Apresentação do PowerPoint

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PORNOGRAFIA
UM PROBLEMA SILENCIOSO
LEANDRO ABREU
PORNOGRAFIA
UM PROBLEMA SILENCIOSO
ÍNDICE
1
INTRODUÇÃO
2
POR QUE ACONTECE?
3
COMO ACONTECE?
4
E QUANDO ACONTECE CEDO?
5
E AGORA?
6
ONDE CHEGAMOS, ENTÃO?
7
FINALIZAÇÃO
1
INTRODUÇÃO
Este artigo é uma reunião de conteúdos que sustentam a teoria de que
a indústria pornográfica pode estar gerando uma onda de problemas
sociais, fisiológicos e psicológicos de maneira silenciosa. Ao fazer uma
breve busca na internet sobre o assunto nota-se que o problema tem
grande destaque em grupos religiosos que frequentemente oferecem
soluções embasadas em preceitos bíblicos. Esclarecimentos técnicos e
opiniões de especialistas são menos visíveis, mas parecem estar
ganhando novos leitores rapidamente. A proposta deste material é
oferecer uma boa dose de dados sobre o assunto em questão
oferecendo um conteúdo de caráter puramente científico que seja
proveitoso para qualquer público que se interesse, sobretudo os jovens
e adultos que se encontram numa situação já problemática ou se
sintam sujeitos ao mesmo.
O grande diferencial da pornografia online para as antigas revistas e
pôsteres do passado se dá pela sua gigantesca expansão, pela facilidade
de acesso e também pelo seu modelo de indução de comportamento
que favorece o vício (como discutirei mais tarde). Primeiramente
falaremos sobre a pornografia por si só, como ela se sustenta e seus
efeitos sociais primários. Em seguida discutiremos sobre como a
pornografia se torna um vício e como este tipo de material tem
potencial para trazer grandes prejuízos sociais na vida de um indivíduo.
Por último, discutiremos sobre a polêmica ideia de que a exposição à
pornografia durante a puberdade e adolescência pode gerar danos
significativos no futuro. Se você faz uso de pornografia com alguma
frequência, não deixe de continuar esta leitura. Vamos lá!
2
POR QUE ACONTECE?
Todos nós que já consumimos algum material pornográfico, não
importa se foi uma única vez, se é apenas ocasionalmente ou todos os
dias, todos nós, de alguma forma, contribuímos ou estamos
contribuindo para a perpetuação dessa indústria, uma vez que
naturalmente criamos demanda para o conteúdo ofertado. A infinidade
de sites adultos facilmente acessíveis na internet não estaria ali se
ninguém os visitasse. Você pode pensar que acessar sites gratuitos não
é tão problemático, mas mesmo que o site disponibilize conteúdos sem
custo, uma enxurrada de anúncios é jogada na tela e a plataforma tira
seu sustento a partir da sua audiência de qualquer forma. O ato
“inofensivo” de visitar uma página erótica pode parecer insignificante
para você, mas some sua atitude a de milhares de pessoas em todo o
mundo e terá uma tremenda demanda que dá todo o suporte para que
a pornografia não só se mantenha, mas também cresça
significativamente.
Você ainda pode acreditar que não há muitos problemas com tudo isso,
afinal se trata apenas de uma indústria como qualquer outra. De fato o
mundo está repleto de mercados podres, mas a pornografia tem seus
aspetos singulares. As produções pornô são alvo de severas críticas e
processos dos seus próprios integrantes, e suas estrelas estão longe de
serem pessoas muito satisfeitas pessoalmente. Antigos atores pornô
são praticamente chutados de novas produções quando não aparentam
“aceitabilidade” tanto na aparência quanto no desempenho nas
filmagens e estão sujeitos a inúmeros problemas de saúde, desde
doenças sexualmente transmissíveis à depressões severas. Muitos deles
são acometidos por traumas e até ferimentos durante as filmagens,
outros terminam suas carreiras e partem para a prostituição. O preço
dos abusos é uma expectativa de vida significativamente baixa, tudo
isso para garantir o espetáculo que num piscar de olhos é lançado em
rede mundial.
2
POR QUE ACONTECE?
A pornografia aumenta naturalmente o hábito da masturbação uma vez
que oferece uma onda severa de estímulos num período muito curto de
tempo. Não é o mérito deste artigo discutir sobre masturbação, mas é
preciso constatar que a internet possivelmente aumentou a frequência de
orgasmos solitários em todo o mundo, principalmente entre os mais
jovens. Numa abordagem superficial, abordagem esta muitas vezes
defendida por usuários e até pessoas muito influentes, a pornografia não
deveria ser vista como um problema já que ela não passa de um gênero
de conteúdo como qualquer outro e até pode ser de grande serventia
para pessoas e casais que desejam melhorar suas vidas sexuais. De fato
aprende-se muita coisa com a pornografia, e é plausível que as imagens
possam auxiliar pessoas pouco experientes de alguma forma, mas há um
problema: A pornografia é plenamente fantasiosa, estando longe de ser
uma representação fiel de verdadeiras experiências íntimas. Tudo começa
pelos atores, pessoas com corpos esculturais que dificilmente se vê no dia
a dia, depois às circunstâncias que levam ao sexo, o que na pornografia é
remetido à quase tudo, como se todas as pessoas estivessem dispostas e
desesperadas para transar a qualquer momento e em qualquer lugar. Na
pornografia, a jovem virgem já domina todas as posições do cama sutra e
parece ser uma mulher que nunca passa por qualquer desconforto físico.
Os homens são sempre diretos, agressivos e plenamente seguros. No
mundo pornô as mulheres não são acometidas por desconfortos
menstruais, se depilam todos os dias, e são totalmente reféns dos seus
impulsos sexuais. Os homens são todos fortes, possuem um pênis enorme
e suportam horas de sexo sem ejacular. As mulheres não levam em conta
as atitudes do homem, nem seu caráter ou sua história, o que importa
para elas (sempre totalmente vulneráveis) é um pênis gigantesco e sexo
imediato. Os homens estão dispostos e prontos para transar em qualquer
lugar e a qualquer momento com a primeira mulher que der na telha, ele
sabe que pode transar com qualquer mulher sem pronunciar nem uma ou
duas palavras. Este é o mundo pornô onde todos somos sexualmente
atraentes o tempo inteiro e reféns dos nossos impulsos sexuais
incontroláveis.
Se você anda usando este modelo para a sua vida real, não precisa nem
dizer que o resultado das suas experiências será frustrante, não é?
2
POR QUE ACONTECE?
Numa filmagem totalmente focada na penetração, a pornografia ignora
completamente a estrutura emocional humana, materializando o sexo e
transformando as pessoas em meros objetos de diversão sexual. O sexo
é apenas genital e não possui significado algum em nenhum momento.
No mundo real, pelo contrário, as relações humanas são
profundamente mais complexas do que qualquer filme erótico já
produzido seria capaz de representar. Embora não aja problema no sexo
casual cada vez mais aceito na atualidade, e é certo que muitas relações
desse tipo acontecem todos os dias, ainda sim, essas relações, exigem
certo grau de envolvimento que nunca é abordado em produções
pornô. O ser humano é afetuoso, troca beijos e carícias, interage com
seu parceiro; a relação vai muito além dos genitais. No que toca
disponibilidade, as mulheres sofrem constantemente com alterações
hormonais e desconfortos ligados ao ciclo menstrual, sem contar que
pelas mesmas razões estão sujeitas a muitas infecções passageiras. Uma
mulher com forte TPM, cólica, infecção urinária ou candidíase, por
exemplo, pode não estar aberta a propostas de sexo, muito menos
casual. E mesmo em ótimo estado de saúde, se não houver uma mínima
confiança quanto a seu parceiro, dificilmente uma mulher topa transar.
Quanto aos homens não há tantos bloqueios fisiológicos e as infecções
são menos comuns, mas certamente a grande maioria deles se mostra
relativamente insegura ao lidar com uma mulher, mesmo que possua
uma considerável experiência. Ou seja, não estamos sempre
disponíveis, muito pelo contrário, ocupamos nossa mente com uma
série de outras coisas (inclusive os homens que comumente são
acusados de pensar em sexo o tempo todo, o que não é verdade). E no
que diz respeito a ambos os sexos, está claro que não nos relacionamos
com atores pornôs (pelo menos a maioria de nós, acredito), portanto
não há por que esperar uma relação perfeita e simétrica em todos os
detalhes. É normal que um casal que ainda esteja se conhecendo seja
um pouco desajeitado na cama.
2
POR QUE ACONTECE?
Recentemente o ator americano Terry Crews revelou em vídeo que
enfrenta sérios problemas com a pornografia. “Se o dia vira noite e você
continua vendo essas coisas, provavelmente você tem um problema” –
disse o ator da famosa série de TV Everyboty Hates Chris. A revelação
de um problema ainda visto como “constrangedor” pela sociedade
reacendeu muitos debates sobre o tema. Crews não foi o primeiro a
afirmar que teve problemas com pornografia, centenas de histórias
muito parecidas são encontradas facilmente na internet, algumas delas
com finais trágicos como separações, brigas sérias e depressões. O vício
em pornografia desenvolve-se de maneira rápida e é similar ao vício em
drogas químicas, nos próprios relatos dos viciados isso fica bastante
claro. Se a pornografia é uma droga prejudicial, certamente temos um
problema sério já que ela é acessível e na maior parte das vezes
gratuita, uma tentação como nenhuma outra.
3
COMO ACONTECE?
A maquinaria fisiológica humana é feita para se reproduzir. Um espetáculo
de fenômenos acontece dentro de nós todos os dias para garantir que
estejamos quase sempre prontos para gerar filhos. Certamente se não
fossemos civilizados, nós faríamos muito mais sexo e teríamos filhos muito
mais cedo. A sociedade que nos provê, abarrotada de culturas diversas,
inseriu em nossos hábitos uma série de protocolos para os mais diversos
comportamentos, dos mais simples aos mais complexos. A dança do
acasalamento em grande parte das espécies pode durar um breve intervalo
de tempo, mas nosso caso, seres humanos, essa dança pode se estender por
anos! Os primeiros “protocolos” criados pela humanidade tiveram sua
origem em antigas culturas quase sempre atreladas a concepções divinas e
espirituais. Atualmente, a maior parte dos protocolos de comportamento
que seguimos é fruto de orientações de segurança, uma estratégia para que
fiquemos menos vulneráveis a doenças e possamos desfrutar de uma vida
menos estressante. Formar na faculdade ou comprar uma casa antes de se
casar, constituir família até os 35 anos, estas e muitas outras “regras” (que
comumente são quebradas) são características que trilham o
comportamento do nosso grupo atualmente. A questão é que nosso corpo
não evoluiu num mundo repleto de cautela e medidas de segurança, e
muitos dos nossos “protocolos” batem de frente com nossas funções
biológicas naturais. A melhor idade para uma mulher engravidar, por
exemplo, não é depois dos 30 (quando se espera já estar trabalhando e
casada), mas bem antes disso, e nem todos nós somos pré-dispostos a
desenvolver relações monogâmicas, por exemplo. Ou seja, para
conseguirmos nos enquadrar em nossa sociedade, digo, sermos parceiros
fiéis, termos vidas estáveis, e até driblarmos vícios como o da pornografia,
não há outro caminho se não resistir às tentações.
Numa abordagem mais grave, quando nosso corpo primitivo (isto é, um
corpo que se desenvolveu num mundo muito menos sofisticado do que o de
hoje) se defronta com algumas novidades modernas, as consequências
podem ser totalmente imprevisíveis. Nosso cérebro não se desenvolveu para
lidar com uma sequencia intensa de estímulos como a que a pornografia
fornece, e a nossa vulnerabilidade a este vício pode ser um exemplo deste
efeito. Outro exemplo é a recente exposição de crianças a tantas ferramentas
digitais na atualidade, o que levanta sérias discussões entre pais e
especialistas sobre os benefícios e malefícios desta nova era tecnológica.
3
COMO ACONTECE?
O padrão do usuário de pornografia online geralmente se dá por navegações
privadas e uma quantidade crescente de abas abertas no navegador.
Diferente das revistas e programas de TV, na internet, assim que o nível de
estímulo do indivíduo cai, basta que ele clique num vídeo seguinte para ter
outro pico de estimulação. Nessa tentativa de manter altos níveis de
dopamina (o neurotransmissor relacionado aos estímulos sexuais), o
indivíduo varre a internet acumulando abas e páginas abertas. O vício na
pornografia se dá pela atuação de substâncias químicas do cérebro,
basicamente a dopamina e uma proteína chamada delta-FosB. Estes dois
neuroquímicos estão comumente atrelados a outros vícios, o que mostra, de
certa forma, que não é irracional tratar a pornografia de forma similar à
maneira que tratamos o vício em drogas. O processo acontece da seguinte
forma: os estímulos gerados pela pornografia são causados pela atuação da
dopamina, e a dopamina, por sua vez, cria um depósito de delta-FosB que se
acumula no cérebro e permanece ativo por um algum tempo. O delta-FosB
atua no cérebro gerando uma sensação de vontade ou necessidade de
repetir a atividade que induziu a liberação da dopamina. Se você não
compreende bem esta linguagem, entenda que consumir conteúdos de alta
estimulação como a pornografia instala no cérebro, além do prazer
momentâneo, a sensação de “quero mais”. Essa vontade se reduz
progressivamente com a diminuição dos depósitos de delta-FosB, mas o que
ocorre frequentemente, é que o usuário, dentro deste meio tempo entre a
muita vontade e nenhuma vontade, volta a fazer uso da pornografia. Logo, a
vontade fica cada vez mais intensa pois se aumenta os depósitos de deltaFosB, e desta forma o vício se estabelece. Portanto, quanto mais o usuário
faz uso da pornografia, mais vontade ele terá de repetir a dose, mais difícil
será resistir e mais tempo demorará para a vontade passar. Se você entrou
neste ciclo e deseja sair, você precisará se privar dos estímulos por algum
tempo, por mais que a vontade seja muito intensa. Um segundo agravante,
que também se assemelha ao vício das drogas, é que a cada nova exposição
à pornografia, os sinais de dopamina são reduzidos e o usuário acaba
aumentando sua dose de conteúdo para compensar a diminuição da
sensibilidade. A função biológica primária destes agentes químicos é
estimular a busca por alimentos, água e oportunidades de acasalamento,
porém, com a frequente exposição à pornografia, seu funcionamento pode
acabar causando prejuízos.
3
COMO ACONTECE?
Esquema didático do processo:
pornografia
dopamina
dopamina
deltaFosB
deltaFosB
deltaFosB
vontade
vontade
4
E QUANDO ACONTECE CEDO?
No que toca os jovens dos dias de hoje, principalmente os que estão na
puberdade e adolescência, uma preocupação a mais está sendo levada em conta
nas discussões acadêmicas, mesmo ainda não existindo uma conclusão exata
sobre o assunto. Deste o nascimento até por volta dos vinte anos de idade (entre
vinte e vinte e cinco anos) o cérebro passa por um processo de “poda” onde
conexões neurais não utilizadas são enfraquecidas e perdidas enquanto as mais
utilizadas são fortalecidas, ao mesmo tempo em que uma rica formação de novas
conexões também acontece. Durante este período o cérebro se encontra muito
flexível, apto a aprender coisas novas com facilidade e também a desenvolver
hábitos e estabelecer comportamentos. O cérebro adolescente também é mais
sensível à dopamina, além de produzir mais da mesma, o que explica a grande
excitação dos jovens por estímulos e novidades. O lobo frontal (camada externa
do cérebro logo atrás da testa) está relacionado a precaução e a tomada de
decisão (raciocínio pré-ação). Nos adolescentes esta área ainda precisa ser mais
desenvolvida, o que, de certa forma, explica seus comportamentos impulsivos.
Durante um período de instabilidade e grandes mudanças cerebrais, muitos
pesquisadores tem se preocupado com a exposição destes jovens à pornografia.
Presos à tela do computador, os garotos estão deixando de aprender
naturalmente a procurar e interagir com mulheres para se divertirem na internet
com cenas de sexo intensas. Alguns pesquisadores defendem a ideia de que as
experiências do indivíduo na “pós-puberdade” podem exercer grande influência
no seu comportamento sexual futuro, como uma espécie de janela crítica para o
desenvolvimento sexual. O adolescente que faz uso frequente de pornografia, ao
invés de conectar sua excitação à pessoas reais, acaba conectando seus impulsos
à histórias e imagens irreais criadas pela indústria adulta.
Este tipo de condicionamento pode induzir o jovem a se excitar apenas com
imagens e não com experiências reais, debilitando sua performance social a
ponto dele, até mesmo, não conseguir se excitar numa experiência íntima real.
Vários grupos de jovens mencionam a possível relação entre o uso de
pornografia e a disfunção erétil, e muitos se dão conta disso após ficarem um ou
dois meses sem fazer uso de conteúdo adulto e observarem suas funções sexuais
se reestabelecerem. Como a sensibilidade é debilitada a cada vez que se faz uso
do conteúdo, o usuário acaba por consumir mais e mais conteúdos, além de
buscar por cenas cada vez mais intensas. Nessa crescente onda de estímulos, a
sensibilidade se torna cada vez menos expressiva e num dado momento pode
chegar a ser impossível atingir o orgasmo.
5
E AGORA?
O objetivo deste artigo é demonstrar que a pornografia não é algo inofensivo e
quando incorporada como um hábito pode causar problemas sérios à longo
prazo. Inicialmente, a mídia adulta, assim como a mídia publicitária, tem pleno
potencial para afetar a auto estima do usuário, uma vez que ela cria padrões que
distorcem o julgamento próprio do indivíduo. As mulheres comparam seus
corpos naturais com os corpos esculturais das atrizes pornô, assim como os
homens se comparam com os atributos físicos dos atores. Ainda mais longe, a
pornografia, quando incorporada à percepção do indivíduo, distorce suas
concepções sobre si e seus parceiros ou parceiras. As mulheres creem que para
serem dignas de amor, primeiramente precisam ser dignas de desejo sexual, os
homens não se importam em dar atenção ou demonstrar generosidade, o que
importa é apenas o tamanho do pênis e uma ereção espetacular. Tornando as
pessoas simples objetos sexuais, define-se cada indivíduo unicamente por sua
aparência física, desconsiderando todas as demais características que definem
um ser humano como seu caráter e sua personalidade.
Diferente da sua proposta de aperfeiçoamento e aprendizado sexual, a
pornografia drena a sensibilidade e pode destruir o romantismo de um casal. Em
situações mais graves, o cônjuge pode, inclusive, perder o interesse pela parceira
ou parceiro. Diferente do que muitos pensam, a pornografia pode piorar o
desempenho sexual, uma vez que condiciona o cérebro a se excitar apenas com
imagens, o que segundo muitos casos relatados, pode levar até mesmo à
disfunção erétil.
Como o consumo problemático da pornografia se agrava aos poucos, no início do
processo o viciado acaba por gerar certa estranheza social devido ao seu
isolamento. Com o tempo o comportamento se agrava motivando brigas e
discussões com as pessoas que convive.
A pornografia também traz muita violência e abusos para as relações. Na busca
desenfreada por conteúdos cada vez mais intensos, o viciado pode acabar por
incorporar atos deploráveis e repreensíveis como coisas normais. Esta
mentalidade repetida no dia a dia pode acabar estimulando atos violentos e
crimes.
5
E AGORA?
Uma grande diferença do jovem do passado para o jovem moderno é que o
moderno, mesmo com toda sua parafernália tecnológica, acaba por ser menos
criativo porque tende a usar cada vez menos a sua imaginação. Enquanto no
passado uma criança na puberdade fantasiava suas primeiras experiências com
crianças próximas, hoje em dia, aos invés de imaginar, ele tem acesso aos mais
diversos tipos de conteúdos. A farta gama de temas disponíveis na internet inibe
a criatividade do indivíduo que perde progressivamente a capacidade de criar
suas próprias fantasias sexuais para se tornar refém dos roteiros absurdos da
indústria pornográfica.
Outro agravante que toca os jovens são as histórias de meninas que aceitaram
ser filmadas em momentos íntimos com seu parceiro e o material acabou sendo
liberado na internet. Vários sites permitem upload de vídeos de qualquer usuário
e não é preciso varrer muito a internet para encontrar produções pornográficas
caseiras. A exposição costuma ser mais problemática para as meninas que
acabam sujeitas a inúmeros julgamentos e ofensas vindos tanto da família e
amigos quanto da própria internet. Casos desta natureza estão crescendo e
exigindo atualizações nas leis de todo o mundo. O suicídio da jovem Amanda
Todd em 2012 reacendeu os debates sobre a exposição gerada pela internet e
suas consequências.
6
ONDE CHEGAMOS, ENTÃO?
Fechando os dados disponíveis, ainda não se pode dizer que a pornografia gera
estragos irrecuperáveis. De uma maneira geral, a interrupção do consumo
deste tipo de conteúdo parece “restaurar” as reações naturais do indivíduo. No
que toca os adolescentes que se expõe a pornografia, o que se pode dizer no
momento é que o tempo de “recuperação” deles pode ser mais longo do que o
tempo dos que não fizeram uso desse tipo de material na juventude, mas ainda
assim o processo é reversível. O uso frequente da pornografia, portanto, que
parece despertar os grandes problemas relacionados a este tipo de conteúdo.
No que toca utilidade, a pornografia não parece gerar benefício significativo
algum, nem de caráter pessoal muito menos social aos seus consumidores, e
seu uso pode desencadear um comportamento vicioso facilmente.
O cérebro reage aos estímulos que recebe, assim como todo o corpo responde
aos alimentos que consumimos. O que podemos afirmar, com propriedade, é
que a pornografia está longe de ser um conteúdo saudável.
Usar ou não usar? Isso é com você.
7
FINALIZAÇÃO
A palestra de Ran Gravieli (Ted Talks), o site Your Brain Porn e muitas
outras fontes me serviram de suporte para redigir este e-book.
Os conteúdos científicos citados não são conclusivos e carecem de
mais análises e fontes.
O uso , cópia e distribuição desta obra é livre, autorizado pelo autor.
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