Página 5 Farsul questiona estudo do IBGE sobre desmatamento de biomas A Farsul contestou estudo do IBGE, divulgado em junho, que aponta o bioma Pampa como o segundo mais desmatado no Brasil, com uma redução de 54% na sua área de vegetação nativa. A Federação alega que a informação não reflete a realidade existente, já que não contextualiza a substituição da vegetação nativa feita durante os últimos 300 anos de exploração humana, sem degradação ambiental. Entretanto, apresenta alternativas para que a preservação da área seja feita. Uma das propostas para se conservar este bioma é uma agricultura com balanço positivo de carbono. “Nós temos que fazer um pastejo mais suave, consumindo as partes superiores da planta e deixando que as outras, para realizar a fotossíntese, sequestrem o carbono. Isso minimiza o impacto Pecuária é praticada há 300 anos no Pampa, sem degradar ambiente da produção do metano por parte dos bovinos”, explica o vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira. “Isso significa converter o campo nativo do Pampa em processos forrageiros de alta qualidade e de alta eficiência”, complementa. O cultivo de soja que cresce na metade sul do Estado pode contribuir positivamente para a prática de uma agricultura mais sustentável do ponto de vista do balanço de carbono. Segundo Pereira, a soja transforma o campo natural em um produto de maior renda. “Com a saída da soja, nós temos a pastagem de inverno que nos proporciona uma utilização muito superior pelo bovinos. Quando passamos a trabalhar com um pasto de maior rentabilidade, a idade de abate do bovino é reduzida. Isso faz com que sobrem mais plantas para fazer o sequestro do carbono”. Uma falha levantada por Pereira no estudo do IBGE é a falta de critério para se estabelecer o conceito de desmatamento. “O Pampa não é uma região de floresta. Nós temos dificuldade de entender o que significa desmatamento neste caso”, argumenta, já que o Pampa se caracteriza por vegetação campestre. Além disso, a Farsul alega que a pesquisa não considera o padrão de sociedade em torno da produção agropecuária local, onde vivem 2 milhões de pessoas. Outra crítica é de que o estudo não leva em consideração que o produtor rural do Pampa respeita com folga a legislação ambiental, que prevê a preservação de 20% do território regional - menos da metade dos 46% que existiriam hoje. Suinocultura A carne suína brasileira está autorizada a ingressar na Argentina. O governo daquele país se comprometeu a liberar a entrada, durante o segundo semestre deste ano, de um volume similar ao que o Brasil exportou no mesmo período de 2011, que corresponde a 27 mil toneladas de carne suína in natura, industrializada e miudezas. A decisão foi anunciada no início de julho, pelo Ministério da Agricultura. “As negociações representaram um trabalho de paciência realizado pelo governo, que não mediu esforços para recuperar o mercado vizinho. Tivemos que ouvir técnicos em desconformidade com a nossa postura, mas sabíamos onde precisávamos chegar e chegamos”, disse o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho. O Ministério da Agricultura integrou a equipe do governo federal nas negociações entre os dois países, que vêm ocorrendo desde março deste ano, quando a Argentina travou as importações brasileiras de carne suína. Transporte de insumos agropecuários requer cuidados especiais A Farsul orienta os produtores a observar as regras de transporte de defensivos agrícolas e produtos de uso veterinário para as fazendas. Ao mesmo tempo, terá reuniões com a Brigada Militar para tratar do tema e solicitar mais informações sobre as exigências cobradas na fiscalização. A preocupação surgiu após episódios de multas a produtores, aplicadas por policiais militares, por transportes de pequenas quantidades de produtos para a fazenda em carros de passeio. Em Caçapava do Sul, um pecuarista foi multado por levar duas caixas de amitraz para a propriedade. De acordo com o diretor administrativo da Farsul, Francisco Schar- dong, os sindicatos rurais foram orientados a relatar eventuais problemas semelhantes à Federação. A legislação sobre o tema é extensa e intrincada. Uma cartilha da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro orienta os produtores a seguir regras mesmo no caso de levar pequenas quantidades de agrotóxicos para a fazenda. O transporte em cabines de veículos de passeio é proibido. A alternativa recomendada é a caminhonete. Os produtos devem estar cobertos por lona impermeável, presos à carroceria do veículo e não ultrapassar a altura dela. Além disso, não pode haver pessoas, animais ou rações transportados na mesma carroceria. No caso de outras cargas, é necessá- rio separar os defensivos, que devem ser em pequena quantidade, em uma caixa fechada. O transporte de embalagens que estejam vazando é proibido. A Farsul ainda analisa tecnicamente a legislação. Para evitar problemas, a entrega dos produtos na fazenda por parte do vendedor, sempre que possível, é uma das alternativas.