Artigo Original Tradução e Estudo de Confiabilidade da Versão Brasileira do ESRD-SI (End Stage Renal Disease – Severity Index) RESUMO Objetivo: Traduzir o “End Stage Renal Disease – Severity Index (ESRD-SI)” para a língua portuguesa e realizar o estudo de confiabilidade desta versão. Material e Método: A tradução literal do ESRD-SI para o português foi feita por um nefrologista, e a confiabilidade foi estimada pelo método de confiabilidade entre diferentes avaliadores. Dois nefrologistas avaliaram, independentemente, uma amostra de 20 pacientes inseridos em programa de hemodiálise crônica, com intervalo máximo de dois dias entre a avaliação realizada por cada um deles. Utilizou-se a estatística descritiva para caracterizar a amostra; para a estimativa dos índices de confiabilidade utilizou-se o Coeficiente de Correlação de Postos de Spearman, observou-se a concordância entre as classificações em categorias e a concordância entre as pontuações totais obtidas nas avaliações. Resultados: Obteve-se Coeficiente de Correlação de Spearman de 0,994 (p< 0,001), concordância total (100%) na classificação das avaliações em categorias e parcial (75%) quanto às pontuações totais. Conclusões: Os resultados sugerem que a versão brasileira do ESRD-SI é confiável para ser utilizada em pacientes com as características da amostra estudada. (J Bras Nefrol 2005;27(2):57-62) Descritores: Índice de gravidade de doença. Questionários. Tradução (processo). Reprodutibilidade de resultados. Insuficiência renal. Diálise renal. ABSTRACT Translation and Inter-Rater Reliability of the Brazilian Version of the ESRD-SI (End Stage Renal Disease – Severity Index). Objective: Translate the End Stage Renal Disease – Severity Index (ESRD-SI) questionnaire into Brazilian Portuguese and assess the reliability of the translated version. Material and Methods: One nephrologist made the literal translation of the ESRD-SI. The method of the inter-rater reliability was used to evaluate the translated version: two nephrologists evaluated independently 20 patients with a diagnosis of End Stage Renal Disease that are part of a haemodialysis program, with two days of maximum interval between evaluations. To analyze the results between both evaluations and assess the reliability of the instrument, we used Spearman’s Coefficient of Rank Correlation, observing the agreement for total scores obtained in the ESRD-SI by the evaluators and calculated summary statistics of the total scores. Results: Spearman’s Coefficient of Rank Correlation was 0.994 (p< 0.001), total agreement (100%) was obtained in the evaluation classification and partial in the total scores (75%). Conclusions: The results obtained suggest that the Patrícia Pinto Fonseca 1 AnaFrancisca F.de Oliveira 2, 3 MariadasGraçasdeOliveira 1, 4 José Alberto Del Porto 1 1 Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM); 2 Departamento de Nefrologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM); 3 Departamento de Nefrologia da Universidade de Alfenas, MG; 4 Departamento de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo (USP) Recebido em 26/11/2004 Aprovado em 23/05/2005 Este trabalho foi realizado através da Pós-Graduação do Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica da UNIFESP/EPM e a coleta de dados foi realizada com pacientes inscritos no Programa de Hemodiálise do Hospital Santa Marcelina de São Paulo. Este estudo faz parte de pesquisa de doutorado, em andamento, que recebeu verba de Auxílio Pesquisa da FAPESP. Foi apresentado preliminarmente como pôster no 21º Congresso Brasileiro de Nefrologia, em setembro de 2002 na cidade de Brasília, DF, com o título “Uma Escala Para a Avaliação Clínica Padronizada de Pacientes com Insuficiência Renal Crônica terminal: Tradução e Estudo de Confiabilidade do ESRD-SI (End Stage Renal Disease – Severity Index)”. ESRD-SI 58 Brazilian version of the ESRD-SI is reliable for use in patients with the characteristics in the sample we surveyed. (J Bras Nefrol 2005;27(2):57-62) Keywords: Severity of illness index. Questionnaires. Translating. Reproducibility of results. Kidney failure. Renal dialysis. INTRODUÇÃO O Índice de Gravidade da Doença Renal Terminal (ESRD-SI – End Stage Renal Disease – Severity Index) foi desenvolvido por Craven, Littlefield, Rodin e Murray, em trabalho conjunto dos Departamentos de Psiquiatria e Nefrologia da Universidade de Toronto, Canadá, e objetiva padronizar a avaliação médica, atentando para a condição global do paciente. Foi criado para funcionar como uma variável controlável, aplicável sobretudo em estudos que envolvem a avaliação de fatores psicossociais relacionados à Insuficiência Renal Crônica terminal (IRC terminal). Além de sua utilidade em pesquisas, o ESRDSI é apropriado para o registro sistemático da evolução clínica de pacientes em tratamento dialítico1. Os estudos de validade e de confiabilidade realizados com o ESRD-SI na língua inglesa forneceram resultados satisfatórios, atestando a consistência desse instrumento1,2. O ESRD-SI permite a realização de estudos metodologicamente mais rigorosos, pois possibilita a uniformidade da avaliação clínica e sua comparação com escalas psicológicas e sociais que venham a ser utilizadas. Possibilita também, ao sistematizar o registro da gravidade da doença renal, o acompanhamento mais acurado da evolução clínica de pacientes em programa de diálise crônica. Vários estudos têm apontado para a alta prevalência de depressão em pacientes com Insuficiência Renal Crônica (ESRD), sendo esta também associada à baixa adesão ao tratamento e aumento de mortalidade3-5. O ESRD-SI, ao padronizar a avaliação clínica, contribui para o melhor desenvolvimento desses estudos e para a detecção precoce de alterações clínicas que possam vir a ser revertidas. Nesse sentido, o instrumento pode ser considerado um importante aliado para o exame e manutenção da qualidade do tratamento adotado para pacientes com ESRD. Pela sua eficácia comprovada, o ESRD-SI tem sido utilizado também como parâmetro na validação de outros instrumentos 6-8. Como não dispúnhamos de um instrumento equivalente na língua portuguesa, objetivamos neste trabalho realizar a tradução do ESRD-SI e o estudo de confiabilidade da versão traduzida, procedimentos iniciais para sua adaptação transcultural. MATERIAL E MÉTODO End Stage Renal Disease – Severity Index (ESRD-SI) Consiste em 11 categorias que se referem às doenças, complicações e condições associadas mais comumente encontradas em pacientes com IRC terminal. Não inclui distúrbios psiquiátricos e psicológicos, atendo-se a alterações orgânicas. As categorias são: doenças cardiovasculares, doenças cérebro-vasculares, doença vascular periférica, neuropatia periférica, doenças ósseas, doenças respiratórias, danos visuais, neuropatia autonômica e distúrbios gastrointestinais, acesso e eventos em diálise, diabetes mellitus, e uma categoria residual (“outras”)1. Cada categoria contém uma graduação de classificações possíveis que correspondem a valores numéricos que foram calculados proporcionalmente para cada uma. Essa proporção indica a gravidade orgânica do paciente em cada categoria e é estabelecida de acordo com a pontuação obtida: zero – ausência de alterações, 1 a 3 pontos – alteração bioquímica ou leve indicação de doença, 4 a 6 pontos – sinal físico de gravidade, desvantagem ou de prognóstico moderado, 7 a 8 pontos – desvantagem física ou prognóstico grave, e de 9 a 10 pontos – condição iminentemente letal 1. A gravidade global é obtida pela somatória das pontuações obtidas nas 11 categorias e pode variar de zero a 94, que são classificados assim: 0 ponto – ausência de condição de doença (além da IRC terminal), 1 a 24 pontos – leve, 25 a 43 pontos – leve para moderada, 44 a 58 pontos – moderada, 59 a 76 pontos – moderada para grave, 77 a 94 pontos – grave.1 A versão brasileira do ESRD-SI pode ser observada ao final deste artigo (anexo). Tradução Após contatados os responsáveis pelo instrumento – A.C. Rydall e G. Rodin – e obtida a autorização para utilizá-lo em nosso país, o ESRD-SI foi traduzido para o português por um nefrologista. Sujeitos Uma amostra aleatória de 20 pacientes com diagnóstico de IRC terminal em Programa de Hemodiálise Ambulatorial foi avaliada com o ESRD-SI. Os pacientes avaliados foram os que chegavam ou saíam da sessão de hemodiálise enquanto o médico fazia as avaliações em sala próxima. Assim que se concluía a avaliação de um paciente, o próximo a chegar ou deixar a hemodiálise era convidado a passar pela avaliação. O segundo avaliador J Bras Nefrol Volume XXVII - nº 2 - Junho de 2005 tinha que necessariamente abordar os mesmos pacientes, seguindo a lista de nomes fornecida pelo primeiro avaliador e respeitando o limite de tempo estabelecido para a ocorrência da segunda avaliação. Caso o limite de tempo fosse ultrapassado, as avaliações não seriam incluídas na amostra. Estudo de Confiabilidade Utilizando o método da confiabilidade entre diferentes avaliadores, dois nefrologistas avaliaram independentemente cada um dos 20 pacientes, com intervalo máximo de dois dias entre as avaliações de um mesmo paciente. Análise Estatística A amostra foi caracterizada em relação ao sexo, idade e tempo de permanência em hemodiálise (em meses). A observação do grau de concordância nas pontuações totais, da classificação em categorias entre as duas avaliações e o Coeficiente de Correlação de Postos de Spearman foi utilizada para aferir a confiabilidade da versão brasileira do ESRD-SI. 59 Quanto à classificação nas categorias do ESRDSI, 16 (80%) pacientes obtiveram pontuação correspondente à categoria “leve” e 4 (20%), “leve para moderado”; não houve divergência de classificação entre os dois avaliadores em relação às categorias do instrumento. Esses resultados podem ser observados através da tabela 1. Em relação à pontuação total obtida nas duas avaliações, houve diferença quanto a 5 (25%) dos pacientes. Em 4 desses pacientes a pontuação nas avaliações teve variação de 2 pontos, e em 1 deles a variação foi de 4 pontos. A diferença de pontuação pode ser observada na tabela 2. O valor da mediana obtida através dos escores totais de cada avaliador foi o mesmo (15). A média e desvio-padrão apresentaram resultados diferentes, divergindo em 0,4 pontos na média e 0,1 no desvio-padrão. O valor mínimo e máximo do desvio-padrão foi o mesmo para ambos os avaliadores. Esses dados podem ser observados através da tabela 3. O Coeficiente de Correlação de Spearman calculado foi 0,994 (p< 0,001) e a figura 1 ilustra a associação dos resultados obtidos independentemente pelos 2 avaliadores. Não houve discordância quanto à classificação em categorias (concordância= 100%). RESULTADOS Os pacientes apresentaram idades entre 17 e 80 anos, com média de 48 anos, mediana de 45,5 e desvio padrão de 17,5. A amostra constituiu-se de 12 (60%) pacientes do sexo feminino e 8 (40%) do sexo masculino. O tempo médio em que estavam em hemodiálise foi de 29,5 meses, mediana de 21,5 meses e desvio-padrão de 29,61 (variação de 3 a 117 meses). Tabela 3. Resumo estatístico dos escores totais obtidos pelos avaliadores. Média Mediana Desvio-padrão Mínimo Máximo Avaliador 1 15,4 15,0 11,7 1,0 43,0 Avaliador 2 15,8 15,0 11,8 1,0 43,0 Tabela 1. Classificação dos pacientes nas categorias do ESRDSI pelos avaliadores. Avaliador 1 Leve Leve para moderado Total Leve 16 0 16 Avaliador 2 Leve para moderado 0 4 4 Total 16 4 20 Tabela 2. Pacientes com diferença de pontuação nas duas avaliações. Pacientes Nº 03 Nº 08 Nº 12 Nº 13 Nº 14 Avaliador 1 27 23 11 10 17 Avaliador 2 29 21 13 12 21 Categorias do ESRD-SI Leve para moderado Leve Leve Leve Leve Figura 1. Correlação entre os escores totais obtidos pelo avaliador 1 e avaliador 2 no ESRD-SI. ESRD-SI 60 DISCUSSÃO O método da tradução direta foi adotado porque o ESRD-SI consiste basicamente em termos objetivos que nomeiam situações da doença, prescindindo assim do uso da retro-tradução, procedimento de tradução mais rigoroso que visa garantir a equivalência semântica das versões de um instrumento9. Os responsáveis pela escala – Rydall e Rodin – concordaram com o método de tradução adotado. Os pacientes foram avaliados individualmente para que não houvesse possibilidade dos examinadores se influenciarem no momento de seus registros. O intervalo máximo de dois dias entre as duas avaliações de cada paciente visou restringir as chances de alterações do estado clínico a ser aferido. Assegurando-se que o modo de aferição e as condições observadas se mantiveram constantes, a confiabilidade do ESRD-SI, ou seja, o quanto este índice permite que um dado fenômeno seja precisamente mensurado, foi estimada através de medidas de correlação e de concordância aplicadas aos resultados das avaliações10-18. Embora o uso da estatística Kappa (medida de concordância para variáveis categoriais) seja a mais indicada para se avaliar a confiabilidade de um instrumento, constatamos já ao tabular os dados que a concordância era absoluta (100%). Prescindiu-se, então, da aplicação do coeficiente de concordância Kappa, dado o índice ter sido obtido diretamente. De fato, ao fazer-se o cálculo observa-se que o resultado seria o mesmo (100% de concordância para a classificação em categorias). Por outro lado, apesar de o coeficiente de correlação não ser o mais apropriado para se avaliar a confiabilidade de um instrumento, ainda é muito utilizado e citado na literatura científica. Optamos por utilizá-lo como forma de complementar nossa avaliação 19. Os resultados dessas medidas apontaram para a confiabilidade do instrumento (índices acima de 99%). Em relação à concordância, observamos que foi absoluta (100%) quanto à classificação em categorias do ESRD-SI e parcial (75%) quando comparamos os resultados numéricos obtidos pelos dois avaliadores (tabela 1). A magnitude das diferenças encontradas nas pontuações foi insuficiente para determinar a inclusão de um mesmo paciente em categorias distintas e resultantes da ocorrência de erro casual, pois não se repetiram sistematicamente por toda a amostra ou entre os pacientes em que houve diferença na pontuação total3,4. Como a confiabilidade é inversamente proporcional à quantidade de erros existente, utilizar uma amostra pequena pressupõe adotar nível de significância mais alto do que para amostras maiores, pois estão mais pro- pensas à ocorrência de erro20. Norman e Streiner (1994)21 propõem uma fórmula para estabelecer valores mínimos aceitáveis de correlações para amostras de diferentes tamanhos, que podem ser obtidos nas tabelas de significância de correlações dos manuais estatísticos22. Assim, o valor mínimo de correlação aceitável para uma amostra de 10 pacientes seria de 0,75, para uma amostra de 30 seria de 0,52 e para uma amostra de 100 pacientes o valor corresponderia a 0,31. Embora a amostra que estudamos possa ser considerada pequena, ao adotarmos os parâmetros referidos (p< 0,001 e valor de correlação elevado) pudemos assegurar que os resultados seriam de fato indicativos da confiabilidade do instrumento. A amostra estudada, embora heterogênea (vide dados demográficos em resultados), não abrangeu classificações em todas as categorias possíveis do ESRD-SI, concentrando-se em gravidades mais brandas (leve e leve para moderado). É possível que pacientes com maiores índices de gravidade encontrem-se em situação de internação hospitalar e por isso não tenham sido contemplados em nossa amostra, que avaliou apenas pacientes em hemodiálise ambulatorial. Nosso objetivo foi estimar a precisão da versão brasileira do ESRD-SI quando utilizado por diferentes avaliadores e, assim, o quadro clínico em si não era objeto de interesse do estudo realizado. Supomos que os índices de confiabilidade obtidos se manteriam similares com a inclusão da classificação nas demais categorias, dada a concordância observada entre os avaliadores quanto ao registro da avaliação clínica no ESRD-SI. A rigor contudo, é necessário que esta hipótese seja testada, realizando-se estudo cuja amostragem contemple classificações em todas as categorias do ESRD-SI. CONCLUSÃO A versão brasileira do ESRD-SI demonstrou ser confiável para pacientes com as características da amostra estudada, sendo viável sua utilização na prática clínica e em pesquisas com populações similares. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Hospital Santa Marcelina de São Paulo, ao Dr. Rui Antônio Barata, Dr. Alberto Fernandes e equipe de enfermagem por permitirem e facilitarem a avaliação de pacientes inscritos em seu Programa de Hemodiálise; à Dra. Célia M.H. Watanabe pela colaboração na realização das avaliações, e aos pacientes pela prontidão com que aceitaram participar desse estudo. J Bras Nefrol Volume XXVII - nº 2 - Junho de 2005 61 ÍNDICE DE GRAVIDADE DA DOENÇA RENAL TERMINAL (ESRD-SI) NOME: DATA: TEMPO DE DIÁLISE: IDADE: Por favor, classifique a severidade da(s) doença(s) orgânica(s) que você determinou estar(em) presente(s) neste paciente no momento. Guie-se pelos exemplos dados, atribuindo uma classificação para cada uma das categorias preenchidas através de uma “marca” em cada uma das escalas dadas. Coloque uma marca na coluna ausente se a doença for ausente. As classificações devem ser baseadas na natureza da doença orgânica subjacente e devem ser feitas independentemente das reações do paciente à doença. Categoria da Doença Classificação da Gravidade Doença Cardíaca Ausente Suave Ex: Angina ocasional aos esforços Moderada Ex: Angina com ou sem falência cardíaca Grave Ex: Angina severa ou falência cardíaca, incapacidade aos mínimos esforços Doença Vascular Cerebral Ausente Suave Ex: TIA ocasional ou amaurose fugaz Moderada Ex: TIA recorrente Grave Ex: (AVC) com déficit Neuropatia Periférica Ausente Suave Ex: Parestesia Moderada Ex: Desordens sensitivas Grave Ex: Miopatia Doença Vascular Cerebral Ausente Suave Ex: TIA ocasional ou amaurose fugaz Moderada Ex: TIA recorrente Grave Ex: (AVC) com déficit Doença Óssea Ausente Suave Ex: Mínimos sintomas, alterações bioquímicas e radiológicas Moderada Ex: Dor óssea sempre presente: alterações evidentes radiológicas Grave Ex: Fraturas patológicas Doenças Respiratórias Ausente Suave Ex: SOB com períodos de bronquite Moderada Ex: SOB aos esforços moderados, infecções respiratórias freqüentes Grave Ex: SOB ao respouso Dano Visual Ausente Suave Ex: Visão não é clara como antes, incapaz de ver detalhes, pode ler com pequeno esforço Moderada Ex: Não consegue dirigir devido a dano visual, capaz de ler “outdoors” Grave Ex: Incapaz de ler mesmo letras grandes, incapaz de se mover sem apoio, não vê TV Neuropatia Autonômica & Distúrbios GI Ausente Suave Ex: Náuseas, sensação de fraqueza pós-diálise Moderada Ex: Náuseas, vômitos, síncope ocasional Grave Ex: Vômito toda diálise, síncope pós-diálise Acesso & Eventos da Diálise Ausente Suave Ex: Mal posicionamento ocasional, facilmente corrigível Moderada Ex: Peritonite, infecção de cateter, baixo fluxo Grave Ex: Falência de membrana, múltiplos surtos de peritonite,trombose, hemorragia pulmonar Diabetes Ausente Suave Ex: Não insulinodependente Moderada Ex: Hipoglicemia ocasional, glicemia elevada Grave Ex: Freqüente hipoglicemia ou cetoacidose Outros (Especificar) Ausente Suave Moderada Grave PONTUAÇÃO Cada categoria da doença no ESRD-SI pode ser classificada em “Ausente” ou em um dos 5 pontos da escala de gravidade. A pontuação mínima de cada categoria é “Zero”, a pontuação máxima é “Dez”. A pontuação para cada classificação possível é ponderada. O ESRD-SI corresponde à soma das pontuações obtidas nas 11 categorias. - Doença Cardíaca: - Doença Vascular Cerebral - Doença Vascular Periférica - Neuropatia Periférica - Doenças Ósseas 0 0 0 0 0 - 3 5 3 2 1 - 5 6 4 3 3 - 6 7 5 4 5 - 8 8 7 5 7 - 10 9 8 7 8 - Doenças Respiratórias: - Dano Visual - Neuropatia Autonômica & Distúrbios GI - Acesso & Eentos da Diálise - Diabetes - Outros 0 0 0 0 0 0 - 3 2 2 1 1 1 - 5 4 4 4 3 2 - 6 5 5 6 5 4 - 8 6 7 7 7 6 - 10 8 8 9 9 8 Total de Pontos:_______ J. Craven, C. Littlefield, G. Rodin, M. Murray (1991). Departments of Psychiatry and Nefrology, Toronto Hospital, University of Toronto, Canadá. Tradução e adaptação brasileira: Patrícia P. Fonseca / Ana F. F. de Oliveira. ESRD-SI 62 REFERÊNCIAS 1. Craven J, Littlefield C, Rodin G, Murray M. The end-stage renal disease severity index (ESRD-SI). 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