Apoplexia Hipofisária: Relato de caso no Acre

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Mixoma atrial esquerdo com Acidente Vascular Cerebral
Isquêmico Cardioembólico. Relato de Caso
Silva, S.A.¹; Nascimento, B.M.O.¹; Hirschmann, N.G.N.¹; Medeiros, V.E.X.²; Camelo, A.A.³
1 Médi co (a) Residente de Cl ínica Médica do Hospital das Cl ínicas do Acre
2 Interno do curso de Medicina da Universidade Federal do Acre
3 Médi co Preceptor do Programa de Residência de Cl ínica Médica do Hospital das Cl ínicas do Acre
INTRODUÇÃO
Figura 1. Ecocardiografia transtorácica com imagem
ecodensa em átrio esquerdo.
Os mixomas são responsáveis por aproximadamente
metade dos tumores cardíacos primários, sendo,
portanto, os mais comuns. Geralmente únicos e
localizados no átrio esquerdo, originando-se em 80%
dos
casos
no septo interatrial. Acometem
principalmente mulheres e, comumente manifestam-se
através de fenômenos embólicos ou obstrutivos e
sintomas sistêmicos inespecíficos.
OBJETIVO
Descrever um caso de mixoma atrial esquerdo visto em
paciente após investigação de Acidente Vascular Cerebral
Isquêmico em Rio Branco – ACRE.
RELATO DE CASO
Paciente do sexo feminino, 53 anos, parda, apresentando
dispnéia, palpitação e dor torácica com 7 anos de
evolução, vinha piorando dos sintomas há 8 meses,
apresentando ainda febre, mal-estar geral, adinamia e
perda ponderal. Após 6 meses foi hospitalizada com
hemiparesia direita súbita acompanhada de desvio de
rima labial a esquerda e disartria com duração de cerca de
40 minutos seguida de crise convulsiva e perda da
consciência. Realizou tomografia de crânio evidenciando
lesão hipodensa em região pré-frontal sugerindo um
processo expansivo. Avaliada pela neurocirurgia que
biopsiou a lesão por suspeição de neoplasia cerebral. A
biópsia cerebral mostrou-se inconclusiva. A paciente
seguiu internada na enfermaria cirúrgica aos cuidados da
neurocirurgia sem qualquer elucidação diagnóstica e, sem
melhora do quadro. Após o resultado da biópsia, a
paciente foi transferida ao serviço de Clínica Médica do
Hospital das Clínicas do Acre. Durante a internação
realizou-se ecocardiograma transtorácico evidenciando
imagem ecodensa, pedunculada, no interior do átrio
esquerdo, sugerindo mixoma, sendo indicado tratamento
cirúrgico conforme visto nas imagens demonstrativas
(FIGURA 1 e 2).
Cirurgia cardíaca de emergência para ressecção de mixoma
atrial esquerdo. Rev Bras Cir Cardiovasc vol.23 no.2 São José
do Rio Preto Apr./June 2008.
Figura 2. Ecocardiografia transtorácica com
prolapso da tumoração atrial pela valva mitral.
Cirurgia cardíaca de emergência para ressecção de mixoma
atrial esquerdo. Rev Bras Cir Cardiovasc vol.23 no.2 São José
do Rio Preto Apr./June 2008.
Mixoma atrial esquerdo com Acidente Vascular Cerebral
Isquêmico Cardioembólico. Relato de Caso
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
Os tumores cardíacos primários são raros sendo os
mixomas os mais comuns abrangendo quase 80% dos
tumores cardíacos cirúrgicos. Metade dos tumores
cardíacos são mixomas e o restante dos tumores são
compostos por lipomas, fibroelastomas papilares e
rabdomiomas.
Mixomas ocorrem em todas as idades particularmente
entre a 3ª e a 6ª décadas de vida; sendo mais
prevalente em mulheres localizando-se mais
comumente em átrio esquerdo.
A abordagem inicial dos pacientes frente às grandes
síndromes cerebrovasculares devem incluir no
algoritmo de investigação além da história clínica
detalhada com as estratificações de risco para
fenômenos cardio e tromboembólicos, exames de
imagem como ecocardiograma transtorácico e holter.
Mesmo que a história clínica sugira um eventual
processo neoplásico, não se deve saltar etapas no
algorítmo de investigação. Uma vez que o diagnóstico
precoce e cer to per mite um manejo resolutivo evitando
complicações graves.
Há uma diferenciação entre o mixomas atriais versus
os mixomas ventriculares quanto a sua forma.
Mixomas atriais costumam ser sésseis enquanto os
mixomas ventriculares são pedunculados.
É uma neoplasia benigna, porém potencialmente letal
pelas complicações como os fenômenos embólicos ou
obstrução atrioventricular. Os sintomas dependem do
tamanho, da forma, da mobilidade e da localização do
tumor, sendo a manifestações mais comuns a
insuficiência cardíaca e os fenômenos cardioembólicos. Os sintomas podem ser: dor torácica
atípica, síncope, letargia, perda de peso, palpitações,
edema periférico, edema agudo de pulmão, embolia
pulmonar, isquemia cerebral, ataque isquêmico
transitório, taquiarritmias como flutter atrial e
fibrilação atrial, hemoptise, e infecção com sinais de
endocardite. O ecocardiograma transtorácico é o
método de escolha para investigação diagnóstica.
E importantíssimo ressaltar os grandes diagnósticos
diferenciais quase sempre suspeitados antes de se
pensar em mixoma como as doenças valvares, falência
cardíaca, cardiomegalia, endocardite bacteriana,
arritmias cardíacas, sincope e embolia pulmonar e
sistêmica.
O tratamento de escolha é a remoção cirúrgica que
mostra baixa recidiva com grande sobrevida após a
cirurgia e com baixa mortalidade hospitalar.
REFERÊNCIAS
1.
2.
3.
PONTES, J.; et al.: Multiple left atrial myxoma: case
report. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2011, v.26, n.3, p.
497-499.
VALE, M.; FREIRE, S.; et al.: Mixoma gigante em
átrio esquerdo: Relato de caso. Rev Bras Cir
Cardiovasc. 2008; 23 (2): 276-8.
MOTTA, A.; COLEN, F.; et al.: Mixo ma do átrio
esquerdo: relato de 3 casos. Rev Bras Cir
Cardiovasc. 1997; 12 (4): 377-83.
ENDEREÇO ELETRÔNICO DO AUTOR PRINCIPAL: [email protected]
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