UNIP-UNIVERSIDADE PAULISTA DEMÊNCIA E DISTÚRBIOS AMNÉSTICOS SANDRA, FABIOLA, CINTIA, ELAINE, ANA CAROLINA E ALEXANDRE BRASILIA-DF 2011 1 SANDRA, FABIOLA, CINTIA, ELAINE, ANA CAROLINA E ALEXANDRE DEMÊNCIA E DISTÚRBIOS AMNÉSTICOS COORDENADORA: MONICA BRASILIA-DF 2011 2 SUMÁRIO 1.CAPA 2.FOLHA DE ROSTO 3.SUMÁRIO 4.INTRODUÇÃO 5.DEMÊNCIA 6.EPIDEMIOLOGIA DAS DEMÊNCIAS 7.DESAFIOS DA DEMÊNCIAS 8.DEMÊNCIA NA DOENÇA DE ALZHEIMER 8.1.ETIOLOGIA 9.EXAMES COMPLEMENTARES 9.1.CARACTERIZAÇÃO 10.TRATAMENTO 10.1.DEMÊNCIA VASCULAR 11.EPIDEMIOLOGIA 11.1.CARACTERIZAÇÃO 12.ASPECTOS PREVENTIVOS 12.1.TRATAMENTO 13.PROCESSO DE ENFERMAGEM 13.1.AVALIAÇÃO INICIAL 13.2. DESCRIÇÃO GERAL DO COMPORTAMENTO 14.DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM 14.1.RESULTADOS ESPERADOS 14.2.INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM 14.3.AVALIAÇÃO FINAL 14.4.CONSIDERAÇÕES FINAIS 15.DISTÚRBIOS AMNÉSTICOS 16.FATORES PREDISPONENTES 16.1.DISTÚRBIOS AMNÉSTICOS DEVIDOS A UMA CONDIÇÃO MÉDICA GERAL 16.2.DISTÚRBIOS AMNÉSTICOS PERSISTENTES INDUZIDOS POR DROGAS 17.APLICAÇÕES DO PROCESSO DE ENFERMAGEM 17.1.HISTÓRICO 17.2.A HIST´RIA DO CLIENTE 18.AVALIAÇÃO FÍSICA 19.AVALIAÇÕES LABORATORIAS DIAGNÓSTICAS 19.1.DIADNÓSTICOS/IDEN TIFICAÇÃO DOS OBJETOS 19.2.PLANEJAMENTO/IMPL EMENTAÇÃO 19.3.ORIENTAÇÃO AO CLIENTE/FAMILIARES 19.4.EVOLUÇÃO 20.CONCLUSÃO 21.REFERÉNCIAS BIBLIOGRAFICAS 3 INTRODUÇÃO Este trabalho vai falar sobre as doenças degenerativa em especial a demências e os distúrbios amnésticos , é com a melhoras no saneamento básico e na saúde pública resultam no aumento desse dois fatores. Demência é uma síndrome caracterizada pela perda progressiva dacognição englobada memória, atenção, pensamento, cálculo, linguagem, inteligência geral, aprendizagem, discernimento e habilidades sociais, sem alteração da consciência.Com a evolução há um declínio cognitivo global e a morte sobrevém entre 5 e 12 anos e 15% evoluem eventualmente para a morte em geral, em consequência da associação com morbidades. Os distúrbios amnésticos se caracterizam por uma incapacidade deaprender informações novas( déficit da memória imediata), apesar de uma atenção normal, e uma incapacidade de evocar informações aprendidas anteriormente( déficit da memória remota). O início dos sintomas pode ser agudo ou insidioso, dependendo do processo patológico que está causando o distúrbio amnéstico. A duração e a evolução da doença podem variar muito e também se correlacionam á extensão e gravidade da causa. 4 Demência Os avanços do conhecimento, as mudanças socioeconômicas, as melhoras no saneamento básico e na saúde pública resultam no aumento da expectativa devida da população. Junto a esse progresso há o crescimento das doenças degenerativas e, em especial, das demências. Este paradoxo traz consigo um dos maiores desafios para próxima décadas : quem e como se cuidará do bemestar dos idosos, perante o aumento da expectativa de vida estimada para 2025, quando os idoso constituirão 20% da população mundial? No Brasil, a populaçãode idoso dobrou de 7 milhões , em 1980, para 14,5% atualmente, sendo o Brasil um dos representantes dos países que apresentam os maiores percentuais de envelhecimento populacional. O relatório mundial da Organização Mundial da Saúde (OMS) apresenta a estimativa dos anos vividos com incapacitação (AVI) em tornode 2%. A demência é uma das principais causasde morbidade entre os idosos e a mudança desse canário ficara na dependência direta dos avanços do conhecimento com novas descobertas, inclusive na área preventiva dos fatores de risco. A estigmatizaçãoexistente na sociedade em relação ao idoso, associada á existente em relação á pessoa com transtorno mental- no caso da demência-, faz com que o idoso com este transtorno sofra o “peso” daquela em dobro . As pessoas comumente chamam o idoso de “vovô” ou referem-se a ele como “o velho”, “demente” ,com entonação de zombaria. Torna-se necessário compreender o que é envelhecimento normal, ou senescência, e o significado de envelhecimento patológico, ou senilidade, que guardam relação direta com progresso de estudos nessa área abrangendo todos os níveis de assistência. Senescência é o envelhecimento normal, caracterizado pelo declínio gradual de todos os sistemas orgânicos. A maioria das pessoas neste processo conserva a capacidade física e cognitiva em grau que permite uma convivência 5 saudável com as limitações que ocorrem no processo de envelhecer. Nesta etapa do curso da vida, podem ainda experimentar bem-estar e qualidade de vida. Senilidade é o envelhecimento anormal ou patológico em que ocorrem agravos à saúde nesta etapa da vida, com perda da capacidade funcional. Os sinais de degeneraçãosão mais acentuados e graves, que leva a pessoa a experimentar dependência e incapacidade para levar uma vida saudável e ativa. Entre os transtornos mais comuns da senilidade, encontram-se as demências em seus diversos tipos. Elas são causadas por um grupo de diferentes patologias, mas caracterizam-se por ter como denominador comum o declínio progressivo das funções cognitivas. Os diversos tipos de demência são agrupados pelo CID-10 dentro de Transtornos Mentais Orgânicos ( vide Quadro 29.1), incluindo os sintomáticos, classificados em F00-F04, destacando-se neste capítulo os transtornos demenciais. Quadro 29.1 Transtornos mentais orgânicos, incluindo os sintomáticos- CID-10. F00 -Demência na doença de Alzheimer. F01 - Demênciavascular. F02 - Demência em outras doenças classificados em outros locais. F03 - Demência não especificada. F04 – Síndrome amnéstica orgânica, não induzida por álcool ou por outras substâncias psicoativas. Demência é uma síndrome caracterizada pela perda progressiva dacognição englobada memória, atenção, pensamento, cálculo, linguagem, inteligência geral, aprendizagem, discernimento e habilidades sociais, sem alteração da consciência. O declínio que ocorre na capacidade intelectual propicia prejuízo gradual na competência socioeconômica da pessoa, ou seja , é suficiente para prejudicar a capacidade executiva e funcional da pessoa. 6 O declínio das funções cognitivas pode ocorrer em diferentes graus – leve moderado e grave. No grau leve, ou inicial, a perda de memória é suficiente para interferir nas atividades cotidianas e na aquisição de novas habilidades. No moderado, ou intermediário, há um sério prejuízo á vida independente. No grave, ou final, além das alterações anteriores, há evolução para a completa incapacidade para reter novas informaçõese habilidades para execução das atividades inerentes ao cuidado de si mesmo. Como consequência desta evolução há gradativa perda da autonomia, o que exige cuidados de terceiros – cuidadores, familiares ou não, e profissionais. Epidemiologia das demências A demência na doença de Alzheimer (DA) é tipo mais comum de demência, sendo responsável por cerca de 60% delas, com tendência de predomínio no gênero feminino. A DA é constituída por pré-senis (10%), antes de 65 anos, e senis (90%), a partir de 65 anos. Em segundo lugar, está a demência vascular (DV), que está relacionada às doenças cerebrovasculares. Em estudo feito por autores brasileiros , a prevalência das demências apresenta uma média mundial de 6,0%, com amplitude de 2,2% na África a 9,0% na Europa.Nos outros continentes, a média é de 7,1% na América do Sul, 6,2% na América do Norte e de 6,2% na Ásia. A taxa de prevalênciano Brasil entre as pessoas com mais de 65 anos é de 7,1%,situando-se faixa intermediária internacional. Ressalta-se que as taxas médias de prevalência da demênciaaumentam com a idade, em todas as regiões do mundo, mas não com a mesma intensidade nas idades mais avançadas, o que reforça a ideia da demência estar mais relacionada à idade do que ao envelhecimento em si. A porcentagemda demência é, em média, de 0,7% antes de 65 anos, entre 2 e 25% acima de 65 anos e , em média, de 38,6% acima de 85 anos. Com a evolução há um declínio cognitivo global e a morte sobrevém entre 5 e 12 anos e 15% evoluem eventualmente para a morte em geral, em consequência da associação com morbidades. 7 Desafios da demências Os dados apresentados corroboram o aumento da preocupação existente entre os estudiosos com esta população em face da projeção de que os idosos serão 20% da população geral, de que a idade é um dos principais fatores de risco para demências e de que há crescimento exponencial de síndromes demenciais. Entre os principais fatores de risco para as demências têm-se: Idade avançada; Gênero feminino; Doenças degenerativas; Fatores genéticos; Trauma encefálico; Exposição a pesticida; Hipertensão; Hipercolesterolemia; Diabetes mellitus; Doença de Parkinson; Baixo nível intelectual na infância; Síndrome de Down. Estes fatores constituem um desafio para a saúde pública em relação a esse grupo etário, uma vez que essas síndromes são altamente incapacitantes e tornam a pessoa dependente. Essa dependência exige tanto o cuidado com as atividades de vida diária do idoso como os da área socioeconômica, tendo em vista o ônus do tratamento médico, domiciliar ou institucional. Não se pode esquecer também o custo pela perda de produtividade de um familiar que deixa de trabalhar para assumir o papel de cuidador, sem remuneração agravando ainda mais a sobrecarga financeira da família,agregada ao seu desgaste físico, emocional e social. Isso sem considerar o ônus para a sociedade que tem de enfrentar o desafio de criar políticas públicas que realmente atendam ás necessidades desse segmento da população que envolve também a 8 economia do país, embora não haja dados a respeito do seu valor real. Nos Estados Unidos, os gastos anuais com estas pessoas chegam a 20 bilhões de dólares; são investidos em pesquisas mais de 50 bilhões de dólares. A abordagem psicossocial da sexualidade é outro desafio a ser enfrentado pela família e pela equipe de profissionais e cuidadores da pessoa com demência quando ela tem inadequação nas manifestações da sexualidade: hipersexualidade demonstrada por impropriedades na abordagem deste assunto; leituras de publicações sobre sexo; toque em outras pessoas (genitais, mamas e glúteos); masturbação em público; exposição da própria genitália; tentativas de se desnudar e seduzir sexualmente outras pessoas. Demência na doença de Alzheimer A demência na doença de Alzheimer (F00) é uma doença neurodegenerativa que compromete o córtex cerebral, sem distúrbio da consciência, caracterizada por declíniocognitivo global progressivo, de início insidioso, mais comumente após os 65 anos, com piora progressiva interferindo no desempenho das atividades de vida diária. Etiologia A etiologia da DA para algumas estudiosos permanece desconhecida. Estudos genéticos têm apontado para a presença do gene que codifica a apolipoproteína E (ApoE) como fator de sustecentibilidade para o desenvolvimento da DA, contribuindo para o sei diagnóstico, apesar de os autores considerarem que esses estudos estão em desenvolvimento. Exames Complementares Além da históriada doença e do exame físico, faz-se também a avaliação do prejuízo cognitivo por meio do Miniexame do Estado mental (MMSE), nesre caso, por exemplo, o de Folstein e outros testes. A observação apurada do comportamento do cliente feita pelo enfermeiro é fundamental para contribuir não só para este exame como para todo o processo de atendimento da pessoa idosa com 9 demência- desde a primeira vez que ela procura serviço de saúde até sua reintegração na sociedade. A avaliação das estruturascerebrais por meio de exames de imagem, como tomografia computadorizadae ressonância magnética, auxiliam no diagnostico. Caracterização O inicio da DA é insidioso, progressivo e de instalação lenta, interferindo no desempenho das atividades de vida diáriae provocando alterações no ciclo sonovigília, sem ausência de distúrbios da consciência. Trata-se um processo degenerativo, progressivo, que leva à Atrofia cortical cerebral, ao alargamento dos sulcos, à diminuição do volume do hipocampo, a fissuras e à dilatação ventricular. Quando se inicia em idade pré-senil, instala-se abruptamente, tem evolução rápida e grave. Em geral, há histórico familiar do acometimento desse transtorno em gerações sucessivas. Preponderante na DA, Além do comprometimento da memória, é a presença de sintomas como afasia, agrafia, acalculia e apraxia que indicam comprometimento temporoparientale frontal. A pessoa com DA apresenta distúrbios da memória para fatos recentes , evoluindo para os remotos, e dificuldade de concentração da atenção. Apresenta empobrecimento de vocabulário e dificuldade de encontra palavras adequadas para nomear objetos e pessoas. Com o evoluir da demência, apresenta desorientação temporoespacial, afasia, apatia e agnosia. Posteriormente, manifesta um declínio cognitivo múltiplo, lentidão do curso so pensamento, tendência à rigidez de pensamento e afetiva, labilidade afetiva, puerilidade e dificuldade para cálculo, para adquirir novos hábitos, egocentrismo, fadiga e repetição de palavras ou de assunto. Surgem também alterações neurológico-funcionais, como ataxia da marcha, paresia e hipertonia muscular, que podem ser extremamente limitantes. Em qualquer fase da DA, podem surgir transtornsonão-cognitivos, como agitação e agressividade, depressão e ansiedade, alterações do humor e outros fenômenos. Há sintomas que evidenciam a possibilidade dea pessoa com DA apresentar delirium, e decorrência da vulnerabilidade ao delirium ou evolução deste par a DA. 10 Tratamento Como a disponibilidade de acetilcolina encontra-se reduzido, o tratamento farmacológico da DA está fundamentado na utilização deinibidores da acetilcolinesterase. Entre os principais inibidores desta mais citados na literatura para tratamento da DA, têm-se: tacrina(usorestrito por sua hepatotoxicidade), donepezil, galantamina e rivastigmina. Existem ainda os antagonistas glutamatérgicos (memantina), os sintomáticos e outros. Todas essas drogas são utilizadas de acordo com as manifetsções ou fases da deonça, a critério médico. Consideram-se comportamental, também as psicossocial, terapias de complementares enfermagem, como musicoterapia, cognitivoarteterapia, atividades físicas, entre outros. Demência vascular A demência vascular (F01), denomianada anteriormente de demência arteriosclerótica, tem início súbito, é considerada a segunda causa dentre os quadros demenciais e resulta de patologia vascular que leva à perda da capacidade funcional do córtex. A localização e a extensão das lesões são fatores relevantes, pois podem comprometer lobos temporais, gânglios da base e outras estruturas do sistema límbico que, de modo geral, estão associadas aos quadros demenciais . Epidemiologia Acomete principalmente homens e a estimativa é que a demência vascular(DV) atinja de 15 a 20% da população geral, sendo que 2% dessas pessoas têm entre 65 e 70 anos e 20 a 40% têm mais de 80 anos. Apesar de não se conhecer exatamente o mecanismo fisiopatológico dos quadros demenciais, há consenso entre os cientistas de que as doenças 11 cerebrovasculares podem ser as grandes responsáveis pelas demências. Os trombos, ,a forma de êmbolos, que se formam nos vasos de calibre médio e grande desprendem-se, provocando infartos cerebrais. Por outro lado, a doença vascular hipertensiva que provoca lesão na parede de pequenos vasos causa isquemia, inúmeros pequenos infartos e degeneração difusa na substância subcortical. Outras patologias também podem provocar os infartos cerebrais, como vasculites, arritmias cardíacas e diabetes mellitus. A DV apresenta-se em um continuum desde a patologia subcortical descrita como demência multiinfarto até a que ocorre após um único acidente vascular cerebral(AVC), a demência pós-AVC. Caracterização As manifestações clinicas da DV dependem da causa bem como da localização das inúmeras lesões que atingem as áreas corticais, subcorticais e as vias associativas. De modo geral, as alterações de grande vasos provocam múltiplos infartos corticais ; as de pequenos vasos (predominância subcortical), decorrente de doença vascular hipertensiva, comumente causam isquemia subcortical e infartos lacunares . A isquemia hipoperfusiva geralmente provoca encefalopatia anóxicoisquemica difusa e a hemorragia causa hemorragia cerebral ou subaracnóide, além de trombose venosa. De modo geral, a DV tem inicio abrupto e a cada crise de insuficiência vascular cerebral as funções cognitivas pioram. Os clientes podem ser hipertensos, queixar-se de tonturas, desmaios e apresentar episódios de delirium que pioram à noite. O que particulariza a pessoa com DV é que a maioria delas preserva sua personalidade pré-mórbida e sua capacidade de julgamento (insight). Isto é, ela tem consciência do estado de saúdee de suas perdas cognitivas. Como as manifestações clínicasdependem da localização e da extensão das lesões , há uma ampla gama de apresentações neuropsicológicas. Em geral, a pessoa com DV manifesta alterações dos domínios cognitivos – atenção, memória, linguagem, gnosia, praxia e função executiva, alterações depressivas e grande 12 número de sintomas neurológicos , como apraxia de marcha, distúrbio da deglutição e da fonação, distúrbio do controle motor e oculomotor e incontinência esfincteriana. Diversos estudos mostram que a localização e a extensão das lesões são também muito importantes, como as lesões envolvendo os lobos temporais, os gânglios de base e outras estruturas do sistema límbico que estão fortemente associados a quadros demenciais. Aspectos preventivos O conhecimento dos fatores de risco é uma dos aspectos para prevenção da DV. Entre os mais comum, têm-se hipertensão arterial, diabetes mellitus, hipercolesterolemia, doenças cardiovasculares, trombose, tabagismo, uso abusivo de álcool e fatores genéticos. Se observados como controle de pressão arterial, medicação vasoativa e dieta específica. Tratamento O tratamento é centrado na prevenção e na interrupção do processo degenerativo e também na busca da remissão das alterações cognitiva e comportamental. A utilização de estratégias colinérgica, glutamatérgica ,monoaminérgica, entre outras, permite a melhora a da cognição e contribui para a neuroproteção. Há diversas opções terapêuticas, da prevenção à estabilização ou remissão parcial do comprometimento funcional. Contribuem para esta melhora as terapias complementares, como terapia cognitivo-comportamental, terapia de enfermagem, musicoterapia, arteterapia, atividades físicas, entre outros. Processo de enfermagem No desenvolvimento do processo de enfermagem ao cliente com demência, devem ser considerados os diagnósticos de enfermagem, os resultados esperados e as intervenções descritas de acordo com o grau e o tipo de demência apresentado e com as manifestações de comportamento da pessoa sob cuidado do enfermeiro. Avaliação inicial 13 Apresenta-se uma visão geral do comportamento do cliente como comportamentodecorrente de demência. Para a coleta inicial dos dados de um determinado cliente o enfermeiro vale-se de um roteiro de observação do comportamento. Descrição geral do comportamento A expressão facial pode denotar indiferença ou irritação. Outras vezes, a pessoa parece pensativa, com sobrecenho franzido. Não cuida da higiene, da alimentação, da aparência; às vezes, urina nas vestes, talvez por incontinência urinária. A pessoa com demência, em geral, caminha com dificuldade, necessitando de auxílio. A manifestação que desperta mais atenção é o esquecimento de compromissos, acontecimentos, informações, nomes dos familiares e pessoas do círculo de amizade. Não se lembra onde colocou seus pertences ou outros objetos nem do nome dos mesmos e se já se alimentou. Não consegue reter informações e conhecimentos novos. Repete o mesmo assunto várias vezes com as mesmas palavras. Podesair caminhando e não voltar porque não se lembra de seu nome, de seu endereço nem dos familiares, Seu vocabulário fica reduzido. Recusa ajuda, torna-se mais rígido e não aceita negativas a seus pedidos. Queixa-se de que ninguém lhe dá atenção. Ora apresenta-se alegra, ora triste, irritado ou indiferente. Pode torna-se agressivo físico e verbalmente. Demonstra não experimenta afeto, como anteriormente, pelos seus familiares. Levanta-se à noite, anda pela casa ruidosamente, como se fosse dia, inclusive querendo executar atividades diurnas. Diagnóstico de enfermagem Os diagnósticos de enfermagem mais comuns em clientes com demência foram elaborados segundo a North American NursingDiagnosisAssociation (NANDA). Resultados esperados Os resultados esperados mais específicos ou os objetivos do cuidado de clientes com demência são apresentados a seguir, fundamentados na classificação 14 dos resultados de enfermagem (NOC).Os resultados esperados obedecem a uma gradação de acordo com a etapa do transtorno vivenciado pela pessoa. Intervenções de enfermagem A descrição das ações de enfermagem está fundamentada no (NIC), em vários clássicos da enfermagem em saúde mental e psiquiátrica. Avaliação Final Nesta etapa do processo, o enfermeiro avalia as mudanças detectadas e faz a evolução final do comportamento do cliente, utilizando como parâmetros os resultados esperados. Considerações finais O cuidado às pessoas com demência requer tempo, paciência e exige uma avaliação constante da atitude de todos aqueles envolvidos no cuidado. O enfermeiro tem de fazer a análise de seus sentimentos e orientar cuidadores e familiares a fazê-lo, com a disposição de desenvolver as características necessárias. Isso promove o crescimento de todos. O enfermeiro tem um papeldecisivo na recuperação do cliente. A meta ao cuidar de cliente com demência é mantê-lo orientado temporalmente e em relação a si mesmo, aos outros e aos acontecimentos o maior período de tempo possível, utilizando adequadamente todas as estratégias possíveis, para que ele possa viver com mais conforto, protegendo-o para evitar problemas em relação aos aspectos éticos-legais. Os esforçostêm de ser voltados para a interdependência saudável, a independência e a autônoma possíveis para assegurar-lhe o máximo de qualidade de vida. Distúrbios amnésticos 15 Os distúrbios amnésticos se caracterizam por uma incapacidade deaprender informações novas( déficit da memória imediata), apesar de uma atenção normal, e uma incapacidade de evocar informações aprendidas anteriormente( déficit da memória remota). Os eventos do passado muito remoto são frequentementerecordados com mais facilidade que os que ocorreram recentemente. A síndrome difere da demência por não haver nenhum distúrbio do raciocínio abstrato ou do juízo crítico, nenhum outro distúrbio da função cortical superior e nenhuma alteração de personalidade. Uma amnésia profunda pode ocasionar desorientação quanto ao tempo e ao espaço, mas raramente quanto á própria pessoa (APA, 1994). O indivíduo pode recorrer á confabulação. Alguns indivíduos continuam negar que têm um problema apesar de evidências em contrário. Outras podem reconhecer a existência de um problema, mas não parecem preocupados. São comuns apatia, falta de iniciativa e embotamento emociona. A pessoa pode parecer amistosa e agradável, mas atonalidade emocional é superficial. O início dos sintomas pode ser agudo ou insidioso, dependendo do processo patológico que está causando o distúrbio amnéstico. A duração e a evolução da doença podem variar muito e também se correlacionam á extensão e gravidade da causa. Fatores predisponentes Os distúrbios amnésticos têm uma quadro sintomático inicial comum de distúrbio da memória, mas são diferenciados na DSM- IV ( APA,1994) de acordo com a etiologia: 1. Distúrbios amnésticos devidos a uma condição médica 2. Distúrbios amnésticos persistentes induzidos por drogas. geral. Distúrbios amnésticos devidos a uma condição médica geral 16 Nesse tipo de distúrbio amnéstico deve haver evidências da história, exame físico ou achados laboratoriais mostrando que o distúrbio de memória é consequência fisiológica direta de uma condição médica geral(APA,1994). O diagnóstico é especificado adicionalmente indicando-se se os sintomas são transitórios (presentes no máximo há 1 mês) ou crônicos( presentes há mais de 1 mês). As condições médicas gerais que podem se associar e distúrbios amnésticos incluem traumatismos cranioencefálicos, doenças vasculares cerebrais, doenças neoplásicas cerebrais, anóxia cerebral, encefalite por herpes simples, diabetes depende de insulina mal controlado e intervenções cirúrgicas no cérebro. As síndromes amnésticas transitórias podem ocorrer por crises epilépticas, eletroconvulsoterapia, enxaqueca grave e intoxicações por dose excessiva de drogas. Distúrbios amnésticos persistentes induzidos por drogas Nesse distúrbio deve haver evidência da história, exame físico ou achados laboratoriais de que o distúrvio de memória está relacionado aos efeitos persistentes do uso de drogas(p.ex,uma droga de dependência, medicação ou exposição a uma toxina. O termo “persistente” é usado para indicar que os sintomas existem muito depois de terem se desvanecido os efeitos da intoxicação pela droga ou da abstinência à mesma. A DSM-IV identifica as seguintes drogas às quais podem se associar distúrbios amnésticos: 1. Álcool 2. Sedativos, hipnóticos e ansiolíticos 3. Medicações a. Anticonvulsivantes b. Metotrexateintratecal 4. Toxinas a. Chumbo b. Mercúrio c. Monóxido de carbono 17 O d. Inseticidas organofosforados e. Solventes industriais diagnóstico é feito de acordo com subtância etiológica específicaenvolvida. Se a substância que causou reconhecidamente a demência for o álcool, por exemplo, o diagnóstico é de Demência Persistente Induzida pelo Álcool. Aplicação do processo de enfermagem Histórico O histórico de enfermagem de cliente com estados confusionais, demências ou amnésias persistentes se baseia no conhecimento da sintomatologia associada aos diversos distúrbios descritos. Dados subjetivos e objetivos são colhidos por vários membros da equipe de cuidados de saúde. Os clínicos retam o uso de vários métodos para obterem informações para a avaliação. A história do cliente As enfermeiras desempenham um papel significativo na aquisição da história do cliente, incluindo as alterações mentais e físicas específicas ocorridas e a idade em que se iniciaram as alterações. Se o cliente for incapaz de relatar adequadamente as informações, deve-se obter os dados de membros da família ou outras pessoas que conheçam a história física e psicossocial do cliente .A partir da história do cliente as enfermeiras devem avaliar as seguintes áreas de interesse: tipo, frequência e gravidade das oscilações do humor, alterações de personalidade e comportamento e reações emocionais catastróficas; alterações cognitivas, tais como problemas com o limite de atenção, processo de pensamento, resolução de problemas e memória(recente e remota); dificuldade de linguagem; orientação quanto à pessoa, lugar, tempo e situação; e adequação do comportamento social. A enfermeira também deve obter informações a respeito do uso atual e passado de medicação, história de uso de outras drogas e de álcool e possível exposição a toxinas. Podem ser úteis informações relativas à história de sintomas 18 relacionados ou doenças específicas, como doença de Huntington, doença de Alzheimer, doença de Pick ou doença de Parkinson, em outros membros da família. Avaliação física A avaliação dos sistema físicos tanto pela enfermeira como pelo médico tem duas ênfases principais: sinais de danos ao sistema nervoso e evidências de doenças de outros órgãos que poderiam afetar a função mental. O acometimento de diversos órgãos e sistemas pode induzir confusão mental, distúrbios de memória e alterações de comportamento. Essas causas devem ser consideradas no diagnóstico dos distúrbios cognitivos. No exame neurológico o cliente é solicitado a executar manobras ou a responderperguntas que visam obter informações a respeito da condição de partes específicas do cérebro ou nervos periféricos. Os testes vão avaliar o estado mental e a lucidez de consciência, força muscular, reflexos, senso percepção, capacidades de linguagem e coordenação. Uma bateria de teste psicológicos pode ser pedida como parte do exame diagnóstico. Os resultados desses testes podem ser usados para o diagnóstico diferencial com demência e pseudodemência (depressão). A depressão é a doença mental mais comum nos idosos, mas é frequentemente diagnosticada incorretamente e tratadade modo inadequado. Os sintomas cognitivos da depressão podem imitar aqueles da demência e, devido á prevalência da demência nos idosos, os diagnosticadores muitas vezes se apressam a fazer este diagnóstico. As enfermeiras podem ajudar nesta avaliação, observando cuidadosamente e documentando essas diferenças ocasionalmente sutis. Avaliações laboratoriais diagnósticas A enfermeira também pode ser solicitada a ajudar o cliente a executar as prescrições médicas de avaliações laboratoriais diagnósticas especiais. Muitos desses testes são realizados rotineiramente junto com o exame físico e podem incluir a avaliação de amostras de sangue e urina para testar quando a diversas infecções, disfunção hepática renal, diabete ou hipoglicemia, distúrbios do equilíbrio eletrolítico, distúrbio metabólicos tóxicas, incluindo álcool e outras drogas. 19 Diagnóstico/Identificação dos objetivos Usando informações colhidas durante a avaliação, a enfermeira completa o banco de dados do cliente, partir do qual é determinada a seleção dos diagnósticos de enfermagem apropriados. Planejamento/Implementação São apresentados diagnósticos de enfermagem selecionados, juntamente com critérios dos objetivos, prescrições de enfermagem apropriada e justificativas para cada um deles. Orientação ao cliente/familiares O papel de orientador/instrutor do cliente é importante na área psiquiátrica, assim como em todas as áreas da enfermagem. Evolução Na etapa final do processo de enfermagem, é feita uma reavaliação para determinar-se se as prescrições de enfermagem foram eficazes para atingir os objetivos visados para o cuidado. A avaliação de clientes com distúrbios cognitivos se baseia numa série de objetivos a curto prazo e não em objetivos a longo prazo. A resolução dos problemas identificados não é realista no caso desses clientes. Os objetivos devem ser medidos, isso som, em termos da lentificação do processo e não de fazer cessar ou curar o problema. 20 CONCLUSÃO Aprendemos neste trabalho que é importantíssimoos cuidado de enfermagem ao paciente com demência ou com distúrbios , pois para conseguirmos um bom resultado , dependemos de uma boa equipe multidisciplinar ,com o intuito de reduzir o progressoda doença, dando assim uma melhor qualidade de vida ao paciente é uma maior sobre vida.É quanto mais cedo tivemos o diagnósticos, mais resultados teremos com o tratamento da doença. E vemos que um dos primeiros que se depara com adoença, é o próprio familiar, que observa as alterações no cotidiano do ente querido, analisando que as atividades que ele realizava com grande facilidade, agora se tornaram uma grande barreira, é com passar do tempo só vai aumentado. 21 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Livros: Enfermagem Psiquiátrica Autora: Magda Costa Estefanele Editora: Manole Enfermagem Psiquiátrica Conceitos de cuidados Terceira edição Autora: Mary C.Townsend Editora: Guanabara koogan 22