Lição 2- Segundo Conselho de Paulo: Façam do amor a prioridade

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Lição 2- Segundo Conselho de Paulo: Façam do amor a prioridade
Texto: 1Corintios13
Seguindo na trilha da lição anterior, em que aprendemos que o cristianismo não é e
não pode ser uma mera religião com rituais, liturgias e discursos desconectados da
realidade; é antes um estilo de vida, no qual, dia a dia, tenta-se agir de forma a
respeitar os princípios e os valores do evangelho. A lição de hoje vai tratar de uma
questão que desafia os cristãos desde sempre: a prática do amor.
O Segundo conselho de Paulo para a vida cristã está em sua primeira carta aos
cristãos que viviam na cidade de Corinto, na Grécia. Muitos dizem que a igreja de
Corinto foi a mais difícil na experiência pastoral de Paulo. No entanto, o apóstolo aos
gentios ministrou a essa igreja com a mesma dedicação e amor com que o fez às
demais.
Extremamente pragmático e oportuno, o conteúdo desta carta paulina tem relevância
inquestionável para a igreja de hoje. O foco na questão do amor objetivo sobressai
dentre tantas outras, também importantes na epístola.
Falar é fácil
Como quase tudo na vida, falar de amor é fácil; amar mesmo é que se revela difícil.
Paulo usou uma estratégia extremamente didática e feliz para tratar deste assunto com
a igreja de Corinto. Observe que ele está, no capítulo 12 desta primeira carta,
discorrendo sobre os dons espirituais. Note também que o assunto do capítulo 14
continua sendo dons. Paulo inseriu um capítulo sobre o amor no meio de um tratado
sobre dons espirituais. Ele estava ensinando aos coríntios que até mesmo as
experiências mais extraordinárias que a fé e a espiritualidade oportunizem, nada
significam se o amor não for a marca principal da igreja.
Hoje em dia temos igrejas de todo tipo. Há a igreja que faz missões, a que evangeliza,
há a igreja que adora e grava CD, a que ensina e discipula, a que faz eventos
sucessivos, há a igreja que mantém centros comunitários, a que tem o foco nas
crianças. Tem a igreja em célula, a igreja com celular e a igreja celular; há a igreja no
modelo dos 12, também no modelo dos 7 e no modelo dos 10; fala-se de igreja
multiplicadora, igreja com propósito, igreja da rede ministerial, igreja dos atletas, dos
artistas e igreja dos surfistas. Enfim, há igreja de todo tipo. Não condenamos nem
exaltamos nenhuma, até entendemos o que o pastor Rick Warren, da Igreja de
Saddleback, em Lake Forest, Califórnia, EUA, precursora da filosofia de igreja dirigida
por propósitos, quis ensinar quando disse que “é preciso ter todo tipo de igreja para
alcançar todo tipo de pessoa”. Ou seja, o fato de existirem igrejas de vários estilos e
que usem várias metodologias ajuda na tarefa evangelizadora.
Mas a questão é: onde está a igreja do amor? Sim, onde está a igreja em que,
independentemente de estilos e modelos, metodologias e estratégias, as pessoas se
amam de verdade e conquistam, pelo amor, vidas e mais vidas para o Senhor? O
método do “discípulos, se tiverdes amor uns para com os outros”(Jo 13.35). Amor que
viabiliza a unidade e faz o corpo de Cristo crescer (Jo 17.21). O Amor que é evidência
de comunhão com Deus (1Jo 4.8).
O que é mais fácil, treinar 30 líderes de pequenos grupos, implantar uma filosofia
eclesiástica fundada no radicalismo do princípio da submissão à autoridade, organizar
eventos e mais eventos, ou ensinar a igreja a amar de verdade? Por escolher o
caminho mais fácil, a igreja está perdendo o que há de mais precioso na experiência
cristã genuína: a prática do verdadeiro amor e, por conseguinte, os frutos desta prática.
Vale a pena parar para refletir sobre isso. É imperioso que a igreja de hoje considere
seriamente este desvio de efeitos terríveis para os interesses do reino de Deus.
O amor é insubstituível
Neste capítulo 13 de sua primeira carta aos Coríntios, Paulo pontua algo que hoje,
quase dois milênios mais tarde, precisa voltar a ser destacado: é inútil querer substituir
o amor! Em todas as dimensões possíveis de serem imaginadas o amor é
insubstituível. Desejar substituí-lo por dinheiro, adulação, privilégios, bens materiais e
oportunidades revela-se inútil e improdutivo. Para o amor não existe ‘plano B’.
Acompanhe.
1. Experiências espirituais e religiosas não substituem o amor (1Coríntios 13.1)
Sem amor, até as experiências mais misteriosas e profundas são pervertidas em
motivos de competição, rivalidades e divisões na igreja. É o amor que vai sinalizar a
genuinidade da experiência espiritual. Um cristão sentir-se superior a outros pelo fato
de ter este ou aquele dom, ou de exercer este ou aquele ministério, é um contrassenso,
um absurdo, algo simplesmente incoerente com a fé cristã.
2. Conhecimento, capacidade e fé não substituem o amor (1Coríntios 13.2)
De uma vez por todas cada cristão precisa entender que seu conhecimento, sua
capacidade e até mesmo sua fé, independentemente do seu alcance ou profundidade,
tornam-se presunção, ostentação e religiosidade inútil quando o amor está ausente. O
amor tem a propriedade de agregar relevância social às nossas riquezas pessoais.
3. Caridade e autossacrifício não substituem o amor (1Coríntios 13.3)
Atos de misericórdia praticados sem a motivação do amor soam mecânicos, insinceros
e protolocares. Com a motivação do amor, são transformadores. O protocolo faz uma
pessoa concordar com um desconto em seu salário em contribuição para uma
instituição social; o amor faz esta mesma pessoa ir até a instituição, conhecer e
interagir com os necessitados. Por outro lado, passar uma noite sem dormir num
velório, conduzir uma pessoa em uma longa viagem, entregar uma cesta básica, sem
um sorriso amoroso no rosto, com murmuração, reclamando de tudo, soa hipócrita,
retórico, frio. O amor faz o beneficiado ver Cristo no rosto do que ajuda.
O amor é produtivo
Aqui temos algo muito importante: O amor cristão não é contemplativo, abstrato e
teórico. Antes é proativo e produtivo. Em outras palavras, o amor cristão funciona
primeiro nele e, por intermédio dele, na vida do seu próximo. Ao melhorar as nossas
vidas, o amor melhora nossas relações.
1. Você pode ser uma pessoa melhor (1Coríntios 13.4)
Quando o amor está presente, melhora a nossa vida na dimensão pessoal. Não somos
mais levados pelo imediatismo, usados pela maldade, pelo ciúme ou orgulhosos
esnobes. Assim tornamo-nos melhores cônjuges, pais, filhos, patrões, empregados,
melhores cidadãos e melhores crentes. Precisamos destacar que um dos quadros mais
tristes numa igreja é a falta de amor, que leva ao julgamento, ao alijamento, à rejeição
e até à destruição emocional do outro. Por outro lado, o amor cura os relacionamentos.
2. Você pode se comportar melhor (1Coríntios 13.5,6)
Relacionamentos saudáveis só são possíveis com amor. Com amor pesamos nossas
ações, avaliamos nossas motivações, controlamos nossos impulsos e administramos
nossas emoções. O amor é o “GPS” que nos indica e monitora sempre nas trilhas da
verdade e da justiça. Nosso comportamento revela se o nosso “GPS” está funcionando
bem ou não.
3. Você pode amadurecer (1Coríntios 13.7-11)
As situações da vida que nos reservam sofrimentos, desafiam a nossa fé e treinam a
nossa resistência, cooperam para o nosso amadurecimento, quando o amor assume a
direção. Circunstâncias quando o que nós sabemos e o que desconhecemos, o que
esperamos e o que já vemos não bastam para o seu enfrentamento, o amor funciona
quando espaço lhe é dado para estabelecer-se.
O amor é superior
Vivemos num tempo que entroniza o pragmatismo 1, o materialismo2 e o hedonismo3;
como cristãos precisamos levar o amor de Cristo para as ruas, transportando-o em
nossos corações.
1
Doutrina filosófica que adota como critério da verdade a utilidade prática, identificando o verdadeiro
como útil; senso prático.
2
Atitude de quem se volta unicamente para os gozos e os bens materiais doutrina de quem considera
todos fenômenos como produtos de condições concretas materiais.
3
É a doutrina geral do prazer. É a busca sem limites pelo que proporciona prazer. Característica principal
da sociedade pós-moderna, que é dita sociedade hedonista.
Ao priorizarmos o amor em nossa experiência de vida, alinhamos o enredo da nossa
peregrinação com o roteiro divino, que o estabelece como elemento normatizador,
modelador e motivador da nossa vida, acima mesmo da fé e da esperança que o
ladeiam.
Eis o conselho de Paulo para vida cristã: Priorizemos o amor.
Leituras diárias:
Segunda-feira
Terça-feira
quarta-feira
quinta-feira
sexta-feira
sábado
domingo
João 15.12,13
Romanos 12.9-21
1 Tessalonicenses 3.12,13
Mateus 22. 36-40
1 Pedro 1.22
João 15.13
Romanos 8.35-39
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