Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 Mídias Sociais e a Influência do Marketing Digital na Decisão de Compra de Universitárias Resumo: Por conta das facilidades oferecidas pela internet, os consumidores estão conectados uns aos outros, utilizando as mídias sociais como fonte de informação para o processo de decisão de compra. É nesse contexto que surge o marketing digital. A grande participação das mulheres como consumidoras nas mídias sociais, se dá principalmente nos chamados itens “must-have”, componentes considerados indispensáveis no guarda-roupa de toda mulher, mais especificamente o público jovem que já tem uma maior facilidade para utilizar o e-commerce, por estarem habituados a usarem internet e computadores. Por conta disso, a presente pesquisa busca enfocar no público feminino universitário com o objetivo de verificar a influência que o marketing digital realizado nas mídias sociais tem na decisão de compra de itens “must-have” de universitárias. Para isso, foram aplicados 40 questionários, que atestaram a existência de uma influência de anúncios e propagandas, além de informações disponíveis em sites especializados na decisão de compra de universitárias, dando destaque ao Facebook e Instagram como mídias mais utilizadas. Palavras-Chave: Marketing Digital, Mídias Sociais, Público Feminino. 1. Introdução As mídias sociais fazem parte do cotidiano de pessoas em diversas partes do mundo. Segundo Recuero (2009, p.14) “é um momento de hiperconexão em rede, onde estamos não apenas conectados, mas onde transcrevem os nossos grupos sociais e através do suporte geramos novas formas de circulação, filtragem e difusão dessas informações”. Elas se consolidaram como um lugar altamente usado para dividir experiências e aumentar a lista de contatos, aproximando pessoas de qualquer parte do planeta. São ferramentas cada vez mais utilizadas na internet e um fenômeno recorrente, reunindo potenciais consumidores, que não podem passar despercebidos pelas empresas. É nesse contexto que o marketing encontra nas mídias sociais um ambiente propício para o seu desenvolvimento, dando origem a um ramo específico: o marketing digital, que se difundiu na internet e atinge pessoas de vários perfis, aplicando estratégias personalizadas para cada tipo de cliente. Por conta dessas facilidades oferecidas pela internet, os consumidores atuais estão conectados uns aos outros, utilizando as mídias sociais como fonte de informação para o processo de decisão de compra. As empresas, por sua vez, se utilizam desses recursos para divulgarem suas marcas e produtos/serviços, a fim de angariarem mais visibilidade no mercado. Isso já não ocorre apenas de casa, na frente de um computador. Com celulares móveis, é possível realizar compras de qualquer lugar. (CINTRA, 2010) Por serem fontes de um número maior de consumo, um dos grandes focos do marketing digital é o público feminino, reforçado por Kotler e Keller (2006) como “uma agente de mudanças multifacetado que tem assumido cada vez mais responsabilidades [...] É inegável que os novos papéis femininos estão transformando as relações de trabalho e de consumo, deixando marcas irreversíveis na estrutura da sociedade”. A grande participação das mulheres como consumidoras nas mídias sociais, se dá principalmente nos chamados itens “must-have”, componentes considerados indispensáveis no guarda-roupa de toda mulher, mais especificamente o público jovem que já tem uma maior 1 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 facilidade para utilizar o e-commerce, por estarem habituados a usarem internet e computadores. Segundo Volpato (2014), esses itens são considerados atemporais, por não se tornarem obsoletos e permitirem diversas combinações diferentes e acessíveis. Os principais itens must-have foram listados na Tabela 1, levando em consideração um levantamento feito em sites e blogs. Tabela 1. Lista de Itens Must-Have. Vestuário Itens Must-Have Vestido Preto, Jaqueta de Couro, Blazer, Calça Jeans, Camisa Branca, Cardigã, Short/Bermuda Acessórios Bolsa Preta, Bege ou Marrom, Anéis, Colares, Brincos, Cintos, Óculos de Sol Calçados Sapatilha, Salto Alto Nude e Preto, Sandália Rasteira Produtos de Beleza Batom de Cor Vibrante, Lápis Preto, Paleta de Sombras Neutras, Rímel, Corretivo, Primer com Filtro Solar Fonte: Elaborado pelos Autores, 2015. Além disso, dados da Pesquisa Brasileira de Mídia – SECOM (2014) mostram que o público jovem com nível superior é o que mais utiliza a internet chegando a uma média de quase 6h por dia durante a semana e de 5h por dia aos finais de semana, ou seja, o acesso se dá durante toda a semana, um acesso superior quando comparado com a média brasileira de apenas 5h. Muitas pesquisas nesse sentido buscam utilizar ambos os gêneros como fonte de pesquisa. Diferentemente das demais, a presente pesquisa busca enfocar o público feminino universitário. Para tanto a pergunta de pesquisa que se propõe é “Qual a influência que o marketing digital realizado nas mídias sociais tem na decisão de compra de itens “musthave” de universitárias?”. O objetivo geral é verificar a influência que o marketing digital realizado nas mídias sociais tem na decisão de compra de itens “must-have” de universitárias. Como objetivos específicos têm: (1) Identificar quais são as mídias sociais que mais influenciam no consumo de universitárias; (2) Identificar os produtos mais comprados na internet por universitárias; (3) Identificar qual o nível de confiabilidade de compras realizadas pela internet por universitárias. O presente artigo está dividido em cinco sessões, sendo a primeira um referencial teórico onde são abordados os temas Mídias Sociais, Marketing Digital e Comércio Eletrônico, seguido por procedimentos metodológicos, análise dos resultados e conclusões. 2. Referencial Teórico 2.1 Mídias Sociais e Marketing Digital Com a exploração dos recursos que a internet poderia propiciar aos seus usuários, foi desenvolvida uma área que vai além da busca de informação, um ambiente em que as pessoas podem deixar de ser apenas receptores e passariam a ser criadores de opinião, ou seja, se 2 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 tornariam mais ativos. É em sintonia com isso que Lemos (2002) admite a internet como “um ambiente onde discursos pessoais que foram há muito tempo inibidos pelo mass media podem ser escoados”. A liberdade oferecida nesse ambiente virtual favorece a comunicação e a troca de informações nas chamadas mídias sociais. As mídias sociais surgiram e ganharam força na conhecida Web 2.0. De acordo com Hayes (2006 apud Souza e Okada, 2011), ao contrário da sua precedente, a Web 1.0, não havia interações, ou seja, só absorção de informações, a Web 2.0 é caracterizada principalmente pela participação do usuário de forma ativa, seja por meio de trocas e/ou compartilhamentos de informações, fotos, vídeos, opiniões, experiências, permitindo que esse meio se tornasse mais dinâmico. É justamente nesse momento que surgem os blogs, fotologs, fóruns, sites de compartilhamento de vídeos e músicas, aplicativos, e as redes sociais. A interação ocorre não só entre usuários, mas entre usuários e empresas. (SOUZA; OKADA, 2011) Esse sucesso das mídias sociais, como páginas de relacionamento, blogs e aplicativos, deve-se grande parte à facilidade de comunicação independente do local e classe social. Além disso, nesses ambientes as pessoas conseguem criar laços baseando-se em interesses em comum, o que facilita a troca de informações e a criação de uma comunidade virtual que algumas vezes podem ter mais influência que as reais sobre seus integrantes. (RECUERO, 2014) Por conta disso, Serra et al. (2013) afirma que diversas empresas no Brasil, buscam se integrar a essas mídias sociais, de forma que atinjam com um nível de eficiência maior o seu público-alvo. Na mesma linha de raciocínio, Azevedo e Sousa (2010) ressalta que é através desse vínculo que as empresas promovem seus produtos/serviços e realizam um acompanhamento da imagem das suas marcas perante os clientes. Para elas, significa aumentar sua propaganda, por exemplo, com custos relativamente baixos. Em consequência, Correa et. al. (2014) ressalta que as mídias sociais têm mostrado tanta importância, que as empresas estão considerando-as como integrantes para as suas estratégias de comunicação. Segundo dados da Pesquisa Brasileira de Mídia – SECOM (2014), a internet é o terceiro meio de comunicação mais utilizado, ficando atrás apenas da televisão e do rádio. Esse público, em sua grande maioria, é formado por jovens. Desses jovens, 65% acessam a internet todos os dias, seja a procura de notícias, fontes de entretenimento, com a finalidade de estudo ou apenas uma forma de passar o tempo livre, com uma média de 5h por dia durante as semanas. Entre os universitários, esse número aumenta para até 6h por dia. Nessa rede tão dinâmica encontra-se um público mais crítico, que pode compartilhar tanto suas boas quanto más experiências. Assim surge um cuidado maior por parte das empresas em manter uma comunicação direta com seus clientes e investir mais em Marketing Digital. O Marketing Tradicional, cujo objetivo, segundo Kotler e Keller (2006) é “tornar supérfluo o esforço de venda”, vem sofrendo constantes transformações. Vaz (2008) afirma que o marketing como conhecemos está mudando radicalmente, e que tal acontecimento se deve ao aparecimento de toda essa onda digital e tecnologias, sendo considerada a era da informação, criadora de um novo tipo de consumidor, proporcionando novas perspectivas, desafios e oportunidades para que os que sabem lidar com esta nova máquina. Porém em entrevista à TV Cultura de Goiânia (2009), Vaz afirma que o marketing tradicional de Kotler e o atual marketing digital não possuem diferenças em termos de conceito, uma vez que o mesmo conceito de suprir necessidades, desejos e entender o que o público-alvo de fato quer permanece o mesmo. O Marketing Digital então se mostrou a forma que as empresas têm para interagir com os consumidores por meio da internet e outros meios digitais, conforme apontado por Crocco 3 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 et al (2006): “o termo, necessariamente, está associado ao contato entre organização – mercado/clientes suportado por meio digital, ou mais propriamente, a internet.” As empresas, portanto, tem de se adequar e desenvolver cada vez mais novas estratégias que chamem atenção dos consumidores, que estão exigindo cada vez mais qualidade e serviços superiores, além de alguma customização. Dessa forma, Cintra (2010) apresenta o marketing digital como uma poderosa ferramenta para as empresas que desejam se manter competitivas, pois somente assim haverá efetivamente um desenvolvimento da propaganda no que tange à criatividade, por exemplo, fazendo com que o usuário se mostre mais interessado e passe a procurar os produtos/serviços da empresa. Vale ressaltar, que as estratégias de marketing digital têm se mostrado eficientes não só para os negócios que são completamente on-line, mas também para os que apenas querem inserir mais uma fonte de comunicação com o seu público. Em função do que já foi mencionado, Las Casas (2006) afirma que o marketing digital deve selecionar as ações que melhor atendam às necessidades dos usuários, utilizando as tecnologias como ferramentas básicas para melhorar a prestação de serviços, e ainda, o profissional da informação deve ter em mente o seu papel de disseminador da informação, e utilizá-lo de forma coerente, adequando-se às mudanças e implementando modelos eficazes centrados no planejamento de produtos e serviços voltados aos usuários. 2.2 Comércio Eletrônico O crescimento do Marketing Digital abriu espaço não apenas para uma nova forma de divulgar marcas, mas também para o fortalecimento da economia digital impulsionada pelo comércio eletrônico. Prova disso, é o aumento do número de compras via internet que tem aumentado a cada ano, possibilitando que o indivíduo realize as compras de qualquer espaço geográfico. Assim, o comércio eletrônico pode ser caracterizado como um negócio que se utiliza de tecnologias para realizar vendas pela internet. (SILVA; GOMES; BOTELHO, 2011) Silva, Gomes e Botelho (2011) destacam aspectos como contribuintes para o aumento desse modelo de negócios, as lojas abertas 24 horas, os preços atrativos, a flexibilidade de pagamento, a customização, além da viabilidade geográfica que permite a realização de uma transação de qualquer lugar. Segundo dados do E-bit (2015), em 2014 o comércio eletrônico faturou R$ 35,8 Bilhões, o que corresponde a um crescimento de 24% em relação ao ano anterior, com 103,4 milhões de pedidos, e com o aumento de 10,2 milhões de novos entrantes nessa modalidade de compras. Mesmo com cerca de 51% da população não utilizando a internet, é possível identificar que a exposição entre esses usuários, é intensa. (SECOM, 2014). Dentre esses, os usuários que mais representam o consumidor do e-commerce, as mulheres se destacam com 57% desse público. Artigos relacionados à moda e acessórios, representam a categoria de produtos mais comprados, tanto em sites nacionais quanto em sites internacionais, sendo responsável por 17% do volume de pedidos. Esse valor é consequência, das compras desses produtos realizados, na sua maioria, pelo público feminino. (E-BIT, 2015) O aumento de vendas nesse segmento estimulou a presença de empresas nesse espaço. Portanto, para Azevedo e Sousa (2010) identificar o público levando em consideração fatores como faixa etária, nível intelectual, nível econômico e necessidades são essenciais para se utilizar da estratégia certa nas mídias sociais. O correto mapeamento do público com um planejamento das ações e uma melhor escolha da comunicação, geram uma diminuição de danos à empresa. 4 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 Pela perspectiva do consumidor, Correa et al. (2014) aponta como fatores determinantes para a compra pela internet, a credibilidade e a atratividade que o produto apresenta. Diferentemente do segundo que é mais objetivo, o primeiro é mais subjetivo, pois está ligado a percepções e experiências. No meio virtual, essa subjetividade é transmitida de forma mais fácil e rápida para quem estiver interessado em adquirir tal produto. Isso explica o porquê de muitas empresas praticarem merchandising por meio de blogueiras para aumentarem sua credibilidade no mercado. Na pesquisa de Silva, Gomes e Botelho (2011) realizada com jovens universitários, observa-se que 52% dos que compram online, selecionam os sites por indicações de amigos ou conhecidos, seguido por 31% dos que utilizam sites de buscas para os auxiliarem na tomada de decisão. Consequentemente são direcionados para algum site, blog ou até mesmo rede social que os mostrem opiniões e depoimentos de diferentes pessoas a respeito não só do produto, mas da marca. O público jovem brasileiro, portanto, se apresenta como uma grande parcela dos que acessam a internet e, consequentemente, realizam compras. Isso se deve ao fato ao grau de escolaridade estar aumentando entre os jovens. Dados da Pesquisa Brasileira de Mídia – SECOM (2014) apontam que 87% das pessoas que têm ensino superior, acessam a internet pelo menos uma vez por semana. Desse público jovem, o feminino se mostra o grande impulsionador das compras realizadas pela internet, com 57%, em especial para produtos voltados para a beleza, como roupas, acessórios e cosméticos. (E-BIT, 2015) 3. Procedimentos Metodológicos O trabalho em questão se trata de uma pesquisa de campo quantitativa, caracterizada por Lakatos e Marconi (2010) como aquela que “vale-se de levantamento de dados para provar hipóteses baseadas na medida numérica e da análise estatística para estabelecer padrões de comportamento”. Os dados foram coletados por meio de um questionário de dez questões fechadas, para facilitar as respostas, a fim de que proporcionasse um entendimento maior da influência das mídias sociais sobre as compras via internet das respondentes. Os questionários impressos foram aplicados em universitárias de diversos cursos e turnos de forma aleatória da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) na cidade de Manaus no período de 20 a 25 de agosto de 2014, totalizando quarenta (40) questionários respondidos. A tabulação e a análise dos dados foram feitas utilizando o programa Excel, versão 2010 e posteriormente transformados em gráficos para facilitar e tornar a análise mais didática. A pesquisa foi realizada tendo como principal finalidade examinar como o marketing digital realizado nas mídias sociais, influenciam na compra de itens must-have dessas universitárias, assim como obter conhecimento sobre quais são as principais mídias sociais, os produtos comprados e qual o grau de confiança nesse tipo de compra. 5 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 4. 4.1 Análise Dos Resultados Perfil dos Respondentes Faixa Etária Menos de 20 20 - 29 anos 30 - 39 anos 3% 40% 57% Gráfico 1 - Faixa Etária das Universitárias Entrevistadas Fonte: Pesquisa de Campo, 2015. O público alvo foi composto de basicamente 40 (quarenta) mulheres, de várias idades (Gráfico 1), que utilizam independente da frequência e diversidade, as mídias sociais, em especial as jovens, totalizando 97%. Isso demonstra que, de fato, há uma relação entre idade e compras na internet. 4.2 Frequência de Acesso às Mídias Sociais e Mídias mais Utilizadas As mídias sociais foram criadas com o objetivo de agrupar pessoas com interesses em comum e permitir que os usuários façam somente aquilo que lhes interessa. O curioso das mídias sociais, é que de uma forma quase imperceptível, elas segmentam e relacionam indivíduos com caráter próprio e único, e ao mesmo tempo, alcançam todas as classes e os públicos mais diversos. Uma grande parte das pessoas utiliza as mídias sociais, além de ser uma forma para interagir com outras pessoas, a utilizam para obter ou vender produtos, serviços ou informação, ou até mesmo vender sua imagem, utilizando-as assim, de forma extremamente frequente, como mostra o gráfico abaixo (Gráfico 2). Para efeitos de pesquisa, considerou-se nessa questão: sempre, como utilização das mídias sociais 7 dias por semana; muito frequente, de 5 a 6 dias por semana; moderadamente, de 3 a 4 dias por semana e pouco frequente, de 1 a 2 dias por semana. A partir desses parâmetros, é possível visualizar que grande parte das universitárias utilizam de 5 a 7 dias por semana, totalizando 65%. Esses dados, portanto, indicam a forte presença da universitária nas mídias sociais. 6 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 Frequência Sempre Muito Frequente Moderadamente Pouco Frequente Nunca 3% 10% 35% 22% 30% Gráfico 2 – Frequência de Utilização das Mídias Sociais Fonte: Pesquisa de Campo, 2015. O Gráfico a seguir (Gráfico 3) mostra as mídias sociais mais utilizadas pelo público feminino, sendo que o Facebook toma liderança com 36%, seguido pelo Instagram com 25%. No entanto, 22% das entrevistadas afirmaram utilizar outro tipo de mídia social. A isso se pode atribuir a presença de demais redes sociais que não foram levadas em consideração nessa pesquisa, como Google +, Twitter e YouTube, por exemplo. Mídias Sociais Mais Utilizadas Facebook Twitter Instagram 22% Blogs/Vlogs Outros 36% 6% 25% 11% Gráfico 3 - Mídias Sociais Mais Utilizadas Fonte: Pesquisa de Campo, 2015. 4.3 Compras pela Internet: Frequência, Categoria e Hábitos Na pesquisa realizada, 72% das respondentes fazem compras pela internet e apenas 28% ainda não aderiram ao e-commerce (Gráfico 4). Medos relativos ao pagamento e à entrega e insegurança no que diz respeito ao tamanho de roupas e sapatos, por exemplo, podem ser possíveis causas para esse público não realizar compras pela internet. Além disso, 7 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 pode-se citar a falta de certas comodidades que o comércio tradicional tem, como a possibilidade de experimentar determinado produto, por exemplo. Compras pela Internet Não 28% Sim 72% Gráfico 4 – Compras pela Internet Fonte: Pesquisa de Campo, 2015. Essa questão levou em consideração os últimos 12 meses, o mesmo tempo adotado pela pesquisa do E-bit (2015). Assim, estabeleceu-se como parâmetros para essa questão: sempre, 4 ou mais compras pela internet nos últimos 12 meses; muito frequente, 3 compras; moderadamente, 2 compras; pouco frequente, 1 compra e nunca, 0 compra. Assim, no que tange à frequência de compras pela internet nos últimos 12 meses, os resultados mostram que apesar de fazerem uso da internet para comprar, a frequência ainda é moderada (Gráfico 5). Frequência de Compras pela Internet Sempre Muito Frequente Moderadamente Pouco Frequente Nunca 3% 14% 10% 28% 45% Gráfico 5 – Frequência de Compras pela Internet Fonte: Pesquisa de Campo, 2015. Os itens “must-have” (itens considerados essenciais parar o público feminino), divididos na pesquisa de uma forma mais genérica em vestuário, acessórios, calçados e produtos de beleza, representaram na pesquisa mais da metade (65%) de produtos adquiridos online, enquanto produtos eletrônicos e acessórios eletrônicos ou livros representaram apenas 35% (Gráfico 6). Produtos de beleza ficaram na frente, em sua parte por não haver a 8 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 necessidade de serem “experimentados”, como é o caso de maquiagens, já que não tem numerações e medidas específicas como roupas e calçados. Produtos Adquiridos Online 35% 25% 17.5% 12.5% 10% Vestuário Acessórios Calçados Produtos de Beleza Outros (livros, eletrônicos, acessórios para eletrônicos..) Gráfico 6 – Produtos Preferidos por Universitárias em Compras pela Internet Fonte: Pesquisa de Campo, 2015. Influência Ao Consumo De Itens “Must-Have” Em Mídias Sociais Do total, 56% das respondentes acreditam que os canais online são confiáveis no momento de fazer uma verificação de produtos e/ou serviços, e apenas 7% não confiam em tais canais. Essa pequena parte das respondentes (7%), pode explicar a quantidade pequena de mulheres que preferem não comprar online. A pesquisa mostrou ainda, que uma fatia considerável (37%) não sabe, ou não tem certeza da confiabilidade dos canais. 4.4 Confiabilidade de Sites para Compras Online Não sei 37% Sim 56% Não 7% Gráfico 7 – Confiabilidade de Sites para Compras Online Fonte: Pesquisa de Campo, 2015. Embora uma parte considerável das respondentes entrevistadas não possuírem tanta certeza da confiabilidade dos canais online para a análise de produtos e serviços (Gráfico 7), cerca de 70% delas ainda verificam canais online no momento de decidir o que comprar (Gráfico 8), para as auxiliarem na tomada de decisão. 9 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 Verificação da Confiabilidade de Sites Online Antes da Compra Não 30% Sim 70% Gráfico 8 – Verificação de Confiabilidade de Sites Online Antes da Compra Fonte: Pesquisa de Campo, 2015. Desses 70% que procuram informações a cerca da confiabilidade em outras fontes (Gráfico 8), a grande maioria (55%) ainda confia em procurar especificações e informações sobre os produtos que desejam obter por meio de mídias sociais, outra parcela considerável (41%) procuram pela análise de consumidores, ou seja, percepções e experiências de outros usuários (Gráfico 9). Busca de Informações sobre o Produto Outros 4% Análises de consumidores (comentários, resenhas, etc) 41% Informações descritivas em sites especializados 55% Gráfico 9 – Busca de Informações sobre o Produto Fonte: Pesquisa de Campo, 2015. Por mais que nem todas as respondentes confiem em canais online para avaliar os produtos que desejam, ou que não tenha estabelecido confiança suficiente para realizar compras online, ainda assim, uma parte considerável delas (62%) é influenciada positivamente por algum anúncio ou publicação feita em uma rede social para comprar (Gráfico 10). 10 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 Influência de Anúncios/Propagandas em Mídias Sociais nas Compras Não 38% Sim 62% Gráfico 10 – Influência de Anúncios/Propagandas em Mídias Sociais nas Compras Fonte: Pesquisa de Campo, 2015. 5. Conclusões A internet conecta indivíduos e negócios diferentes, além das informações ao redor do mundo. Esse público diversificado e crescente mostra que vários tipos de pessoas recorrem à internet para comprar e se informar a respeito de produtos e serviços. O consumidor tornou-se mais exigente e as empresas precisam se adequar e atender a necessidade destes clientes. Neste cenário é inserido o marketing digital, que consiste na utilização da internet para fazer propaganda, publicidade e de se comunicar com os clientes, aplicando algumas estratégias do marketing tradicional e criando novas para o perfil do novo consumidor. As maneiras de se fazer marketing digital são imensas e neste trabalho foi dado destaque àquele realizado nas mídias sociais, direcionado para o público feminino universitário na compra de itens online. Na pesquisa realizada foi possível concluir que as universitárias que mais utilizam mídias sociais para compras possuem entre 20 e 29 anos. Para o primeiro objetivo específico, de identificar quais são as mídias sociais que mais influenciam no consumo de universitárias, constatou-se na análise dos dados que, o Facebook destaca-se com 36%, coincidentemente é a rede social onde o Marketing Digital é mais praticado, seguido pelo Instagram com 18%. 70% dessas respondentes confiam nos sites em que realizam as compras online e se ainda tem dúvidas para adquirir produtos buscam informações em sites especializados e confiáveis (55%), ou ainda, buscam informações com outros consumidores que já adquiriram esses produtos (41%), respondendo, portanto, ao objetivo específico de identificar qual o nível de confiabilidade de compras realizadas pela internet por universitárias. Para o último objetivo específico, de identificar os produtos mais comprados na internet por universitárias, constatou-se que o público feminino analisado realiza diversas compras pela internet, com frequência moderada, e com 65% dos produtos sendo itens “musthave”, definidos na pesquisa como vestuários, calçados, produtos de beleza, etc. Finalmente, ao fim de todas as análises, foi possível perceber que há uma influência de propagandas e publicidades realizadas em mídias sociais sobre esse público (62%), isso indica que o marketing digital realizado está cumprindo seu papel, atingindo, portanto, o objetivo 11 Volta Redonda/RJ – 03 e 04 de dezembro de 2015 geral desse trabalho de verificar a influência que o marketing digital realizado nas mídias sociais tem na decisão de compra de itens “must-have” de universitárias, dando destaque ao Facebook e Instagram como mídias mais utilizadas. Espera-se que a pesquisa realizada possa contribuir para futuras pesquisas dentro ou fora do âmbito acadêmico, tanto como forma de aquisição de conhecimentos, como para coleta de dados. Como sugestão para pesquisas futuras, recomenda-se realizar o mesmo estudo com o público masculino com produtos eletrônicos e de informática, itens mais procurados e comprados por esse segmento de clientes. 6. Referências Bibliográficas AZEVEDO, L. E.; SOUSA, L. M. M. O Uso de Mídias Sociais nas Empresas: Adequação para Cultura, Identidade e Públicos. Intercom - Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. IX Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte, Rio Branco, 2010. BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Comunicação Social. Pesquisa Brasileira De Mídia 2015: Hábitos De Consumo De Mídia Pela População Brasileira. Brasília: Secom, 2014. CINTRA, F. C. Marketing Digital: A Era Da Tecnologia On-Line. Universidade de Franca, Franca, São Paulo, Brasil. 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