Apresentação do PowerPoint

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Conversando sobre ....
Encontro Psicoeducacional de 30/05/2015
TRANSTORNOS DO HUMOR NOS IDOSOS
DRA. ELISABETH SENE-COSTA
Mestre em Psiquiatria pelo IPQHCFMUSP
Ex-Médica Colaboradora do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas (GRUDA) do IPQHCFMUSP
Coordenadora/Supervisora dos facilitadores dos Grupos de Apoio Mútuo – GAMs da ABRATA
Membro do Conselho Científico da ABRATA
Sócia Fundadora da Associação Brasileira de Transtorno Bipolar – ABTB
Psicoterapeuta Psicodramatista Didata-Supervisora pela Sociedade de Psicodrama de São Paulo (SOPSP) e pelo
Instituto de Psicodrama J. L. Moreno de Buenos Aires
O QUE É O
ENVELHECIMENTO?
ENVELHECIMENTO
“É um fenômeno biopsicossocial que atinge o homem e sua existência na
sociedade, manifestando-se em todos os domínios da vida. Inicia-se
pelas células, passa aos tecidos e órgãos e termina nos processos
extremamente complicados do pensamento.”
DEFINIÇÃO DE
ENVELHECIMENTO
 Soares Vargas, 1994
QUANDO COMEÇA O
ENVELHECIMENTO?
A maioria dos estudiosos define o início do envelhecimento aos 60 ou 65 anos
A idade cronológica sempre é uma medida arbitrária, pois não existe um “ponto
determinado” para se ficar “velho ou velha”.
O bem-estar dos idosos está mais relacionado com os eventos da vida e a saúde
física do que a idade cronológica.

Stuart-Hamilton, 2002
COMO É O
ENVELHECIMENTO NO BRASIL?
BRASIL
1. Sempre foi caracterizado como país de jovens
2. A maioria dos idosos, desde a década de 80, vive em países
do Terceiro Mundo, mas no nosso país, já existe um expressivo
número deles
3. Os avanços da Medicina têm aumentado a expectativa de
vida de grande parte da população idosa
Forlenza; Caramelli, 2000
QUAL É O NÚMERO DE IDOSOS NO
MUNDO?
E NO BRASIL?
POPULAÇÃO IDOSA MUNDIAL
• 1950: 214 milhões de habitantes
• 2000: 600 milhões de habitantes
• 2025:  1bilhão e 100 milhões de habitantes
De 1950 a 2025: EUA crescerão 3,5 vezes; Japão: 5 vezes e China: 6.5 vezes
POPULAÇÃO IDOSA BRASILEIRA
• 1950: 2 milhões de idosos
• 1980: 7 milhões
• 2000: 15 milhões e meio (10% da população)
• 2010: 18 milhões
• 2025: de 25 a 32 milhões (14% da população)
• De 1950 a 2025: a população idosa brasileira crescerá 15 vezes
COMO SE DEVE
E SE QUER ENVELHECER?
QUAL É A FRASE MAIS FAMOSA DO
FILÓSOFO CÍCERO?
MARCO TÚLIO CÍCERO
106 a.C. – 43 a.C
Itália
“Assim como estimo um
adolescente no qual se
encontra algo de um
velho, assim aprecio um
ancião no qual se
encontra alguma coisa de
um adolescente; aquele
que seguir esta regra,
poderá ser velho de
corpo, não o será jamais
da alma”
COMO É A SAÚDE FÍSICA DO IDOSO?
SAÚDE DO IDOSO
• O padrão de doenças é distinto da população jovem
• 64% dos idosos com problemas de saúde possuem
mais de uma doença (denominada comorbidade)
E QUAIS SÃO AS DOENÇAS
DO HUMOR NO IDOSO?
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS
E
TRANSTORNOS BIPOLARES
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS
Para vencer o medo da depressão
é preciso, primeiro, conhece-la, saber que
doença é essa que arrepia os cabelos e faz
arregalar os olhos!
É MELHOR NÃO FAZER COMO OS TRÊS MACACOS:
1. TAMPAR OS OUVIDOS (para o que as pessoas observam e
falam do seu estado)
2. NÃO OLHAR (para seus sintomas)
3. NÃO FALAR (aquilo que sente)
A DEPRESSÃO DEVE SER ENCARADA!
O IDOSO SENTE TRISTEZA?
TRISTEZA É IGUAL A DEPRESSÃO?
TODAS AS PESSOAS, INDEPENDENTEMENTE DA IDADE, JÁ SE
SENTIRAM, VEZ OU OUTRA, TRISTES.
Isso é natural, faz parte da vida!
PORTANTO, TRISTEZA NÃO É A MESMA
COISA QUE DEPRESSÃO!
A DEPRESSÃO É UM TRANSTORNO DO HUMOR!
TRANSTORNOS DO HUMOR (TH):
• São alterações patológicas do humor (do tipo depressão ou euforia) que desencadeiam
perturbações comportamentais, cognitivas, psicomotoras e vegetativas
Os TH estão entre os mais frequentes transtornos mentais
O humor é definido como eutímico, sadio, estabilizado quando ele está
adequado à situação real e o indivíduo é capaz de monitoriza-lo
CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS DEPRESSIVOS
(DEPRESSÃO UNIPOLAR)
DSM-5
TRANSTORNO
DISRUPTIVO DA
DESREGULAÇÃO DO
HUMOR
TRANSTORNO DEPRESSIVO
INDUZIDO POR
SUBSTÂNCIA/MEDICAMENTO
TRANSTORNO
DEPRESSIVO MAIOR
(TDM)
TRANSTORNO
DEPRESSIVO
PERSISTENTE
(Distimia)
TRANSTORNO DEPRESSIVO
DEVIDO A OUTRA CONDIÇÃO
MÉDICA
TRANSTORNO
DISFÓRICO PRÉMENSTRUAL
OUTRO TRANSTORNO
DEPRESSIVO ESPECIFICADO E
NÃO ESPECIFICADO
PRINCIPAIS CAUSAS DE INCAPACITAÇÃO NO MUNDO DOS
TH PROJETADAS PARA 2020 (OMS)
1. DEPRESSÃO
2. Anemias por insuficiência de ferro
3. Quedas
4. Abuso de álcool
5. Doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC)
6. Transtorno Bipolar
7. Anomalias congênitas
8. Osteoartrites
9. Esquizofrenia
10. Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC)
The global Burden of Disease: A Comprehensive Assessment of Mortality and and Disability from Diseases, injuries, and risk factors in 1990 and
Projected to 2020. Harvard School of Public Health, 1996
TERCEIRA IDADE
Os Transtornos Depressivos são mais comuns que os
Transtornos Bipolares
O transtorno depressivo mais frequente é o
Transtorno Depressivo Maior (TDM)
Os sintomas depressivos são praticamente os
mesmos dos adultos jovens (pequena diferença).
TRANSTORNO
DEPRESSIVO
MAIOR
TDM ou “Depressão”
FILME: AMOR
ATORES
PRINCIPAIS
Emmanuelle
Riva
e
Jean-Louis
Trintignant
•
4ª causa de incapacitação no idoso
•
2 a 4%: população
•
4,6%: depressão mais ansiedade
•
12%: pacientes hospitalizados sem problemas psiquiátricos
•
12 a 16%: instituições assistenciais
•
20%: doenças físicas crônicas
•
40% : Doença de Parkinson, Acidente Vascular Cerebral (AVC ou
derrame), Doença de Alzheimer e Doenças Inflamatórias Crônicas
A depressão é bastante comum nos idosos, mas não faz
parte do processo normal de envelhecimento
A depressão é uma DOENÇA, mas muitas vezes
é considerada como fraqueza de caráter, preguiça ou má
vontade para fazer coisas
A depressão é uma enfermidade médica tratável (assim
como: diabetes, hipertensão, infecções etc.)
Nem sempre é fácil reconhecer o episódio depressivo
(apenas 20% dos idosos deprimidos são devidamente
diagnosticados)
Depressão com início na idade adulta: sintomas de longa
duração e características crônicas (apesar da cronicidade
é menos difícil de tratar)
Depressão com início na idade avançada: pode vir
acompanhada de anormalidades estruturais e funcionais
do cérebro (mais difícil de tratar)
• Elevada frequência de sintomas clínicos (ex: fadiga, dores, dificuldades
com o sono e o apetite, perda de peso, irritabilidade etc.)
• Falta de consciência ou reconhecimento dos sintomas depressivos
(tanto para o paciente como para o médico)
• Sintomas muito leves de depressão ou pouco específicos
• Subestima dos sintomas depressivos pelos próprios pacientes,
familiares e profissionais de saúde
• Medo dos efeitos colaterais das medicações
• Preconceito: os idosos têm receio de serem chamados de “loucos”,
“gagás”, “fracos”
 Sexo feminino
 Perdas financeiras
• Residentes urbanos (em
comparação com os rurais)
 Enfermidades clínicas leves ou
graves (crônicas)
 Espectro da morte
 Solteiros de ambos
os sexos
 Aposentadoria
• Falta de apoio social (familiares, amigos,
confidentes, pessoas com quem partilhar
a velhice)
Não participação em
atividades religiosas
 Solidão
 Luto
• Histórico pessoal ou familiar de depressão
 Deterioração da capacidade física
e sexual
No mínimo 5 sintomas (2 semanas)
1. Humor deprimido
3. Aumento ou
diminuição do
apetite
6. Fadiga ou
perda de energia
2. Perda ou diminuição do prazer e/ou
do interesse em todas ou quase
todas as atividades
4. Insônia ou
hipersonia
5. Agitação ou
retardo psicomotor
7. Sentimentos de inutilidade ou culpa
excessiva ou desesperança
8. Irritabilidade
10. Indecisão
12. Diminuição da libido
13. Pensamentos
recorrentes de morte
9. Diminuição da capacidade de
pensar ou concentrar-se
11. Sintomas somáticos, como por
exemplo: vários tipos de dores (de
cabeça, musculares, abdominais,
precordiais), problemas intestinais e
outros
14. Idéias suicidas
15. Ato suicida
Mais fraqueza, fadiga, cansaço e menos humor depressivo.
Mais sintomas somáticos e menos sintomas psicológicos.
Mais associação com doenças físicas (comorbidades).
Mais déficits cognitivos.
• Em grego significa
“mau humor”
• Início precoce: cerca de 50% na
adolescência ou início da vida
adulta. Pode também ter
início tardio ou na infância
• Mais de 95% dos pacientes com
TDP desenvolverão um episódio
de TDM ao longo da vida
Em geral o distímico não se
considera doente; acha que seus
sintomas são devido à sua
personalidade, ou do seu “estilo
de ser”
• Prevalência no decorrer da vida: de 4,3 a 6,3%
• Mais comum nas mulheres
É um estado depressivo crônico, caracterizado por um humor
deprimido (fechado em si mesmo) na maior parte do dia, na maioria
dos dias, pelo período mínimo de 2 anos
• O distímico apresenta frequentemente “fossa”, cansaço,
desânimo, pessimismo, culpa, infelicidade, irritabilidade,
preocupações e queixas excessivas, baixa autoestima, perda ou
diminuição do interesse para a vida social
•
É considerado um transtorno menos grave,
porém o prognóstico e o tratamento não
diferem do TDM
1. Fatores genéticos (hereditários)
2. Fatores biológicos
3. Fatores ambientais e psicossociais
A doença depressiva é desencadeada em indivíduos
biologicamente vulneráveis
Estudos de famílias: Parentes de 1º grau de portadores de depressão apresentam risco
aumentado em 2,9 vezes de desenvolver quadro depressivo
Estudos de adoção: Filhos biológicos de pais afetados pela depressão permanecem com o
risco mesmo sendo criados por famílias adotivas não afetadas
Estudos de gêmeos: Gêmeos idênticos: 59% de chance do irmão apresentar depressão
Gêmeos não idênticos: A chance do irmão também apresentar depressão é de 10 a 25%
2. FATORES BIOLÓGICOS
A. DESEQUILÍBRIO DE DIVERSAS AMINAS BIOGÊNICAS
As aminas são neurotransmissores que se originam no tronco cerebral e são
amplamente distribuídas no sistema límbico. Elas estão envolvidas na modulação do
sono-vigília, apetite, funções endócrinas e comportamentos. Há cerca de 50 anos:
diminuição, aumento, desequilíbrio ou desregulação dos neurotransmissores NA,
serotonina, dopamina, acetilcolina.
2. FATORES BIOLÓGICOS (cont.)
B. ESTRUTURAS CEREBRAIS INTERCONECTADAS – SISTEMA LÍMBICO
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Córtex pré-frontal: redução de até 7% no seu volume; diminuição do número de neurônios; redução ou
aumento (?) do fluxo sanguíneo cerebral causadas pelo estresse crônico.
Tálamo (medial)
Amígdala
Corpo estriado (área ventral)
Hipocampo: redução do seu volume e do fator cerebral neurotrófico (BDNF) também pelo estresse crônico.
Eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA): hiperativado na depressão.
2. FATORES BIOLÓGICOS (cont.)
1. Doenças do sistema endócrino (hipotireoidismo)
2. Doenças do sistema neurológico (tumores e derrames cerebrais)
3. Doenças do sistema imunológico (lupus)
4. Anormalidades do sono
5. Distúrbios dos ritmos biológicos:
a. Circadianos: representa o período do ciclo de um dia
b. Sazonal: conforme as estações do ano
6. Inúmeros medicamentos (anticoncepcionais, cimetidina etc.)
7. Uso de drogas (álcool, cocaína etc.)
TELÔMEROS
• Estresse, dieta, uso de substâncias psicoativas (álcool, drogas, inibidores de apetite etc.)
• Ritmos biológicos (privação de sono, período insuficiente de luz etc.)
• Eventos adversos precoces: falta de carinho, perda parental, abuso físico e/ou sexual na
infância etc. – afetam o desenvolvimento e a maturação cerebral
• Aposentadoria
• Limitações físicas
• Luto
• Diminuição de renda
• Síndrome do “ninho vazio” (afastamento dos filhos)
• Demais modificações nos papéis sociais
•
•
•
•
•
•
•
•
Em muitos países é mais comum o suicídio nos idosos, do que em pessoas mais
jovens
EUA: mais de 25%, da população que se suicida, é de idosos
Homens da raça branca com mais de 80 anos – risco 6 vezes maior de autoeliminação (grupo de mais alto risco)
É mais frequente em portadores de TB do que com TDM
História de outras tentativas
História familiar de suicídio
Quadro psicótico especialmente com alucinações ou delírios de comando
Intervenção ativa da família, da equipe médica e às vezes da polícia (internação
psiquiátrica)
DIFERENÇAS DOS SINTOMAS DEPRESSIVOS ENTRE JOVENS E IDOSOS
SINTOMAS
JOVENS
IDOSOS
1. Humor depressivo
Mais
Menos
2. Fadiga/Fraqueza
Menos
Mais
3. Cansaço
Menos
Mais
4. Funcionamento cognitivo
Menos
Mais déficits
5. Sintomas somáticos
Menos
Mais
Mais
Menos
Menos
Mais
Menos comum
Mais comum (em alguns
países)
Igual, porém com doses
6. Sintomas psicológicos
7. Comorbidades
8. Suicídio
9. Tratamento
Igual
menores e muitos cuidados
TRATAMENTOS
PARA O
TRANSTORNO
DEPRESSIVO EM
IDOSOS
1. Medicamentos antidepressivos e outros (ex:
ansiolíticos, hipnóticos, antipsicóticos)
2. Psicoterapia (individual e/ou grupal)
3. Estimulação Magnética Transcraniana (EMT)
3. Eletroconvulsoterapia (ECT)
4. Psicoeducação
1. Grupo de Apoio Mútuo (GAM da ABRATA)
2. Terapia Ocupacional
3. Suporte social e familiar
4. Fisioterapia (se necessário)
5. Acompanhante Terapêutico (se necessário)
6. Cuidador/a (se necessário)
Não causam dependência (não viciam).
Demoram para fazer efeito (por volta de 15 dias, ou mais).
Devem ser tomados com regularidade.
São eficazes em qualquer fase do tratamento (aguda,
continuidade ou manutenção).
Nem sempre o primeiro medicamento apresenta uma boa
resposta terapêutica, necessitando ser trocado por outro.
Não devem ser suspensos sem a orientação médica (causam
sintomas desagradáveis – síndrome de descontinuação).
Terapia Cognitiva
TCC
Terapia Comportamental
Terapia Psicodinâmica Breve
Terapia de grupo focada em objetivos
Terapia de reminiscências
Terapia de solução de problemas
Psicoterapia Psicodramática: Gerontodrama
AINDA É EXPERIMENTAL
É UMA TÉCNICA FÁCIL DE SER APLICADA,
INDOLOR E NÃO INVASIVA
DE BAIXO RISCO
A PESSOA PERMANECE SENTADA
O CAMPO MAGNÉTICO
ESTIMULA O CÓRTEX
É um dos tratamentos mais seguros, rápidos e
efetivos, para idosos, nas seguintes condições:
• com depressão severa.
• que não respondem aos medicamentos AD.
• que não podem fazer uso de AD.
• que apresentam muitos efeitos colaterais com a
medicação AD.
PSICOEDUCAÇÃO
PALESTRAS INTERATIVAS QUE INFORMAM E ESCLARECEM SOBRE OS
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS E TRANSTORNOS BIPOLARES
ABRATA – Associação Brasileira de
Familiares, Amigos e Portadores
de Transtornos Afetivos
PROGRUDA – Programa do Grupo de
Estudos de Doenças Afetivas do
IPQHCFMUSP
“CONVERSANDO COM...”
“ENCONTROS PSICOEDUCACIONAIS”
SUCESSO DO TRATAMENTO
DEPENDE:
1. do tipo e da gravidade da depressão
2. da orientação dada pelo médico
3. da escolha adequada do AD e sua eficácia
4. dos efeitos colaterais dos AD (tolerabilidade do paciente)
5. da aderência ao tratamento (tomada de consciência do
paciente)
TRANSTORNOS BIPOLARES
(SEGUNDO O MANUAL DSM-5)
TRANSTORNOS BIPOLARES E
TRANSTORNOS RELACIONADOS
DSM-5
TRANSTORNO
TRANSTORNO
TRANSTORNO
BIPOLAR TIPO I
BIPOLAR TIPO II
CICLOTÍMICO
TB E TRANSTORNO
RELACIONADO INDUZIDO
POR
SUBSTÂNCIA/MEDICAMENTO
TB E TRANSTORNO
RELACIONADO
DEVIDO A OUTRA
CONDIÇÃO MÉDICA
OUTRO TB E TRANSTORNO
RELACIONADO
ESPECIFICADO E NÃO
ESPECIFICADO
Todas as pessoas, independente da idade, podem e
devem se sentir felizes ao longo da vida,
principalmente quando recebem uma boa notícia
(ganham um neto, fazem uma viagem, se casam
novamente), porém ... Essa alegria tem “medidas”.
TRANSTORNO
BIPOLAR
(EPISÓDIO
MANÍACO)
FILME: ELZA E FRED
Atores
principais
China Zorrilla
e
Manuel
Alexandre
TB: DOENÇA DA OSCILAÇÃO DO HUMOR
TB: DOENÇA DA INSTABILIDADE
TB: DOENÇA DA INSTABILIDADE
TB: EXEMPLOS DE FASES
Episódio
maníaco
MANIA
HIPOMANIA
EUTIMIA
DEPRESSÃO
EUTIMIA
Episódio
depressivo
Episódio
hipomaníaco
TB: DOENÇA DA INSTABILIDADE
• Os estudos científicos sobre os Transtornos Bipolares
em idosos ainda são poucos e inconsistentes
• O diagnóstico é, muitas vezes, difícil de ser estabelecido
(por conta, por exemplo, de inúmeras medicações), e os
critérios diagnósticos não diferem daqueles dos jovens
• A gravidade dos sintomas maníacos parece ser menor
comparados aos dos adultos jovens
PREVALÊNCIA DO TB EM IDOSOS
• Os dados são ambíguos. Os estudos americanos sugerem de 0,1 a 0,5%
(Laks et al., 2009)
• 25% do total das pessoas com TB possuem mais de 60 anos (Sajatovic et al.,
2005)
• A partir dos 60 anos a ocorrência de novos casos baixa de 6 a
8 %, seja tipo I ou II (Benazzi, 2001)
• 5% dos indivíduos com diagnóstico de TB apresentam sintomas da
doença após os 60 anos (Yassa et al., 1988)
• 12% dos idosos apresentam apenas episódio maníaco
• 3 a 10% : Idosos institucionalizados (“casas de repouso”)
• 2 a 5%: Ambulatórios de Psicogeriatria
• 25%: Centros de saúde mental
• 8 a 10%: Idosos hospitalizados em clínicas psiquiátricas
• 5 a 12%: das internações psiquiátricas de idosos são por transtorno
bipolar e, quando internados, o tratamento é mais demorado
• Os episódios maníacos podem se apresentar de forma atípica
(uma mistura de sintomas maníacos, disfóricos e cognitivos)
• As comorbidades clínicas e psiquiátricas são muito comuns
(doenças cardiovasculares e da tireóide, transtornos
metabólicos, como a obesidade, transtornos da ansiedade e da
alimentação, uso abusivo de substâncias, como ALCOOLISMO) e
agravam o quadro de TB
• O uso de inúmeras medicações pode dificultar o diagnóstico ou
o tratamento
• É mais comum nas mulheres (elas vivem mais) numa proporção de
2 a 3 mulheres/homem.
•
Menor proporção de sintomas relacionados ao: interesse sexual,
aparência exótica e impulsividade.
•
Maior elação do humor e perda de insight.
•
Pacientes com TB de início tardio (após os 65 anos) podem
apresentar uma síndrome mental orgânica associada.
•
Não existem dados sobre ciclagem rápida (pelo menos 4 episódios
ao ano).
CARACTERÍSTICAS DO TB EM IDOSOS (cont.)
• Os idosos são mais propensos (em comparação aos jovens) a
manifestar episódio depressivo após sintomas maníacos
• Os sintomas maníacos são de menor intensidade, mas com
irritabilidade, hostilidade e sintomas mistos
• Os sintomas psicóticos podem ser mais refratários ao tratamento
(comorbidades)
• A mortalidade nos idosos com TB é maior do que na população geral
e parece ocorrer mais na fase maníaca
1. Humor anormal e persistentemente elevado, exaltado,
expansivo ou irritável, eufórico (mínimo de uma semana)
E mais, no mínimo, 3 sintomas:
2. Auto-estima inflada ou grandiosidade
(acha que tem muitos dons ou poderes especiais)
4. Mais loquaz (falador)
do que o habitual
(ou pressão por falar),
ou fuga de idéias
5. Pensamentos
excessivos,
acelerados, tagarelice
(“cabeça cheia de
pensamentos”)
3. Diminuição da
necessidade
de sono
6. Impaciência,
irritabilidade
( “pavio curto”)
7. Falta de atenção e
concentração (distrai-se com facilidade)
9. Gastos excessivos
( pode promover graves prejuízos
nas finanças pessoais e familiares)
10. Confiança e otimismo
exagerados ou excessos
em atividades prazerosas
(pode correr riscos)
8. Aumento da atividade
física e mental (inquietação,
agitação psicomotora) e/ou
agressividade
11. Comportamento
social inadequado
(excessivamente exagerado)
12. Aumento do desejo e
da atividade sexual
HIPOMANIA
Os sintomas são os mesmos da mania, porém mais brandos,
menos intensos, com duração mínima de 4 dias (“pequena mania”) – Lara, 2004
Ela pode passar despercebida tanto para o paciente, como para os familiares
TB tipo I
Um ou mais episódios maníacos geralmente antecedidos ou seguidos
por episódios depressivos maiores (TDM)
TB tipo I I
Um ou mais episódios depressivos maiores (TDM)
e pelo menos um episódio hipomaníaco
TRANSTORNO
CICLOTÍMICO
Perturbação crônica e flutuante do humor com numerosos períodos de sintomas
hipomaníacos e depressivos, por pelo menos 2 anos, mas não atende aos
critérios de mania, hipomania ou depressão grave
PORTANTO ...
QUANDO SE FALA EM DEPRESSÃO UNIPOLAR
PENSAR SOMENTE EM DEPRESSÃO
NÃO TEM HIPOMANIA E NEM MANIA
NO TRANSTORNO BIPOLAR TEM DEPRESSÃO
(CHAMADA DE BIPOLAR) E TAMBÉM TEM
HIPOMANIA E MANIA
(PORQUE ORA O HUMOR É DEPRESSIVO, ORA É EUFÓRICO)
DIFERENÇAS PRINCIPAIS ENTRE DEPRESSÃO UNIPOLAR E DEPRESSÃO BIPOLAR
DEPRESSÃO UNIPOLAR
DEPRESSÃO BIPOLAR

Início mais tarde

Início mais cedo

Menor número de episódios

Maior número de episódios

Início mais gradual

Início agudo

Mulheres >> homens

Mulheres = homens

Menos lentificação psicomotora; às vezes agitação

Aumento da lentificação psicomotora

Mais ansiedade, irritabilidade, queixas físicas

Maior labilidade de humor durante o episódio

Diminuição do apetite e perda de peso


Insônia (intermediária e terminal)

Hipersonia (piora pela manhã)

Risco menor de suicídio

Risco maior de suicídio

Relação com o pós-parto

-----------
----------

Sintomas psicóticos com menor freqüência

Probabilidade maior de sintomas psicóticos

Menor número de remissão espontânea

Mais remissões espontâneas

Antidepressivos são mais eficientes

Antidepressivos são menos eficientes (geralmente, ciclagem, com
seu uso)

O lítio (medicação psiquiátrica: estabilizador do humor) é menos
eficiente

O lítio é mais eficiente

História familiar de depressão

História familiar de mania e depressão
Adaptado de Dubovsky e Dubovsky, 2004;
de Moreno e Macedo Soares, 2003
DIFERENÇAS CLÍNICAS ENTRE IDOSOS BIPOLARES (Início Precoce)
E
IDOSOS BIPOLARES (Início Tardio)
(Adaptada de Depp; Jeste, 2004)
Variáveis
Início Precoce
Início Tardio
Sem relação
Mais frequente
2. História familiar
Mais frequente
Menos frequente
3. Episódios mistos
Mais frequentes
Menos frequentes
Melhor
Pior
Mais frequentes
Mais
Menos frequentes,
porém mais refratários
Menor
7. Suporte social
Melhor
Menor
8. Gravidade dos sintomas
Menor
Maior
Mais
Menos
Melhor
Pior
1. Doença Neurológica
4. Resposta ao tratamento
5. Sintomas psicóticos
6. Predominância para mania
9. Ciclagem rápida
10. Funcionamento cognitivo
DIFERENÇAS DOS SINTOMAS MANÍACOS ENTRE JOVENS E IDOSOS
SINTOMAS
JOVENS
IDOSOS
Eufórico
Mais exuberante
Mais agitação
Mais exagerado
Acelerado, com mais
fuga de ideias
Disfórico
Menos
Menos
Menos
Menos
6. Sexualidade
7. Impulsividade
Maior
Maior
Menor
Menor
8. Tratamento
Igual
Igual, porém com doses
menores e muitos
cuidados
1. Humor
2. Comportamento
3. Psicomotricidade
4. Apresentação pessoal
5. Pensamento
DIFERENÇAS PRINCIPAIS ENTRE DEPRESSÃO E DEMÊNCIA
(Adaptado de Folks e Ford, 2002)
DEPRESSÃO
DEMÊNCIA
 Sintomas depressivos
 Eutimia
 Início subagudo
 Início insidioso
 História de depressão mais prevalente
 História de depressão menos
prevalente
 Afasia, apraxia e agnosia ausentes
 Afasia, apraxia e agnosia presentes
 Orientação intacta
 Orientação alterada
 Concentração alterada
 Memória recente alterada
 Ênfase nas queixas de memória
 Minimização dos déficits de memória
TRATAMENTOS
PARA O
TRANSTORNO
BIPOLAR
EM
IDOSOS
1. Medicamentos estabilizadores de humor e outros (ansiolíticos,
antipsicóticos, antidepressivos com cautela)
2. Psicoterapia (individual e/ou grupal)
3. Eletroconvulsoterapia (ECT)
4. Psicoeducação
1. Grupo de Apoio Mútuo (GAM)
2. Terapia Ocupacional
3. Suporte social e familiar
4. Fisioterapia (se necessário)
5. Acompanhante Terapêutico - AT (se necessário)
6. Cuidador/a (se necessário)
• Os princípios gerais são semelhantes àqueles para adultos jovens
• As doses dos fármacos devem ser, em geral, mais baixas
• Os idosos são mais sensíveis a efeitos colaterais e têm mais
probabilidade de desenvolver prejuízo cognitivo com certos
medicamentos (ex: carbonato de lítio, benzodiazepínicos)
• Apresentam também dificuldade em tolerar medicamentos
antipsicóticos (por causa dos efeitos colaterais)
• O risco de quedas é maior com determinados medicamentos











Alprazolam (Ansiedade)
Amantadina (Parkinson)
Aminofilina
Anfetaminas
Antidepressivos
Antipsicóticos atípicos
Buspirona (Ansiedade)
Captopril (Hipertensão)
Cimetidina (Úlcera)
Corticosteróides
Clonazepam (Ansiedade)
Digoxina (Insuf. cardíaca)
Dissulfiram (Alcoolismo)
Estrógenos
Fenilefrina (Gripe)
Ginseng
Indometacina (Inflamação)
Levodopa (Parkinson)
Midazolam (Hipnótico)
Propranolol
Reserpina (Hipertensão)
Tramadol (Analgésico)
A associação da medicação e psicoterapia deve proporcionar:
1. Remissão (parcial ou completa) dos sintomas (ausência de
sintomas por pelo menos 8 semanas)
2. Recuperação das funções psicossociais (ausência de sintomas
por mais de 8 semanas)
3. Diminuição das recaídas (retorno dos sintomas durante o
período de remissão).
4. Diminuição das recorrências (retorno dos sintomas durante a
recuperação, i. é, novo episódio)
5. Melhora da saúde física e da qualidade de vida
6. Redução da morbidade e mortalidade
A NOSSA POPULAÇÃO ENVELHECE CADA VEZ MAIS.
DEIXAMOS DE SER O “PAÍS DOS JOVENS”
OS ESTUDOS CIENTÍFICOS TÊM AUMENTANDO O
INTERESSE PELOS TRANSTORNOS DO HUMOR NOS
IDOSOS, MAS AINDA É POUCO O QUE SE SABE
ESPERA-SE QUE NUM FUTURO PRÓXIMO A PSIQUIATRIA POSSA ENCONTRAR
TRATAMENTOS MAIS EFICAZES PARA QUE OS IDOSOS, CADA VEZ MAIS, SOFRAM MENOS
COM OS SINTOMAS DEPRESSIVOS E BIPOLARES
CAPÍTULO 10
Elisabeth Sene-Costa
Ricardo Moreno
COMO AGIR EM RELAÇÃO AO
MÉDICO E AO TRATAMENTO?
ALGUNS LIVROS
SAIR DA DEPRESSÃO
Novos métodos para superar a
Distimia e a depressão branda
crônica
Michael E. Thase
Susan S. Lang
Imago, 2004
UNIVERSO DA DEPRESSÃO
Histórias e tratamentos pela
Psiquiatria e pelo Psicodrama
Dra. Elisabeth Sene-Costa
Editora Ágora, 2006
ALGUNS LIVROS
Enigma Bipolar
Conseqüências,
Diagnóstico e Tratamento
do Transtorno Bipolar
Dr. Teng Chei Tung
MG Editores, 2007
TRANSTORNO BIPOLAR
O que é preciso saber
David J. Miklowitz
M. Books do Brasil Editora
Ltda. 2009
Temperamento FORTE
e Bipolaridade
Dominando os altos e
baixos do humor
Dr. Diogo Lara
2004 - 4ª ed.
ALGUNS SITES
 1. ABRATA – Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos
Afetivos – www.abrata.org.br
 2. PROGRUDA - Grupo de Estudos de Doenças Afetivas - www.hcnet.usp.br
 3. DBSA - Depression and Bipolar Support Alliance – www.dbsalliance.org
 4. PRODAF – Programa de Distúrbios Afetivos e Ansiosos - www.unifesp.com.br
 5. ABTB – Associação Brasileira de Transtorno Bipolar – www.abtb.org.br
 6. ISBD – The International Society for Bipolar Disorders - www.isbd.org
 7. SOPSP - Sociedade de Psicodrama de São Paulo – www.sopsp.org.br
 8. ELISABETH SENE-COSTA – www.elisabethsene.com.br
Elisabeth SeneCosta
30/05/2015
Obrigada pela atenção e tenham um belo final de tarde
Elisabeth Sene-Costa – F: (11) 3813-3190 – 3039-2620
www.elisabethsene.com.br
[email protected]
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