Faculdade de Educação e Arte

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Faculdade de Educação e Arte
Curso de Química Licenciatura
Da Faculdade de educação e arte
Trabalho de Conclusão de Curso
Utilização de materiais alternativos no ensino da química
Aluno: Renan da Rosa Vilas Boas
Orientador: Profº Dr Denilson Nogueira de Moraes
Banca examinadora:
Profº Dr Irapuan Rodrigues de Oliveira Filho
Profº Msc Iuri Rojahn da Silva
Prof(a). Dr(a) Andreza Ribeiro Simioni
Nota do trabalho_________________
Jacareí / SP
2013
1
UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
UTILIZAÇÂO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS NO ENSINO DA QUÍMICA
Renan da Rosa Vilas Boas
Relatório
Final
apresentado
como
parte
das
exigências da disciplina Trabalho de Conclusão de
Curso à Banca Examinadora da Faculdade de
Educação e Artes da Universidade do Vale do
Paraíba.
Orientador: Profº Denilson Nogueira de Moraes
Orientador: Professor Denilson Nogueira de Moraes
2
Agradecimento
Agradecer primeiramente a Deus, por me iluminar e abençoar minha trajetória.
Ao meu pai Jose Marcos, e minha mãe Ananides, pelo apoio e por tudo que
sempre fizeram por mim, pela simplicidade, exemplo, amizade, e carinho,
fundamentais na construção do meu caráter. Além da cobrança incansável da minha
mãe que apesar de às vezes irritar, mas apenas deu força!
A minha irmã Andreza que no seu silencio muitas vezes me dava forca.
Agradeço em especial a Solange que esteve do meu lado nos momentos
mais difíceis da graduação e da minha vida, agradeço pela paciência e simplicidade
sempre me dando força e coragem para continuar, apenas confirmando minhas
escolhas.
Aos meus guias espirituais, pela proteção e inspiração.
Ao professor, Carlos Barros, que no princípio foi de suma importância para a
realização desse estudo.
Ao orientador Denilson, pelo apoio e conhecimento transmitido e aceitação do
projeto.
A todos que de alguma forma ajudaram, agradeço por acreditarem no meu
potencial, nas minhas ideias, nos meus devaneios, principalmente quando nem eu
mais acreditava.
Sem vocês nada disso seria possível.
3
Dedicatória
Dedico esta monografia a minha família que
me apoiou em todos os momentos da minha
vida, incentivando na superação dos
obstáculos presentes na luta por uma boa
formação, a Sol por estar ao meu lado.
Aos meus amigos pela fé e confiança
demonstrada.
Aos professores e ao orientador pelo simples
fato de estarem dispostos a ensinar.
4
“Talento é dom, é graça. E sucesso nada tem
haver com sorte, mas com determinação e trabalho.”
Augusto Branco
5
SUMÁRIO
RESUMO
7
ABSTRACT
8
1. INTRODUÇÃO
9
2. OBJETIVOS
13
2.1 Objetivo Geral
13
2.2 Objetivos Específicos
13
3. METODOLOGIA
14
4. PESQUISA INICIAL E PLANO DE AULA
16
4.1. PLANO DE AULA
19
4.2. AULAS
19
Cromatografia
19
ƒ
Partição
20
ƒ
Adsorção
21
Catalisador
23
ƒ
23
Decomposição da água oxigenada
Resultado das aulas
25
5. VISÕES FINAIS E CONCLUSÕES
28
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
29
ANEXO 1
30
ANEXO 2
31
6
RESUMO
Este trabalho de conclusão de curso tem por finalidade retratar a real
importância da abordagem prática no ensino da química, por meio de materiais
alternativos visando uma melhor compreensão do papel da química no nosso
cotidiano.
No nosso cotidiano temos vários exemplos que podem ser aplicados, tudo
que temos ao nosso redor sofre algum processo químico por isso podemos criar
aulas mais dinâmicas para atrair a atenção dos alunos. Abordaremos alguns
experimentos como cromatografia, catalisador, etc.
As contribuições do estudo e desenvolvimento da química junto com outras
áreas do conhecimento ajudaram muito no desenvolvimento das civilizações do
mundo para enfrentar os desafios da natureza.
7
ABSTRACT
This course conclusion work aims to portray the real importance of practical
approach in chemistry teaching through alternative materials to better understand the
role of chemistry in our daily life.
In our daily lives we have several examples that can be applied, all we have
around us undergoes some chemical process so we can create more dynamic
classes
to
attract
students'
attention.
Discuss
some
experiments
with
chromatography, catalyst, etc.
The contributions of the study and development of the chemical along with
other areas of knowledge helped a lot in the development of civilizations in the world
to meet the challenges of nature.
8
1. INTRODUÇÃO
Em “Alfabetização Científica e Cidadania”, a tese central de Chassot no
tocante à responsabilidade no ensinar Química é: procurar que os alunos/as se
tornem com o ensino homens e mulheres mais críticas. Que no fazer educação,
estudantes possam tornar-se agentes de transformações (para melhor) do mundo
em que vivemos. (3).
Se levantarmos algumas questões intrigantes e essenciais, tais como: por que
ensinar Química? Porque (re)temos os estudantes por tantos anos na Escola? Estas
questões são essenciais, pois nos chamam à nossa responsabilidade.
Neste sentido, a História da Química deve ser uma facilitadora da
alfabetização científica do cidadão/ã. Requer uma alfabetização científica mínima,
exigindo duas dimensões: uma é sobre o significado de uma alfabetização científica;
outra, o quanto essa alfabetização científica poderia/deveria interessar a esse
universo, usualmente alheio e até refratário às Ciências Naturais.
Quais são as características de uma alfabetização científica? Quais são no
mundo de hoje as necessidades de uma alfabetização científica? Ora, a Ciência é
uma forma de linguagem para facilitar nossa leitura (crítica) do mundo.
Mais, em oposição ao cientificismo, deve-se considerar que esta linguagem
seja um construtor humano, logo mutável e falível. Assim, Ciência não é mais lugar
de certezas absolutas, mas parciais e relativas.
Uma alfabetização científica deve ter as seguintes características: “um
conjunto de conhecimentos que facilitariam aos homens e mulheres fazer uma
leitura do mundo onde vivem. (…) os alfabetizados cientificamente não apenas
tivessem facilitada a leitura do mundo que vive, mas entendessem as necessidades
de transformá-lo para melhor”. (3).
Não poderia ser considerado alfabetizado cientificamente quem não souber
explicitar algumas situações triviais de nosso cotidiano. Ou seja, vale a pena
conhecer mesmo um pouco de Ciência para entender algo do mundo que nos cerca
e assim termos facilitadas algumas vivências. Tais vivências não têm a
transitoriedade de algumas semanas. Vive-se neste mundo um tempo maior, por
isso, vale a pena o investimento numa alfabetização científica.
9
Uma forma de citar Química num país de dimensões continentais como o
nosso, deveria ser, a descrição das realidades encontradas no dia-a-dia de cada
escola.
Diante das diferenças sociais presentes em nossas escolas nos dias de hoje
temos muitas vezes a falta de materiais didáticos para se trabalhar de uma forma
mais completa para os alunos terem uma melhor compreensão do tema abordado.
Hoje em dia o ensino da química é de extrema importância na formação de
cidadãos conscientes e responsáveis para nossa sociedade, o que torna o professor
uma peça muito importante. Nós professores temos o papel de preparar e dispor
informações referentes à nossa disciplina de acordo com o ambiente em que
estamos vivendo. Porém muitas dificuldades são encontradas pelos alunos durante
a disciplina, observa-se ainda muita desmotivação e desinteresse por parte dos
alunos no assunto referente à química.
Alguns questionamentos por parte dos alunos são referentes à “Para que
tenho que estudar isto?”, ou, “Nunca vou usar isto na minha vida”, porém muitas
vezes ele irá utilizar no seu dia-a-dia sem ao menos se lembrar disto.
Em diversos meios os alunos afirmam que a disciplina é muito teórica e de
difícil compreensão, não possuindo aulas experimentais, sendo assim não
conseguindo conectar o assunto com o seu cotidiano. Esse trabalho busca
aproximar a disciplina e o aluno por intermédio de práticas experimentais em sala de
aula com objetivo de motivá-los a aprenderem a Química de forma agradável.
Durante os estágios obrigatórios no decorrer da formação acadêmica, pode-se
observa que muitas são as dificuldades encontradas pelos alunos na compreensão
dos conceitos básicos, onde, em geral, observa-se que o aluno é apenas um
espectador e não um sujeito participante. O aluno ouve as explanações dadas pelo
professor, não demonstrando interesse em compreender o conteúdo apresentado.
A atividade prática tem a função de despertar o interesse do aluno pela
disciplina, assim, o aluno motivado age por vontade própria, ele faz a união do que
aprendeu na teoria com o que foi visto na prática, aprimorando o seu conhecimento.
“Partindo do princípio de que a didática tem como objetivo o processo de
ensino, cabe a nós, professores, o compromisso para aplicação de métodos
10
pedagógicos que incentivem e despertem o interesse do aluno para aprendizagem
da Química". (4).
Com isso, o educador tem a responsabilidade de fazer com que o aluno torne
capaz de ser investigativo, fazendo com que assimile e compare o que foi estudado
com o seu cotidiano, e assim criando cidadãos capazes de aprender com seu
esforço individual.
A carência de laboratórios em muitas escolas públicas impossibilita que estes
cidadãos venham ter um conhecimento mínimo necessário para pode despertar
curiosidade para quem sabe novas tecnologias, etc. A solução para esta
problemática seria a experimentação demonstrativa em sala de aula, com materiais
alternativos e básicos, encontrados facilmente no nosso dia-a-dia.
Não é preciso haver laboratórios sofisticados, nem ênfase no manuseio de
instrumentos para a compreensão dos conceitos. Os experimentos devem ser parte
do contexto de sala de aula e seu encaminhamento não pode separar a teoria da
prática.
A expressão ‘atividade de demonstração’, no ambiente escolar, se refere a
qualquer apresentação realizada em sala de aula junto com a parte teórica.
Com base nessas questões, este projeto busca verificar a relevância de
atividades experimentais em sala de aula.
Podemos observar a partir de uma visita em uma escola de caráter “estadual”
que a maioria não possui recurso para transmitir o conhecimento necessário aos
alunos.
De um modo geral toda a abordagem do ensino da química no Brasil se
mantém do modo inicial apenas com transmissão de conhecimentos para que o
aluno acumule ano a ano. Ao redor do mundo estudos indicam que o ensino da
química tem sido cada vez mais estimulado para a formação de novos cientistas,
trabalho este que poderia ser feito no nosso país também.
Hoje em dia passamos pelos problemas de falta de recursos, nos bastaria
trabalhar de forma alternativa, seja através de exemplos ou até mesmo de trabalhos
de campo. Muitas vezes estas disciplinas, por serem dados exemplos apenas pelo
professor sem ter uma parte pratica, os conhecimentos ali obtidos acabam se
11
perdendo com o tempo, exemplos esses que podemos achar na nossa casa, na
sociedade que vivemos, entre outros.
12
2. OBJETIVOS
2.1. Objetivo Geral
O Objetivo principal deste trabalho é utilizar a experimentação como fonte de
motivação para o ensino da Química
2.2. Objetivos Específicos
Estabelecer um conjunto de praticas com materiais alternativos para serem
aplicados em sala de aula, aliando com a teoria para favorecer o interesse do aluno.
Aproximar a disciplina e o aluno por intermédio de praticas experimentais em
sala de aula com objetivo de motivá-los, e aprenderem química de maneira
agradável.
.
13
3. METODOLOGIA
Durante o tempo vivenciado nas práticas de estagio obrigatório de ensino
fundamental e médio (Aproximadamente 400 horas), foi possível observar que os
professores estavam sempre ligados ao quadro e aos livros, nada além disso, o que
causava um enorme desconforto nos alunos. Ao conhecer os laboratórios das
escolas apenas confirmei o que já esperava: a total falta de estrutura para os
professores trabalharem de maneira prática. Prática estas que pode ser trabalhada
de forma alternativa, mesmo sabendo que as escolas não possuem estrutura
nenhuma para ajudar o professor.
Figura 1. Laboratório utilizado como depósito.
Sabe-se que as atividades experimentais, em geral, atraem o interesse dos
alunos e, concomitantemente, oferecem uma situação de descoberta e indagações.
Quando consideramos o ensino de ciências como um processo de instrução de
caráter teórico-prático, a interação entre estes dois aspectos deve ser encarada de
forma íntegra pelo educador, conforme relatado por Delizoicov e Angotti em
Metodologias do Ensino de Ciências (1992).
14
Baseado nestes conhecimentos adquiridos vê-se que a parte prática é uma
parte quase que indispensável durante estas aulas, lembrando que estas marcas
ficam eternizadas na cabeça dos alunos. Estas atividades também são formadoras
de opinião tendo em vista que cada aluno irá ver a atividade de uma forma diferente
cabendo ao professor dar o caminho correto para estes alunos.
Pensando nesta deficiência do cotidiano foi desenvolvido este trabalho para
exemplificar algumas formas de trabalhar e estimular os docentes a criarem novas
formas ou ate mesmo aplicar as já existentes.
Partiremos de uma análise quantitativa (situação que a escola se encontra
perante as aulas práticas) com formulário específico para verificar qual a situação
atual, e verificar a real necessidade do tema proposto.
Os experimentos a serem realizados devem ser simples, de baixo custo, com
utilização de materiais alternativos e não deverá estar envolvido nenhum tipo de
reagentes tóxicos.
Foram selecionados para as atividades o 2º ano do ensino médio, após
discussão com o professor responsável por ministrar a disciplina, chegamos à
conclusão de que as melhores turmas a aplicar o trabalho são os segundos anos,
pelos motivos de que os primeiros anos ainda estão tendo o primeiro contato com a
química, fato este que deverá ser mais bem trabalhado por ser um contato inicial. E
os terceiros anos por ser o último ano seria um trabalho perdido, pois não
conseguiríamos continuar o trabalho.
Foram escolhidos três temas:
Cromatografia
• Cromatografia em papel (cromatografia de partição)
• Cromatografia no Giz
Catalisador
• Decomposição da água oxigenada (Pasta para elefante)
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4. PESQUISA INICIAL E PLANO DE AULA
Inicialmente começamos coletando os dados da escola com entrevista com
alunos do 2º ano do ensino médio, realizado em duas turmas identificadas como
turma A e B. Turma “A” composta por 32 alunos, sendo esta turma considerada
como turma modelo, na qual os alunos que a compõe, além da escola, fazem cursos
extracurriculares como SENAI, CEPHAS, etc. A turma “B” composta por 30 alunos,
sendo que esta turma tem sérios problemas de defasagem no ensino, a maioria dos
alunos desta turma já foi reprovado em algum ano durante o tempo de escola.
Aplicamos três perguntas simples conforme anexo 1, a partir destas respostas
começamos a pensar em um modo de trabalho pois a resposta que recebemos foi
exatamente como esperávamos, a grande maioria dos alunos sente falta das aulas
práticas.
Durante toda pesquisa fui instigando os alunos a respeito do ensino da
quimica e notei que muitos deles gostam e admiram a disciplina, porém a grande
maioria diz que é uma matéria muito complicada para ser deixada apenas na teoria,
o que acaba deixando uma discilpina “chata”. Alguns alunos citaram também que
houve professores que começaram a falar sobre a parte prática, porérm nunca
davam continuidade para o assunto. Muitas vezes acabavam sendo transferidos
para outros colégios.
Do que mais sente falta nas aulas de química?
Grafico 1. Representacação gráfica da primeira pergunta.
16
O resultado nos mostra claramente que nas duas turmas o que mais foi
pedido pelos alunos é o laboratorio (parte pratica) um total de 37 alunos
praticamente 60% de todos alunos entrevistado. Um ponto a ser observado é
referente aos 6 alunos da turma A que sentiram a falta de mais livros: ao conversar
com eles notei que o interesse em mais livros se dá pela profissão futura que estes
alunos pretendem seguir (psicologo, advogado, etc), profissões estas que requerem
uma grande leitura.
A partir da resposta da primeira questão qual o grau de importância para sua
resposta em relação as aulas?
Gráfico 2. Representacação gráfica da segunda pergunta.
A segunda pergunta foi para avaliar qual a importância para os alunos
referente a resposta da primeira pergunta. Caracterizamos em 3 graus sendo eles
“muito importante”, “importante” e “sem importância”. Mais uma vez de forma positiva
verificamos que os alunos eles consideram muito importante suas colocações, sejam
ela sobre laboratório, livros ou internet.
E por último, mas para o tema deste trabalho podemos considerar a pergunta
mais importante:
17
Já teve algum contato com materiais alternativos nas aulas de química?
Para esta questão a resposta foi unânime negativa, fato que ao meu ver é
uma falha dos professores que por ali passaram, pois como a escola não possui
laboratário estes alunos ficariam sem toda a parte prática. Sabemos que a partir da
parte prática podemos mostrar para o aluno que a química que está sendo
apresentada para ele pode ser demostrada através de experimentos e não está tão
longe da realidade, como muitas vezes eles pensam.
Outro fato a ser observado é que muitas vezes, como acontece com muitos
profissionais de inúmeras áreas, às vezes a decisão por uma profissão se dá por
detalhe ou por algum contato com a área a ser escolhida. Se a situação continuasse
como estava nesta escola, pelo menos 62 alunos já não se interessariam pela área
da química.
Alguns comentários que chamaram atenção durante a pesquisa:
“Professor limpo minha aliança com basta de dente, tem química ali?”
Aluno 2º B, 16 anos.
“Outro dia vi minha mãe colocando açucar no molho de tomate enquanto
preparava. Achei que ela estava ficando maluca, mas ela me explicou e também
experimentei e notei uma grande diferença antes e depois de pronto.”
Aluno 2º B, 19 anos.
“Se conseguirmos ver a prática diária na escola poderemos utilizar isso na
nossa vida, quem sabe.”
Aluna 2º A, 15 anos.
18
4.1. PLANO DE AULA
Os planos de aula foram discutidos e trabalhados junto com o professor
responsável pela turma. Em todos experimentos partimos do principio de uma aula
convencional com teoria, e na aula seguinte o professor realizava perguntas
aleatórias sobre o tema trabalhado para verificar quanto foi absorvido pelos alunos.
Foi notório o fato de que os alunos não tiveram uma absorção completa do tema.
Após esta fase realizamos a parte prática, na aula seguinte novamente foram feitas
perguntas aleatórias, o que deu uma condição melhor para os alunos, pois tinham
tido a teoria e a prática. Lembrando que as duas fases não podem ser separadas,
para um resultado apreciável temos de ter uma boa teoria para dar base para os
alunos, e uma prática para dar asas para imaginação e uma fixação melhor do tema.
4.2. AULAS
Cromatografia
A cromatografia é uma técnica quantitativa que tem duas finalidades gerais:
identificação de substâncias e a separação-purificação de misturas. Usam-se
propriedades como solubilidade, tamanho e massa.
Para o processo de separação de misturas, a mistura passa por duas fases,
sendo uma estacionaria (fixa, usando um material poroso como um filtro) e outra
móvel (como um liquido ou um gás, que ajuda na separação da mistura), sendo que
os constituintes dessas misturas interagem com as fases através de forças
intermoleculares e iônicas, fazendo a separação. A mistura pode ser separada em
várias partes distintas ou ainda pode ser purificada eliminando-se as substâncias
indesejáveis.
Para a identificação usa-se a comparação dos resultados da análise com
outros resultados previamente conhecidos, como por exemplo, usa-se tabela e
gráficos conhecidos, e através desta, compara-se os resultados obtidos que também
são gráficos, achando-se os que mais se assemelham e assim, descobrindo quais
as substâncias que pertencem à mistura.
Existem várias classificações quanto à cromatografia, entre as quais, os
principais são:
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• Classificação pela forma física do sistema cromatográfico.
• Classificação pela fase móvel empregada.
• Classificação pela fase estacionária utilizada.
• Classificação pelo modo de separação.
Cromatografia em papel (cromatografia de partição)
A cromatografia consiste em separar uma mistura por ação de um solvente
em um meio absorvente, a cromatografia de partição se dá pela diferença de
solubilidade das substancias que devem ser liquidas, e sua separação se dá com o
auxilio de filtros de papel ou em colunas como suporte. Assim é possível separar os
diferentes componentes de uma mistura. Se utilizarmos pigmento preto de uma
caneta, conseguiremos visualizar a separação em seus vários componentes,
mostrando que a tinta preta é composta por uma mistura de várias outras tintas,
podemos utilizar também uma tintura extraída das folhas de planta para separação
dos tipos de clorofilas presente nas folhas das plantas. Para ter um bom resultado
com esse experimento usaremos como solvente uma mistura meio a meio de água e
álcool. O papel usado será o filtro de café.
1. Cortar o papel de filtro em fitas de aproximadamente 100 mm x 20 mm.
2. Fazer um circulo na parte inferior do papel, com caneta ou com folhas
de arvore de aproximadamente 5 mm.
3. Colocar o papel em contato com o solvente sendo ele meio a meio
água+álcool.
4. Esperar o resultado.
20
Figura 2. Modelo de montagem do sistema.
Cromatografia em giz (cromatografia de adsorção)
Baseia-se nas diferentes afinidades adsorventes da superfície da fase
estacionária.
É uma cromatografia em que a fase móvel é liquida ou seja o solvente a ser
utilizado, e a fase estacionária é a parte sólida, ou seja o suporte utilizado para
21
análise, no nosso caso o giz. O suporte pode ser de alumina ou sacarose para a
cromatografia de coluna e vidro ou alumínio para a cromatografia em camada fina.
A separação baseia-se nas interacções entre moléculas dos solutos da fase
móvel líquida e a superfície da fase estacionária sólida.
Existem dois tipos de cromatografia de adsorção, em camada fina, onde se
faz passar lentamente através de uma coluna de material adsorvente uma mistura
líquida, cujos componentes se vão depositando em zonas distintas da coluna, devido
à diferença de velocidade de arrastamento de cada um; e em coluna, que se aplica
sobretudo em separação de espécies não-iónicas solúveis em solventes orgânicos
segundo a polaridade, o número relativo e a posição do grupo funcional. Esta
técnica tem as desvantagem do aparecimento de caudas nas bandas e na
dificuldade de reprodução da atividade da fase estacionária quando se usam
agentes desativadores. A adsorção pode ser feita quer por substâncias apolares
(carvão ativado) quer por substâncias polares (óxidos e sais).
Além das moléculas do soluto, também as moléculas do solvente são
adsorvidas pela fase sólida, sendo necessária a deslocação de moléculas
adsorvidas de solvente por moléculas de soluto, para adsorção destas.
Com uma barra de giz (sulfato de calcio CaSO4) escolar conseguimos fazer
uma prática barata que poderá fixar na cabeça dos alunos, o giz representa a fase
estacionária e o álcool a fase móvel.
1. Com uma caneta hidrocor fazer riscos circulares nos Giz na posição de
2,0 cm a partir da base.
2. Em um copo colocar solvente (alcool comercial)e o giz. O giz devera
ser colocado no copo na posição vertical de forma que os traços feito
anteriormente não sejam coberto pelo solvente, colar uma tampa para
fechar o sistema e esperar.
A medida que o eluente é adsorvido, pode se observar a separação da cor
inicial em outras cores, interessante ultizar canetas de varias cores para visualizar
melhor, e tambem causar um efeito que irá atrair a atenção dos alunos .
22
Catalisador
Catalisador é toda e qualquer substância que acelera uma reação, diminuindo
a energia de ativação, diminuindo a energia do complexo ativado, sem ser
consumido, durante o processo.
Um
catalisador
normalmente
(mecanismo) molecular diferente
exemplo, hidrogênio e oxigênio gasosos
promove
para
a
são
um
caminho
reação.
virtualmente
Por
inertes
à temperatura ambiente, mas reagem rapidamente quando expostos à platina, que
por sua vez, é o catalisador da reação.
Um catalisador aumenta a velocidade de uma reação química sem que ele
próprio se altere quimicamente. Os catalisadores são de grande importância na
indústria química, possibilitando ou acelerando reações que não seriam utilizáveis,
na prática, sem a presença deles. São mais importantes ainda em reações
bioquímicas, pois sem catalisadores as reações essenciais para o metabolismo
ocorreriam tão vagarosamente que o mundo como nós conhecemos não existiria
Decomposição da água oxigenada (Pasta para elefante)
A decomposição da água oxigenada, abordara conceitos sobre velocidade de
uma reação química e utilização de catalisadores. A velocidade da reação depende
de vários fatores, são eles, concentrações dos reagentes, temperatura, catalisadores,
etc.
Neste experimento, iremos observar a formação de uma espuma em grande
quantidade, que pode ser colorida com a adição de corantes. A espuma é um tipo de
colóide em que um gás (neste caso o oxigênio) se encontra disperso em um líquido,
ou seja, possui um grande número de bolhas de gás espalhadas em uma superfície
líquida com uma fina película de líquido separando as bolhas de gás entre si. A
formação da espuma pode ser facilitada pela presença de detergentes que, à
semelhança dos sabões, facilitam a formação de colóides do tipo da espuma. Este
23
experimento nos permite exemplificar estes conceitos de forma visual, o que irá
auxiliar muito na compreensão dos conceitos discutidos.
Após a adição de um catalisador, ocorre a reação de decomposição da água
oxigenada, representada pela equação abaixo:
Esta é uma reação cuja velocidade é acelerada utilizando catalisadores.
Neste caso, o catalisador utilizado sera o iodeto de potássio, por meio do íon iodeto.
As reações envolvendo o íon iodeto são apresentadas na equação abaixo:
1. Em uma garrafa PET 1,5L ou em algum frasco similar, será colocado:
20 mL de água oxigenada comercial (H2O2 10 volumes)
10 mL de detergente comercial
Algumas gotas de anilina (utilizar coloração diferente para cada
garrafa)
2g de iodeto de potássio
A decomposição se iniciará, gerando espuma de diferentes cores suficiente
para preencher todo o volume da garrafa.
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Resultado das aulas
Como o calendário das provas foi definido no inicio do ano letivo, não vamos
poder aplicar provas especificas nos alunos, mesmo assim criamos um formulário
(anexo 2) para poder ser verificado o que os alunos acharam das aulas.
• Cromatografia em papel (cromatografia de partição)
De maneira muito simples este experimento evidenciou bem o método da
cromatografia de partição, os resultados podem ser visualizados nas imagens
abaixo:
Figura 3. Resultado do experimento cromatografia de partição.
Com uma metodologia simples com materiais alternativos, conseguimos
evidenciar para os alunos como funciona a cromatografia de partição. Com a
utilização de canetas de diversas cores, conseguimos chegar a um resultado que
atraiu a atenção dos alunos pelas cores que trabalhamos.
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• Cromatografia em giz (cromatografia de adsorção)
Assim como o método anterior, este método também é um resultado muito
simples, com a utilização de canetas de varias cores temos mais uma vez um
resultado de fácil visualização:
Figura 4. Resultado do experimento cromatografia de adsorção.
• Decomposição da água oxigenada (Pasta para elefante)
A decomposição da água oxigenada foi a pratica com maior numero de
interessados em acompanhar, como tivemos que fazer a experiência no pátio da
escola, alunos de outros anos e até mesmo professores de outras disciplinas tiveram
a curiosidade e a vontade de participar.
Ao ver os resultados e toda a atenção que os alunos tiveram mediante ao
experimento a própria diretora fez o seguinte comentário:
26
“Como é bom ver os alunos interessados em aprender, vislumbrados com tal
pratica. Acredito que nunca influenciei os professores a tal situação, e hoje depois
de muito tempo posso ver o quão importante é a parte experimental.”
Diretora do colégio.
Figura 5. Resultado do experimento de decomposição da água oxigenada.
27
5. VISÕES FINAIS E CONCLUSÕES.
Após toda observação das práticas vivenciadas em sala foi possível concluir
que o experimento em sala é muito importante para fixação dos assuntos, não posso
afirmar que comprovei tal situação, pois isso requer um estudo muito mais aplicado.
É muito gratificante observar estes jovens vendo as coisas acontecer de uma forma
simples com materiais alternativos, eles mesmo acabam falando de como é simples
e fácil à matéria.
Como estamos um pouco distante do calendário de provas o único modo de
avaliação que chegamos, foram as perguntas que estão no anexo 2. Os alunos
fizeram muitos comentários referentes aos experimentos. Com as resposta dos
alunos foi possível observar que todo experimento é muito importante, seja ele o
mais simples ou mais complexo, ao serem questionados sobre a facilidade de
aprender o tema com a parte pratica a resposta foi unanime “sim”. Esta aplicação é
muito importante, pois o ensino muitas vezes se faz necessário uma visualização
pratica do tema que foi abordado para os alunos realmente gravarem o que foi
falado.
Outro fato importantíssimo a ser lembrado é o fato de a Turma B considerada
problema por toda escola teve um comportamento exemplar e de muito interesse
perante as matérias discutidas.
Esta experiência trouxe um ganho para o professor e para a escola, pois isto
será incluído no plano de aula para o ano seguinte, o que nos mostra que muitos
profissionais se limitam a teoria, muitas vezes não utilizam outros meios por medo
de não conseguir dominar a técnica, porém ficou provado perante o professor que
com atividades simples conseguimos fazer com que o aluno aprenda bem a
disciplina.
28
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. CHEMELLO, Emiliano. A Química na Cozinha apresenta: As cebolas.
Revista Eletrônica ZOOM da Editora Cia da Escola – São Paulo, Ano 6, nº 2,
2005. [versão para impressão] Original disponível on-line em:
<html://www.ciadaescola.com.br/zoom/materia.asp?materia=263 acesso em
13/09/2013 as 22:53.
2. WOLKE, ROBERT L. O que Einstein disse a seu cozinheiro. Editora Jorge
Zahar. Rio de Janeiro, 2003.
3. CHASSOT, A. Alfabetização cientifica: questão e desafios para a
educação. 2. Ed. Ijui: Unijui, 2001.
4. FIALHO, Neusa N.; ROSENAU, Luciana dos Santos; Didática e Avaliação
da Aprendizagem em Química. 20 ED.Ibpex: CURITIBA, 2008.
5. AMBROGI, A. et al. Unidades Modulares de Química. SP: Nobel, 1966, vol.
1, p. 93;
6. QUINTAS, Célia e BRAZ, Nídia Rebelo, No Laboratório – Bloco II, Areal
Editores, Lisboa, Maio 1995.
7. BARRETO, Celso Xim. Prática em Agricultura Orgânica. SP: Ícone, 1985;
8. LAMBERT, Mark. Agricultura e Meio Ambiente. SP: Scipione, 1993, p. 40;
9. PESSOA de CARVALHO, A. M.; GIL-PEREZ, D. (2001). Formação de
professores de ciências. 9. ed. São Paulo: Ed Cortez, 2009 (Questões da
nossa época, 26).
10. DIAS, M. et. al. (2003). Corantes Naturais: Extração e Empregos como
indicadores de pH. Química Nova na Escola, nº17.
11. SOARES, Rosa e ALMEIDA, Carla e SERRA, Lídia, Técnicas Laboratoriais
de Biologia – Bloco II, Porto Editora, Porto, 2000.
29
Anexo 1
1) Do que mais sente falta nas aulas de química?
( ) Internet
( ) Laboratório (exemplos práticos)
( ) Livros
2) A partir da resposta da primeira questão qual o grau de importância para sua
resposta e relação às aulas?
( ) Muito importante
( ) Importante
( ) Sem importância apenas sinto falta
3) Já teve algum contato com materiais alternativos nas aulas de
( ) Sim
( ) Não
Comentários
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Anexo 2
O que mais lhe chamou a atenção neste experimento?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Após o experimento pode-se dizer que ficou mais fácil entender o tema?
( ) Sim
( ) Não
( ) Perda de tempo
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