• SINTAXE GERATIVA I Coordenador(a): Fabio Bonfim Duarte "SUJEITO NULO: NAo MAIS ADQUIRIDO, MAS, SUPOSTAMENTE, APRENDIDO" Maridelma Laperuta (UNIOESTE) Esta comunicayao tern como objetivo justificar 0 projeto de pesquisa por mim coordenado e desenvolvido atualmente. Trata-se de uma pesquisa que compara os dados referentes ao sujeito sintatico, na aquisiyao de lingua materna (em uma crianya de 2 anos), com os dados referentes ao mesmo objeto de estudo, na aprendizagem de lingua portuguesa, de crianyas em idade escolar. o objetivo final da pesquisa (ainda nao concluida) e sustentar minha hip6tese inicial Ua confirmada em outros corpora, por outros pesquisadores, como MAGALHAES(2000)) de que 0 sujeito adquirido pelas crianyas e preenchido (observando-se fatores lingliisticos e extralingliisticos) e 0 que a crianya aprende na escola e nulo, alem de investigar qual e 0 papel da escola no usa dos sujeitos pronominais nulos que ja nao saD encontrados na fala. A FOCALIZAc;:Ao DO SUJEITO E A INVERSAo LIVRE NO PORTUGUES BRASILEIRO Sandra Quarezemin (UFSCj, Carlos Mioto o panimetro pro-drop e elaborado como contendo 0 seguinte conjunto de propriedades: sujeito nulo; inversao livre do sujeito; movimento longo do sujeito a partir de uma ilha-Qu; pronome resumptivo nulo em senten<;:asencaixadas; aparente viola<;:aodo filtro that-t. Vma lingua que S'e ajusta plenamente ao parametro apresenta irrestritamente todas essas propriedades; 0 oposto complementar se aplica a uma lingua nao pro-drop. Se consideramos a propriedade da inversao livre como uma estrategia para focalizar 0 espanhol e 0 0 portugues europeu focalizam o frances nunca muito saliente 0 0 fazem. Estudos sobre 0 sujeito, podemos entender por que italiano, 0 sujeito em posi<;aopas-verbal, enquanto 0 portugues brasileiro (doravante PBl apontam que e preenchimento da posi<;:aode sujeito por urn pronome, exceto quando e expletivo, isto e, 0 0 Ingles e 0 sujeito PB e considerado uma lingua de sujeito nulo parcial. Quando se trata da focaliza<;aodo sujeito, as vezes ele e focalizado antes do verba e outras vez depois, a focaliza<;ao pas-verbal sendo a mais restrita. Este estado de coisas permite apontar uma simetria relacionando as duas propriedades em questao: 0 PB e parcial tanto no que diz respeito ao sujeito nulo quanta no que diz respeito a focaliza<;ao do sujeito em posi<;ao pas-verbal. Nosso objetivo e mostrar que esta correla<;aoe previsivel se 0 sujeito nulo e a inversao livre saDduas propriedades do mesmo panimetro. CLASSIFICAc;:Ao DA INACUSATIVIDADE E DA INTRANSITIVIDADE Larissa Santos Ciriaeo (UFMG), Marcia Cant;:ado Esse trabalho apresenta uma pesquisa basicamente empirica e descritiva do comportamento dos verbos mono-argumentais frente a testes sintaticos e semanticos, com particular interesse pelo fenameno da inacusatividade. Nosso objetivo e fornecer uma descri<;:aoconsistente sobre eomportamento e as propriedades apresentadas 0 por verbos intransitivos, ressaltando a impor- tancia de se abordar esse fen6meno como uma intera<;ao de varias propriedades sintaticas e tambem semanticas, afinal, a inacusatividade certamente nao deve ser caracterizada de uma s6 forma, ou a partir de urn s6 teste. Assim, lidando com urn numero consideravel de verbos, investigamos seu comportamento considerando-se para isso cinco propriedades sintaticas e semanticas. Conforme as propriedades exibidas, adotamos uma classifica<;aopara esses verbos em termos de prototipicidade. Existem verbos que exibem propriedades mais prototipicas do comportamento de inacusativo e outros que exibem propriedades mais prototipicas de inergativo, alem, daro, de existirem aqueles que saD tipicamente inacusativos ou tipicamente inergativos. Desse modo, acreditamos fornecer uma analise mais real da observa<;ao dos dados da lingua. CONSTITUINTES PRETAc;:Ao PREPOSICIONADOS, DERIVAc;:Ao POR FASE E CRITERIOS DE INTER- TEMATICA Juanito Ornelas de Avelar (UN/CAMP) Os verbos "quebrar" e "beber", respectivamente nas constru<;6es em (la) e (1b) a seguir, tomam como complemento urn mesmo constituinte enquanto 0 (tres garrafas de cerveja), com urn diferencial: complemento semantico de "quebrar" e interpretado como "tres garrafas", deve ser "cerveja". Com rela<;ao a segunda, qualquer rela<;ao estrutural com 0 0 0 de "beber" nome "cerveja" nao estabelece aparentemente verbo "beber", 0 que torna a rela<;ao semantica urn fato inusitado. Contudo, se a preposi<;ao"de" for trocada pela preposi<;ao"com",como em (2), a unica constru<;ao aceitavel e aquela com "quebrar", a nao ser que se atribua a constru<;ao com "beber" a interpreta<;:ao de que 0 rapaz teria bebido, juntamente com a cerveja, (Chomsky 1995), e seguindo as garrafas que a continham. (l)a. 0 rapaz quebrou b. 0 rapaz bebeu tres garrafas tres garrafas (2)a. 0 rapaz quebrou b. * 0 rapaz bebeu Assumindo de cerveja. de cerveja. tres garrafas com cerveja. tres garrafas com cerveja. modelo de "bare phrase 0 structure" de Harley & Noyer 2000 e Borer 2004 em torno da no<;ao de conhecimento que os dados em requerimentos basicas (1)-(2) consistem tematicos. numa recorro sobre sintagmas a parte, nucleados conceptual. com outras que impediria interpretar 0 argumento que permitem 2000, concatenar contraste 0 2001, da preposi<;ao como complemento 0 a deve recair (lb) e (2b), que sintagmas verbal; diferentemente, como a forma "com", consistem por raz6es defendo as unidades entre argumentando a me sma fase do sintagma conceptual, como as e "cega" quanta cuja determina<;ao Para capturar preposi<;6es, componente 0 a sintaxe semanticos, em Chomsky por "de" pertencem preposicionados 0 por criterios componente 0 a no<;ao de "fase", proposta preposicionados de que Ou seja, as opera<;6es sintaticas da senten<;:a nao saD regidas exclusivamente evidencia propostas enciclopedico, de din arnica semantico numa fase derivacional, de do verbo. OS VERBOS INACUSATIVOS DO PB E A GENERALIZA<;Ao DE BURZIO Silvia Helena Lovato do Nascimento (UFSM) o objetivo deste trabalho VP oracional (Larson, primeiramente agrupados mostramos em duas grandes Da primeira derivam e testar categoria que em termos de Burzio (Burzio, no Programa os verbos classes: fazem parte de estruturas analisados a Generaliza<;ao 1988), as sumida inacusativos ados inacusativos os inacusativos Em seguida, da hipotese do VP oracional. receber 1986) frente a hipotese (Chomsky, do portugues primitivos mostramos brasileiro forma, para argumentos naquelas de dois argumentos. projetam Spec vP, mas nao em estruturas Sendo agentivos, assim, 0 foi possivel ausentes em estruturas acusativo estara que nao projetam ser derivados. reinterpretar a do verbo level inacusativas, disponivel nao dos inacusativos em conta que a posi<;ao Spec vP (especificador e propria podem com os da segunda, a representa<;ao Dessa do 1995). Para isso, e ados inacusativos que, contrastados transitivas. Generaliza<;6 de Burzio levando-se Minimialista mesmo em estruturas que essa posi<;ao. REALIZA<;Ao DE TRA<;OS DE TEMPO NOS D/NPS EM TENETEHARA Fabio Bonfim Duarte (UFMG) Na lingua Tenetehara, em verbos, observa-se como os morfemas que D INPs recebem -wer e -ram, sufixos temporais os quais indicam tempo que tambem se realizam PASSADO e FUTURO, respectivamente. Se considerarmos estipulamos sugere features 0 que tempo nao e urn tra<;o intrinseco seguinte: "there of nominative is a close correspondence D. (... ) D and its projections but would be interpretable aos nomes, between proper to T nominative de tempo nos nomes nas linguas que ocorre entre DIN e 0 nucleo que possui T, (2000) of finite T and the that are uninterpretable were they found on T. We call the features Assim, manifesta<;ao funcional em T. Pesetsky the features bear features when borne by T, and we call the features 0 mas do nucleo nos D I NPs, mas interpretavel que esse tra<;o e ininterpretavel proper on it to D "agreement" when borne by D." e visto como reflexo da opera<;ao AGREE tra<;o interpretavel correspondente. Adotarei a ideia essencial da hip6tese de Pesetsky e considerarei que os D/NPs na lingua Tenetehara carregam tra<;os de tempo (ininterpretaveis = [uT]). Com base nessas considerea<;oes, esse texto tern por objetivo investigar 0 dominio funcional interno aos D/NPs em Tenetehara. Defenderei que os D/NPs possuem urn dominio funcional responsavel por licenciar tra<;os como [PESSOA(POSSUIDOR)]e [TEMPO].Assumiremos que os nomes precisam de urn dominio funcional para licenciar esses tra<;os, como abaixo. [FP2 [FPl... IIII [NP Nossa hip6tese sera a de que FPl corresponde ao dominio funcional de atribui<;ao de Caso genitivo/possessivo ao [POSSUIDORj, 0 qual rotularemos de PossP; e FP2 equivale ao local onde o tra<;ode tempo da senten<;a verbal pode vir replicado nos D/NPs. Proponho que esse tra<;onao pode ser verificado nem em D, nem em Poss e nem em N, mas por urn nucleo funcional externo 8.senten<;a nomina1. SOBRE 0 EFEITO DO PORTUGUES DE DEFINITUDE E 0 CASO PARTITIVO EM SENTENC;::AS INACUSATIVAS BRASILEIRO Marcelo Amorim Sibaldo (UFAL) Sobre a ordem V(erbo)-S(ujeito) no portugues brasileiro (doravante PB), Kato (2000, p. 97) observa que 0 unico tipo de verba ainda produtivo e 0 inacusativo. Apesar de muitos estudos acerca dessa ordem no PB terem sido realizados no ambito da Teoria Gerativa (cf. FIGUEIREDO SILVA,1996; MENUZZI, 2004; TORRES MORAIS, 1993), observamos que algumas questoes ainda permanecern em aberto, dentre elas: a) a existencia do fenomeno conhecido na literatura como Efeito de Definitude (doravante DE, do ingles Definiteness Effect), presente nas constru<;oes inacusativas pode ser considerado, de fato, presumidamente universal, segundo Belletti (1989)?, e b) como se da a atribui<;8.ode Caso ao DP p6s-verbal nessas constru<;oes? Embora assumamos que como 0 frances e 0 0 DE, sob a perspectiva da analise bellettiana, seja atuante em Iinguas ingles, pelo fato de ser necessariamente 0 DP p6s-verbal subcategorizado pelo verbo inacusativo indefinido, apresentaremos contra-evidencias 8. atua<;ao desse efeito na gramatica do PB, tomando por base frases declarativas finitas resultantes pec<;8.o.Ademais, assumiremos com En<;(1991) que tivas nao e 0 de definitude, mas 0 0 de dados de intros- efeito atuante nas constru<;oes inacusa- de especificidade, sendo uma das evidencias 8.impossibilidade de DPs pas-verbais quantificados caracterizados como [-definidos] e [+especificos] nao ocorrerem no Ingles e no frances, ao contrario do PB. Ergue-se, entao, urn problema relativo ao Caso atribuido ao DP pas-verbal nas constru<;oes inacusativas do PB. Assumindo com Burzio (1986) que verbos inacusativos nao atribuem Caso Acusativo ao seu argumento interno e, levando em conta que DPs definidos podem ocorrer em posi<;aopas-verbal no PB, ao contrario do ingles, problematizaremos a proposta bellettiana sobre a atribui<;ao de Caso Partitivo, 0 qual esta associado a indefinitude do DP, segundo a autora. Para a realiza<;aodesse estudo, lan<;aremos mao do aparato tearico baseado no modelo gerativista de Principios & Parametros (CHOMSKY,1981, 1986). VERBOS ASPECTUAIS SERIAM DE ALC;::AMENTO? Poliana Camargo Rabelo (UnE) Partindo da analise de Wurmdrand (1999) para os verbos modais, na qual a autora propoe que esses verbos sao predicados de al<;amento e nao de controle, este trabalho tern 0 objetivo de trazer alguns dados do portugues do Brasil de constru<;oes verba aspectual+infinitivo, como em (1) 0 medico come<;oua examinar a Maria, que podem indicar que essas constru<;oes tambem sao de alc;;amento e nao de controle, controle. Para isso, usam-se como vem sendo sugerido evidencias na literatura como: inacusatividade sobre as construc;;6es de dos verbos aspectuais, de restric;;ao semantica na selec;;ao dos sujeitos desses verbos e transparencia ultimas presentes caracteristicas tambem nas construc;;6es-padrao ausencia de voz. Estas duas de alc;;amento, como as com 0 verba parecer, em que nao ha selec;;aode sujeito pelo verbo da orac;;ao matriz. As construc;;6es como as de (1) teriam, entao, uma estrutura semelhante a de (2) 0 medico parece examinar a Maria.