Banda gástrica é uma “boa resposta” para a obesidade

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ID: 28958651
22-02-2010
Tiragem: 49233
Pág: 8
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 22,82 x 11,50 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Banda gástrica é uma “boa resposta” para a obesidade
Margarida Gomes
a Seis dos mais prestigiados especialistas mundiais em cirurgia da obesidade participam, quinta e sexta-feira,
no Porto, no primeiro curso de optimização de resultados no tratamento de obesidade com banda gástrica.
No encontro, que reunirá perto de
centena e meia de especialistas, será
tornado público um estudo prospectivo de acompanhamento de 180 doentes, com um peso médio de 124,7
quilos (variando entre os 75 e os 217
quilos), que recorreram à banda gástrica e foram seguidos durante sete
anos. Destes, apenas 2,2 por cento
não completaram o estudo.
Segundo disse ao PÚBLICO o cirurgião António Sérgio, especialista
em obesidade e responsável por este
trabalho, 70 por cento dos pacientes
eram portadores de doenças como
diabetes, hipertensão arterial, apneia
de sono, dores osteoarticulares, entre outras. “Houve uma melhoria ou
cura das doenças associadas em 80
por cento dos doentes”, garante o especialista, assegurando que “o tratamento de obesidade severa com banda gástrica tem óptimos resultados a
longo prazo, sendo um tratamento
eficaz deste tipo de patologia”.
António Sérgio, que preside à Sociedade Portuguesa de Cirurgia da
Obesidade, referiu que “o excesso
de peso perdido, mantido desde o
segundo ano após a cirurgia, é de 67
por cento, com um peso médio de 80
quilos e um índice de massa corporal
médio de 30kg/m2”. O trabalho de investigação evidencia que 94 por cento dos doentes operados mantiveram
a banda gástrica colocada no sítio e
que só seis por cento foram submetidos a nova cirurgia, nomeadamente
a um bypass gástrico.
A média etária dos doentes acom-
panhados por uma equipa multidisciplinar durante sete anos é de 37
anos, sendo que a idade mínima é
de 13 anos e a máxima de 72. Um total de 17 por cento são homens e 73
por cento são mulheres. Os doentes
envolvidos no estudo foram avaliados
António Sérgio
todos da mesma maneira: no primeiro ano após a cirurgia, foram estudados mensalmente por uma equipa multidisciplinar; no segundo ano,
foram vistos de dois em dois meses
e, a partir daí, foram seguidos duas
vezes por ano.
Este é o primeiro estudo do género
feito em Portugal e o segundo a nível
europeu. A outra investigação obteve
resultados muito idênticos a esta.
Contrariando aqueles que insistem
em “menosprezar a terapêutica cirúrgica com banda gástrica”, António
Sérgio, responsável pela organização
do primeiro curso de optimização de
resultados no tratamento de obesidade com este método, afirma que
a iniciativa serve para “demonstrar
que com cirurgias menos invasivas
se conseguem resultados com menos
complicações e tão bons como com
as cirurgias mais invasivas (baypass
gástricas)”.
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