• PESQUISAS EM L1NGOfSTICA COGNITIVA Dia 30 - local: CEl 15 - 14:00-16:00 Coordenador(a): Ana Flavia Lopes Magela Gerhardt A VOGAL TEMATICA NOMINAL COMO ELEMENTO Mauro Jose Rocha do Nascimento No modelo de analise entre os lingilistas. de significado, 0 estruturalista, DE CONSTRU<;Ao GRAMATICAL (UFRJ) a vogal tematica nominal tern sido motivo de divergencia Este modelo a trata como urn elemento segmentavel, que faz com que se duvide de seu status recorrente, como morfema. mas isento 0 pressuposto composicional de que 0 significado do vocabulo seria uma soma dos significados de seus elementos constituintes nao da conta da diferem;a de significado entre duplas de vocabulos como mato/mata. lenho/lenha. barco/barca. jarro/jarra etc. que s6 se diferenciam entre si por terem em sua estrutura vogais tematicas diferentes. Camara Jr.. por exemplo. apresenta uma proposta de analise que tenta dar conta desses pares. mas que. no entanto. nao abrange todos os casos possiveis na lingua. Nascimento (1996), por sua vez. avan~a na discussao. mas ainda nao da uma explica~ao suficientemente analise sob 0 coerente do fen6meno. Entretanto. enfoque da Linguistica S6cio-cognitiva. utilizando 0 ao apresentarmos uma conceito de constru~ao gramatical (Fillmore et al. Goldberg). analisamos esses itens lexicais como constru~6es gramaticais. e os diferentes significados que os membros de cada par apresentam entre si decorrem nao da diferen~a de significado entre os constituintes dos vocabulos. mas das diferen~as entre cada constru~ao do par. Aplicaremos os principios da nao-sinonimia e da expressividade maximizada. que dao suporte a uma analise mais coerente do fen6meno em questao. ASPECTOS SOCIO-COGNITIVOS DA ARGUMENTA<;Ao INFANTIL Marina Lima Mansur A argumenta~ao apresenta uma grande importancia na nos sa sociedade. na qua!. a toda hora. se e chamado a fundamentar opini6es e a convencer 0 outro. e nao e desconsideravel a bibliografia sobre este assunto. Entretanto. sao exiguos os estudos sobre a argumenta~ao infantil em nosso pais. dando-se aten<;ao muito malor ao en sino de disserta~ao a alunos de Ensino Medio ou a narra<;ao infanti!. Esta comunica<;ao tern como objetivo demonstrar como se processa a argumenta~ao infantil em termos socio-cognitivos. utilizando. para isso. textos escritos por crian<;as de 2" a 4" serie de uma escola publica federal da cidade do Rio de Janeiro. Foram analisados. para isso. sessenta e oito textos das tres series. abordando assuntos escolhidos pelos respectivos professores. Na verifica<;ao da existencia de argumenta~ao nos textos. foram considerados os seguintes aspectos discursivos e linguisticos: situa~ao de aula como moldura comunicativa; a existencia de perguntas ret6ricas. por se constituirem fator de argumenta<;ao; os conectores interfrasticos e os do tipo 16gico.os sequenciadores temporais e os modalizadores como elementos guias para a constru<;ao de espa<;os mentais e. por fim. 0 uso da primeira pessoa do discurso. que tambem caracteriza. segundo Bilger (1997: 132), 0 texto dissertativo de crian<;as. POR UMA AGENDA S6CIO-COGNITIVA DE ESTUDOS EM LEITURA Ana Flcivia Lopes Magela Gerhardt (UFRJ) Nesta comunica<;ao. pretendemos explanar nossa proposta de entendimento dos processos de leitura de textos escritos de uma perspectiva s6cio-cognitivista. Tal prescri<;ao sobre a linguagem e 0 significado acarretara a constru~ao de hip6teses com base numa observa<;ao do ser humano em variadas perspectivas diferentes. como sujeito apto tanto a padronizar cognitivamente os significados a sua volta. como tambem a checa-Ios contra as formas de rela~ao que negocia e estabelece com seus semelhantes. Abordagens que nao consideram a natureza s6cio-cognitiva de qualquer processo e experiencia humana. dicotomizando. de urn lado. 0 universo intelectualcognitivo. favorecendo apenas a angula<;ao ontol6gica de constru<;ao semantica. e. de outro lado. a esfera social. e tao-somente os efeitos que a produ<;ao de significados acarreta, nao permitirao a percep<;aoda leitura como. a urn s6 tempo. uma aquisi<;ao e uma socializa<;ao. Numa pedagogia da leitura, tal visao nao permite associar as habilidades cognitivas do ser humano a dimensao publica que toda informa<;ao convencionalizada intrinsecamente possui. Acreditamos, tambem. que assim se perde a rela<;ao inevitavel que ha entre a transforma<;ao lato sensu que 0 c6digo escrito confere a uma sociedade (0 chamado letramento), e 0 que se replica, em nivel ontol6gico, na cogni<;aohumana - a reconfigura<;ao cognitiva trazida por cada aprendizado e a ressocializa<;ao que ele necessariamente implica. Dessa forma. reconhecemos que a aquisi<;ao e a pratica da leitura nao apenas possibilitarao a pessoa recolocar seus papeis dentro da sociedade - recolocar-se-ao tambem as suas formas de cogni<;aocumulativa e processual. Para uma abordagem geral de nossa agenda, baseamo-nos em tres parametros de observa<;ao dos estudos sobre a leitura. a saber: (i) a constitui<;ao do sUjeito-leitor; (ii) a defini<;aodo nivel de analise lingiiistica a ser abordado nas pesquisas sobre a leitura; (iii) a natureza do significado que se produz na rela<;ao entre 0 sujeito e 0 texto. RELA«;OES DE SIGNIFICA«;AO EM CONSTRU«;OES RESULTATIVAS - DE MUDAN«;AS E RESULTADOS Marcelo Andrade Leite (UFRJ) LANGACKER(1991) nos apresenta que ergatividade realiza-se independentemente da marca<;ao de caso e tern muitas manifesta<;6es lingiiisticas. Com base nessa afirmativa e nos estudos de constru<;6es na lingua (GOLDBERG. 1995; CUENCA & HILFERTY, 1999), procuramos seriam as formas construcionais mais prototipicas a realiza<;ao da quais ergatividade. Deparamo-nos com as constru<;6es resultativas que, numa extensao das constru<;6es de movimento causado, permite-nos supor, a partir da presen<;a de urn argumento que admite mudan<;a de estado, a compatibilidade das formas (resultativa/ergativa). Soma-se a isso a percep<;ao do falante, oportunamente mencionada por Langacker, de que as senten<;as essencialmente ergativas como "0 vidro quebrou" subjazem camadas de causa<;ao que permitem em urn jogo de figura e fundo estabelecer a relevancia entre 0 que e causa e 0 que e resultado. Nao concebemos esta rela<;aocomo uma oposi<;ao,mas como uma situa<;ao em p610s de urn evento maior em que focamos 0 que nos interessa estabelecer como relevante na comunica<;ao. E por fim. entendendo a ergatividade como a possibilidade de que tenhamos mudan<;a de estado em urn argumento subcategorizado pelo verbo. buscamos classificar os tipos de altera<;6es possiveis de serem aplicadas assim como separar 0 que e afeta<;aofisica ou nao deste argumento modificado.