PROTOCOLO DE ATENDIMENTO PARA CONFECÇÃO DE

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PROTOCOLO DE ATENDIMENTO PARA CONFECÇÃO DE PRÓTESES
TOTAIS IMPLANTADO NO CEO REGIONAL DE QUIXERAMOBIM –
RELATO DE CASO
Zila Daniere Dutra dos Santos¹; Andressa Aires Alencar¹; Antonio Airton Leoncio de
Moura Filho¹; Felipe Fabrício Farias da Silva¹; Fernando Freire de Holanda Neto²; Érika
Matias Pinto Dinelly³
1
Discente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Católica de Quixadá;
²Coordenador do CEO Regional do Quixeramobim;
E-mail: [email protected]
3
Docente do Curso de Odontologia do Centro Universitário Católica de Quixadá;
E-mail: [email protected]
RESUMO
O edentulismo é um agravo de saúde que atinge proporções epidêmicas no Brasil.
Segundo dados do SB Brasil 2010, mais de 3 milhões de idosos entre 65 e 74 anos
necessitam de próteses totais (PT). Logo, merece atenção específica nas políticas de
saúde bucal no país. O protocolo de atendimento convencional para a realização de PT
em serviços públicos, consiste em média de 6 consultas semanais, com durabilidade de
45 a 60 dias para a conclusão do tratamento. Este trabalho tem como objetivo relatar um
caso clínico baseado em um protocolo de atendimento implantado no Centro de
Especialidades Odontológicas Regional de Quixeramobim (CEORQ), com o intuito de
reduzir o tempo de espera e alcançar uma melhor satisfação desses pacientes.O paciente
foi encaminhado ao CEORQ para realizar PT superior e inferior. Na consulta inicial
foram realizados passos clínicos(C) e laboratoriais(L): Moldagem anatômica(C);
confecção da base de prova e plano de cera(L), individualização dos planos de cera e
montagem em articulador semi-ajustável(C); Seleção e montagem dos dentes (L);Prova
dos dentes e moldagem funcional (C). Durante a semana o laboratório executou a
acrilização, acabamento e polimento das PT e após 8 dias o clínico instalou as PT
realizando ajustesnecessários e dando algumas orientações ao paciente. A
previsibilidade de produção dará condições para o laboratório de prótese se organizar e
se programar, diminuindo os atrasos, melhorando as relações de trabalho,reduzindo o
tempo de espera pelo o usuário para receber suas próteses,otimizando o tempo clínico e
aumentando a satisfação do paciente.
Palavras-chave: Edentulismo. Reabilitação bucal. Satisfação do paciente.
JORNADA ODONTOLÓGICA DOS ACADÊMICOS DA CATÓLICA – JOAC, v. 2, n. 2, 2016
INTRODUÇÃO
O edentulismo é um agravo de saúde que atinge mais de 3 milhões de idosos
entre 65 e 74 anos no Brasil. Uma vez que a extração dentária ainda é bastante utilizada
no serviço público para sanar os problemas odontológicos, principalmente aqueles de
origem dolorosa e relacionados à mobilidade dentária(COLUSSI; FREITAS,2002).
Logo, perdas dentárias, como também a utilização de próteses inadequadas podem
resultar em diversos problemas na fala e mastigação, além de repercutir na aceitação da
aparência física, como diminuição da autoestima, dificuldades de socialização, sensação
de envelhecimento ocasionando ao indivíduo inúmeros transtornos(SILVA et al., 2010).
Nesse sentido, uma abordagem específica nas políticas públicas de saúde bucal no país
se faz necessária, possibilitando a reabilitação oral com próteses dentárias,
restabelecendo,
função
mastigatória,
fonética,
estética
e
reinserção
social
(SILVA,2007).
Pensando nisto,em 2004, o Ministério da Saúde lançou as diretrizes da política
nacional de saúde bucal com o Programa “Brasil Sorridente” e, dentre suas estratégias,
está à reorganização e qualificação da atenção básica e especializada, através da
implantação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) e Laboratórios
Regionais de Prótese Dentária (LRPD). Esse programa visa ampliar o leque de
procedimentos odontológicos à população brasileira que recebia, até então, apenas a
atenção básica (BRASIL,2005).
O protocolo de atendimento convencional para a realização de prótese total(PT)
em serviços públicos, consiste em média de 6 consultas semanais, com durabilidade de
45 a 60 dias para a conclusão do tratamento. Onde na 1ª consulta será realizado o exame
físico e moldagem, na 2ª: moldagem funcional e selamento periférico (se necessário);
3ª: ajuste do plano de orientação, registro da dimensão vertical, registro da relação
maxilomandibular e seleção da cor, forma e tamanho dos dentes,4ª: prova de dentes,5ª:
instalação da prótese e orientações sobre higienização e cuidados com a prótese e 6ª:
proservação. Esta última, no entanto, consiste no controle subsequente do paciente
recém-reabilitado, sendo de grande relevância para o êxito do tratamento (REZENDE et
al., 2011).
Contudo, alguns problemas são enfrentados durante a execução dessas PT,
como: acúmulo de serviço, sobrecarga aos técnicos de laboratório, vários retornos a
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unidade, insatisfação dos usuários e consequentemente desistência dos mesmos. Visto
que, a maior parte dos pacientes são idosos e psicologicamente debilitados pela sua
condição mutilada, o que aumenta a ansiedade em ter a sua prótese concluída
rapidamente (CUNHA, 2007). Assim, um protocolo de atendimento que minimize o
tempo de execução das próteses mantendo o padrão de qualidade faz-se necessário para
maior satisfação dos pacientes e dos prestadores de serviço.
Portanto, o presente trabalho tem como objetivo descrever um caso clínico
baseado em um novo protocolo para o atendimento de pacientes atendidos no Centro de
Especialidades Odontológicas Regional de Quixeramobim (CEORQ), no qual os
pacientes receberão suas PTs concluídas em apenas 8 dias, visando melhorar o sistema
de atendimento, reduzir o tempo de espera e alcançar maior satisfação dos pacientes.
RELATO DE CASO
Paciente do gênero masculino, normosistêmico, foi encaminhado ao CEORQ
para reabilitação com PT superior e inferior, o tratamento foi planejado em apenas 2
consultas semanais, respeitando todas as etapas de execução de PT.
Na consulta inicial, foram realizados os seguintes passos clínicos (C) e
laboratoriais (L): (C) Moldagem anatômica superior e inferior com Hidrocolóide
Irreversível (alginato); (L) Vazamento de gesso, confecção da placa base e plano de
orientação em cera;(C) Individualização do plano de cera superior;(C) Relação do plano
de cera com a Linha Bipupilar e Plano de Camper;(C) Estabelecimento da Dimensão
vertical de oclusão com auxílio do Compasso de Willis e Avaliação do suporte labial
com os planos de orientação em boca;(C) Registro intermaxilar com pasta zincoenólica,
Montagem em Articulador Semi-ajustável e seleção de cor dos dentes;(L) Seleção e
montagem dos dentes artificiais; (C) Prova dos dentes;(C) Moldagem funcional com
silicone de condensação leve (Clonage) utilizando a própria base de prova da prótese
(L) Encaixotamento dos moldes para realizar vazamento do gesso. Após a prova de
dentes, pode ser feita uma última moldagem, utilizando-se a própria base de prova com
os dentes presos como moldeira (TELLES, 2010).
Segundo Koeck et al. (2004),utilizando uma moldeira individual equipada com
planos de oclusão em material plástico que reproduzem o posicionamento dentário,
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também conseguem de uma só vez o registro intermaxilar e a impressão funcional,
permitindo a prova dos dentes na terceira consulta.
No decorrer da semana, foi realizada a acrilização das próteses, acabamento e
polimento e 8 dias após o atendimento inicial, o clínico instalou as PTs, realizando os
ajustes necessários e as devidas orientações ao paciente.
RESULTADO/DISCUSSÃO
O edentulismo total interfere diretamente na qualidade de vida promovendo
conseqüências indesejáveis como baixa auto-estima, dificuldade de mastigar e uma
sensação de incompletude. A reposição dos dentes através das próteses totais,
proporciona à paciente satisfação, melhora a estética e em muitos casos ocorre
reintegração social. No entanto, isto só é possível quando há um comprometimento dos
profissionais em atender bem e executar os trabalhos corretamente (SILVA et al., 2010).
O protocolo de atendimento convencional para a realização de PTs demanda
muito tempo e com isso ocasiona inúmeros transtornos seja para os técnicos do
laboratório, para o paciente, como também para o próprio estabelecimento, pois os
centros possuem metas mensais bem definidas a serem cumpridas (GUIMARÃES,
2010).
Contudo o protocolo em questão propõe minimizar o tempo de confecção das
PTs o que colabora para aumentar e atingir as metas exigidas. E isto é possível quando a
técnica de moldagem funcional é realizada durante o passo da prova de dentes
(TELLES, 2010). A moldagem funcional é um procedimento que tem o objetivo de
copiar com maior precisão a anatomia da área de suporte da prótese, por ser uma
moldagem dinâmica reproduz os movimentos da musculatura permitindo que a prótese
seja confeccionada dentro dos limites do paciente, de movimentação de língua,
movimentação de lábios e fundo de sulco, além de registrar a área chapeável. No
entanto pouco são os CEOs que realizam este passo. Uma vez que ele requer tempo e
trabalho para a confecção da moldeira individual e isto atrasaria na entrega da PT,
todavia, tal procedimento é de suma importância no tratamento reabilitador protético
por meio de próteses totais, devido melhorar a retenção (TURANO; TURANO, 2000).
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Dessa maneira, o protocolo de atendimento adotado pelo referido centro
mostrou-se satisfatório e eficaz, visto ter executado as PTs obedecendo todos os passos
em um curto período de tempo.
CONCLUSÃO
A previsibilidade de produção possibilitará maior organização da equipe do
laboratório de prótese, diminuindo o atraso, melhorando as relações de trabalho com os
clínicos, reduzindo o tempo de espera pelo usuário para receber suas próteses,
otimizando o tempo clínico e aumentando a satisfação do paciente.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de
Atenção Básica. Coordenação Geral de Saúde Bucal. Nota técnica: cadastro e repasse de
recursos para os Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias. Brasília, DF, 2013.
BRASIL. 3ª Conferência Nacional de Saúde Bucal: acesso e qualidade superando a
exclusão social: relatório final, 29 de julho à 1 de agosto de 2004. Brasília; Ministério
da Saúde; 2005.
CUNHA, T.M.A;ROCHA, P.V.B. Moldagem funcional e registro intermaxilar em
sessão única utilizando a prótese do paciente: relato de caso. PCL,v.9, n.43, p. 390-395.
2007.
COLUSSI, C.F; FREITAS, S.F.T. Aspectos epidemiológicos da saúde bucal do idoso
no Brasil. Cad Saude Publica; v.18,n.5, p.:1313-20. 2002
GUIMARÃES, Marcos Lima de Freitas. Cuidados secundários em saúde bucal: Centro
de Especialidades Odontológicas no Ceará, Brasil, 117f. Dissertação (Mestrado em
Saúde Pública) – Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2010.
KOECK, et al. Functional impression and jaw registration: a single session procedure
for the construction of complete dentures. Journal Oral Rehabilitation, v.31, p.554-561.
2004.
SILVA, M.E.S;MAGALHAES, C.S;FERREIRA, E.F. Perda dentária e expectativa da
reposição protética: estudo qualitativo. Ciênc Saúde Coletiva, v. 15, n.3, p.813-20.
2010.
REZENDE, R.I; MORI, A.A; GONÇALVES, C.L; PAVAN, A.J. Dental prostheses in
public health: results from a dental specialities center in the city of Maringá - PR.
RevOdontol UNESP, v. 40, n.1, p.12-17.2011
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TELLES, D. Prótese Total Convencional e sobre Implante. São Paulo: Santos, p. 270271, 2010.
TURANO, J.C; TURANO, L.M. Fundamentos de prótese total. 5ª ed. São Paulo: Ed.
Santos; 2000.
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