Artigo_Dr.a._Merielle - Blog da Pró

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PARTO NORMAL: A NATUREZA SE ENCARREGA,
MAMÃE E BEBÊ AGRADECEM
Hospital Materno Infantil Público Tia Dedé
*Merielle Barbosa Lobo
São nove meses de expectativa e durante a gestação a barriga cresce e a mãe se
prepara para o nascimento da criança. Nas consultas de pré-natal, ela obtém
informações sobre um parto seguro. É a oportunidade de confirmar que, embora a
cesariana seja indicada em determinados casos, o método natural continua sendo a
melhor forma de dar à luz. Mesmo assim, nosso país registra muito mais cesarianas do
que os 15% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Ministério da
Saúde lançou uma campanha a favor do parto normal, numa tentativa de diminuir o alto
número de cesarianas desnecessárias realizadas no país. Segundo informações da
Campanha Nacional de Incentivo ao Parto Normal, lançada em 11 de maio 2008, a taxa
nacional é de 39% e em todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste esse
índice é superior a 40% - segundo dados de 2002 do Sistema de Informações de
Nascidos Vivos (Sinasc).
... é importante deixar que a natureza comande o
processo de parir e de nascer, respeitando a forma natural.
O
corpo da mulher tem um conhecimento intuitivo de como ter
filhos, e a forma natural de parir pode ser muito gratificante
para a mãe e seu bebê...
Daphne Rattner
Os benefícios do parto normal são inúmeros, tanto para a mãe como para seu bebê. Vão
desde uma melhor recuperação da mulher e redução dos riscos de infecção hospitalar
até uma incidência menor de desconforto respiratório do bebê.
Eis outras vantagens do parto natural:
1. Psicologicamente, a interação mãe / bebê é muito favorecida. Isso está
relacionado ao fato de o bebê poder mamar já na sala de parto, e de a mãe estar
mais disposta à convivência inicial, sem a influência da anestesia e sem as dores
do corte na barriga, feito na cesárea.
Pró-Saúde Escritório Regional - Telefone: 63 3236-4300
2. O parto normal proporciona à mãe uma recuperação pós-parto praticamente
imediata (podendo a mulher voltar a seus afazeres bem mais rapidamente) e
menores riscos de infecção hospitalar.
3. Com um parto natural, há um menor desconforto respiratório do bebê. Ao passar
pelo canal do parto, o tórax sofre uma descompressão compensatória, afastando
os riscos de aspiração de líquido amniótico e asfixia. A profunda oxigenação que
o bebê recebe ao nascer leva ao funcionamento pleno dos aparelhos
cardiovascular e respiratório.
4. O método natural também traz benefícios para o recém-nascido. O início das
contrações é uma espécie de aviso de que sua hora de nascer está chegando.
Assim, ele se prepara melhor para esse momento e terá menos problemas de
adaptação na vida fora do útero materno. Lembrar que a cesariana também pode
interferir no vínculo estabelecido entre a mãe e o filho durante o parto. Se, logo
após o parto, o neném é acolhido e abraçado pela mãe, nesse momento se
estabelece o vínculo maternal. Após a cirurgia, pegar o neném no colo é dolorido
e, como o bebê geralmente é levado para observação, a instalação do vínculo
pode demorar mais.
Na cesariana, também é mais frequente a ocorrência de infecção e hemorragias, além da
possibilidade de laceração acidental de algum órgão, como bexiga, uretra e artérias, ou
até mesmo do bebê, durante o corte do útero. A gestante pode, ainda, ter problemas de
cicatrização capazes de afetar a próxima gravidez. A frequência dessa cirurgia também
limita a possibilidade de opção pelo número de filhos. Nenhum médico deixaria uma mãe
chegar a realizar seis cesarianas; geralmente, as mães são esterilizadas após a terceira
cirurgia.
A incidência de morte materna associada à cesariana é 3,5 vezes maior do que no
método natural. Os riscos são inerentes à própria cirurgia, a começar pela anestesia, em
que a possibilidade de uma reação é imprevisível. As vantagens do parto normal se
estendem ainda à questão financeira.
Indicações: Existem indicações absolutas e relativas para a realização da cesárea. Tratase de um procedimento importante para salvar a vida da mãe e do bebê quando uma
delas - ou as duas - está em risco. As indicações absolutas mais tradicionais são:
desproporção céfalo-pélvica (quando a cabeça do bebê é maior do que a passagem da
mãe); hemorragias no final da gestação; ocorrência de doenças hipertensivas na mãe
específicas da gravidez; bebê transverso (atravessado); e sofrimento fetal. A ocorrência
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de diabete gestacional e ruptura prematura da bolsa d’ água e bebê com trabalho de
parto prolongado são consideradas indicações relativas para a cesariana.
O Ministério da Saúde acrescentou, recentemente, outra indicação para essa cirurgia. É o
caso de gestantes portadoras do vírus HIV. A cesariana passou a ser agendada nessas
situações porque se descobriu que a hora do parto é o momento de maior troca
sanguínea entre a mãe e o bebê. Dessa forma, a cirurgia programada reduz os riscos de
transmissão do vírus.
Fig.: Dra.Merielle com recém-nascido após parto normal e primeira mamada na mãe
“...até o médico se sente bem em
poder pegar o bebê no colo sem precisar
levá-lo a uma incubadora...”
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Fonte: Ministério da Saúde
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Embora o parto cirúrgico (cesariana) seja indicado em determinados casos, o Ministério
da Saúde recomenda a via vaginal para o parto como melhor forma de dar à luz, forma
esta que a mãe na maioria das vezes poderá acompanhar o nascimento de seu bebê,
inclusive com a presença do pai ou de um familiar, oportunidade única do primeiro
contato e de iniciar o aleitamento materno ainda em sala de parto.
*AUTORA:
•
Graduado em Medicina pela Universidade Iguaçú/RJ;
•
Especialista/Residência Médica: Ginecologia e Obstetrícia pelo Ministério da
Saúde - Maternidade Municipal Leila Diniz e Hospital Municipal Raphael de Paula
e Souza/Rio de Janeiro/RJ;
•
Especialista em Emergência Obstétrica ALSO, Advanced life Suport in Obstetrics,
CRM Tocantins - Palmas/TO, 2012;
•
Médica do Hospital e Maternidade Pública Tia Dedé - Porto Nacional – TO;
•
Médica do Hospital e Maternidade Pública Dona Regina Siqueira Campos –
Palmas – TO;
•
Médica do Hospital Yutaka Takeda – Carajás/PA.
BIBLIOGRAFIA
HURTZ, K. Joseph e outros. Manual De Ginecologia e Obstetrícia do Johns Hopkins.
São Paulo: Artmed, 4ª. edição, 2012.
MARCONDES, J, Luciano e outros.Vitalidade Fetal:série educação continuada em
Obstetrícia, SãoPaulo: Manole, 2012.
REZENDE, J, Montenegro CAB. Mamas: lactação. In: Rezende J. Obstetrícia. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
ZUGAIB, Marcelo. Zugaib Obstetrícia. Barueri , SP: Manole, 2008.
__ Ministério da Saúde: Parto normal: mais segurança para a mãe e o bebê, Brasília,
2010
http://www.febrasgo.org.br/
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=33908
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