Invest or Not to Invest . . . Not Always an Easy

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Clinical Chemistry
Q&A
Invest or Not to Invest . . . Not Always an Easy
Question to Answer
Moderator: Susan Evans1,*
Experts: Emery Stephans2, Avi Kulkarni3, Aaron Geist4 and Quintin Lai5
Investir ou Não Investir ... Uma Pergunta nem Sempre Fácil de Responder
Susan Evans1,*
Emery Stephans2, Avi Kulkarni3, Aaron Geist4 and Quintin Lai5
1
Corporate Strategic Planning, Beckman Coulter, Inc., Brea, CA;
Enterprise Analysis Corporation, Stamford, CT;
3
Booz & Company Inc., San Francisco, CA;
4
PerkinElmer Inc., Waltham, MA;
5
Robert W. Baird & Co., Milwaukee, WI.
2
Envie correspondência para esse autor para: Corporate Strategic Planning, Beckman Coulter, Inc., 250 S. Kraemar
Blvd., Brea, CA 92822. E-mail [email protected].
Inovação alimenta a indústria de diagnóstico
in vitro (IVD)6 . A introdução de novas tecnologias tem mudado enormemente a face
do laboratório clínico, e elas continuarão a
impactar a indústria e o laboratório nos próximos anos. Alguns avanços têm sido revolucionários, partindo de tecnologias de base
já estabelecidas, ao passo que outros avanços têm sido inovadores. Para pesquisa da
indústria de diagnóstico, desenvolvimento
de negócios, e profissionais de desenvolvimento de produtos, a pergunta sobre quais
tecnologias se tornarão os produtos do futuro — e quais não irão — é crítica.
A procura pela resposta começa com um
claro entendimento do cliente e da necessidade clínica, mas a verdadeira pergunta é
mais frequentemente não as necessidades de
hoje e sim as verdadeiras necessidades não
satisfeitas do laboratório clínico nos próximos anos. Com quais problemas os laboratórios lidam hoje porque não existe solução
tecnológica óbvia? Que nova informação
diagnóstica melhoraria a acurácia ou velocidade do diagnóstico? Que novo biomarcador
fornecerá uma olhada para o futuro e facilitará a intervenção clínica e a prevenção da
doença?
Vamos fazer uma viagem de volta no tempo
antes do PCR, ou até mesmo bem antes, antes dos sistemas de imunoensaios automatizados. Inovação estava plantando as sementes para esses importantes avanços. Cientistas e tecnólogos estavam desenvolvendo
tecnologias para alcançar níveis mais baixos
de detecção clínica. Cientistas e engenheiros
de computador estavam explorando como
controlar o poder do microchip, dos fluidos,
da miniaturização, dos substratos de estado
sólido, e da informática para construir sistemas clínicos integrados. Enquanto essas
mudanças estavam ocorrendo, biólogos moleculares estavam explorando como usar a
capacidade de replicação do DNA para criar
um novo campo diagnóstico que tem produzido grandes avanços nos testes das doenças
infecciosas, no diagnóstico de câncer, e na
detecção e caracterização de anomalias em
nosso código genético que estão associadas
com a doença.
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Se você fosse um estrategista de indústria,
um gerente de desenvolvimento de negócios,
ou um investidor, que tecnologias e avanços
que ocorrem hoje você adquiriria ou desenvolveria? Essa não é uma pergunta fácil de
responder. Existem as perguntas óbvias, mas
existem muitas mais. Como essas tecnologias se alinham com os atuais modelos de negócios? Os regulamentos globais são um
obstáculo para a comercialização? A tecnologia está pronta para o horário nobre?
Existe uma multidão de tecnologias excitantes. Um número seleto se torna produtos valiosos, mas por muitas razões outras não.
Nós pedimos a um grupo de peritos, cada
um com um diferente ponto de vista, para
fornecer suas percepções sobre o processo
de seleção de oportunidades para investimento e desenvolvimento.
Como você estabelece o potencial valor de
uma nova tecnologia diagnóstica ou de ciência da vida?
Avi Kulkarni: Para diagnóstico inovador, o
ponto de partida na discussão do valor é uma
"necessidade médica não
satisfeita" abordada por
um diagnóstico que fornece "informação útil."
Para diagnóstico complementar e para novas
tecnologias, os pontos de valor se tornam
mais variados. O valor para eles é estabelecido abordando um ou todos esses seguintes
critérios:
1. Elevada sensibilidade;
2. Elevada especificidade;
3. Preço mais baixo (isto é, nenhuma
mudança no desempenho, apenas um
custo mais baixo para gerar a mesma
informação);
4. Tempo total da execução do teste,
melhor fator de forma, protocolos de
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uso, e integração mais fácil à prática
médica existente;
5. Multifuncionalidade;
6. Transportabilidade, portabilidade, e
confiabilidade dos instrumentos e
dos resultados gerados (isto é, minimizando a necessidade de intervenção de um perito).
Existem fatores menores, tais como impressões, integração com registros médicos eletrônicos, e a complexidade dos reagentes de
origem, mas os 6 fatores acima são geralmente aceitos como sendo os críticos.
Uma vez que o valor é gerado, estabelecê-lo
de uma maneira transparente e não tendenciosa para exame pela comunidade externa
requer análise independente. É melhor que
os resultados dessa análise econômica (e algumas vezes análise econômica de saúde)
sejam publicados numa revista científica
revisada por pares, uma vez que ela proporciona uma evidência convincente de que
uma comunidade de peritos concorda que o
teste diagnóstico ou a nova tecnologia claramente estabeleceram valor.
Aaron Geist: Quando
nós tentamos determinar
o potencial valor de uma
nova tecnologia, não
importa se ela está direcionada para o mercado
de diagnóstico clínico
ou para o mercado de
pesquisa, nós tentamos
caracterizar a oportunidade total do mercado
sobre um período específico de tempo. Visto
que o ritmo da mudança tecnológica nas ciências da vida é frequentemente muito diferente daquele do mercado de diagnóstico
clínico, desenvolver um entendimento do
específico ajuste tecnológico, assim como
onde e como ele será usado, é crítico. Além
de uma análise detalhada dos custos e benefícios da nova tecnologia sobre a que está
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atualmente em uso, outros fatores que frequentemente impactam o valor final de uma
tecnologia incluem a força de qualquer propriedade intelectual associada com o desenvolvimento e a probabilidade da introdução
de outras tecnologias competidoras.
De uma perspectiva prática, nós começamos
inicialmente mapeando o mercado total endereçável, que envolve caracterizar tecnologias que estão em uso hoje. Nós olhamos
para a atual adoção numa base geográfica,
assim como prevemos o crescimento futuro
e a potencial adoção do novo marcador. Para
o mercado de diagnóstico clínico, nós olhamos primeiramente para a utilidade clínica
da nova tecnologia. Presumindo que o valor
clínico da tecnologia seja saudável, nós avaliamos as barreiras que a tecnologia enfrentará uma vez lançada. Exigências de capital,
custo de implementação, mão-de-obra necessária, tempo de execução, e potenciais
desafios de fabricação são importantes considerações que por fim impactarão a adoção
e, por sua vez, a criação do valor.
Estender a vida de uma tecnologia mais velha é frequentemente uma maneira adicional
de criar valor incremental para um novo ou
existente biomarcador. Nós frequentemente
olhamos para o redirecionamento de tecnologias existentes em novos mercados. Muitos dos marcadores de diagnóstico que estão
atualmente em uso em mercados desenvolvidos foram plenamente adotados e não estão mais gerando crescimento positivo. Entretanto, a introdução desses marcadores em
mercados emergentes gera crescimento robusto à medida que novos países começam a
implementar testes novos ou expandidos.
Do lado das ciências da vida, quando decidimos comercializar uma nova tecnologia,
nós olhamos para outros fatores que geralmente terão um impacto sobre a criação do
valor. Novas ferramentas e tecnologias requerem tremendos investimentos em marke-
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ting para introduzir o produto aos nossos
clientes. Esses custos, além dos custos de
fabricação e de capital, frequentemente tornam as novas tecnologias financeiramente
não viáveis.
Quintin Lai: Nós consideramos os testes como
valorizados e valiosos.
Sendo de valor necessidades a serem vistas pelo
ponto de vista das partes
interessadas — clínicos,
médicos, pacientes e pagantes. Testes valorizados são apropriadamente sensíveis, específicos, confiáveis, reproduzíveis, rentáveis para
os clínicos. Eles fornecem resultados perspicazes e acionáveis para os médicos. Eles
fornecem melhores resultados e clareza para
os pacientes. E eles fazem tudo isso a um
custo que os pagantes estão dispostos a reembolsar.
"Valioso" vem do ponto de vista do fabricante. Testes valiosos geram receitas, possuem potencial para crescimento (oportunidade de tamanho de mercado) e são lucrativos
para se produzir e vender. O teste precisa ser
capaz de comandar um preço que gerará a
adoção e uso contínuo enquanto cobre os
custos das mercadorias e das despesas operacionais. Aqui é onde as barreiras que entram, tais como propriedade intelectual,
competição, e testes alternativos, afetam o
valor.
Quais filtros ou critérios de seleção você
usa para testar novas tecnologias?
Emery Stephans: Dois
critérios. Primeiro é o
valor clínico intrínseco
da tecnologia. Segundo
é a probabilidade de
reembolso adequado. O
primeiro critério é rela-
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tivamente direto. Eu concordo que o segundo seja enganoso e dependa grandemente da
escolha do alvo do mercado nacional de saúde e das tecnologias precedentes.
Avi Kulkarni: Novas tecnologias possuem
múltiplos testes. O teste mais difícil é o primeiro, que é referido por Emery Stephans
como "valor clínico intrínseco" que eu considero mais como um valor médico não satisfeito e informação acionável. O segundo
teste é o "valor relativo" para outras tecnologias existentes e inclui os 6 fatores que eu
mencionei antes. Os 2 últimos testes são
"dinâmica do reembolso e do pagante" e
"ambiente sociopolítico." O último é frequentemente negligenciado, mas é importante lembrar que vários produtos tiveram sucesso no mercado e que não teriam necessariamente passado pelos 3 primeiros testes se
não fosse pela relativa importância colocada
no produto naquela época específica. Esses
incluem diagnóstico prião em meados dos
anos 90 e, mais recentemente, testes rápidos
para síndrome respiratória aguda grave e o
bacilo antrax.
Aaron Geist: Nós colocamos uma pesada
ênfase na propriedade intelectual. Nós perguntamos a nós mesmos coisas como: Quão
proprietário o produto é, e quão defensiva é
sua posição? Quão diferenciada é a nova
tecnologia? Os produtos atualmente no mercado são suficientes para as necessidades de
mercado, e a nova tecnologia oferecerá apenas uma modesta melhora? Quão desafiador
é o caminho para o mercado, e quais serão
os obstáculos de desenvolvimento, clínicos,
e reguladores? O novo produto provavelmente criará potenciais sinergias com nossos
produtos existentes?
Nós geralmente estamos dispostos a aceitar
um nível mais alto de risco se a nova tecnologia for altamente sinérgica com nossos
produtos existentes ou se ela preencher uma
necessidade ainda não satisfeita.
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Quintin Lai: Uma nova tecnologia precisa
fornecer valor a todas as partes interessadas
(paciente, médico, clínico e pagante) e ser
valiosa para o fabricante (potencial de receita e lucro). No caso de um novo diagnóstico,
nós procuramos por adesão de líderes com
opiniões importantes, visto que eles frequentemente são os que os adotam primeiramente. Para novas tecnologias que tentam suplantar modalidades mais antigas de testes,
nós procuramos por uma dimensão (desempenho, custo, facilidade de uso) que criaria
valor suficiente para compensar a mudança
do custo e do tempo.
Como você estima o potencial valor de um
novo biomarcador?
Emery Stephans: Nós gostamos de fazer
uma estimativa do valor intrínseco de um
novo biomarcador. Valor intrínseco é claro,
definido no contexto de um ambiente de tratamento de saúde. Como ilustração do conceito, considere um caso real. Alguns anos
atrás, foi oferecida a uma companhia de diagnóstico uma licença sobre um novo marcador cardíaco. A companhia nos pediu para
determinar o valor do biomarcador no cenário clínico, nesse caso o departamento de
emergência (ED), antes que eles tomassem
uma decisão. Nós conduzimos um estudo
retrospectivo do resultado clínico com dados
históricos do paciente de uma respeitada rede de tratamento de saúde (IHN). Nós retivemos o chefe da cardiologia como o investigador principal para o estudo e trabalhamos com esse indivíduo para definir o fluxo
de tratamento que um paciente encontraria
se ele se apresentasse ao ED com queixa de
dor no peito. O gráfico de fluxo continha
várias dúzias de "caixas," cada uma representando um ponto de tratamento terapêutico ou diagnóstico. Cada caixa continha o
tempo que o paciente passou naquela estação, o custo que isso implicou, e a probabilidade de resultado (diagnóstico confirmado,
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verdadeiro ou falso positivo, verdadeiro ou
falso negativo, decisão para conduzir testes
adicionais). Uma vez que o gráfico de fluxo
foi definido, nos realizamos vários milhares
de casos retrospectivos através dele para obter uma quantidade significativa de estatística. Isso nos deu um modelo matemático.
Nós então "instalamos" o marcador cardíaco
hipotético em vários prováveis pontos de
intervenção e medimos seu impacto no fim
do modelo. Isso nos deu resultados de custos
e resultados médicos nos quais o impacto de
um novo biomarcador poderia ser visto.
Como último passo, nós variamos a sensibilidade e especificidade diagnóstica do biomarcador em aumentos de 5% de 100% até
60% para achar o ponto de inflexão onde
seu impacto sobre o processo do ED rapidamente diminuía. A partir desses dados o
valor intrínseco do biomarcador, em termos
médicos e econômicos, ficou visível. Também ficou visível o nível tolerável mais baixo do desempenho no qual o biomarcador
ainda fazia sentido.
Como se viu, a companhia que veio até nós
levou esses níveis de desempenho para o
licenciador e se apresentou para tirar a licença se o teste pudesse satisfazer aquelas
condições mínimas. O desempenho ficou
abaixo daquelas condições mínimas, e a
companhia desistiu de tirar a licença.
Nosso valor intrínseco não era um preço. Ele
realmente entretanto, representava uma medida do valor cardíaco do biomarcador para
aquela rede integrada de tratamento de saúde
e, por generalização, a grosso modo no sistema de tratamento de saúde dos Estados
Unidos. Se o valor intrínseco fosse baixo,
não haveria razão para se investir em seu
desenvolvimento e validação. Se ele fosse
alto, o caso pareceria ter mérito.
Aaron Geist: Falando em termos gerais, nós
evitamos investir em nossos próprios biomarcadores de estágio inicial ou não com-
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provados e sim, optar por patrocinar pesquisadores acadêmicos que têm descoberto
marcadores excitantes.
Ao avaliar o potencial valor de um biomarcador, nós olhamos para sua indicação clínica, os testes ou marcadores que estão atualmente em uso, e a potencial melhora nos
resultados e na economia no tratamento de
saúde. Esses pontos dos dados são usados
para ajustar o risco de nosso modelo financeiro e portanto determinar o potencial valor
do biomarcador. Durante a década passada,
a maioria dos biomarcadores ainda tem que
ser implementada com sucesso no tratamento clínico rotineiro. Até que nós sejamos
mais capazes de verificar quais biomarcadores terão sucesso, nós frequentemente somos
apenas capazes de colocar modesto valor em
um novo e não comprovado biomarcador.
Como em todas as nossas aquisições, licenças e oportunidades de desenvolvimento interno, nós desenvolvemos um modelo financeiro que delineia o ciclo de vida do projeto,
mercado ou oportunidade. Esse modelo projeta um horizonte de tempo para aprovação,
implementação robusta e subsequente maturação. O modelo é então ajustado para o risco e descontado para verificar o presente
valor da oportunidade. Enquanto nós usarmos uma multidão de diferentes técnicas de
valorização como guia, o impacto mais significativo sobre o valor é nossa avaliação do
risco.
Quintin Lai: Nós começamos a partir de
uma estimativa cautelosa e conservadora
quando avaliamos um novo biomarcador.
Parece que todo mês temos vários artigos
publicados que descrevem um novo biomarcador com um fantástico potencial. Entretanto, como os atletas que saem do ensino secundário para serem profissionais apenas
alguns desses marcadores se tornam sucessos comerciais.
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Quando focamos na viabilidade comercial,
nós procuramos por um corpo de artigos revisados por pares que avaliam o biomarcador. Nós procuramos por pareceres de importantes líderes de pareceres, que também
tendem a se tornar adotadores precoces. Nós
então tentamos determinar se o biomarcador
pode fornecer pista sobre tomada de decisão
para provedores de tratamento de saúde ao
lidar com condições médicas.
A maioria dos biomarcadores possui uma
média de 10+ anos após lançamento de
mercado para se tornarem viáveis de um
ponto de vista financeiro. O que pode ser
feito para encurtar isso? Como você estima
as taxas de adoção?
Avi Kulkarni: Entender as razões para a
lenta rampa na adoção de biomarcadores
pode nos fornecer algumas pistas para melhorar sua taxa de adoção. Primeiro de tudo,
um grande número de biomarcadores — a
maioria de fato — chega até nós através do
domínio público muitos anos depois que eles
foram descobertos. O processo científico é
triturado após a descoberta inicial, e leva
cerca de uma década após a descoberta inicial para que uma visão de consenso comece
a emergir sobre o provável valor do biomarcador. E esse é apenas o começo da estrada.
Supondo que uma organização patrocinadora agarre o momento e crie um teste comercialmente viável no momento em que o biomarcador se destacou dentre milhares para
ser um que pode ter relevância clínica, identificar o salto crítico que comprova o processo de decisão clínica no qual o biomarcador pode ser usado é desafiador. De fato,
historicamente, organizações têm desenvolvido testes para IVD ou testes desenvolvidos
para laboratório (LDTs) ao redor dos biomarcadores sem estudos clínicos extensos
sobre os benefícios. Além disso, estudos clínicos prospectivos são até mesmo mais raros, então as organizações científicas, im-
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portantes líderes de pareceres, e clínicos praticantes não têm a vantagem de possuir diretrizes específicas nas quais o biomarcador
possa ser incluído. Em vez disso, eles possuem um sistema de classificação frequentemente confuso com "recomendações de
uso," que significa que os clínicos têm que
criar seu próprio conforto com o biomarcador a respeito da utilidade da informação e
que ação para melhorar deve ser tomada. O
desfecho é um sistema onde os biomarcadores acabam sendo adotados em guias e na
prática clínica vários anos depois que eles
estão no mercado.
Como se conserta isso? Um método poderia
ser mudar o sistema para garantir exclusividade de mercado por um período de tempo
para o patrocinador que desenvolveu o teste,
ao longo das linhas de exclusividade de
mercado de medicamento órfão. Ter um período de retorno econômico garantido incentivaria as empresas a absorver os custos dos
estudos clínicos prospectivos, frequentemente na faixa de $100 milhões, para criar o caso mais atraente para o biomarcador.
Outra solução seria se os organismos científicos pudessem ser menos adversos aos riscos e mais diretos em suas recomendações.
No atual esquema de classificação, apenas a
classificação da IA parece incentivar os médicos a adotar biomarcadores em sua prática.
Completamente independente da análise
acima, o valor líquido atual (NPV) sobre o
desenvolvimento do teste para novos biomarcadores seria melhorado significativamente se os Centros de Serviços de Ajuda
Médica e de Tratamento Médico (CMS) e os
pagantes privados tivessem um processo
mais rápido para garantir novos códigos de
reembolso baseados no valor econômico da
saúde. O atual processo faz com que os novos testes sejam misturados com os códigos
de menor preço ou fiquem à espera por 2–3
anos enquanto o CMS está sendo peticiona-
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do para um novo código para CPT (Atual
Terminologia Processual).A maioria dos laboratórios comerciais não está disposta a
promover agressivamente o teste enquanto
houver incerteza sobre o preço reembolsado,
o que contribui para atrasos adicionais na
adoção total.
Aaron Geist: Biomarcadores levam anos
para se desenvolver porque historicamente
eles não têm tido o crítico apoio regulador,
comercial e financeiro. Até recentemente, a
maioria dos biomarcadores era descoberta
em instituições de pesquisas acadêmicas e
sem fins lucrativos. Esses centros ofereciam
esses marcadores para licença a qualquer um
que estivesse interessado em continuar com
a enorme tarefa de validação. Visto que
grandes companhias de diagnóstico tipicamente precisam de dados clínicos de apoio,
elas hesitam em embarcar no processo. Novas companhias, patrocinadas por investidores anjos ou investidores de risco em estágio
inicial, foram criadas para tentar obter os
dados críticos de validação. Infelizmente,
elas frequentemente ficam sem dinheiro logo no começo do processo. O biomarcador
definharia até que outra companhia ou grupo
de investidores o pegasse e passasse a bola
para frente. Uma vez que o biomarcador teve sucesso/passou pelo "vale da morte," ele
seria pego por uma companhia de diagnóstico e receberia a atenção e foco necessários
para garantir seu sucesso.
Eu acredito que durante os últimos anos
muito mudou. Houve uma explosão no número de novos biomarcadores. Companhias
farmacêuticas e de biotecnologia que antes
evitavam unir uma terapia e um diagnóstico
por medo que isso pudesse limitar a oportunidade de mercado agora abraçam o diagnóstico complementar. Não apenas o diagnóstico complementar e a medicina personalizada são frequentemente vistos como uma
via para testes clínicos terapêuticos mais
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bem-sucedidos, eles podem potencialmente
ajudar na aprovação reguladora, adoção e
vigilância contínua após aprovação. Com os
pesquisadores e as organizações reguladoras
de diagnóstico, de biotecnologia e farmacêuticas todos trabalhando juntos em parceria,
nós podemos ser otimistas de que o intervalo
de tempo para os biomarcadores da descoberta até o uso será reduzido no futuro.
Quintin Lai: Eu estou curioso sobre quando
o cronômetro começou para o comentário de
10 anos. Se for desde a primeira descoberta,
então é compreensível que um organismo da
evidência revisada por pares seria necessário
antes que a adoção ocorresse.
Eu acho que a quantidade de educação exigida pelas partes interessadas antes da adoção está inversamente correlacionada com a
clareza na ação fornecida pelo teste. Para
doença infecciosa, um teste que retorna uma
resposta de sim ou não fornece uma ação
clara, portanto a quantidade de educação
exigida é baixa. Em contraste, um teste que
fornece um resultado mais complicado, tal
como uma pontuação de risco para recorrência, precisa de um alto nível de educação
antes de obter uma decisão de aceitação das
partes interessadas.
Biomarcadores são difíceis e caros de
achar, desenvolver e validar. Existe alguma
maneira de reduzir o custo?
Emery Stephans: Grandes quantidades de
biomarcadores são identificadas no processo
de desenvolvimento e de descoberta da droga. Apenas alguns no fim desempenham um
papel na fase de comercialização da droga.
Em meu cenário favorecido, as companhias
farmacêuticas poriam os biomarcadores não
críticos no domínio público entregando dados e conhecimento para a Food and Drug
Administration dos Estados Unidos. Companhias de diagnóstico poderiam escolher
dessa coleção de biomarcadores mais ou
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menos completos e torná-los comercialmente disponíveis. Tempo e dinheiro seriam
poupados.
Avi Kulkarni: Biomarcadores não são difíceis de achar. Eles são difíceis de desenvolver e validar. A explosão da tecnologia que
veio com a revolução da genômica nos anos
90 de fato produziu biomarcadores em demasia. As questões são como levar os melhores adiante, como desenvolver testes para
eles rapidamente, como estabelecer relevância clínica para eles, e como validá-los isoladamente ou como partes de algoritmos baseados na assinatura.
As soluções estão em reunir dados de modo
que algoritmos no nível de descoberta possam achar os melhores biomarcadores dentre
os muitos biomarcadores de interesse, nos
bio-bancos patrocinados pelo NIH para estabelecer relevância clínica, e na aceitação
do regulador dos estudos de observação —
mesmo aqueles com tratamento pré-analítico
incerto de amostras bancadas — para garantir reivindicações clínicas e transformar todas as questões abertas em estudos de registros de marca aberta.
Aaron Geist: Eu argumentaria que os biomarcadores não são difíceis e caros de achar,
mas sim extraordinariamente difíceis de validar. Com a explosão do conhecimento sobre o desenvolvimento e a função biológica
normais da doença, estudos criados para validar os biomarcadores devem ser mais bemsucedidos. A introdução de muitas novas
tecnologias durante os últimos anos possibilitou que os pesquisadores obtivessem um
cachê de valiosas informações metabólicas,
fisiológicas, e biológicas sem precedentes. À
medida que novas ferramentas são introduzidas para transformar essa informação em
conhecimento, estudos in silico se tornam
possíveis. Através do aproveitamento das
nossas capacidades de computação juntamente com nosso conhecimento biológico, o
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período de tempo para validação do biomarcador pode esperançosamente ser comprimido. Através da redução do tempo necessário
para validação e sendo mais capazes de prever quais biomarcadores terão sucesso, pesquisadores e investidores igualmente serão
capazes de reduzir os custos de desenvolvimento associados para se trazer um biomarcador para o mercado.
Qual tecnologia de desenvolvimento você
está assistindo?
Emery Stephans: Sequenciamento em nano
escala. Embora eu também assista tecnologias que podem fornecer um genoma de
$1000, a promessa do sequenciamento pessoal de mais baixo custo, em meu ponto de
vista, é mantida pelo método da nano escala.
Genomas abaixo de $1000 podem se tornar
importantes rapidamente; tecnicamente, eles
eliminam a necessidade dos testes laboratoriais CLIA de $3000–$5000 atualmente no
mercado (por exemplo, Saúde Genômica,
Genética Miríade).
Avi Kulkarni: Existem 3 tecnologias que eu
estou seguindo porque eu acho que elas
mudam o jogo. Partindo da mais próxima
para a mais distante, elas são:
1. Análise do mapa de restrição. Essa
tecnologia diminui o custo da análise
genômica e pode ser usada para preparar perfis de risco através de múltiplos genes implicados que podem
ser usados para segmentar doenças a
um nível genômico.
2. Anticorpos digitais. Essa tecnologia
permite o mapeamento de todo o
proteoma a uma fração do custo, e
específicos algoritmos do estado da
doença podem ser sobrepostos sobre
os dados para informar sobre múltiplas doenças presentes em um único
paciente.
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3. Laboratório genômico e proteômico
em um chip. Admitidamente, essa
tecnologia ainda está muito distante,
mas no fim isso vai ser um problema
de engenharia e não uma questão
química ou biológica. Nós estamos
provando todo dia que nós entendemos a bioquímica, e é apenas uma
questão de tempo antes que todos os
biomarcadores conhecidos possam
ser reunidos em um micro arranjo
para uma simples compra de balcão
para testes.
Aaron Geist: Eu tenho assistido e continuo
a me concentrar no impacto das novas tecnologias de sequenciamento da próxima geração. Tecnologias de sequenciamento já
tiveram um profundo impacto sobre as ciências da vida e a pesquisa biomédica e provavelmente continuarão a revolucionar a indústria por muitos anos. Caracterizar indivíduos dentro dos testes clínicos ao nível de
mutações de pares de base única agora é
comum. Crescentemente, provedores de seguro estão solicitando substancial informação genética individual para qualificar os
novos e mais caros tratamentos. Embora
previr quais tecnologias que mudam o jogo e
que provavelmente tomarão posse seja difícil, a próxima revolução potencialmente virá
para aqueles que forem capazes de transformar a sempre crescente montanha de informação genética em valioso conhecimento. A
habilidade de interpretar, gerenciar, e explorar a informação é o gargalo. Pode-se argumentar que informação genética é uma série
dos pares de base e que conhecimento é criado através do entendimento da miríade de
mudanças genéticas. Como diz um ditado
bem conhecido, conhecimento é poder.
Aqueles que são capazes de rapidamente
converter a atual abundância de informação
genética com certeza liderarão os avanços
no conhecimento médico e no tratamento.
Q&A
Quintin Lai: Tecnologia do sequenciamento está progredindo tremendamente, e nós
estamos assistindo o custo e os tempos de
execução caírem quase todos os meses. Embora a utilidade clínica para o sequenciamento de todo o genoma ainda esteja longe
do futuro, os avanços tecnológicos estão
acelerando a descoberta dos biomarcadores.
Fabricantes estão desenvolvendo máquinas
de sequenciamento mais rápidas e de alta
produtividade com custo mais eficiente e
estão começando a introduzir máquinas de
sequenciamento de bancada de baixo custo.
Nós também estamos assistindo o surgimento de companhias de serviços que se especializam no sequenciamento do genoma
humano total para facilitar estudos populacionais de grande escala e, potencialmente,
possibilitar a extensão para as aplicações
clínicas.
Testes genéticos de amostra para resultado
continuam a progredir para abertura de novas oportunidades de mercado. Recentemente, testes de tuberculose resistentes a multidrogas estão penetrando nos países em desenvolvimento à medida que avanços tecnológicos têm expandido o diagnóstico molecular de salas limpas e imaculadas para os
laboratórios móveis e remotos.
Qual será o impacto do paradigma eficácia
comparativa sobre as novas tecnologias
clínicas de diagnóstico?
Emery Stephans: Primeiro, eu acredito que
não haverá dano. O Reino Unido criou o
Instituto Nacional para Saúde e Excelência
Clínica (NICE) para oferecer orientação tecnológica sobre a eficácia clínica e o custo/eficácia para "novos tratamentos com potencial impacto significativo sobre o Serviço
Nacional de Saúde (NHS), ou prioridades de
políticas (câncer, doença cardíaca, e derrame)" ( Avaliação das Tecnologias Diagnósticas do NICE, Setembro 2010). NICE pare-
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ce ter tido sucesso em encontrar um equilíbrio entre eficácia clínica e custo/eficácia. O
trabalho do NICE não prejudicou a capacidade do NHS de atrair e introduzir tecnologias. Se o programa de "eficácia comparativa" dos Estados Unidos copiar precisamente
a metodologia do NICE, eu espero que também não haja danos para as perspectivas das
novas tecnologias dos Estados Unidos.
Segundo, pode haver um benefício de reembolso. Se a eficácia comparativa foi demonstrada para uma nova tecnologia diagnóstica,
é presumível que haverá menos briga para se
obter o reembolso garantido.
Avi Kulkarni: Como usuários do diagnóstico clínico, certamente nós todos nos beneficiaremos. Programas legislados de eficácia
comparativa estão afinal de contas forçando
a pergunta que todos nós temos no fundo de
nossas mentes: Como isso se compara aos
outros testes? É melhor do que os comparáveis, e se for, como?
Contudo como um provedor, eu acho que
depende de onde você senta. Se você for um
laboratório clínico desenvolvendo LDTs,
eficácia comparativa é uma coisa assustadora, visto que ela eleva as apostas para o seu
teste. A maioria dos laboratórios clínicos
desenvolve testes de $3–5 milhões, e a idéia
de ter que acrescentar programas de eficácia
comparativa é um exterminador de negócios.
Para fabricantes da IVD, os custos da eficácia comparativa em termos de custos reais
assim como os potenciais atrasos no registro, adoção, e reembolso podem ser um problema, mas se o outro lado do livro razão
tiver um preço explícito mais alto, então
vale a pena. Entre os fabricantes da IVD,
também haverá grupos de jogadores menos
inovadores que indagarão como suas estratégias existentes funcionarão num mundo de
eficácia comparativa e um grupo de jogadores mais inovadores que se preocuparão que
o custo de sua inovação aumentará ainda
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mais porque eles terão que mostrar eficácia
comparativa. Por último, há a questão da
escala. Cada camada de complexidade que é
adicionada ao sistema médico aumenta a
escala de eficiência mínima, tornando isso
mais um jogo para companhias maiores.
Aaron Geist: A introdução de programas de
eficácia clínica, primeiro no Reino Unido e
agora nos Estados Unidos, provavelmente
terá muitos efeitos. Mais importante, esses
programas melhorarão a qualidade e acurácia dos testes de diagnóstico clínico. No micro nível, laboratórios individuais precisarão
demonstrar acurácia e reprodutibilidade. No
macro nível, o impacto provavelmente será
o de acelerar a adoção e utilização das tecnologias de diagnóstico clínico.
Repetidamente, estudos têm continuado a
comprovar que a utilização do diagnóstico
clínico oferece melhora dramática na qualidade do tratamento de saúde enquanto reduz
o custo total. Ao mesmo tempo como a exigência reguladora para demonstrar a utilidade clínica pode aumentar os custos iniciais
de desenvolvimento, a velocidade com a
qual esses testes são implementados também
aumentaria. Mercados em desenvolvimento
ao redor do mundo estão implementando
diagnóstico clínico avançado em alta velocidade. Setores do mercado de diagnóstico
clínico da China têm continuado a crescer
anualmente em uma taxa de 30%–40% visto que governos locais perceberam que diagnóstico clínico pode oferecer o maior retorno de investimento para os investimentos
no tratamento da saúde.
Notas de Rodapé
6
Abreviações não padronizadas:IVD, diagnóstico in vitro; ED, departamento de emergência; LDT, teste desenvolvido pelo laboratório; NPV, valor líquido atual; CMS,
Centros de Serviços de Ajuda Médica e de
Tratamento Médico; CPT, Terminologia
Clinical Chemistry
Porcessual Atual; NICE, Instituto Nacional
de Excelência Clínica e Saúde; NHS, Serviço Nacional de Saúde.
Contribuições dos Autores: Todos os autores confirmaram que eles contribuíram para
o conteúdo intelectual desse paper e satisfizeram os 3 seguintes requisitos: (a) contribuições significantes para a concepção e
design, aquisição de dados, ou análise e interpretação dos dados; (b) rascunhando ou
revisando o artigo para conteúdo intelectual; e (c) aprovação final do artigo publicado.
Revelações dos Autores de Potenciais
Conflitos de Interesse: Na submissão do
manuscrito, todos os autores completaram o
formulário de Revelações de Potenciais
Conflitos de Interesse. Potenciais conflitos
de interesse:
Emprego ou Liderança: S. Evans, Beckman Coulter; E. Stephans, Enterprise
Q&A
Analysis Corporation; A. Kulkarni, Booz &
Company.
Consultor ou Papel Consultivo: E.
Stephans, a maioria das principais companhias de IVD e muitas companhias farmacêuticas; A. Kulkarni, Sevident, Inc.
Posse dos Valores: S. Evans, Beckman
Coulter; A. Kulkarni, XDx, Inc.; A. Geist,
PerkinElmer.
Honorários: Nada a declarar.
Fundo de Pesquisas: Nada a declarar.
Testemunho Hábil: Nada a declarar.
1
Corporate Strategic Planning, Beckman Coulter,
Inc., Brea, CA;
2
Enterprise Analysis Corporation, Stamford, CT;
3
Booz & Company Inc., San Francisco, CA;
4
PerkinElmer Inc., Waltham, MA;
5
Robert W. Baird & Co., Milwaukee, WI.
Recebido para publicação em 2 de Fevereiro
de 2011. Aceito para publicação em 16 de
Fevereiro de 2011.
“This article has been translated with the permission of AACC. AACC is not responsible for the accuracy of the translation. The views
presented are those of the authors and not necessarily those of the AACC or the Journal. Reprinted from Clin Chem, 2011; 57 no. 8
1096-1102, by permission of AACC. Original copyright © 2010 American Association for Clinical Chemistry, Inc. When citing this article,
please refer to the original English publication source in the journal, Clinical Chemistry.”
“Este artigo foi traduzido com a permissão da AACC. AACC não é responsável pela acurácia da tradução. Os pontos de vista apresentados são aqueles dos autores e não necessariamente os da AACC ou do Jornal. Reimpresso da ClinChem, 2011; 57 no. 8 1096-1102, por
permissão da AACC. Cópia original © 2010 American Association for Clinical Chemistry, Inc. Quando citar este artigo, por favor refira-se
à fonte de publicação original em inglês na revista,Clinical Chemistry.”
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