SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – SEED/MEC UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA MÍDIAS NA EDUCAÇÃO – CICLO BÁSICO Projeto de Rádio:Temas da vida Cursistas: Adão de Souza Noé Vicente Folster Tutora: Irene Cardoso Althof São José, junho de 2009 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 01 2. OBJETIVO GERAL 01 2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 01 3. JUSTIFICATIVA 02 4. REFERENCIAL TEÓRICO 02 5. METODOLOGIA 06 6. CRONOGRAMA 08 7. RESULTADOS 09 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 09 9. REFERÊNCIAS 09 Resumo Este trabalho objetiva a sistematização e conclusão do módulo básico do curso de Mídias na Educação. Nele apresentaremos um projeto de elaboração de um programa de rádio escola, a ser implantado na Escola de Educação Básica Wanderley Júnior, no municipio de São José, com os alunos da 3ª série do ensino médio com a utlilização da rádio existente na unidade escolar e a disciplina de Filosofia. Através de um trabalho realizado em sala de aula, os alunos divididos em equipes com a mediação do professor e orientador educacional elaborarão programas de rádios que serão apresentados na hora do recreio na escola. 01 1. INTRODUÇÃO O programa de rádio “Temas da vida” surgiu da necessidade de produzirmos um projeto de conclusão do curso básico de Mídias na Educação. Aliado a este fator, nos deparamos com as seguintes necessidades: Oportunizar aos alunos do terceiro ano do período matutino, a alternativa de aprofundar seus conhecimentos filosóficos e ao conhecê-los, a possibilidades de disseminar para toda comunidade educativa da Escola de Educação Básica Wanderley Júnior. A segunda necessidade que impulsiona a levar adiante este projeto é a necessidade de oferecer aos nossos jovens, novas possibilidades de comunicação e interação. Através dos recursos da rádio, e dos conceitos apropriados no curso de Mídias na educação, os alunos poderão sistematizar suas idéias, rever seus conceitos filosóficos e compará-los com os objetivos do dia-a-dia. E por último, pensamos com a utilização de forma educativa os horários dos recreios oferecendo além das músicas, informações culturais envolvendo a Disciplina de Filosofia. 2. OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Popularizar a Filosofia, com o uso das mídias impressas e do recurso comunicacional da rádio escolar, no interior e fora da sala de aula convencional, criando condições para que o ouvinte perceba a estreita relação entre o pensamento e a vida. 2.2. Objetivos Específicos Estimular os educandos quanto à utilização de outras mídias e novas formas de aprendizagem. Promover a reflexão individual e coletiva sobre questões relacionadas ao cotidiano. Incentivar o trabalho colaborativo e a criatividade na disseminação das informações. 02 3. JUSTIFICATIVA Este projeto partiu da realidade encontrada no ambiente escolar no qual trabalhamos. Nestes diálogos, que muitas vezes ocorrem na informalidade, nos corredores das nossas escolas, sentiu-se a necessidade de promover atitudes pedagógicas que conciliasse os recursos existentes no espaço escolar e que muitas vezes não lhes demos um significado que possa contribuir para a educação de nossos jovens. Por outro lado, em certos momentos percebe-se um distanciamento do conteúdo programático com o cotidiano do aluno. Como fazer então para unir estas duas incertezas? Por que não usar a rádio, instalada e mal utilizada. E foi a partir deste diálogo entre o Orientador Educacional e o Professor de Filosofia que surgiu a necessidade deste Projeto, ou seja, a utilização dos recursos midiáticos da rádio e a construção de programas envolvendo os conteúdos filosóficos. 4. REFERENCIAL TEÓRICO Nossas escolas, desde os mosteiros medievais até os dias atuais, se utilizam de modelos muito convencionais na transmissão dos conhecimentos. “O professor na escola brasileira continua organizando suas aulas a partir de informações contidas nos livros didáticos”(Meksenas;66) e a isso podemos considerar uma educação convencional no sentido de pouca inovação na introdução de novas teccnologias no contexto ensino- aprendizagem. Da oratória à utilização da mídia impressa introduzida por Guttemberg em1450, passaram-se inúmeras gerações. Com o passar dos tempos e o avanço tecnológico promovido pela indústria cultural, novas necessidades se fizeram necessárias para a educação de nossa juventude. Novos artefatos tecnológicos vão surgindo que num primeiro momento vem atender não a escola, mas ao consumo da sociedade. 03 Então, primeiramente, a indústria cultural esbanja seu interesse com a rentabilidade e a disseminação de uma cultura fugaz, estimulando desta maneira o consumismo e a desinformação. O excesso e a efemeridade do fluxo informacional provocam uma desarticulação das camadas populares e por consequência, de nossos educandos. Aliados a este fator têm o ocultamento dos promotores da cultura. Então as fontes das informações nem sempre são confiáveis e fidedignas, porém propagadas com extrema velocidade. Envolta neste momento histórico, a escola busca alternativas que lhe dê condições de proporcionar às gerações, novas possibilidades metodológicas. Neste contexto o “desafio é o de inventar e descobrir usos criativos da tecnologia educacional que inspirem professores e alunos a gostar de aprender, para sempre” Kenski (2008:67) e com isso, passa a absorver mecanismos que num primeiro momento não foram pensados para a utilização no ambiente escolar. Neste sentido temos como exemplo vários exemplos, dentre os quais poderíamos destacar: o jornal, revistas, historias em quadrinho, televisão, videocassete entre tantas outras. Num momento mais recente temos a inserção das novas tecnologias educacionais acompanhadas dos recursos telemáticos. Nesta inserção das midias no ambiente escolar, os deparamos com situações bastante inusitadas. Neste projeto de conclusão da Etapa do Módulo Básico de Mídias na Educação, abordaremos a inserção do rádio e sua utilização aliada a midia impressa no espaço escolar na comunidade da Escola de Educação Básica Wanderley Júnior, no municipio de São José, SC. Sendo um projeto que envolve a parte pedagógica e a Disciplina de Filosofia, faz-se necessário compreender à luz da filosofia o entendimento da utilização dos recursos midiaticos e a construção de cidadãos. Podemos dizer que os filósofos da escola de Frankfurt dentre os quais poderíamos citar (Hokheimer, Adorno e Habermas) contribuem para a 04 apropriação dos conceitos filosóficos na utilização de recursos comunicacionais, na medida em que nos remetem pensar a indústria cultural, nos moldes de uma reflexão crítica. Á luz da dialética do iluminismo teoria publicada em 1947 como resultado do pensamento filosófico de Hokheimer e Adorno, podemos dizer que existe mesmo uma indústria cultural capaz de camuflar a ditadura e o monopólio de alguns grupos que se oferecem sob o estigma de meios de comunicação de massa ditando uma ética, uma moral e uma estética voltada unicamente para a satisfação do modelo econômico. É preciso que se busque novas formas e métodos de pensar e encaminhar as ações,por isso na contramão deste “rolo compressor”, a escola no cumprimento do seu dever tem por obrigação ser um campo de experimentação tal como, uma incubadora que neste caso vem para nutrir novas idéias e práticas no campo das ações humana fazendo frutificarem modos alternativos de compreender a realidade da comunicação bem como encaminhar em forma de ensaios o exercício de novos modelos que possam promover a ação humana e o próprio ser humano enquanto tal, superando os modelos convencionais que prezam primeiramente pela satisfação e permanência de grupos empresarias nutridos à base de indivíduos humanos transformados em meros consumidores, ignorantes de sua própria condição humana enquanto ser pensante e fazedor de cultura. A Disciplina de Filosofia encampando este tipo de ação pedagógica na EEB Wanderley Junior pretende não se passar por heroína e salvadora da pátria num momento em que quase totalidade de nossos educandos envereda pelo campo de uma razão meramente instrumental e anuladora do sujeito enquanto pessoa. Deste modo, a Filosofia com o uso das midias impressas e do recurso comunicacional da radio escolar, pretende ser uma sugestão, longe de ser uma receita pronta e acabada para superar a dicotomia instalada no campo da cultura, ela, a Filosofia enquanto promotora da reflexão abrangente coloca-se a disposição como um espaço aberto ao debate e a criação de novas posturas didáticas também possíveis às outras disciplinas do currículo e a comunidade escolar em geral. 05 A Filosofia pretende ser apenas um caminho de abertura ao novo que deve se iniciar no interior da unidade educacional este espaço que deve promover a democracia em todas as suas formas possíveis. Acreditamos que na mesma medida em que os alunos conseguem exercer práticas diferenciadas de conduzir as suas formas de vida também desenvolvem modos alternativos de pensar e criar conceitos que os remetam a soluções satisfatórias tanto no universo prático e individualizado de suas existências quanto nas esferas coletivas de suas relações. Não é possível pensar ingenuamente o mundo das comunicações, se estamos cônscios do mundo que nos rodeia. Martín-Barbero nos lembra que “as comunicações passam a ocupar um lugar estratégico na configuração dos novos modelos de sociedade” (Barbero; 53) e o atravessamento das tecnologias e mídias em nosso cotidiano nos coloca em alerta para tudo o que possa ser feito de nós e se quisermos participar do mundo em seu governo local e global se faz urgentemente e necessário que estejamos de olhos e ouvidos bem atentos a tudo o que vemos e ouvimos. A nossa emancipação enquanto cidadão se faz na medida em que não apenas escrevemos, vemos e ouvimos, mas também na medida em que dizemos as coisas, para quem dirigimos nosso discurso e como dizemos aquilo que deve ser dito a cada instante, pois o outro nos potencializa enquanto aquilo que somos. Levando em conta estes argumentos, mais ainda se justifica o ensino da Filosofia atrelado a estes instrumentos, pois não será apenas reproduzindo o que já foi feito que seremos capazes de alavancar novas empreitadas no campo do pensamento contemporâneo. A medida que vamos registrando nossa forma de pensar na escrita vamos também levando á prática as nossas próprias crenças na forma de um discurso bem dosado, ou seja, um discurso que respeite a identidade da cultura local, que seja ético à medida em que dá voz e vez a todos para expressarem suas idéias publicamente, uma forma de discurso crítico, criterioso e criativo de grande potencial humanizante. 06 Neste sentido precisamos romper o paradigma do saber instituido pelo material impresso ou no saber acumulado pelos mestres como únicos meios de construção do conhecimento. Aliado a tudo o que foi exposto acima, consideramos os recursos existentes na unidade escolar escolhida para o desenvolvimento do projeto. A EEB Wanderley Júnior dispõe de uma rádio instalada e que na hora dos intervalos toca músicas, selecionadas pelos alunos, apresenta recados da Direção e dos próprios alunos. E por que não utilizarmos este recurso como produção de programas envolvendo a Disciplina de Filosofia, onde os alunos em sala de aula, com a mediação do professor de filosofia elaboram e criam modelos de programas de rádio que serão apresentados nos horários dos intervalos. Nestes programas, os conteúdos programáticos da disciplina envolvida, serão abordados de forma que a dinâmica e a contextualização do dia-a-dia promovam a troca de saberes com toda a comunidade educativa. Através deste projeto podemos comprovar que a utilização das midias impressas(produzidas em sala de aula) e da rádio escolar, podem sim ser uma alternativa muito significativa na produção de novos conhecimento. 5. METODOLOGIA O Programa será dividido em três quadros ou etapas com a duração total do programa de 15 (quinze) minutos. No Primeiro quadro a narrativa será em primeira pessoa com ou sem trilha sonora. A apresentação de uma Biografia de um filosofa onde o locutor pode iniciar com o seguinte imperativo: ....” Que fale o filosófo......” No Segundo quadro apresenta-se o Recorte Reflexivo. Segundo o estilo crônica o locutor apresenta brevemente o pensamento do filósofo a partir dos seguintes questionamentos: O que disse; Quem disse; Por que disse. No terceiro e último quadro o tema a ser discutido será “Ele comenta mas não inventa”. 07 Neste quadro um convidado especial interage com o locutor (apresentador) do programa e com o público ouvinte interagindo via perguntas registradas por escrito. O comentário analítico deve estar sempre ancorado em um acontecimento local seja da comunidade escolar, seja do bairro ou até mesmo da sala de aula. 5.1 VINHETA DO PROGRAMA “Uma idéia puxa a outra”. Todos os dias neste mesmo horário a Rádio Escola faz um recorte reflexivo ligando o pensamento à vida. Temas da Vida é hora de pensar. 5.2 TEMAS E ASSUNTOS A morte A mente O namoro A felicidade As paixões A família A energia O fogo Esporte A terra Religião O sofriment o As filas Política Economia da energia A organização Emoções Economia dos recursos naturais A identidade sonhos Violência sexualidade 08 5.3 CARACTERÍSTICAS DO PROJETO Os programas de rádio terão perfis formativos, informativos, reflexivos e dialógicos. Campos da Filosofia a serem explorados Estética Ética Fenomenologia Lógica Empirismo Historicismo Ontologia Moral Turma que realizará o Projeto 3ª série do Ensino Médio Escola Onde será Desenvolvido o Projeto Escola de Educação Básica Wanderley Júnior 6. CRONOGRAMA ATIVIDADES CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES AGOSTO/09 STEMBRO/09 OUTUBRO/09 NOVEMBRO/09 04 Definição dos Temas Divisão das Equipes e dos responsáveis pelas por cada função Apresentação ao professor dos encaminhamentos Discussão e apresentação prévia dos trabalhos realizados Retificações nos programas, acertos na linguagem e trilha sonora. Treinamento das equipes na Rádio Distribuição das apresentações Apresentações 11 18 25 08 15 22 29 06 13 20 27 06 13 20 27 X X X X X X X X X X X X X X X X 09 7. RESULTADOS Por ser ainda um projeto a ser executado no segundo semestre de 2009 esperamos que o mesmo atinja o Objetivo traçado neste projeto. Ou seja, que ele contribua com a propriação dos conceitos filosóficos e que os alunos percebam novas possibilidades de construção do conhecimento através de recursos comunicacionais como a rádio escolar. 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho podemos concluir que a utilização das mídias no contexto escolar são reais e possíveis. Através dos estudos realizados durante este módulo básico do curso de Mídias na Educação podemos compreender o quanto ainda temos a realizar em nossas escolas. Quantos recursos temos disponíveis e as vezes puco utilizados no cotidiano escolar. A capacitação torna-se urgente e extremamente necessária para que nós educadores possamos utilizar estas novas tecnologias no dia-a-dia pedagógico. 9. REFERÊNCIAS KENSKI, Vani Moreira; Educação e Tecnologia – O novo ritmo da informação, ed. Papirus, São Paulo, 2008. MARCUSE, ADORNO, HORKHEIMER, BENJAMIM e HABERMAS ; Teoricos de Frankfurt. Disponível em < http://www.culturabrasil.pro.br/frankfurt.htm>. Acesso em 12 junho de2009. MARTÍN-BARBEIRO J. apud MORAES, Denis; Sociedade midiatizada,ed. Mauad X, Rio de Janeiro, 2006. MEKSENAS,Paulo apud PENTEADO, Heloisa Penteado; Pedagogia da Comunicação, Cortez, São Paulo, 2001.