando aspectos sociais, pois a sociedade está atenta ao
comportamento das empresas com relação, a Responsabilidade Social Empresarial.
3.2. A Responsabilidade Social Empresarial
A concepção de RSE é o papel da empresa dentro da sociedade, muito além do
âmbito do mercado, como iniciativa própria que não visa propriamente ou exclusivamente
às vantagens econômicas, além disso, a organização é vista como um sistema social
desenvolvendo diversas relações com os indivíduos de uma determinada comunidade, cidade,
estado ou país, é o que explana (DIAS, 2009).
Nas palavras de Donaire (2009), a responsabilidade social é uma obrigação da
empresa para com a sociedade, essa responsabilidade assume várias ações com relação à
proteção ambiental, projetos filantrópicos e educacionais, planejamento da comunidade,
equidade nas oportunidades de emprego, serviços sociais em geral, de conformidade com o
interesse do público.
Na pesquisa feita por Vellani (2011), a responsabilidade social pode ser percebida no
setor privado como uma maneira de integrar a variável econômica, social e ambiental. Quanto
à responsabilidade social para Senge (2009), muitas empresas estão paralisadas, para superar
isso estão trabalhando forte, e cada vez mais negócios, em todos os ramos, estão
incorporando questões de sustentabilidade e responsabilidade social para seus objetivos
presentes e futuros.
No entanto as instituições governamentais e não governamentais influenciam os
produtos que ingerimos e a energia que são consumidos. As mudanças necessárias para
preservar o meio em que vivemos, devem partir de cada indivíduo, mas é fundamental
que as empresas tomem frente a essa situação. Um mundo sustentável será possível somente
se começar a pensar de maneira diferente, sob a inspiração da natureza e não das máquinas,
conforme (SENGE et al, 2009).
Por sua vez, Tachizawa (2009), registra que nesse momento em que afloram
significativas mudanças de paradigmas, podem estar sinalizando a migração para um novo
contexto empresarial, poderia ser perfeitamente caracterizado como gestão de negócios de
forma socialmente responsável e ecologicamente correta, apoiada em gestores responsáveis,
cada um em sua área de atuação pelas atividades-fim e atividade-meio das organizações.
Segundo Donaire (2009), os novos tempos estão a exigir novos modelos de gestão e,
consequentemente, novas formas de gestão ambiental, com maior responsabilidade social,
afirma também que há uma mudança de enfoque onde o pensamento econômico nas
organizações deve estar atrelado ao social, valorizando aspectos como: distribuição justa de
renda, qualidade e vida, relacionamento humano e realização pessoal.
As organizações que enxergam a responsabilidade social como forma de preservação
do meio ambiente e uma forma de marketing, tendem a obter muitos benefícios através dela.
Para De Andrade et. al.(2006), a criatividade, a qualidade, a lucratividade e a humanidade são
os principais melhoramentos.
Atualmente, verificam-se empresas preocupadas em realizar práticas e programas
inovadores de gerenciamento ecológico, o que traz muitos benefícios, tais como
oportunidades de mercado e reduções de riscos e custos, que fortalece as relações das
empresas com o meio ambiente (SENGE et.al. 2009).
3.3. As relações das Empresas com o Meio Ambiente
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Sobre a responsabilidade da empresa com o meio ambiente, Dias (2009), cita que
esta deve assumir também a melhor forma de descarte de seus produtos consumidos tanto por
ela, quanto aos comercializados no mercado após seu consumo, ou seja, assumindo o
compromisso com as questões ambientais.
A gestão ambiental e responsabilidade social são importantes formas de gestão no
que diz respeito a criar oportunidades de negócios, tornando essas empresas mais
competitivas no mercado, seja qual for o ramo de negócio que estejam inseridas. Empresas
siderúrgicas, montadoras automobilísticas, papel e celulose, química e petroquímica,
investem em gestão ambiental, RSE e marketing ecológico, pois organizações que não
investem nesses itens correm riscos de grande perda institucional, além de financeira,
segundo (TACHIZAWA, 2009).
Sendo assim, terão vantagens competitivas as empresas entendedoras de que as
medidas de proteção ambiental não foram inventadas para impedir o seu desenvolvimento
econômico, e sim para nortear um rumo de sucesso no mercado. Nesse sentido Donaire
(2009), afirma que muitos países têm inserido em seus estudos modelos de avaliação de
impacto e custos/benefícios ambientais na análise dos projetos econômicos, que tem resultado
em novas diretrizes, regulamentações e leis na formulação de suas políticas e na execução de
seus projetos. Assim, observa-se que depende dos empresários e governo a iniciativa para
colocar em prática políticas e estratégias de produção que causem o menor impacto possível
no meio ambiente.
Ao mesmo tempo Donaire (2009) infere que entre as inúmeras variáveis que afetam
o mundo dos negócios, a preocupação ecológica tem recebido destaque significativo por
influenciar diretamente na qualidade de vida das pessoas. Partindo dessas considerações, é
preciso entender que as empresas não são sistemas organizacionais fechados, assim, Da Costa
(2012) profere que dependem da comunidade e do meio ambiente para desenvolver seus
negócios, e devem usar de forma racional os recursos naturais, reduzir o uso de produtos
poluidores, e planejar formas de recuperar o meio ambiente degradado.
Conforme Senge et. al.(2009) as organizações devem ser capazes de enxergar
chances de sucesso em ser sustentáveis, pois a reputação é um fator muito importante e
se transformou em um ativo tangível. A imagem da empresa em relação à sustentabilidade e
responsabilidade social é uma questão de vantagem competitiva e a tendência é que se torne
algo obrigatório em um futuro bem próximo.
Assim, as organizações devem definir a gestão ambiental, como uma das prioridades
de suas atividades, sendo um fator de desenvolvimento sustentável, estabelecendo políticas,
programas e procedimentos para orientar suas atividades de forma ecologicamente correta
além de servir como estratégia de marketing, explanado por (DE ANDRADE et. al. 2006).
3.4. A gestão ambiental e a visibilidade das organizações.
Marketing além de uma forma de sentir o mercado e adequar produtos e serviços, é
também um processo de compromisso e responsabilidade das organizações, na procura de
progressos na condição de vida das pessoas (COBRA, 2002).
Conforme as ideias de Donaire (2009), a atividade de marketing compreende uma
série de fatores que visam viabilizar o acesso do consumidor ao produto, e os fatores
ambientais tem auferido destaque em tais estratégias adotadas pelas empresas, pois a
consciência ambiental da sociedade em geral é crescente, assim surgindo novas
oportunidades de ganho para empresas e consumidores, fazendo com que a organização
torne-se bem vista perante o público em geral.
Em estudo publicado por Führ et. al., (2011), marketing ambiental pode ser
compreendido pelas organizações como uma ferramenta estratégica capaz de projetar e
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sustentar a imagem da empresa, destacando sua diferenciação ecologicamente correta ao
mercado.
As organizações têm adotado estratégias de marketing usando a consciência
ecológica, visando à melhoria de sua imagem por meio de criação de produtos verdes. O
marketing ecológico tem sido a peça chave para empresas que tem a intenção de serem
competitivas, conforme (DE ANDRADE et al. 2006).
A marca é fator determinante no sucesso de uma organização, e a tendência é que as
empresas que não se adaptarem ao marketing verde percam seu espaço no mercado
gradativamente, pois a cada dia que passa, aumenta a necessidade de preservação dos
recursos naturais em nosso planeta, e o consumidor enxerga isso como diferencial em uma
marca.
Destaca Medeiros (2007), que a inovação no pensamento de apreço com o meio
ambiente pelas empresas, abre uma leva de consumidores com desejos e anseios a serem
satisfeitos não só pelos meios habituais de consumo e marketing, mas também pela
sustentabilidade, assim surgindo novas oportunidades de negócios, sendo um diferencial
competitivo em relação a seus concorrentes.
Salienta Da Costa (2012) que as organizações que pretendem manter-se no mercado,
estão trabalhando com a intenção de fazer seus negócios de formas mais sensíveis ao meio
ambiente, tirando proveito disso e aumentando sua receita. Porém as iniciativas são tomadas
quando os problemas já estão evidentes, raramente é feito algo antes para evitar o desgaste do
meio ambiente.
Os consumidores nos dias atuais estão buscando motivos mais salutares no momento
da compra, não aceitando adquirir exclusivamente o produto ou serviço em si, mas também a
marca e o que ela representa, abrangendo ainda os valores que a empresa defende. Sendo
assim, as organizações que aperfeiçoarem essa ideia, fazendo além do que as normas
obrigam, abrem vantagem competitiva. A evolução na imagem institucional é outro benefício
que se pode alcançar visivelmente nas empresas que seguem este posicionamento
(MEDEIROS, 2007).
4. Análise dos resultados
Nesta seção apresentam-se os dados coletados, tendo em vista os meios e métodos
de pesquisa utilizados, já destacados na metodologia, além do cruzamento com a
teoria evidenciada na seção de revisão.
4.1. Sujeitos da pesquisa
Utiliza-se como referência para nominar os restaurantes envolvidos, como R1, R2,
R3 e R4, todos localizados na cidade de Santa Maria – RS.
A empresa R1 atua há 28 anos e conta com 27 colaboradores diretos. O seu gestor
informa que já recebeu fiscalização referente aos resíduos, e também promoveu mudanças
internas nos seus processos internos para se adequar as leis e normas relativas às exigências
sociais e ambientais.
Por sua vez a R2, atua há 6 anos e 5 meses em atividade na cidade de Santa Maria,
conta com uma equipe de 20 colaboradores diretos. Seu gestor afirma que já recebeu
fiscalização referente aos resíduos, e também promoveu mudanças internas nos seus
processos internos para se adequar as leis e normas relativas às exigências sociais e
ambientais.
Enquanto a empresa R3, qualificada pelo seu gestor, atua há 26 anos na cidade, e
conta com uma equipe de 30 colaboradores. O entrevistado informa que já recebeu
fiscalização referente aos resíduos, e também promoveu mudanças internas nos seus
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processos internos para se adequar as leis e normas relativas às exigências sociais e
ambientais.
Por fim, a empresa R4 atua há 8 anos no mercado, conta com 24 colaboradores, e
seu gestor informa já ter recebido fiscalização para verificar o descarte dos resíduos em seu
estabelecimento, inclusive acabou por promover alterações em seus processos internos para
adequar-se nas leis e normas relativas às exigências sociais e ambientais.
4.1.1. Restaurante R1
Em relação às informações buscadas na entrevista, o gestor responsável pelo R1,
declarou que analisa os incentivos proporcionados pelos órgãos públicos com fim de
estimular a adequação das empresas à nova legislação de Responsabilidade Social
Empresarial, considerando que existe esse incentivo, porém, cabe a cada empresário buscá-lo.
No entanto, também considera que as autoridades não oferecem nenhuma alternativa
para que as sobras de alimentos em condições de consumo humano sejam reaproveitáveis.
Em decorrência disso, as mesmas são descartadas, de tal maneira que, sobram em média 60
Kg de comida, diariamente, onde metade disso, ou seja, 30 Kg de comida são aproveitáveis
para consumo humano.
Considerando a possibilidade de uma iniciativa do governo em coletar as sobras, nas
devidas condições, para fins sociais, sem fins lucrativos, estaria de acordo que seu
restaurante participasse de tal programa. Porém, sem esta alternativa, cabe a ele somente
doar as sobras de alimentos para pessoas que possuem criações de animais, ou jogá-las direto
no lixo.
Ao ser indagado quanto à cobrança feita pelas autoridades e se há alguma alternativa
oferecida que não seja jogar as sobras no lixo, o entrevistado afirma que não existe essa
cobrança, tampouco lhe apresentam alguma alternativa.
Em uma escala de importância, onde opina, do grau irrelevante até o muito
relevante, o entrevistado considera que é irrelevante a limitação da legislação aos
restaurantes, quanto à destinação da sobra dos alimentos em condições de consumo humano.
Avalia como indiferente, a importância na redução dos impactos ambientais, inclusive a
preocupação das autoridades, referente a isso, assim como a destinação dos alimentos,
levando em consideração os impactos ambientais, e a possibilidade de sanar parte das
desigualdades sociais. Considerando também, a identificação do cliente com as ações
tomadas com relação à RSE avalia totalmente indiferente.
Pondera a relevância de sua preocupação com gerações futuras, assim como a
importância em reduzir os impactos ambientais.
Finalmente, julga como muito relevante, a alta quantidade de sobras oriundas da
confecção dos alimentos, assim como as ações de RSE podem contribuir com a imagem
da empresa perante a sociedade, tendo em vista que a mesma é alta, considerando também
que tais ações de responsabilidade social e ambiental trazem vantagens à imagem da empresa,
colaborando com marketing da mesma. Estima muita relevância à atual destinação dos
resíduos, percebendo algum retorno, seja ele para a empresa, meio ambiente ou sociedade.
Por fim, considera altamente relevante a participação de sua empresa num programa de
doação para pessoas carentes, caso houvesse na legislação condições que proporcionassem o
aproveitamento de alimentos.
4.1.2. Restaurante R2
Em análise à entrevista aplicada ao gestor responsável pelo estabelecimento R2,
percebe-se que este analisa de maneira positiva, no que se alude a visão dos órgãos
responsáveis referentes aos incentivos do governo para estimular a adequação das empresas à
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nova legislação de RSE, especificamente no descarte de sobras da produção, desde que fosse
feita de forma organizada, assim beneficiando muita gente.
Entretanto, considera que as autoridades não oferecem nenhuma alternativa para que
as sobras de alimentos em condições de consumo humano sejam reaproveitáveis, informando
que o restaurante produz em média de 4 a 6 Kg diários de sobras de alimentos, que são
permitidas somente a utilização para o consumo de animais ou então em decorrência disso
descartá-las.
O entrevistado considera que, se houvessem pessoas habilitadas para realizar o
recolhimento dos alimentos, seria de suma importância a existência de uma iniciativa
governamental de coleta das sobras, nas devidas condições, para fins sociais, mesmo sem
fins lucrativos. Inclusive, estaria de pleno acordo que seu restaurante participasse de tal
programa. Em contrapartida, sem esta alternativa, ele costuma doar parte delas para um
senhor que busca diariamente estas sobras para a alimentação de suínos, ou quando possível
reaproveitá-las para o dia seguinte em alguns pratos onde não há riscos para a saúde humana.
No que se tratadas medidas cabíveis para facilitar o descarte e a destinação desses
alimentos sem maiores gastos, o entrevistado julga importante uma melhor qualificação
da equipe de trabalho responsável pela coleta, além da existência de locais específicos para o
armazenamento.
Referente à cobrança feita pelas autoridades e se há alguma alternativa oferecida que
não seja jogar as sobras no lixo, o entrevistado informa que desconhece alguma alternativa
cobrada pelas autoridades, sabe apenas de forma superficial que é possível somente destinar
as sobras de alimentos para o consumo animal.
Considerando a importância de cada quesito analisado, em uma escala com
atribuições que variam de irrelevante até o muito relevante, o entrevistado afirma que são
irrelevantes as sobras de alimentos confeccionadas em sua empresa. No entanto, considera de
pouca relevância apercepção dos clientes em suas ações quanto a RSE, de tal forma que
avalia do mesmo modo que tais ações podem contribuir com a imagem da empresa. Julga
também pouco relevante a preocupação das autoridades, assim como a destinação dos
alimentos, levando em consideração os impactos ambientais, e a possibilidade de sanar parte
da miséria. Considerando também, a existência de algum retorno recebido à empresa,
meio ambiente ou sociedade, como um fato de pouca relevância devido a cultura
predominante em nossa sociedade.
Ao que se refere em grau relevante, o entrevistado opina quanto, a preocupação dos
impactos ambientais visto pelas autoridades. Considera da mesma forma as ações da sua
empresa quanto a responsabilidade social e ambiental. O entrevistado qualifica como
relevante a importância a imagem da empresa, perante a sociedade. Avaliando de mesmo
modo a limitação da legislação aos restaurantes na destinação das sobras dos alimentos em
condições de consumo humano.
Por fim, julga num grau como muito relevante, a sua preocupação com as gerações
futuras e a importância em reduzir com os impactos ambientais. Da mesma forma opina como
muito relevante as ações de responsabilidade social e ambiental, que podem trazer vantagens
a imagem da empresa, colaborando com marketing da mesma. Estima muita relevância a
participação de sua empresa num programa de doação para pessoas carentes, caso houvesse
na legislação condições que proporcionassem o aproveitamento de alimentos, pois os mesmos
são perecíveis, salientando que isso deveria ser feito de maneira profissional e responsável.
4.1.3. Restaurante R3
Por sua vez, o gestor da empresa R3, informa não ter conhecimento de algum
incentivo proporcionado pelos órgãos públicos com fim de estimular a adequação das
empresas à nova legislação de RSE, além disso, informa que se existe ele não é divulgado.
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Questionado sobre a existência de alguma alternativa que não seja a de jogar as
sobras aproveitáveis de alimentos no lixo, o mesmo informa que desconhece tal alternativa,
haja vista, que se houvesse alguma parceria entre as autoridades e empresários, surgiria um
bom trabalho em prol dos carentes.
Quanto às sobras diárias de alimentos no restaurante, o entrevistado informa que
é variável, porém considera importante a possibilidade de uma iniciativa do governo na coleta
das sobras nas devidas condições, com fim social e sem fins lucrativos, inclusive gostaria de
participar de tal iniciativa. No entanto, sem esta alternativa, cabe a ele somente doar as
sobras de alimentos aproveitáveis para consumo, para um criador de suínos. Além de
destinar o restante para o lixo, pois embora eles façam a devida separação do lixo interno,
julga a coleta seletiva ineficaz.
Sobre o desperdício de alimentos e quais as medidas que poderiam ser tomadas para
facilitar no descarte ou destinação dos mesmos sem maiores gastos, o entrevistado não tem
nenhuma opinião formada a respeito. Porém, garante que se houvesse alguma alternativa
oferecida pelas autoridades, cuja não fosse somente jogar no lixo, o restaurante em questão
estaria de acordo em participar, pois afirma ser dinheiro jogado fora, além de considerar o
alto desperdício de alimentos.
Em uma esfera comparativa do grau irrelevante até muito relevante, o entrevistado
diz ser irrelevante a percepção de algum retorno à destinação de resíduos seja qual for à
empresa, meio ambiente ou sociedade, considera irrelevante também a preocupação das
autoridades com a destinação das sobras de alimentos, considerando os impactos ambientais,
e possibilidade de sanar um pouco a miséria.
Acredita que os clientes são indiferentes quanto a as ações tomadas com relação à
RSE bem como a preocupação das autoridades com os impactos ambientais.
O gestor considera como relevante sua preocupação com as gerações futuras, e sua
importância na redução dos impactos ambientais. Avalia da mesma forma as ações da sua
empresa quanto a responsabilidade social e ambiental, e também o grande índice de sobras
alimentares. Ao se tratar das ações de RSE na contribuição com a imagem da empresa perante
a sociedade, as ações de responsabilidade social e ambiental trazendo vantagens da empresa,
colaborando com o marketing, são relevantes. Bem como a relevância da participação da
empresa entrevistada, caso houvesse na legislação, condições que proporcionassem o
aproveitamento de alimentos para o benefício dos carentes.
Enfim, avalia como muito relevante a alta imagem da empresa perante a sociedade
assim como a limitação da legislação aos restaurantes, quanto à destinação das sobras
alimentares aproveitáveis.
4.1.4. Restaurante R4
O gestor desse empreendimento entende que quanto aos incentivos do governo para
estimular a adequação das empresas à nova legislação de RSE, especificamente no
descarte dos resíduos, desconhece a existência de tal apoio, porem informa que seria de
grande validade caso existisse. Afirma ainda que as autoridades não apresentam nenhuma
alternativa que não seja jogar as sobras de alimentos consumíveis no lixo, ou doar para
criações.
O restaurante produz em média 15 Kg de sobras de alimentos consumíveis por dia.
Em decorrência disso, considera de extrema importância a possibilidade de uma iniciativa do
governo na coleta das sobras de alimentos diárias, com fins sociais e sem fins lucrativos,
afirma ainda que tem interesse em participar de tal iniciativa. Uma vez que a única
alternativa que lhe resta é jogar os alimentos no lixo, tanto as sobras adequadas para
consumo humano, quanto aos resíduos gerados pela operação que poderiam ser usados, por
exemplo, como adubo.
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Afirma que em relação à quais medidas protetivas que facilitariam o descarte ou a
destinação dos resíduos sem maiores gastos julgam importante que as compras sejam feitas
semanalmente e de maneira calculada, porém como a demanda varia, essa solução não
sanaria por completo o problema, sendo uma boa alternativa a doação caso não houvesse
tantos riscos a ele, pois jamais doaria comida estragada deixando a empresa exposta a ações
judiciais.
O gestor informa ainda, que não existe nenhuma cobrança governamental, que exija
que as sobras de alimentos não possam ser doadas, informa apenas que o governo nunca
os orientou ou incentivou a tratar o lixo orgânico de maneira diferente. No entanto,
direcionam papelão e latas de alumínio a catadores que por sua vez dão o destino.
Em uma escala avaliativa, que oscila de um grau irrelevante ao muito relevante, o
entrevistado considera pouco irrelevante a falta de limitação imposta pela legislação
quanto à destinação das sobras de alimentos consumíveis. Trata de maneira irrelevante
também a alta confecção de alimentos, bem como a destinação dada aos resíduos, sem
receber quaisquer retornos, considerando os impactos ambientais, empresariais ou societários.
Considera como pouco relevante a identificação do cliente quanto as ações tomadas
à RSE, na contribuição com a imagem da empresa perante a sociedade e também da
preocupação demonstrada pelas autoridades com essa destinação, levando em consideração os
impactos ambientais e a possibilidade de sanar pelo menos parte da miséria. Julga como
indiferente apenas a preocupação das autoridades com o impacto ambiental.
Atribui relevância às ações de responsabilidade social e ambiental que podem trazer
vantagens a imagem da empresa, colaborando com o marketing, considerando também
que a imagem da empresa perante aos clientes é alta. Avalia relevante também sua
preocupação com as gerações futuras, bem como as ações de seu restaurante quanto à
responsabilidade social e ambiental.
Finalmente, julga como muito relevante a possibilidade de uma condição benéfica na
legislação, cuja proporcionasse o aproveitamento de alimentos, onde as pessoas carentes
pudessem ser beneficiadas. Inclusive seria participante de tal programa de doação.
4.2. Análise dos objetivos
Ao analisar a destinação dada aos resíduos produzidos, identifica-se que em todos os
casos, os alimentos em condições para o consumo humano não são doados para pessoas, e
sim para criações de animais. Ainda os entrevistados alegam que a legislação acaba
reprimindo tal ato de doação, devido à responsabilidade pelos efeitos que podem ser
causados à saúde humana, caso ocorra manipulação inadequada no período compreendido
entre a saída do restaurante até o consumo final, pois não há como a empresa doadora
controlar este processo. Entretanto, todos alegam que separam o lixo da operação, mas não
percebem que a coleta seja feita de forma adequada. As empresas R2 e R3 criticam a
ineficiência da coleta seletiva.
Quanto à percepção sobre a importância das ações de RSE para as empresas desse
setor, R3 e R4 consideram relevantes tais iniciativas, alegando ser um fator muito importante
para o desenvolvimento da sociedade. A empresa R1 considera muito relevante tal aspecto,
pois além de considerar o benefício mútuo, sente-se realizado em poder ajudar quem precisa.
Afirmando que por falta de políticas governamentais mais incisivas, a R2 considera a RSE
pouco relevante.
Ao analisar o retorno em imagem percebido pelas empresas, em relação às ações
sociais que poderiam ser empreendidas, utilizando sobras de alimentos consumíveis,
classificam como uma boa forma de marketing, mas que os clientes muitas vezes não
percebem, tanto que a R1 considerou esse retorno como muito relevante. Enquanto, R3 e R4
consideram que mesmo sem retorno percebido atualmente, as práticas da gestão ambiental
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são relevantes quanto ao retorno de imagem. Por fim a R2 considera esse fator como
relevante, alegando que é uma prática que deve ser obrigatória a todos e sem intenção de
retorno financeiro ou de imagem.
5. Considerações finais
A importância e a necessidade da prática da responsabilidade social e ambiental são
cada vez mais notórias, fruto da depredação dos recursos, causada principalmente como
consequência da mentalidade humana, que vive como se os recursos fossem infinitos.
Já a RSE nem sempre depende somente do empresário, devendo assim haver uma
consonância com os órgãos públicos, para viabilizar tais ações em prol da sociedade, sendo
uma troca, onde todos se beneficiem.
A cada dia que passa, as empresas estão mais cientes da sua responsabilidade com o
meio ambiente. Diante disso, visando preservar e ajudar a proporcionar boas condições para
as gerações futuras buscam adotar medidas que auxilie no desenvolvimento sustentável, um
exemplo é o descarte correto do óleo de cozinha, que hoje em Santa Maria – RS é praticado
por todos os pesquisados, salienta-se que a empresa responsável pela coleta proporciona um
destino correto para aproximadamente 8.000 litros de óleo saturado por mês.
Por fim, a iniciativa privada enxerga todo o processo estudado, não só como uma
forma de sustentabilidade, e perduração do seu negócio, mas também como fator relevante
para aceitação, credibilidade e consolidação da imagem da empresa, pois o marketing é
beneficiado de forma natural quando a organização consegue demonstrar seu interesse
relacionado a tais assuntos.
Em relação ao descarte de alimentos dos restaurantes, boa parte das vezes, essas
sobras são boas para o consumo humano, e acabam sendo jogadas no lixo, ou destinadas a
criações de animais. Isso se dá devido ao risco de quem as doa, de ser penalizado quando
causar algum flagelo a saúde de quem as consumir.
A Lei 3.071, de 1916, diz que quem doa uma refeição pronta assume os riscos caso
venha a fazer mal a alguém, e prevê detenção de até cinco anos para o responsável, mesmo
que a comida seja doada em boas condições e venha a estragar por deficiência no
armazenamento ou manipulação de quem a recebe, e reforçado pelo decreto lei nº 2.848, de
1940, acaba inibindo a destinação das sobras de alimentos consumíveis aos seres humanos.
Sendo assim os donos de restaurantes preferem não correr riscos.
Sugere-se aos empresários, visando viabilizar tal medida, unirem-se com intuito de
iniciar um abaixo assinado com todos os clientes das quase 100 empresas do setor de
alimentação existentes em Santa Maria - RS, levando o mesmo a câmara de
vereadores com a finalidade de mostrar a concordância da sociedade com tal iniciativa,
e visando dar início a uma espécie de cooperativa para reaproveitar as sobras
consumíveis aos seres humanos, beneficiando carentes e instituições de caridade.
No Brasil, por ano, 70 mil toneladas de comida são jogadas no lixo, em um pais
onde há tanto desperdício, ainda, podem ser elaboradas e levadas propostas de projetos
às autoridades, com intuito de sensibilizá-los a criar mecanismos que possam integrar o
governo, as empresas e as pessoas em condições precárias e alimentação insuficiente, visando
mudar o status quo. Instituindo um projeto, onde o governo seria o responsável pela coleta
adequada dos alimentos, destinando as pessoas necessitadas, e por fim, assim oferecendo
alguma forma de incentivo fiscal para os restaurantes que participarem de tais programas.
Esses valores que os restaurantes deixariam de gastar com impostos, retornariam
como novos empregos ou investimentos na melhoria organizacional das empresas,
melhorando a qualidade de vida dos clientes e funcionários.
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Quanto aos objetivos específicos do trabalho, ao analisar a destinação dada aos
resíduos produzidos, nota-se que os empresários estão sem orientação, pois não há apoio das
autoridades, que por sua vez não demonstram interesse em tal assunto.
Analisando a percepção sobre a importância das ações de Responsabilidade Social
Empresarial para as empresas desse setor, ficou claro que se houvessem mecanismos que
facilitassem a destinação dos alimentos em condições para o consumo humano, mesmo sem
fins lucrativos, todos participariam, colaborando com a sociedade, e minimizando as
desigualdades sociais.
Por fim quanto ao retorno em imagem percebido pelas empresas, em relação às
ações sociais que poderiam ser empreendidas, utilizando sobras de alimentos consumíveis,
fica claro que esta é uma ação que não deve ter como objetivo principal o lucro das empresas,
e sim ser tratada como uma obrigação de cidadania, sendo algo rotineiro futuramente, e não
um obstáculo como é no presente.
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