ID: 39455329 04-01-2012 Tiragem: 12000 Pág: 37 País: Portugal Cores: Cor Period.: Diária Área: 16,07 x 22,72 cm² Âmbito: Regional Corte: 1 de 1 DR Universidade de Coimbra estuda pela primeira vez efeitos do ecstasy na visão 111 Os investigadores do IBILI – Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC), são os responsáveis por um estudo pioneiro a nível mundial que começa a descobrir quais são os efeitos do ecstasy na visão. Até agora, os cientistas desconheciam se esta droga psicotrópica – que faz parte do grupo das anfetaminas – afetava ou não a visão, nomeadamente a função da retina. Foi no sentido de responder a esta questão que a equipa de Coimbra dedicou quatro anos ao tema, acabando por concluir que o ecstasy pode afetar a perceção e acuidade visual durante, pelo menos, 24 horas. Estudo publicado em revista norte-americana O teste foi realizado num modelo animal (rato) e mostrou que a droga pode realmente provocar alterações, devido aos seus efeitos ao nível da toxicidade no cérebro, que acabam por afetar a função da retina, parte do sistema nervoso central. Por isso, os cientistas de Coimbra começaram por investigar a atividade elétrica desta parte do olho, tendo os resultados deste estudo sido recentemente publicados na revista científica norte-americana PloS One. Segundo Francisco Ambrósio, coordenador do grupo, esta análise “é um primeiro passo para, no futuro, se perceber que efeitos poderá ter o consumo continuado de ecstasy na fisiologia da retina”. O objetivo dos investigadores é “mimetizar, também em modelo animal, o uso continuado de ecstasy, segundo dois paradigmas: o consumidor jovem que vai passar uma semana de férias em grupo e toma diariamente ecstasy, e o consumidor jovem de fimde-semana”, no sentido de “avaliar as alterações causadas na fisiologia da retina”. Por outro lado, como acrescenta o especialista da UC, estes primeiros passos no estudo do tema revelam que, “além dos danos que o ecstasy provoca no cérebro, que podem ser irreversíveis, há um potencial problema adicional: os danos na visão”. números 4 anos passaram desde que os cientistas do IBILI começaram a estudar este tema 24 horas é o período mínimo de tempo durante o qual o ecstasy pode afetar a perceção e acuidade visual