demência e distúrbios amnésticos

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UNIP-UNIVERSIDADE PAULISTA
DEMÊNCIA E DISTÚRBIOS
AMNÉSTICOS
SANDRA, FABIOLA, CINTIA, ELAINE, ANA CAROLINA E ALEXANDRE
BRASILIA-DF
2011
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SANDRA, FABIOLA, CINTIA, ELAINE, ANA CAROLINA E ALEXANDRE
DEMÊNCIA E DISTÚRBIOS
AMNÉSTICOS
COORDENADORA: MONICA
BRASILIA-DF
2011
2
SUMÁRIO
1.CAPA
2.FOLHA DE ROSTO
3.SUMÁRIO
4.INTRODUÇÃO
5.DEMÊNCIA
6.EPIDEMIOLOGIA DAS
DEMÊNCIAS
7.DESAFIOS DA
DEMÊNCIAS
8.DEMÊNCIA NA DOENÇA
DE ALZHEIMER
8.1.ETIOLOGIA
9.EXAMES
COMPLEMENTARES
9.1.CARACTERIZAÇÃO
10.TRATAMENTO
10.1.DEMÊNCIA
VASCULAR
11.EPIDEMIOLOGIA
11.1.CARACTERIZAÇÃO
12.ASPECTOS
PREVENTIVOS
12.1.TRATAMENTO
13.PROCESSO DE
ENFERMAGEM
13.1.AVALIAÇÃO INICIAL
13.2. DESCRIÇÃO GERAL
DO COMPORTAMENTO
14.DIAGNÓSTICO DE
ENFERMAGEM
14.1.RESULTADOS
ESPERADOS
14.2.INTERVENÇÕES DE
ENFERMAGEM
14.3.AVALIAÇÃO FINAL
14.4.CONSIDERAÇÕES
FINAIS
15.DISTÚRBIOS
AMNÉSTICOS
16.FATORES
PREDISPONENTES
16.1.DISTÚRBIOS
AMNÉSTICOS DEVIDOS A
UMA CONDIÇÃO MÉDICA
GERAL
16.2.DISTÚRBIOS
AMNÉSTICOS
PERSISTENTES
INDUZIDOS POR DROGAS
17.APLICAÇÕES DO
PROCESSO DE
ENFERMAGEM
17.1.HISTÓRICO
17.2.A HIST´RIA DO
CLIENTE
18.AVALIAÇÃO FÍSICA
19.AVALIAÇÕES
LABORATORIAS
DIAGNÓSTICAS
19.1.DIADNÓSTICOS/IDEN
TIFICAÇÃO DOS OBJETOS
19.2.PLANEJAMENTO/IMPL
EMENTAÇÃO
19.3.ORIENTAÇÃO AO
CLIENTE/FAMILIARES
19.4.EVOLUÇÃO
20.CONCLUSÃO
21.REFERÉNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
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INTRODUÇÃO
Este trabalho vai falar sobre as doenças degenerativa em especial a
demências e os distúrbios amnésticos , é com a melhoras no saneamento básico e
na saúde pública resultam no aumento desse dois fatores. Demência é uma
síndrome caracterizada pela perda progressiva dacognição englobada memória,
atenção, pensamento, cálculo, linguagem, inteligência geral, aprendizagem,
discernimento e habilidades sociais, sem alteração da consciência.Com a evolução
há um declínio cognitivo global e a morte sobrevém entre 5 e 12 anos e 15%
evoluem eventualmente para a morte em geral, em consequência da associação
com morbidades.
Os distúrbios amnésticos se caracterizam por uma incapacidade
deaprender informações novas( déficit da memória imediata), apesar de uma
atenção
normal, e uma
incapacidade de
evocar informações aprendidas
anteriormente( déficit da memória remota). O início dos sintomas pode ser agudo ou
insidioso, dependendo do processo patológico que está causando o distúrbio
amnéstico. A duração e a evolução da doença podem variar muito e também se
correlacionam á extensão e gravidade da causa.
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Demência
Os avanços do conhecimento, as mudanças socioeconômicas, as
melhoras no saneamento básico e na saúde pública resultam no aumento da
expectativa devida da população. Junto a esse progresso há o crescimento das
doenças degenerativas e, em especial, das demências. Este paradoxo traz consigo
um dos maiores desafios para próxima décadas : quem e como se cuidará do bemestar dos idosos, perante o aumento da expectativa de vida estimada para 2025,
quando os idoso constituirão 20% da população mundial? No Brasil, a populaçãode
idoso dobrou de 7 milhões , em 1980, para 14,5% atualmente, sendo o Brasil um
dos representantes dos países que apresentam
os maiores percentuais de
envelhecimento populacional.
O relatório mundial da Organização Mundial da Saúde (OMS)
apresenta a estimativa dos anos vividos com incapacitação (AVI) em tornode 2%. A
demência é uma das principais causasde morbidade entre os idosos e a mudança
desse
canário ficara na dependência direta dos avanços do conhecimento com
novas descobertas, inclusive na área preventiva dos fatores de risco.
A estigmatizaçãoexistente na sociedade em relação ao idoso,
associada á existente em relação á pessoa com transtorno mental- no caso da
demência-, faz com que o idoso com este transtorno sofra o “peso” daquela em
dobro . As pessoas comumente chamam o idoso de “vovô” ou referem-se a ele
como “o velho”, “demente” ,com entonação de zombaria.
Torna-se necessário compreender o que é envelhecimento normal, ou
senescência, e o significado de envelhecimento patológico, ou senilidade, que
guardam relação direta com progresso de estudos nessa área abrangendo todos os
níveis de assistência.
Senescência é o envelhecimento normal, caracterizado pelo declínio
gradual de todos os sistemas orgânicos. A maioria das pessoas neste processo
conserva a capacidade física e cognitiva em grau que permite uma convivência
5
saudável com as limitações que ocorrem no processo de envelhecer. Nesta etapa do
curso da vida, podem ainda experimentar bem-estar e qualidade de vida.
Senilidade é o envelhecimento anormal ou patológico em que ocorrem
agravos à saúde nesta etapa da vida, com perda da capacidade funcional. Os sinais
de degeneraçãosão mais acentuados e graves, que leva a pessoa a experimentar
dependência e incapacidade para levar uma vida saudável e ativa.
Entre os transtornos mais comuns da senilidade, encontram-se as
demências em seus diversos tipos. Elas são causadas por um grupo de diferentes
patologias, mas caracterizam-se por ter como denominador comum o declínio
progressivo das funções cognitivas.
Os diversos tipos de demência são agrupados pelo CID-10 dentro de
Transtornos Mentais Orgânicos ( vide Quadro 29.1), incluindo os sintomáticos,
classificados em F00-F04, destacando-se neste capítulo os transtornos demenciais.
Quadro 29.1
Transtornos mentais orgânicos, incluindo os
sintomáticos- CID-10.
F00 -Demência na doença de Alzheimer.
F01 - Demênciavascular.
F02 - Demência em outras doenças classificados em outros locais.
F03 - Demência não especificada.
F04 – Síndrome amnéstica orgânica, não induzida por álcool ou por
outras substâncias psicoativas.
Demência é uma síndrome caracterizada pela perda progressiva
dacognição englobada memória, atenção, pensamento, cálculo, linguagem,
inteligência geral, aprendizagem, discernimento e habilidades sociais, sem alteração
da consciência. O declínio que ocorre na capacidade intelectual propicia prejuízo
gradual na competência socioeconômica da pessoa, ou seja , é suficiente para
prejudicar a capacidade executiva e funcional da pessoa.
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O declínio das funções cognitivas pode ocorrer em diferentes graus –
leve moderado e grave. No grau leve, ou inicial, a perda de memória é suficiente
para interferir nas atividades cotidianas e na aquisição de novas habilidades. No
moderado, ou intermediário, há um sério prejuízo á vida independente. No grave, ou
final, além das alterações anteriores, há evolução para a completa incapacidade
para reter novas informaçõese habilidades para execução das atividades inerentes
ao cuidado de si mesmo. Como consequência desta evolução há gradativa perda da
autonomia, o que exige cuidados de terceiros – cuidadores, familiares ou não, e
profissionais.
Epidemiologia das demências
A demência na doença de Alzheimer (DA) é tipo mais comum de
demência, sendo responsável por cerca de 60% delas, com tendência de
predomínio no gênero feminino. A DA é constituída por pré-senis (10%), antes de 65
anos, e senis (90%), a partir de 65 anos. Em segundo lugar, está a demência
vascular (DV), que está relacionada às doenças cerebrovasculares.
Em estudo feito por autores brasileiros , a prevalência das demências
apresenta uma média mundial de 6,0%, com amplitude de 2,2% na África a 9,0% na
Europa.Nos outros continentes, a média é de 7,1% na América do Sul, 6,2% na
América do Norte e de 6,2% na Ásia. A taxa de prevalênciano Brasil entre as
pessoas com mais de 65 anos é de 7,1%,situando-se faixa intermediária
internacional.
Ressalta-se
que
as
taxas
médias
de
prevalência
da
demênciaaumentam com a idade, em todas as regiões do mundo, mas não com a
mesma intensidade nas idades mais avançadas, o que reforça a ideia da demência
estar mais relacionada à idade do que ao envelhecimento em si. A porcentagemda
demência é, em média, de 0,7% antes de 65 anos, entre 2 e 25% acima de 65 anos
e , em média, de 38,6% acima de 85 anos.
Com a evolução há um declínio cognitivo global e a morte sobrevém
entre 5 e 12 anos e 15% evoluem eventualmente para a morte em geral, em
consequência da associação com morbidades.
7
Desafios da demências
Os dados apresentados corroboram o aumento da preocupação existente
entre os estudiosos com esta população em face da projeção de que os idosos
serão 20% da população geral, de que a idade é um dos principais fatores de risco
para demências e de que há crescimento exponencial de síndromes demenciais.
Entre os principais fatores de risco para as demências têm-se:
 Idade avançada;
 Gênero feminino;
 Doenças degenerativas;
 Fatores genéticos;
 Trauma encefálico;
 Exposição a pesticida;
 Hipertensão;
 Hipercolesterolemia;
 Diabetes mellitus;
 Doença de Parkinson;
 Baixo nível intelectual na infância;
 Síndrome de Down.
Estes fatores constituem um desafio para a saúde pública em relação a
esse grupo etário, uma vez que essas síndromes são altamente incapacitantes e
tornam a pessoa dependente. Essa dependência exige tanto o cuidado com as
atividades de vida diária do idoso como os da área socioeconômica, tendo em vista
o ônus do tratamento médico, domiciliar ou institucional.
Não se pode esquecer também o custo pela perda de produtividade de
um familiar que deixa de trabalhar para assumir o papel de cuidador, sem
remuneração agravando ainda mais a sobrecarga financeira da família,agregada ao
seu desgaste físico, emocional e social. Isso sem considerar o ônus para a
sociedade que tem de enfrentar o desafio de criar políticas públicas que realmente
atendam ás necessidades desse segmento da população que envolve também a
8
economia do país, embora não haja dados a respeito do seu valor real. Nos Estados
Unidos, os gastos anuais com estas pessoas chegam a 20 bilhões de dólares; são
investidos em pesquisas mais de 50 bilhões de dólares.
A abordagem psicossocial da sexualidade é outro desafio a ser
enfrentado pela família e pela equipe de profissionais e cuidadores da pessoa com
demência quando ela tem inadequação nas manifestações da sexualidade:
hipersexualidade demonstrada por impropriedades na abordagem deste assunto;
leituras de publicações sobre sexo; toque em outras pessoas (genitais, mamas e
glúteos); masturbação em público; exposição da própria genitália; tentativas de se
desnudar e seduzir sexualmente outras pessoas.
Demência na doença de Alzheimer
A
demência
na
doença
de
Alzheimer
(F00)
é
uma
doença
neurodegenerativa que compromete o córtex cerebral, sem distúrbio da consciência,
caracterizada por declíniocognitivo global progressivo, de início insidioso, mais
comumente após os 65 anos, com piora progressiva interferindo no desempenho
das atividades de vida diária.
Etiologia
A etiologia da DA para algumas estudiosos permanece desconhecida.
Estudos genéticos têm apontado para a presença do gene que codifica a
apolipoproteína E (ApoE) como fator de sustecentibilidade para o desenvolvimento
da DA, contribuindo para o sei diagnóstico, apesar de os autores considerarem que
esses estudos estão em desenvolvimento.
Exames Complementares
Além da históriada doença e do exame físico, faz-se também a avaliação
do prejuízo cognitivo por meio do Miniexame do Estado mental (MMSE), nesre caso,
por exemplo, o de Folstein e outros testes. A observação apurada do
comportamento do cliente feita pelo enfermeiro é fundamental para contribuir não só
para este exame como para todo o processo de atendimento da pessoa idosa com
9
demência- desde a primeira vez que ela procura serviço de saúde até sua
reintegração na sociedade.
A avaliação das estruturascerebrais por meio de exames de imagem,
como
tomografia
computadorizadae
ressonância
magnética,
auxiliam
no
diagnostico.
Caracterização
O inicio da DA é insidioso, progressivo e de instalação lenta, interferindo
no desempenho das atividades de vida diáriae provocando alterações no ciclo sonovigília, sem ausência de distúrbios da consciência. Trata-se um processo
degenerativo, progressivo, que leva à Atrofia cortical cerebral, ao alargamento dos
sulcos, à diminuição do volume do hipocampo, a fissuras e à dilatação ventricular.
Quando se inicia em idade pré-senil, instala-se abruptamente, tem
evolução rápida e grave. Em geral, há histórico familiar do acometimento desse
transtorno
em
gerações
sucessivas.
Preponderante
na
DA,
Além
do
comprometimento da memória, é a presença de sintomas como afasia, agrafia,
acalculia e apraxia que indicam comprometimento temporoparientale frontal. A
pessoa com DA apresenta distúrbios da memória para fatos recentes , evoluindo
para os remotos, e dificuldade de concentração da atenção. Apresenta
empobrecimento de vocabulário e dificuldade de encontra palavras adequadas para
nomear objetos e pessoas. Com o evoluir da demência, apresenta desorientação
temporoespacial, afasia, apatia e agnosia. Posteriormente, manifesta um declínio
cognitivo múltiplo, lentidão do curso so pensamento, tendência à rigidez de
pensamento e afetiva, labilidade afetiva, puerilidade e dificuldade para cálculo, para
adquirir novos hábitos, egocentrismo, fadiga e repetição de palavras ou de assunto.
Surgem também alterações neurológico-funcionais, como ataxia da marcha, paresia
e hipertonia muscular, que podem ser extremamente limitantes. Em qualquer fase da
DA, podem surgir transtornsonão-cognitivos, como agitação e agressividade,
depressão e ansiedade, alterações do humor e outros fenômenos. Há sintomas que
evidenciam a possibilidade dea pessoa com DA apresentar delirium, e decorrência
da vulnerabilidade ao delirium ou evolução deste par a DA.
10
Tratamento
Como a disponibilidade de acetilcolina encontra-se reduzido, o tratamento
farmacológico
da
DA
está fundamentado
na
utilização
deinibidores
da
acetilcolinesterase. Entre os principais inibidores desta mais citados na literatura
para tratamento da DA, têm-se: tacrina(usorestrito por sua hepatotoxicidade),
donepezil,
galantamina
e
rivastigmina.
Existem
ainda
os
antagonistas
glutamatérgicos (memantina), os sintomáticos e outros. Todas essas drogas são
utilizadas de acordo com as manifetsções ou fases da deonça, a critério médico.
Consideram-se
comportamental,
também
as
psicossocial,
terapias
de
complementares
enfermagem,
como
musicoterapia,
cognitivoarteterapia,
atividades físicas, entre outros.
Demência vascular
A demência vascular (F01), denomianada anteriormente de demência
arteriosclerótica, tem início súbito, é considerada a segunda causa dentre os
quadros demenciais e resulta de patologia vascular que leva à perda da capacidade
funcional do córtex. A localização e a extensão das lesões são fatores relevantes,
pois podem comprometer lobos temporais, gânglios da base e outras estruturas do
sistema límbico que, de modo geral, estão associadas aos quadros demenciais .
Epidemiologia
Acomete principalmente homens e a estimativa é que a demência
vascular(DV) atinja de 15 a 20% da população geral, sendo que 2% dessas pessoas
têm entre 65 e 70 anos e 20 a 40% têm mais de 80 anos.
Apesar de não se conhecer exatamente o mecanismo fisiopatológico dos
quadros demenciais, há consenso entre os cientistas de que as doenças
11
cerebrovasculares podem ser as grandes responsáveis pelas demências. Os
trombos, ,a forma de êmbolos, que se formam nos vasos de calibre médio e grande
desprendem-se, provocando infartos cerebrais. Por outro lado, a doença vascular
hipertensiva que provoca lesão na parede de pequenos vasos causa isquemia,
inúmeros pequenos infartos e degeneração difusa na substância subcortical. Outras
patologias também podem provocar os infartos cerebrais, como vasculites, arritmias
cardíacas e diabetes mellitus.
A DV apresenta-se em um continuum desde a patologia subcortical
descrita como demência multiinfarto até a que ocorre após um único acidente
vascular cerebral(AVC), a demência pós-AVC.
Caracterização
As manifestações clinicas da DV dependem da causa bem como da
localização das inúmeras lesões que atingem as áreas corticais, subcorticais e as
vias associativas. De modo geral, as alterações de grande vasos provocam múltiplos
infartos corticais ; as de pequenos vasos (predominância subcortical), decorrente de
doença vascular hipertensiva, comumente causam isquemia subcortical e infartos
lacunares . A isquemia hipoperfusiva geralmente provoca encefalopatia anóxicoisquemica difusa e a hemorragia causa hemorragia cerebral ou subaracnóide, além
de trombose venosa.
De modo geral, a DV tem inicio abrupto e a cada crise de insuficiência
vascular cerebral as funções cognitivas pioram. Os clientes podem ser hipertensos,
queixar-se de tonturas, desmaios e apresentar episódios de delirium que pioram à
noite. O que particulariza a pessoa com DV é que a maioria delas preserva sua
personalidade pré-mórbida e sua capacidade de julgamento (insight). Isto é, ela tem
consciência do estado de saúdee de suas perdas cognitivas.
Como as manifestações clínicasdependem da localização e da extensão
das lesões , há uma ampla gama de apresentações neuropsicológicas. Em geral, a
pessoa com DV manifesta alterações dos domínios cognitivos – atenção, memória,
linguagem, gnosia, praxia e função executiva, alterações depressivas e grande
12
número de sintomas neurológicos , como apraxia de marcha, distúrbio da deglutição
e da fonação, distúrbio do controle motor e oculomotor e incontinência esfincteriana.
Diversos estudos mostram que a localização e a extensão das lesões são
também muito importantes, como as lesões envolvendo os lobos temporais, os
gânglios de base e outras estruturas do sistema límbico que estão fortemente
associados a quadros demenciais.
Aspectos preventivos
O conhecimento dos fatores de risco é uma dos aspectos para prevenção
da DV. Entre os mais comum, têm-se hipertensão arterial, diabetes mellitus,
hipercolesterolemia, doenças cardiovasculares, trombose, tabagismo, uso abusivo
de álcool e fatores genéticos. Se observados como controle de pressão arterial,
medicação vasoativa e dieta específica.
Tratamento
O tratamento é centrado na prevenção e na interrupção do processo
degenerativo e também na busca da remissão das alterações cognitiva e
comportamental.
A
utilização
de
estratégias
colinérgica,
glutamatérgica
,monoaminérgica, entre outras, permite a melhora a da cognição e contribui para a
neuroproteção. Há diversas opções terapêuticas, da prevenção à estabilização ou
remissão parcial do comprometimento funcional. Contribuem para esta melhora as
terapias complementares, como terapia cognitivo-comportamental, terapia de
enfermagem, musicoterapia, arteterapia, atividades físicas, entre outros.
Processo de enfermagem
No desenvolvimento do processo de enfermagem ao cliente com
demência, devem ser considerados os diagnósticos de enfermagem, os resultados
esperados e as intervenções descritas de acordo com o grau e o tipo de demência
apresentado e com as manifestações de comportamento da pessoa sob cuidado do
enfermeiro.
Avaliação inicial
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Apresenta-se uma visão geral do comportamento do cliente como
comportamentodecorrente de demência. Para a coleta inicial dos dados de um
determinado cliente o enfermeiro vale-se de um roteiro de observação do
comportamento.
Descrição geral do comportamento
A expressão facial pode denotar indiferença ou irritação. Outras vezes, a
pessoa parece pensativa, com sobrecenho franzido. Não cuida da higiene, da
alimentação, da aparência; às vezes, urina nas vestes, talvez por incontinência
urinária. A pessoa com demência, em geral, caminha com dificuldade, necessitando
de auxílio. A manifestação que desperta mais atenção é o esquecimento de
compromissos, acontecimentos, informações, nomes dos familiares e pessoas do
círculo de amizade. Não se lembra onde colocou seus pertences ou outros objetos
nem do nome dos mesmos e se já se alimentou. Não consegue reter informações e
conhecimentos novos. Repete o mesmo assunto várias vezes com as mesmas
palavras. Podesair caminhando e não voltar porque não se lembra de seu nome, de
seu endereço nem dos familiares, Seu vocabulário fica reduzido. Recusa ajuda,
torna-se mais rígido e não aceita negativas a seus pedidos. Queixa-se de que
ninguém lhe dá atenção. Ora apresenta-se alegra, ora triste, irritado ou indiferente.
Pode torna-se agressivo físico e verbalmente. Demonstra não experimenta afeto,
como anteriormente, pelos seus familiares. Levanta-se à noite, anda pela casa
ruidosamente, como se fosse dia, inclusive querendo executar atividades diurnas.
Diagnóstico de enfermagem
Os diagnósticos de enfermagem mais comuns em clientes com demência
foram
elaborados
segundo
a
North
American
NursingDiagnosisAssociation
(NANDA).
Resultados esperados
Os resultados esperados mais específicos ou os objetivos do cuidado de
clientes com demência são apresentados a seguir, fundamentados na classificação
14
dos resultados de enfermagem (NOC).Os resultados esperados obedecem a uma
gradação de acordo com a etapa do transtorno vivenciado pela pessoa.
Intervenções de enfermagem
A descrição das ações de enfermagem está fundamentada no (NIC), em
vários clássicos da enfermagem em saúde mental e psiquiátrica.
Avaliação Final
Nesta etapa do processo, o enfermeiro avalia as mudanças detectadas e
faz a evolução final do comportamento do cliente, utilizando como parâmetros os
resultados esperados.
Considerações finais
O cuidado às pessoas com demência requer tempo, paciência e exige
uma avaliação constante da atitude de todos aqueles envolvidos no cuidado. O
enfermeiro tem de fazer a análise de seus sentimentos e orientar cuidadores e
familiares a fazê-lo, com a disposição de desenvolver as características necessárias.
Isso promove o crescimento de todos. O enfermeiro tem um papeldecisivo na
recuperação do cliente. A meta ao cuidar de cliente com demência é mantê-lo
orientado temporalmente e em relação a si mesmo, aos outros e aos
acontecimentos o maior período de tempo possível, utilizando adequadamente todas
as estratégias possíveis, para que ele possa viver com mais conforto, protegendo-o
para evitar problemas em relação aos aspectos éticos-legais. Os esforçostêm de ser
voltados para a interdependência saudável, a independência e a autônoma
possíveis para assegurar-lhe o máximo de qualidade de vida.
Distúrbios amnésticos
15
Os distúrbios amnésticos se caracterizam por uma incapacidade
deaprender informações novas( déficit da memória imediata), apesar de uma
atenção
normal, e uma
incapacidade de
evocar informações aprendidas
anteriormente( déficit da memória remota). Os eventos do passado muito remoto são
frequentementerecordados
com
mais
facilidade
que
os
que
ocorreram
recentemente. A síndrome difere da demência por não haver nenhum distúrbio do
raciocínio abstrato ou do juízo crítico, nenhum outro distúrbio da função cortical
superior e nenhuma alteração de personalidade.
Uma amnésia profunda pode ocasionar desorientação quanto ao tempo e
ao espaço, mas raramente quanto á própria pessoa (APA, 1994). O indivíduo pode
recorrer á confabulação.
Alguns indivíduos continuam negar que têm um problema apesar de
evidências em contrário. Outras podem reconhecer a existência de um problema,
mas não parecem preocupados. São comuns apatia, falta de iniciativa e
embotamento emociona. A pessoa pode parecer amistosa e agradável, mas
atonalidade emocional é superficial.
O início dos sintomas pode ser agudo ou insidioso, dependendo do
processo patológico que está causando o distúrbio amnéstico. A duração e a
evolução da doença podem variar muito e também se correlacionam á extensão e
gravidade da causa.
Fatores predisponentes
Os distúrbios amnésticos têm uma quadro sintomático inicial comum de
distúrbio da memória, mas são diferenciados na DSM- IV ( APA,1994) de acordo
com a etiologia:
1.
Distúrbios amnésticos devidos a uma condição médica
2.
Distúrbios amnésticos persistentes induzidos por drogas.
geral.
Distúrbios amnésticos devidos a uma condição médica geral
16
Nesse tipo de distúrbio amnéstico deve haver evidências da história,
exame físico ou achados laboratoriais mostrando que o distúrbio de memória é
consequência fisiológica direta de uma condição médica geral(APA,1994). O
diagnóstico é especificado adicionalmente indicando-se se os sintomas são
transitórios (presentes no máximo há 1 mês) ou crônicos( presentes há mais de 1
mês).
As condições médicas gerais que podem se associar e distúrbios
amnésticos incluem traumatismos cranioencefálicos, doenças vasculares cerebrais,
doenças neoplásicas cerebrais, anóxia cerebral, encefalite por herpes simples,
diabetes depende de insulina mal controlado e intervenções cirúrgicas no cérebro.
As síndromes amnésticas transitórias podem ocorrer por crises
epilépticas, eletroconvulsoterapia, enxaqueca grave e intoxicações por dose
excessiva de drogas.
Distúrbios amnésticos persistentes induzidos por drogas
Nesse distúrbio deve haver evidência da história, exame físico ou
achados laboratoriais de que o distúrvio de memória está relacionado aos efeitos
persistentes do uso de drogas(p.ex,uma droga de dependência, medicação ou
exposição a uma toxina. O termo “persistente” é usado para indicar que os sintomas
existem muito depois de terem se desvanecido os efeitos da intoxicação pela droga
ou da abstinência à mesma. A DSM-IV identifica as seguintes drogas às quais
podem se associar distúrbios amnésticos:
1. Álcool
2. Sedativos, hipnóticos e ansiolíticos
3. Medicações
a.
Anticonvulsivantes
b.
Metotrexateintratecal
4. Toxinas
a.
Chumbo
b.
Mercúrio
c.
Monóxido de carbono
17
O
d.
Inseticidas organofosforados
e.
Solventes industriais
diagnóstico
é
feito
de
acordo
com
subtância
etiológica
específicaenvolvida. Se a substância que causou reconhecidamente a demência for
o álcool, por exemplo, o diagnóstico é de Demência Persistente Induzida pelo Álcool.
Aplicação do processo de enfermagem
Histórico
O histórico de enfermagem de cliente com estados confusionais,
demências ou amnésias persistentes se baseia no conhecimento da sintomatologia
associada aos diversos distúrbios descritos. Dados subjetivos e objetivos são
colhidos por vários membros da equipe de cuidados de saúde. Os clínicos retam o
uso de vários métodos para obterem informações para a avaliação.
A história do cliente
As enfermeiras desempenham um papel significativo na aquisição da
história do cliente, incluindo as alterações mentais e físicas específicas ocorridas e a
idade em que se iniciaram as alterações. Se o cliente for incapaz de relatar
adequadamente as informações, deve-se obter os dados de membros da família ou
outras pessoas que conheçam a história física e psicossocial do cliente .A partir da
história do cliente as enfermeiras devem avaliar as seguintes áreas de interesse:
tipo, frequência e gravidade das oscilações do humor, alterações de personalidade e
comportamento e reações emocionais catastróficas; alterações cognitivas, tais como
problemas com o limite de atenção, processo de pensamento, resolução de
problemas e memória(recente e remota); dificuldade de linguagem; orientação
quanto à pessoa, lugar, tempo e situação; e adequação do comportamento social.
A enfermeira também deve obter informações a respeito do uso atual e
passado de medicação, história de uso de outras drogas e de álcool e possível
exposição a toxinas. Podem ser úteis informações relativas à história de sintomas
18
relacionados ou doenças específicas, como doença de Huntington, doença de
Alzheimer, doença de Pick ou doença de Parkinson, em outros membros da família.
Avaliação física
A avaliação dos sistema físicos tanto pela enfermeira como pelo médico
tem duas ênfases principais: sinais de danos ao sistema nervoso e evidências de
doenças de outros órgãos que poderiam afetar a função mental. O acometimento de
diversos órgãos e sistemas pode induzir confusão mental, distúrbios de memória e
alterações de comportamento. Essas causas devem ser consideradas no
diagnóstico dos distúrbios cognitivos. No exame neurológico o cliente é solicitado a
executar manobras ou a responderperguntas que visam obter informações a
respeito da condição de partes específicas do cérebro ou nervos periféricos. Os
testes vão avaliar o estado mental e a lucidez de consciência, força muscular,
reflexos, senso percepção, capacidades de linguagem e coordenação. Uma bateria
de teste psicológicos pode ser pedida como parte do exame diagnóstico. Os
resultados desses testes podem ser usados para o diagnóstico diferencial com
demência e pseudodemência (depressão).
A depressão é a doença mental mais comum nos idosos, mas é
frequentemente diagnosticada incorretamente e tratadade modo inadequado. Os
sintomas cognitivos da depressão podem imitar aqueles da demência e, devido á
prevalência da demência nos idosos, os diagnosticadores muitas vezes se apressam
a fazer este diagnóstico. As enfermeiras podem ajudar nesta avaliação, observando
cuidadosamente e documentando essas diferenças ocasionalmente sutis.
Avaliações laboratoriais diagnósticas
A enfermeira também pode ser solicitada a ajudar o cliente a executar as
prescrições médicas de avaliações laboratoriais diagnósticas especiais. Muitos
desses testes são realizados rotineiramente junto com o exame físico e podem
incluir a avaliação de amostras de sangue e urina para testar quando a diversas
infecções, disfunção hepática renal, diabete ou hipoglicemia, distúrbios do equilíbrio
eletrolítico, distúrbio metabólicos tóxicas, incluindo álcool e outras drogas.
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Diagnóstico/Identificação dos objetivos
Usando informações colhidas durante a avaliação, a enfermeira completa
o banco de dados do cliente, partir do qual é determinada a seleção dos
diagnósticos de enfermagem apropriados.
Planejamento/Implementação
São apresentados diagnósticos de enfermagem selecionados, juntamente
com critérios dos objetivos, prescrições de enfermagem apropriada e justificativas
para cada um deles.
Orientação ao cliente/familiares
O papel de orientador/instrutor do cliente é importante na área
psiquiátrica, assim como em todas as áreas da enfermagem.
Evolução
Na etapa final do processo de enfermagem, é feita uma reavaliação para
determinar-se se as prescrições de enfermagem foram eficazes para atingir os
objetivos visados para o cuidado. A avaliação de clientes com distúrbios cognitivos
se baseia numa série de objetivos a curto prazo e não em objetivos a longo prazo. A
resolução dos problemas identificados não é realista no caso desses clientes. Os
objetivos devem ser medidos, isso som, em termos da lentificação do processo e
não de fazer cessar ou curar o problema.
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CONCLUSÃO
Aprendemos neste trabalho que é importantíssimoos cuidado de enfermagem
ao paciente com demência ou com distúrbios , pois para conseguirmos um bom
resultado , dependemos de uma boa equipe multidisciplinar ,com o intuito de reduzir
o progressoda doença, dando assim uma melhor qualidade de vida ao paciente é
uma maior sobre vida.É quanto mais cedo tivemos o diagnósticos, mais resultados
teremos com o tratamento da doença.
E vemos que um dos primeiros que se depara com adoença, é o próprio
familiar, que observa as alterações no cotidiano do ente querido, analisando que as
atividades que ele realizava com grande facilidade, agora se tornaram uma grande
barreira, é com passar do tempo só vai aumentado.
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
Livros:
Enfermagem Psiquiátrica
Autora: Magda Costa Estefanele
Editora: Manole
Enfermagem Psiquiátrica
Conceitos de cuidados
Terceira edição
Autora: Mary C.Townsend
Editora: Guanabara koogan
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