Cerca de 20 milhões de brasileiros sofrem de refluxo

Propaganda
Cerca de 20 milhões de brasileiros sofrem de refluxo gastroesofágico
Cerca de 10% dos pacientes com refluxo gastroesofágico têm a presença de esofagite grave. Destes
10% de indivíduos com esofagite grave, aproximadamente 3% têm chance de desenvolver câncer de
esôfago. Assim, 0,3% dos pacientes com refluxo gastroesofágico têm risco de desenvolver câncer.
“Portanto, se aproximadamente 12% dos brasileiros sofrem de refluxo gastroesofágico, cerca de
6.500 pessoas possuem risco de câncer de esôfago no Brasil”, afirma.
A doença atinge 2,5 vezes mais os homens do que as mulheres e a faixa etária de maior incidência é
a população acima de 40 anos, embora adolescentes e adultos jovens também possam manifestá-la.
O refluxo gastroesofágico caracteriza-se pelo retorno para o esôfago do ácido que existe no
estômago para a digestão dos alimentos. A rigor, este ácido não deveria voltar, mas quando há
perda de força no músculo que mantém o estômago fechado, ocorre o refluxo. O “afrouxamento”
deste músculo pode ocorrer por predisposição genética, obesidade, hábitos alimentares inadequados,
como ingestão de grandes quantidades de alimentos, a ação de comer excessivamente e logo se
deitar, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, cafeína e cigarro.
Queimação na região conhecida popularmente como “boca do estômago” e regurgitação dos
alimentos são os principais sintomas. Nos casos mais avançados de esofagite grave, o paciente tem
dificuldade e/ ou dor para engolir e sangramento pela boca. “O refluxo gastroesofágico pode causar
ainda dor no peito, que pode ser confundida com os sintomas do infarto do miocárdio, tanto que
muitas pessoas com este problema procuram os prontos socorros achando que estão tendo um
infarto”, relata o especialista. Para diferenciar, são realizados exames que afastam a possibilidade
de infarto. Essa confusão ainda fica mais patente nos países de língua inglesa, em que a doença é
chamada de “heartburn”, que literalmente significa “queimação no coração”. O refluxo
gastroesofágico pode provocar ainda sintomas extra-esofágicos, como ronco, pigarro, tosse crônica e,
até mesmo, asma desencadeada pela pelo refluxo ácido do estômago para o pulmão.
O diagnóstico do refluxo gastroesofágico é feito por meio da endoscopia e, em alguns casos, é
realizado também um exame denominado PH metria, que tem a função de medir o nível de acidez do
esôfago. Segundo o cirurgião do aparelho digestivo, a melhor forma de prevenir a doença é manter
hábitos saudáveis de alimentação, controlar o peso e evitar o abuso de álcool, cigarro e cafeína. O
uso de travesseiros elevados com formatos especiais diminui o retorno do ácido do estômago para o
esôfago, evitando o risco de engasgamento.
Já o tratamento inclui medicamentos que controlam a secreção do ácido, fator principal associado
aos sintomas da doença, e mudança de hábitos alimentares. Em casos mais graves, em que o
paciente já apresenta esofagite severa, é indicado o procedimento cirúrgico como alternativa ao
tratamento clínico. “O refluxo gastroesofágico não tem cura definitiva, portanto, mesmo após
tratamento, os sintomas podem voltar”, alerta o especialista.
Download