Clinical Chemistry Q&A Invest or Not to Invest . . . Not Always an Easy Question to Answer Moderator: Susan Evans1,* Experts: Emery Stephans2, Avi Kulkarni3, Aaron Geist4 and Quintin Lai5 Investir ou Não Investir ... Uma Pergunta nem Sempre Fácil de Responder Susan Evans1,* Emery Stephans2, Avi Kulkarni3, Aaron Geist4 and Quintin Lai5 1 Corporate Strategic Planning, Beckman Coulter, Inc., Brea, CA; Enterprise Analysis Corporation, Stamford, CT; 3 Booz & Company Inc., San Francisco, CA; 4 PerkinElmer Inc., Waltham, MA; 5 Robert W. Baird & Co., Milwaukee, WI. 2 Envie correspondência para esse autor para: Corporate Strategic Planning, Beckman Coulter, Inc., 250 S. Kraemar Blvd., Brea, CA 92822. E-mail [email protected]. Inovação alimenta a indústria de diagnóstico in vitro (IVD)6 . A introdução de novas tecnologias tem mudado enormemente a face do laboratório clínico, e elas continuarão a impactar a indústria e o laboratório nos próximos anos. Alguns avanços têm sido revolucionários, partindo de tecnologias de base já estabelecidas, ao passo que outros avanços têm sido inovadores. Para pesquisa da indústria de diagnóstico, desenvolvimento de negócios, e profissionais de desenvolvimento de produtos, a pergunta sobre quais tecnologias se tornarão os produtos do futuro — e quais não irão — é crítica. A procura pela resposta começa com um claro entendimento do cliente e da necessidade clínica, mas a verdadeira pergunta é mais frequentemente não as necessidades de hoje e sim as verdadeiras necessidades não satisfeitas do laboratório clínico nos próximos anos. Com quais problemas os laboratórios lidam hoje porque não existe solução tecnológica óbvia? Que nova informação diagnóstica melhoraria a acurácia ou velocidade do diagnóstico? Que novo biomarcador fornecerá uma olhada para o futuro e facilitará a intervenção clínica e a prevenção da doença? Vamos fazer uma viagem de volta no tempo antes do PCR, ou até mesmo bem antes, antes dos sistemas de imunoensaios automatizados. Inovação estava plantando as sementes para esses importantes avanços. Cientistas e tecnólogos estavam desenvolvendo tecnologias para alcançar níveis mais baixos de detecção clínica. Cientistas e engenheiros de computador estavam explorando como controlar o poder do microchip, dos fluidos, da miniaturização, dos substratos de estado sólido, e da informática para construir sistemas clínicos integrados. Enquanto essas mudanças estavam ocorrendo, biólogos moleculares estavam explorando como usar a capacidade de replicação do DNA para criar um novo campo diagnóstico que tem produzido grandes avanços nos testes das doenças infecciosas, no diagnóstico de câncer, e na detecção e caracterização de anomalias em nosso código genético que estão associadas com a doença. Clinical Chemistry Se você fosse um estrategista de indústria, um gerente de desenvolvimento de negócios, ou um investidor, que tecnologias e avanços que ocorrem hoje você adquiriria ou desenvolveria? Essa não é uma pergunta fácil de responder. Existem as perguntas óbvias, mas existem muitas mais. Como essas tecnologias se alinham com os atuais modelos de negócios? Os regulamentos globais são um obstáculo para a comercialização? A tecnologia está pronta para o horário nobre? Existe uma multidão de tecnologias excitantes. Um número seleto se torna produtos valiosos, mas por muitas razões outras não. Nós pedimos a um grupo de peritos, cada um com um diferente ponto de vista, para fornecer suas percepções sobre o processo de seleção de oportunidades para investimento e desenvolvimento. Como você estabelece o potencial valor de uma nova tecnologia diagnóstica ou de ciência da vida? Avi Kulkarni: Para diagnóstico inovador, o ponto de partida na discussão do valor é uma "necessidade médica não satisfeita" abordada por um diagnóstico que fornece "informação útil." Para diagnóstico complementar e para novas tecnologias, os pontos de valor se tornam mais variados. O valor para eles é estabelecido abordando um ou todos esses seguintes critérios: 1. Elevada sensibilidade; 2. Elevada especificidade; 3. Preço mais baixo (isto é, nenhuma mudança no desempenho, apenas um custo mais baixo para gerar a mesma informação); 4. Tempo total da execução do teste, melhor fator de forma, protocolos de Q&A uso, e integração mais fácil à prática médica existente; 5. Multifuncionalidade; 6. Transportabilidade, portabilidade, e confiabilidade dos instrumentos e dos resultados gerados (isto é, minimizando a necessidade de intervenção de um perito). Existem fatores menores, tais como impressões, integração com registros médicos eletrônicos, e a complexidade dos reagentes de origem, mas os 6 fatores acima são geralmente aceitos como sendo os críticos. Uma vez que o valor é gerado, estabelecê-lo de uma maneira transparente e não tendenciosa para exame pela comunidade externa requer análise independente. É melhor que os resultados dessa análise econômica (e algumas vezes análise econômica de saúde) sejam publicados numa revista científica revisada por pares, uma vez que ela proporciona uma evidência convincente de que uma comunidade de peritos concorda que o teste diagnóstico ou a nova tecnologia claramente estabeleceram valor. Aaron Geist: Quando nós tentamos determinar o potencial valor de uma nova tecnologia, não importa se ela está direcionada para o mercado de diagnóstico clínico ou para o mercado de pesquisa, nós tentamos caracterizar a oportunidade total do mercado sobre um período específico de tempo. Visto que o ritmo da mudança tecnológica nas ciências da vida é frequentemente muito diferente daquele do mercado de diagnóstico clínico, desenvolver um entendimento do específico ajuste tecnológico, assim como onde e como ele será usado, é crítico. Além de uma análise detalhada dos custos e benefícios da nova tecnologia sobre a que está Clinical Chemistry atualmente em uso, outros fatores que frequentemente impactam o valor final de uma tecnologia incluem a força de qualquer propriedade intelectual associada com o desenvolvimento e a probabilidade da introdução de outras tecnologias competidoras. De uma perspectiva prática, nós começamos inicialmente mapeando o mercado total endereçável, que envolve caracterizar tecnologias que estão em uso hoje. Nós olhamos para a atual adoção numa base geográfica, assim como prevemos o crescimento futuro e a potencial adoção do novo marcador. Para o mercado de diagnóstico clínico, nós olhamos primeiramente para a utilidade clínica da nova tecnologia. Presumindo que o valor clínico da tecnologia seja saudável, nós avaliamos as barreiras que a tecnologia enfrentará uma vez lançada. Exigências de capital, custo de implementação, mão-de-obra necessária, tempo de execução, e potenciais desafios de fabricação são importantes considerações que por fim impactarão a adoção e, por sua vez, a criação do valor. Estender a vida de uma tecnologia mais velha é frequentemente uma maneira adicional de criar valor incremental para um novo ou existente biomarcador. Nós frequentemente olhamos para o redirecionamento de tecnologias existentes em novos mercados. Muitos dos marcadores de diagnóstico que estão atualmente em uso em mercados desenvolvidos foram plenamente adotados e não estão mais gerando crescimento positivo. Entretanto, a introdução desses marcadores em mercados emergentes gera crescimento robusto à medida que novos países começam a implementar testes novos ou expandidos. Do lado das ciências da vida, quando decidimos comercializar uma nova tecnologia, nós olhamos para outros fatores que geralmente terão um impacto sobre a criação do valor. Novas ferramentas e tecnologias requerem tremendos investimentos em marke- Q&A ting para introduzir o produto aos nossos clientes. Esses custos, além dos custos de fabricação e de capital, frequentemente tornam as novas tecnologias financeiramente não viáveis. Quintin Lai: Nós consideramos os testes como valorizados e valiosos. Sendo de valor necessidades a serem vistas pelo ponto de vista das partes interessadas — clínicos, médicos, pacientes e pagantes. Testes valorizados são apropriadamente sensíveis, específicos, confiáveis, reproduzíveis, rentáveis para os clínicos. Eles fornecem resultados perspicazes e acionáveis para os médicos. Eles fornecem melhores resultados e clareza para os pacientes. E eles fazem tudo isso a um custo que os pagantes estão dispostos a reembolsar. "Valioso" vem do ponto de vista do fabricante. Testes valiosos geram receitas, possuem potencial para crescimento (oportunidade de tamanho de mercado) e são lucrativos para se produzir e vender. O teste precisa ser capaz de comandar um preço que gerará a adoção e uso contínuo enquanto cobre os custos das mercadorias e das despesas operacionais. Aqui é onde as barreiras que entram, tais como propriedade intelectual, competição, e testes alternativos, afetam o valor. Quais filtros ou critérios de seleção você usa para testar novas tecnologias? Emery Stephans: Dois critérios. Primeiro é o valor clínico intrínseco da tecnologia. Segundo é a probabilidade de reembolso adequado. O primeiro critério é rela- Clinical Chemistry tivamente direto. Eu concordo que o segundo seja enganoso e dependa grandemente da escolha do alvo do mercado nacional de saúde e das tecnologias precedentes. Avi Kulkarni: Novas tecnologias possuem múltiplos testes. O teste mais difícil é o primeiro, que é referido por Emery Stephans como "valor clínico intrínseco" que eu considero mais como um valor médico não satisfeito e informação acionável. O segundo teste é o "valor relativo" para outras tecnologias existentes e inclui os 6 fatores que eu mencionei antes. Os 2 últimos testes são "dinâmica do reembolso e do pagante" e "ambiente sociopolítico." O último é frequentemente negligenciado, mas é importante lembrar que vários produtos tiveram sucesso no mercado e que não teriam necessariamente passado pelos 3 primeiros testes se não fosse pela relativa importância colocada no produto naquela época específica. Esses incluem diagnóstico prião em meados dos anos 90 e, mais recentemente, testes rápidos para síndrome respiratória aguda grave e o bacilo antrax. Aaron Geist: Nós colocamos uma pesada ênfase na propriedade intelectual. Nós perguntamos a nós mesmos coisas como: Quão proprietário o produto é, e quão defensiva é sua posição? Quão diferenciada é a nova tecnologia? Os produtos atualmente no mercado são suficientes para as necessidades de mercado, e a nova tecnologia oferecerá apenas uma modesta melhora? Quão desafiador é o caminho para o mercado, e quais serão os obstáculos de desenvolvimento, clínicos, e reguladores? O novo produto provavelmente criará potenciais sinergias com nossos produtos existentes? Nós geralmente estamos dispostos a aceitar um nível mais alto de risco se a nova tecnologia for altamente sinérgica com nossos produtos existentes ou se ela preencher uma necessidade ainda não satisfeita. Q&A Quintin Lai: Uma nova tecnologia precisa fornecer valor a todas as partes interessadas (paciente, médico, clínico e pagante) e ser valiosa para o fabricante (potencial de receita e lucro). No caso de um novo diagnóstico, nós procuramos por adesão de líderes com opiniões importantes, visto que eles frequentemente são os que os adotam primeiramente. Para novas tecnologias que tentam suplantar modalidades mais antigas de testes, nós procuramos por uma dimensão (desempenho, custo, facilidade de uso) que criaria valor suficiente para compensar a mudança do custo e do tempo. Como você estima o potencial valor de um novo biomarcador? Emery Stephans: Nós gostamos de fazer uma estimativa do valor intrínseco de um novo biomarcador. Valor intrínseco é claro, definido no contexto de um ambiente de tratamento de saúde. Como ilustração do conceito, considere um caso real. Alguns anos atrás, foi oferecida a uma companhia de diagnóstico uma licença sobre um novo marcador cardíaco. A companhia nos pediu para determinar o valor do biomarcador no cenário clínico, nesse caso o departamento de emergência (ED), antes que eles tomassem uma decisão. Nós conduzimos um estudo retrospectivo do resultado clínico com dados históricos do paciente de uma respeitada rede de tratamento de saúde (IHN). Nós retivemos o chefe da cardiologia como o investigador principal para o estudo e trabalhamos com esse indivíduo para definir o fluxo de tratamento que um paciente encontraria se ele se apresentasse ao ED com queixa de dor no peito. O gráfico de fluxo continha várias dúzias de "caixas," cada uma representando um ponto de tratamento terapêutico ou diagnóstico. Cada caixa continha o tempo que o paciente passou naquela estação, o custo que isso implicou, e a probabilidade de resultado (diagnóstico confirmado, Clinical Chemistry verdadeiro ou falso positivo, verdadeiro ou falso negativo, decisão para conduzir testes adicionais). Uma vez que o gráfico de fluxo foi definido, nos realizamos vários milhares de casos retrospectivos através dele para obter uma quantidade significativa de estatística. Isso nos deu um modelo matemático. Nós então "instalamos" o marcador cardíaco hipotético em vários prováveis pontos de intervenção e medimos seu impacto no fim do modelo. Isso nos deu resultados de custos e resultados médicos nos quais o impacto de um novo biomarcador poderia ser visto. Como último passo, nós variamos a sensibilidade e especificidade diagnóstica do biomarcador em aumentos de 5% de 100% até 60% para achar o ponto de inflexão onde seu impacto sobre o processo do ED rapidamente diminuía. A partir desses dados o valor intrínseco do biomarcador, em termos médicos e econômicos, ficou visível. Também ficou visível o nível tolerável mais baixo do desempenho no qual o biomarcador ainda fazia sentido. Como se viu, a companhia que veio até nós levou esses níveis de desempenho para o licenciador e se apresentou para tirar a licença se o teste pudesse satisfazer aquelas condições mínimas. O desempenho ficou abaixo daquelas condições mínimas, e a companhia desistiu de tirar a licença. Nosso valor intrínseco não era um preço. Ele realmente entretanto, representava uma medida do valor cardíaco do biomarcador para aquela rede integrada de tratamento de saúde e, por generalização, a grosso modo no sistema de tratamento de saúde dos Estados Unidos. Se o valor intrínseco fosse baixo, não haveria razão para se investir em seu desenvolvimento e validação. Se ele fosse alto, o caso pareceria ter mérito. Aaron Geist: Falando em termos gerais, nós evitamos investir em nossos próprios biomarcadores de estágio inicial ou não com- Q&A provados e sim, optar por patrocinar pesquisadores acadêmicos que têm descoberto marcadores excitantes. Ao avaliar o potencial valor de um biomarcador, nós olhamos para sua indicação clínica, os testes ou marcadores que estão atualmente em uso, e a potencial melhora nos resultados e na economia no tratamento de saúde. Esses pontos dos dados são usados para ajustar o risco de nosso modelo financeiro e portanto determinar o potencial valor do biomarcador. Durante a década passada, a maioria dos biomarcadores ainda tem que ser implementada com sucesso no tratamento clínico rotineiro. Até que nós sejamos mais capazes de verificar quais biomarcadores terão sucesso, nós frequentemente somos apenas capazes de colocar modesto valor em um novo e não comprovado biomarcador. Como em todas as nossas aquisições, licenças e oportunidades de desenvolvimento interno, nós desenvolvemos um modelo financeiro que delineia o ciclo de vida do projeto, mercado ou oportunidade. Esse modelo projeta um horizonte de tempo para aprovação, implementação robusta e subsequente maturação. O modelo é então ajustado para o risco e descontado para verificar o presente valor da oportunidade. Enquanto nós usarmos uma multidão de diferentes técnicas de valorização como guia, o impacto mais significativo sobre o valor é nossa avaliação do risco. Quintin Lai: Nós começamos a partir de uma estimativa cautelosa e conservadora quando avaliamos um novo biomarcador. Parece que todo mês temos vários artigos publicados que descrevem um novo biomarcador com um fantástico potencial. Entretanto, como os atletas que saem do ensino secundário para serem profissionais apenas alguns desses marcadores se tornam sucessos comerciais. Clinical Chemistry Quando focamos na viabilidade comercial, nós procuramos por um corpo de artigos revisados por pares que avaliam o biomarcador. Nós procuramos por pareceres de importantes líderes de pareceres, que também tendem a se tornar adotadores precoces. Nós então tentamos determinar se o biomarcador pode fornecer pista sobre tomada de decisão para provedores de tratamento de saúde ao lidar com condições médicas. A maioria dos biomarcadores possui uma média de 10+ anos após lançamento de mercado para se tornarem viáveis de um ponto de vista financeiro. O que pode ser feito para encurtar isso? Como você estima as taxas de adoção? Avi Kulkarni: Entender as razões para a lenta rampa na adoção de biomarcadores pode nos fornecer algumas pistas para melhorar sua taxa de adoção. Primeiro de tudo, um grande número de biomarcadores — a maioria de fato — chega até nós através do domínio público muitos anos depois que eles foram descobertos. O processo científico é triturado após a descoberta inicial, e leva cerca de uma década após a descoberta inicial para que uma visão de consenso comece a emergir sobre o provável valor do biomarcador. E esse é apenas o começo da estrada. Supondo que uma organização patrocinadora agarre o momento e crie um teste comercialmente viável no momento em que o biomarcador se destacou dentre milhares para ser um que pode ter relevância clínica, identificar o salto crítico que comprova o processo de decisão clínica no qual o biomarcador pode ser usado é desafiador. De fato, historicamente, organizações têm desenvolvido testes para IVD ou testes desenvolvidos para laboratório (LDTs) ao redor dos biomarcadores sem estudos clínicos extensos sobre os benefícios. Além disso, estudos clínicos prospectivos são até mesmo mais raros, então as organizações científicas, im- Q&A portantes líderes de pareceres, e clínicos praticantes não têm a vantagem de possuir diretrizes específicas nas quais o biomarcador possa ser incluído. Em vez disso, eles possuem um sistema de classificação frequentemente confuso com "recomendações de uso," que significa que os clínicos têm que criar seu próprio conforto com o biomarcador a respeito da utilidade da informação e que ação para melhorar deve ser tomada. O desfecho é um sistema onde os biomarcadores acabam sendo adotados em guias e na prática clínica vários anos depois que eles estão no mercado. Como se conserta isso? Um método poderia ser mudar o sistema para garantir exclusividade de mercado por um período de tempo para o patrocinador que desenvolveu o teste, ao longo das linhas de exclusividade de mercado de medicamento órfão. Ter um período de retorno econômico garantido incentivaria as empresas a absorver os custos dos estudos clínicos prospectivos, frequentemente na faixa de $100 milhões, para criar o caso mais atraente para o biomarcador. Outra solução seria se os organismos científicos pudessem ser menos adversos aos riscos e mais diretos em suas recomendações. No atual esquema de classificação, apenas a classificação da IA parece incentivar os médicos a adotar biomarcadores em sua prática. Completamente independente da análise acima, o valor líquido atual (NPV) sobre o desenvolvimento do teste para novos biomarcadores seria melhorado significativamente se os Centros de Serviços de Ajuda Médica e de Tratamento Médico (CMS) e os pagantes privados tivessem um processo mais rápido para garantir novos códigos de reembolso baseados no valor econômico da saúde. O atual processo faz com que os novos testes sejam misturados com os códigos de menor preço ou fiquem à espera por 2–3 anos enquanto o CMS está sendo peticiona- Clinical Chemistry do para um novo código para CPT (Atual Terminologia Processual).A maioria dos laboratórios comerciais não está disposta a promover agressivamente o teste enquanto houver incerteza sobre o preço reembolsado, o que contribui para atrasos adicionais na adoção total. Aaron Geist: Biomarcadores levam anos para se desenvolver porque historicamente eles não têm tido o crítico apoio regulador, comercial e financeiro. Até recentemente, a maioria dos biomarcadores era descoberta em instituições de pesquisas acadêmicas e sem fins lucrativos. Esses centros ofereciam esses marcadores para licença a qualquer um que estivesse interessado em continuar com a enorme tarefa de validação. Visto que grandes companhias de diagnóstico tipicamente precisam de dados clínicos de apoio, elas hesitam em embarcar no processo. Novas companhias, patrocinadas por investidores anjos ou investidores de risco em estágio inicial, foram criadas para tentar obter os dados críticos de validação. Infelizmente, elas frequentemente ficam sem dinheiro logo no começo do processo. O biomarcador definharia até que outra companhia ou grupo de investidores o pegasse e passasse a bola para frente. Uma vez que o biomarcador teve sucesso/passou pelo "vale da morte," ele seria pego por uma companhia de diagnóstico e receberia a atenção e foco necessários para garantir seu sucesso. Eu acredito que durante os últimos anos muito mudou. Houve uma explosão no número de novos biomarcadores. Companhias farmacêuticas e de biotecnologia que antes evitavam unir uma terapia e um diagnóstico por medo que isso pudesse limitar a oportunidade de mercado agora abraçam o diagnóstico complementar. Não apenas o diagnóstico complementar e a medicina personalizada são frequentemente vistos como uma via para testes clínicos terapêuticos mais Q&A bem-sucedidos, eles podem potencialmente ajudar na aprovação reguladora, adoção e vigilância contínua após aprovação. Com os pesquisadores e as organizações reguladoras de diagnóstico, de biotecnologia e farmacêuticas todos trabalhando juntos em parceria, nós podemos ser otimistas de que o intervalo de tempo para os biomarcadores da descoberta até o uso será reduzido no futuro. Quintin Lai: Eu estou curioso sobre quando o cronômetro começou para o comentário de 10 anos. Se for desde a primeira descoberta, então é compreensível que um organismo da evidência revisada por pares seria necessário antes que a adoção ocorresse. Eu acho que a quantidade de educação exigida pelas partes interessadas antes da adoção está inversamente correlacionada com a clareza na ação fornecida pelo teste. Para doença infecciosa, um teste que retorna uma resposta de sim ou não fornece uma ação clara, portanto a quantidade de educação exigida é baixa. Em contraste, um teste que fornece um resultado mais complicado, tal como uma pontuação de risco para recorrência, precisa de um alto nível de educação antes de obter uma decisão de aceitação das partes interessadas. Biomarcadores são difíceis e caros de achar, desenvolver e validar. Existe alguma maneira de reduzir o custo? Emery Stephans: Grandes quantidades de biomarcadores são identificadas no processo de desenvolvimento e de descoberta da droga. Apenas alguns no fim desempenham um papel na fase de comercialização da droga. Em meu cenário favorecido, as companhias farmacêuticas poriam os biomarcadores não críticos no domínio público entregando dados e conhecimento para a Food and Drug Administration dos Estados Unidos. Companhias de diagnóstico poderiam escolher dessa coleção de biomarcadores mais ou Clinical Chemistry menos completos e torná-los comercialmente disponíveis. Tempo e dinheiro seriam poupados. Avi Kulkarni: Biomarcadores não são difíceis de achar. Eles são difíceis de desenvolver e validar. A explosão da tecnologia que veio com a revolução da genômica nos anos 90 de fato produziu biomarcadores em demasia. As questões são como levar os melhores adiante, como desenvolver testes para eles rapidamente, como estabelecer relevância clínica para eles, e como validá-los isoladamente ou como partes de algoritmos baseados na assinatura. As soluções estão em reunir dados de modo que algoritmos no nível de descoberta possam achar os melhores biomarcadores dentre os muitos biomarcadores de interesse, nos bio-bancos patrocinados pelo NIH para estabelecer relevância clínica, e na aceitação do regulador dos estudos de observação — mesmo aqueles com tratamento pré-analítico incerto de amostras bancadas — para garantir reivindicações clínicas e transformar todas as questões abertas em estudos de registros de marca aberta. Aaron Geist: Eu argumentaria que os biomarcadores não são difíceis e caros de achar, mas sim extraordinariamente difíceis de validar. Com a explosão do conhecimento sobre o desenvolvimento e a função biológica normais da doença, estudos criados para validar os biomarcadores devem ser mais bemsucedidos. A introdução de muitas novas tecnologias durante os últimos anos possibilitou que os pesquisadores obtivessem um cachê de valiosas informações metabólicas, fisiológicas, e biológicas sem precedentes. À medida que novas ferramentas são introduzidas para transformar essa informação em conhecimento, estudos in silico se tornam possíveis. Através do aproveitamento das nossas capacidades de computação juntamente com nosso conhecimento biológico, o Q&A período de tempo para validação do biomarcador pode esperançosamente ser comprimido. Através da redução do tempo necessário para validação e sendo mais capazes de prever quais biomarcadores terão sucesso, pesquisadores e investidores igualmente serão capazes de reduzir os custos de desenvolvimento associados para se trazer um biomarcador para o mercado. Qual tecnologia de desenvolvimento você está assistindo? Emery Stephans: Sequenciamento em nano escala. Embora eu também assista tecnologias que podem fornecer um genoma de $1000, a promessa do sequenciamento pessoal de mais baixo custo, em meu ponto de vista, é mantida pelo método da nano escala. Genomas abaixo de $1000 podem se tornar importantes rapidamente; tecnicamente, eles eliminam a necessidade dos testes laboratoriais CLIA de $3000–$5000 atualmente no mercado (por exemplo, Saúde Genômica, Genética Miríade). Avi Kulkarni: Existem 3 tecnologias que eu estou seguindo porque eu acho que elas mudam o jogo. Partindo da mais próxima para a mais distante, elas são: 1. Análise do mapa de restrição. Essa tecnologia diminui o custo da análise genômica e pode ser usada para preparar perfis de risco através de múltiplos genes implicados que podem ser usados para segmentar doenças a um nível genômico. 2. Anticorpos digitais. Essa tecnologia permite o mapeamento de todo o proteoma a uma fração do custo, e específicos algoritmos do estado da doença podem ser sobrepostos sobre os dados para informar sobre múltiplas doenças presentes em um único paciente. Clinical Chemistry 3. Laboratório genômico e proteômico em um chip. Admitidamente, essa tecnologia ainda está muito distante, mas no fim isso vai ser um problema de engenharia e não uma questão química ou biológica. Nós estamos provando todo dia que nós entendemos a bioquímica, e é apenas uma questão de tempo antes que todos os biomarcadores conhecidos possam ser reunidos em um micro arranjo para uma simples compra de balcão para testes. Aaron Geist: Eu tenho assistido e continuo a me concentrar no impacto das novas tecnologias de sequenciamento da próxima geração. Tecnologias de sequenciamento já tiveram um profundo impacto sobre as ciências da vida e a pesquisa biomédica e provavelmente continuarão a revolucionar a indústria por muitos anos. Caracterizar indivíduos dentro dos testes clínicos ao nível de mutações de pares de base única agora é comum. Crescentemente, provedores de seguro estão solicitando substancial informação genética individual para qualificar os novos e mais caros tratamentos. Embora previr quais tecnologias que mudam o jogo e que provavelmente tomarão posse seja difícil, a próxima revolução potencialmente virá para aqueles que forem capazes de transformar a sempre crescente montanha de informação genética em valioso conhecimento. A habilidade de interpretar, gerenciar, e explorar a informação é o gargalo. Pode-se argumentar que informação genética é uma série dos pares de base e que conhecimento é criado através do entendimento da miríade de mudanças genéticas. Como diz um ditado bem conhecido, conhecimento é poder. Aqueles que são capazes de rapidamente converter a atual abundância de informação genética com certeza liderarão os avanços no conhecimento médico e no tratamento. Q&A Quintin Lai: Tecnologia do sequenciamento está progredindo tremendamente, e nós estamos assistindo o custo e os tempos de execução caírem quase todos os meses. Embora a utilidade clínica para o sequenciamento de todo o genoma ainda esteja longe do futuro, os avanços tecnológicos estão acelerando a descoberta dos biomarcadores. Fabricantes estão desenvolvendo máquinas de sequenciamento mais rápidas e de alta produtividade com custo mais eficiente e estão começando a introduzir máquinas de sequenciamento de bancada de baixo custo. Nós também estamos assistindo o surgimento de companhias de serviços que se especializam no sequenciamento do genoma humano total para facilitar estudos populacionais de grande escala e, potencialmente, possibilitar a extensão para as aplicações clínicas. Testes genéticos de amostra para resultado continuam a progredir para abertura de novas oportunidades de mercado. Recentemente, testes de tuberculose resistentes a multidrogas estão penetrando nos países em desenvolvimento à medida que avanços tecnológicos têm expandido o diagnóstico molecular de salas limpas e imaculadas para os laboratórios móveis e remotos. Qual será o impacto do paradigma eficácia comparativa sobre as novas tecnologias clínicas de diagnóstico? Emery Stephans: Primeiro, eu acredito que não haverá dano. O Reino Unido criou o Instituto Nacional para Saúde e Excelência Clínica (NICE) para oferecer orientação tecnológica sobre a eficácia clínica e o custo/eficácia para "novos tratamentos com potencial impacto significativo sobre o Serviço Nacional de Saúde (NHS), ou prioridades de políticas (câncer, doença cardíaca, e derrame)" ( Avaliação das Tecnologias Diagnósticas do NICE, Setembro 2010). NICE pare- Clinical Chemistry ce ter tido sucesso em encontrar um equilíbrio entre eficácia clínica e custo/eficácia. O trabalho do NICE não prejudicou a capacidade do NHS de atrair e introduzir tecnologias. Se o programa de "eficácia comparativa" dos Estados Unidos copiar precisamente a metodologia do NICE, eu espero que também não haja danos para as perspectivas das novas tecnologias dos Estados Unidos. Segundo, pode haver um benefício de reembolso. Se a eficácia comparativa foi demonstrada para uma nova tecnologia diagnóstica, é presumível que haverá menos briga para se obter o reembolso garantido. Avi Kulkarni: Como usuários do diagnóstico clínico, certamente nós todos nos beneficiaremos. Programas legislados de eficácia comparativa estão afinal de contas forçando a pergunta que todos nós temos no fundo de nossas mentes: Como isso se compara aos outros testes? É melhor do que os comparáveis, e se for, como? Contudo como um provedor, eu acho que depende de onde você senta. Se você for um laboratório clínico desenvolvendo LDTs, eficácia comparativa é uma coisa assustadora, visto que ela eleva as apostas para o seu teste. A maioria dos laboratórios clínicos desenvolve testes de $3–5 milhões, e a idéia de ter que acrescentar programas de eficácia comparativa é um exterminador de negócios. Para fabricantes da IVD, os custos da eficácia comparativa em termos de custos reais assim como os potenciais atrasos no registro, adoção, e reembolso podem ser um problema, mas se o outro lado do livro razão tiver um preço explícito mais alto, então vale a pena. Entre os fabricantes da IVD, também haverá grupos de jogadores menos inovadores que indagarão como suas estratégias existentes funcionarão num mundo de eficácia comparativa e um grupo de jogadores mais inovadores que se preocuparão que o custo de sua inovação aumentará ainda Q&A mais porque eles terão que mostrar eficácia comparativa. Por último, há a questão da escala. Cada camada de complexidade que é adicionada ao sistema médico aumenta a escala de eficiência mínima, tornando isso mais um jogo para companhias maiores. Aaron Geist: A introdução de programas de eficácia clínica, primeiro no Reino Unido e agora nos Estados Unidos, provavelmente terá muitos efeitos. Mais importante, esses programas melhorarão a qualidade e acurácia dos testes de diagnóstico clínico. No micro nível, laboratórios individuais precisarão demonstrar acurácia e reprodutibilidade. No macro nível, o impacto provavelmente será o de acelerar a adoção e utilização das tecnologias de diagnóstico clínico. Repetidamente, estudos têm continuado a comprovar que a utilização do diagnóstico clínico oferece melhora dramática na qualidade do tratamento de saúde enquanto reduz o custo total. Ao mesmo tempo como a exigência reguladora para demonstrar a utilidade clínica pode aumentar os custos iniciais de desenvolvimento, a velocidade com a qual esses testes são implementados também aumentaria. Mercados em desenvolvimento ao redor do mundo estão implementando diagnóstico clínico avançado em alta velocidade. Setores do mercado de diagnóstico clínico da China têm continuado a crescer anualmente em uma taxa de 30%–40% visto que governos locais perceberam que diagnóstico clínico pode oferecer o maior retorno de investimento para os investimentos no tratamento da saúde. Notas de Rodapé 6 Abreviações não padronizadas:IVD, diagnóstico in vitro; ED, departamento de emergência; LDT, teste desenvolvido pelo laboratório; NPV, valor líquido atual; CMS, Centros de Serviços de Ajuda Médica e de Tratamento Médico; CPT, Terminologia Clinical Chemistry Porcessual Atual; NICE, Instituto Nacional de Excelência Clínica e Saúde; NHS, Serviço Nacional de Saúde. Contribuições dos Autores: Todos os autores confirmaram que eles contribuíram para o conteúdo intelectual desse paper e satisfizeram os 3 seguintes requisitos: (a) contribuições significantes para a concepção e design, aquisição de dados, ou análise e interpretação dos dados; (b) rascunhando ou revisando o artigo para conteúdo intelectual; e (c) aprovação final do artigo publicado. Revelações dos Autores de Potenciais Conflitos de Interesse: Na submissão do manuscrito, todos os autores completaram o formulário de Revelações de Potenciais Conflitos de Interesse. Potenciais conflitos de interesse: Emprego ou Liderança: S. Evans, Beckman Coulter; E. Stephans, Enterprise Q&A Analysis Corporation; A. Kulkarni, Booz & Company. Consultor ou Papel Consultivo: E. Stephans, a maioria das principais companhias de IVD e muitas companhias farmacêuticas; A. Kulkarni, Sevident, Inc. Posse dos Valores: S. Evans, Beckman Coulter; A. Kulkarni, XDx, Inc.; A. Geist, PerkinElmer. Honorários: Nada a declarar. Fundo de Pesquisas: Nada a declarar. Testemunho Hábil: Nada a declarar. 1 Corporate Strategic Planning, Beckman Coulter, Inc., Brea, CA; 2 Enterprise Analysis Corporation, Stamford, CT; 3 Booz & Company Inc., San Francisco, CA; 4 PerkinElmer Inc., Waltham, MA; 5 Robert W. Baird & Co., Milwaukee, WI. Recebido para publicação em 2 de Fevereiro de 2011. Aceito para publicação em 16 de Fevereiro de 2011. “This article has been translated with the permission of AACC. AACC is not responsible for the accuracy of the translation. The views presented are those of the authors and not necessarily those of the AACC or the Journal. Reprinted from Clin Chem, 2011; 57 no. 8 1096-1102, by permission of AACC. Original copyright © 2010 American Association for Clinical Chemistry, Inc. When citing this article, please refer to the original English publication source in the journal, Clinical Chemistry.” “Este artigo foi traduzido com a permissão da AACC. AACC não é responsável pela acurácia da tradução. Os pontos de vista apresentados são aqueles dos autores e não necessariamente os da AACC ou do Jornal. Reimpresso da ClinChem, 2011; 57 no. 8 1096-1102, por permissão da AACC. Cópia original © 2010 American Association for Clinical Chemistry, Inc. Quando citar este artigo, por favor refira-se à fonte de publicação original em inglês na revista,Clinical Chemistry.”