Filiada à WFSICCM e à FEPIMCTI Nº 54 Jornal da Associação Plantão Brasil Regionais AMIB preparam seus eventos Pág. 3 Na Beira do Leito Tratamento em pacientes com doenças neurológicas Pág. 8 Posse Diretoria Confira a cobertura da posse da Nova Diretoria Págs. 9 Ponto Crítico O papel do intensivista na Doação de Órgãos. Págs. 16 e 17 de Medicina Intensiva Brasileira Jan/Fev/Mar 2010 2 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • A Palavra do Presidente • Nova Gestão traça primeiras estatégias Caros Colegas, s trabalhos da nova gestão 2010-2011 já começaram. E começaram com muita garra por parte de toda a equipe. Já realizamos reuniões com as diretorias e algumas estratégias já estão sendo colocadas em prática e outras tendo seus desenhos ajustados, para melhor atender às necessidades de nossos associados e da Medicina Intensiva Brasileira. Também já temos agendadas a primeira Assembleia Extraordinária de Associados Representantes e a com todos os coordenadores de residência médica e especialização em Medicina Intensiva. Uma grande novidade para essa gestão é que vamos trabalhar lado a lado com o presidente passado, Dr. Álvaro Réa-Neto, e com o presidente futuro, Dr. José Mário Teles, e suas respectivas equipes. Isso nos dará mais força e, certamente, será benéfico para aprimorarmos nossas ações e darmos andamento às iniciativas da gestão 2008-2009. O Peço especial atenção à nossa equipe, que já demonstrou estar atenta e incentivada para abraçar cada novo desafio que os próximos dois anos nos darão. Temos uma grande responsabilidade, porque, hoje, encontramos uma AMIB em plena expansão e precisamos nos empenhar para entregar uma associação ainda melhor, superando cada resultado importante conquistado pelo último biênio, assim como tem acontecido nos últimos 30 anos. E uma dessas grandes conquistas foi a publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número 7, que dispõe sobre os requisitos mínimos para o funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva. Sabemos que luta continua, mas essa foi uma grande vitória, que só foi possível graças ao trabalho árduo de várias equipes, de diferentes diretorias. Esta luta se arrastava por quase dez anos. Na última etapa, quem coordenou as ações junto à ANVISA foi o nosso presidente futuro, Dr. José Mário Teles. Outra luta que temos abraçado é aumentar o número de médicos intensivistas titulados em nossas UTIs. E para aqueles profissionais que já atuam como intensivistas e ainda não são titulados, temos uma excelente oportunidade com a Prova de Título de Especialista – Categoria Especial. Aproveitem essa chance que nos foi dada, devido a uma determinação da AMB. As provas já estão agendadas e o Edital publicado. Consulte o nosso site. Todos da equipe da nova gestão sabem que temos um longo trabalho pela frente, mas também sabemos que podemos contar com cada um de nossos membros das diretorias e nossos associados. Desejo a todos uma boa gestão! Dr. Ederlon Rezende Presidente da AMIB 2010-2011 • ED I TOR I A L • E Fechamos o trimestre com importantes conquistas ssa nossa edição marca o início da gestão 2010-2011, que traz muitas novidades, já apresentadas nas palavras do presidente, Dr. Ederlon Rezende. O fato de unir forças com a gestão anterior e com a equipe do presidente futuro trará à AMIB e a seus associados muitos benefícios, porque juntos poderemos fortalecer a nossa entidade ainda mais e dar continuidade a esse trabalho que começou há 30 anos. A nossa matéria de capa vem ilustrar uma grande luta que é a publicação da RDC 7, que prevê melhorias nas UTIs brasileiras. Na seção “Plantão Brasil”, confira os eventos que estão sendo preparados pelas nossas parceiras regionais e se programe. Também é importante já começar a se programar para o XV CBMI, que acontecerá em Brasília, em outubro. Na “Passo a Passo’, você poderá acompanhar como estão os preparativos para o nosso evento nacional. Outro fato que merece a sua atenção está na seção “Notícias AMIB”, que traz em uma de suas notas informações sobre a Prova de Título – Categoria Especial. Essa é uma importante oportunidade para os nossos intensivistas na ativa há mais de oito anos que ainda não têm titulação. é uma publicação trimestral da AMIB Rua Joaquim Távora, 724 - Vila Mariana CEP 04015-011 – Fone (11) 5089-2642 Já “Na Beira do Leito” temos um artigo assinado pelo Dr. Álvaro Réa-Neto que nos orienta no trato com os pacientes com lesão neurológica primária grave. Em “Instituição que Faz”, nossa reportagem conversou com e equipe do Hospital do Câncer de Barretos, de São Paulo, que é referência em tratamentos oncológicos e fechou o ano de 2009 com quase cem mil pacientes atendidos. E para reforçar a importante atuação da nossa especialidade em diversas frentes, no “Ponto Crítico” , o comitê de Transplantes e Doação de Órgãos da AMIB apresenta o nosso papel no processo de doação e transplantes de órgãos em nosso país. Vale a pena a leitura e o seu entendimento. E para fechar, a seção “Diretoria” apresenta o novo organograma da AMIB e como será a atuação conjunta da gestão anterior e a próxima. Boa leitura a todos e até a próxima edição! Bruno Mazza Editor DIRETORIA EXECUTIVA (Biênio 2010-2011) – Presidente Ederlon Rezende (SP) • Vice-Presidente Werther Brunow de Carvalho (SP) • Diretor Secretário Geral Fernando Osni Machado (SC) • Diretor Tesoureiro Alberto José de Barros (PE) • Diretor Executivo Fundo AMIB Fernando Suparregui (RS). Presidente Passado Álvaro Réa-Neto (PR) • Presidente Futuro José Mário Teles (BA) Editor do Jornal da AMIB Bruno Mazza (SP) • Editoração Gráfica MWS Design (11) 3399-3028 • Conteúdo editorial Plano A Comunicação • Jornalistas Responsáveis Luciana Mira - Mtb 31247/SP e Teca Pereira - Mtb 19000/SP • Os artigos aqui publicados são de responsabilidade de seus autores e as cartas devem ser enviadas à AMIB. 3 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • P L A N TÃ O B R A S I L • Regionais AMIB preparam seus eventos P romover e incentivar a atualização dos profissionais intensivistas vem sendo uma das bandeiras da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) desde a sua fundação. Prova disso foi a mudança do Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva (CBMI), que desde 2009, passou a ser anual. Outra ação da AMIB foi a realização, pelo segundo ano consecutivo, do Pós-SCCM, que traz os principais temas apresentados no Congresso da Society of Critical Care Medicine, e que já entrou para o calendário oficial dos eventos da entidade. Paralelamente a AMIB também tem oferecido um apoio efetivo aos eventos realizados por suas regionais de todo país, que têm organizado congressos, fóruns, jornadas, simpósios e encontros para levar os conteúdos mais relevantes da medicina intensiva para seus profissionais que, muitas vezes, não conseguem marcar presença em eventos internacionais ou mesmo fora de seus estados. Nos próximos meses as regionais da AMIB, de todo o país, vão promover seus eventos. Na programação os temas mais atuais da medicina intensiva e um objetivo comum: promover a atualização e reciclagem dos profissionais. Pós-graduação AMIB: Novas turmas em 2010 O curso de pós-graduação da AMIB também segue em pleno vapor. Além das turmas já em andamento, mais de 20 novas turmas já estão programadas para iniciar em 2010 em cidades de todas as regiões do país. Para o Dr. Ederlon Rezende, presidente da AMIB, a pós-graduação é uma excelente oportunidade educacional para capacitação do profissional, pois propicia melhor prática profissional para os profissionais que atuam na Terapia Intensiva. “Estudos internacionais apontam que a qualificação traz inúmeras vantagens quanto à evolução dos pacientes, ao tempo de internação e aos custos hospitalares. Recentemente, evidenciou-se no Brasil, em várias regiões, a necessidades de aumentar o número de especialistas”, diz o Dr. Rezende. Acompanhe o calendário e fique atento ao site da AMIB (www.amib.org.br), onde a abertura de outras turmas também será divulgada. Cidade Brasília – DF Data Rio de Janeiro – RJ 30 de abril 30 de abril e 1 de maio 14 e 15 de maio VIII Jornada Catarinense de Terapia Intensiva – 2 e 3 de julho de 2010 Informações: www.socati.org.br Vitória – ES 21 e 22 de maio Itaperuna – RJ 28 e 29 de maio Belo Horizonte – MG 28 e 29 de maio SOTIPA – Sociedade de Terapia Intensiva do Paraná Salvador – BA 11 e 12 de junho Recife – PE 12 e 13 de junho Dourados – MS João Pessoa e Campina Grande – PB Vassouras – RJ 28, 29 e 30 de maio Campo Grande – MS 1º Semestre de 2010 Campinas – SP 1º Semestre de 2010 Porto Alegre – RS 1º Semestre de 2010 Natal – RN 1º Semestre de 2010 Goiânia – GO 2º Semestre de 2010 Brasília – DF 2 e 3 de julho São Luís – MA 6 e 7 de agosto Curitibanos – SC 13 e 14 de agosto Jacareí – SP 27 e 28 de agosto Teresina – PI 17 e 18 de setembro Confira alguns eventos da programação Manaus – AM SOCATI – Sociedade Catarinense de Terapia Intensiva XI Congresso Paranaense de Medicina Intensiva – 29 a 31 de julho de 2010 Informações: www.sotipa.com.br SOPATI – Sociedade Paulista de Terapia Intensiva XV Curso Internacional de Atualização em Terapia Intensiva Adulto, Pediátrica e Neonatal – 13 a 15 de agosto de 2010 Informações: www.sopati.com.br SOTIERJ – Sociedade de Terapia Intensiva do Estado do Rio de Janeiro VII Fórum Internacional de Sepse 28 e 29 de maio de 2010 XIII Congresso de Terapia Intensiva do Estado do Rio de Janeiro 29 a 31 de julho de 2010 www.sotierj.org.br 18 de junho 26 de junho Departamento de Enfermagem promove Fórum Anual O Departamento de Enfermagem da AMIB já agendou seu fórum, que em 2010 vai acontecer no dia 19 de junho, em São Paulo. Para a edição deste ano o tema escolhido foi “A busca da excelência na assistência intensiva”, que será desdobrado em toda a programação, que está sendo cuidadosamente preparada pelo comitê organizador e vai contar com a presença de renomados palestrantes de todo Brasil. “O Fórum de Enfermagem, que está em sua terceira edição, será um evento de peso, com convidados de atuação expressiva dentro da Terapia Intensiva adulto e pediátrica, que vão palestrar sobre diversos temas da nossa especialidade. Esperamos oferecer um fórum com a máxima qualidade que os nossos associados merecem”, prevê a Dra, Renata Pietro, Presidente do Departamento de Enfermagem da AMIB. A participação no Fórum de Enfermagem é gratuita para todos os associados da AMIB, que poderão ter acesso aos assuntos mais atuais dentro do tema assistência intensiva. “Nossa expectativa é superar o público da edição passada e recebermos entre 350 e 400 participantes vindos de todo Brasil”, afirma a Dra. Renata. As inscrições para participar do Fórum estarão abertas em breve e poderão ser efetuadas pelo site da AMIB. PLANTÃO BRASIL é uma coluna para integrar as regionais. Mande a notícia da sociedade de seu Estado para [email protected]. 4 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • TR A B A L H O E M E Q U I P E • Departamento de Veterinária Trabalhando em prol da medicina veterinária intensiva E m agosto de 2003, em Belo Horizonte/MG, um grupo de médicos veterinários fundou a Brazilian Veterinary Emergency and Critical Care Society (BVECCS) - Academia Brasileira de Medicina Intensiva Veterinária – uma ramificação da entidade norte-americana que deu origem à sigla (VECCS – Veterinary Emergency and Critical Care Society). A data é considerada um marco para a medicina veterinária brasileira, já que pela primeira vez se torna realidade a preocupação em cuidar de animais gravemente enfermos, agora de forma organizada e reconhecida. Desde então, a BVECCS foi responsável por traçar os caminhos que direcionariam a especialidade Medicina Veterinária Intensiva, oficialmente reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) por meio de resolução, em 2006. Também partiu do grupo brasileiro a criação da LAVECCS (Latin American Veterinary Emergency and Critical Care Society) em 2007, atualmente responsável pela gestão da especialidade na América Latina. Durante os últimos sete anos de trabalho barreiras foram rompidas e muitas dificuldades ultrapassadas, mesmo dentro da própria medicina veterinária. O conceito de que o doente grave é aquele que necessita titulação de sua terapia por falha da manutenção de funções básicas, é um conceito ainda difícil de implantar no meio veterinário; mas a realidade da sociedade demonstrou que já era passado o momento da criação de condições para que proprietários de animais tivessem acesso às condições de saúde e tratamento como as oferecidas aos seus entes queridos. Muitos estranham, outros abominam a ideia de que um animal de companhia possa usufruir condições de vida comparáveis às de um ser humano. O fato é que a sociedade evoluída se diferencia da não civilizada pelo modo com o qual cuida dos seus protetores e de quem é responsável por gerar o alimento de cada dia. Poucos se recordam do fato de que sem os animais, praticamente não haveria medicina. Supérfluo, mentira, exagero? De forma alguma os animais foram motores propulsores da medicina exercida na atualidade. Que não me deixe mentir William Harvey, médico e fisiologista inglês pioneiro, em seus “Estudos anatômicos sobre o movimento do coração e do sangue” publicados em 1628, que somente pôde provar sua teoria por meio do uso de animais. Obs.: Obviamente não poderia esquecer do espanhol Miguel Servet, que descreveu a circulação pulmonar um quarto de século antes que Harvey nascera, mas o fez em um livro de Teologia (Christianismi Restitutio, publicado em 1553) o qual foi considerado hereje… Outro detalhe, a teoria de Harvey foi proposta em 1616, mas só foi aceita e difundida quando René Descartes, filósofo, matemático e científico francês, publicou o famoso “Discurso sobre o Método”, em 1637. Depois dele, a medicina realmente iniciou sua evolução, e diria que este foi o berço da medicina intensiva da atualidade, já que sem os resultados encontrados por Harvey, provavelmente não estaríamos discutindo hoje a importância do cateter de artéria pulmonar em nossas vidas. Colóides ou Cristalóides? Sepse e sua Campanha de Sobrevida, a Microcirculação versus Disfunções Mitocondriais, o melhor meio de se medir a volemia; Transplantes; Trauma. Seria possível que estes temas fossem discutidos a cada dia, se não soubéssemos que o coração é a bomba responsável por enviar sangue ao resto do corpo e que o pulmão permite as trocas gasosas? Temos uma dívida infinita para com os animais, e acredito, dentro de toda minha ignorância histórica, que um grande erro foi cometido durante a história da medicina ao utilizar modelos experimentais para determinar a viabilidade ou a importância de procedimentos, terapias ou substâncias. E foi o fato negligenciado ou incompreendido de que os animais possuem sentimentos e são capazes de estabelecer uma relação emocional com o ser humano, quem sabe o mal legado mecanicista deixado por Descartes de que os animais não-humanos eram somente grandes máquinas complexas. Será possível acreditar ou mesmo reproduzir uma técnica desenvolvida em animais, onde o modelo experimental não foi submetido ao correto controle de dor? A metodologia aplicada previu o modo com o qual aquele animal foi acomodado e cuidado durante o período pré-experimental? Como ele foi contido? Se o período anestésico brindou este animal de uma analgesia eficiente? E como ele foi despertado do procedimento? Existe estresse, depressão, choque pós-traumático em animais? Todos estes questionamentos nunca foram colocados em prática ou em discussão, e quem sabe, por isso o papel do médico veterinário foi deixado à margem por tantos anos. Mas graças ao bom senso e ao pensamento da multidisciplinariedade, a Diretoria da AMIB, na pessoa do Dr. Álvaro Réa- Neto e do Dr. Ederlon Rezende, aceitaram escutar e se propuseram a entender um pouco mais sobre este novo mundo. Este foi o marco de criação do Departamento de Medicina Veterinária Intensiva dentro da AMIB, uma ramificação da BVECCS para melhorar as condições de cuidado e garantir os melhores resultados desta relação proposta por Harvey em 1616. Nosso maior desafio é fazer com que os animais sejam devidamente utilizados para o bem maior da saúde, mas nunca sofrendo para gerar resultados. Nossa proposta é fazer com que estudos clínicos, relatos de caso e trials sejam criados no ambiente clínico veterinário, e publicados na rede científica humana, pois esta é a única maneira de produzirmos resultados reais considerando um animal como uma vida, e proporcionando o bem para as famílias que tanto cuidam dos seus companheiros de estimação. Queremos que a medicina avançada seja praticada na rotina clínica da veterinária e não somente nos porões da medicina experimental onde o paciente veterinário não usufrui da evolução. Há de se rever com cuidado, responsabilidade e sensibilidade tudo que foi feito nos últimos anos, e repensar a medicina experimental, de forma que possamos realmente acreditar e aplicar os resultados na rotina humana com total segurança e respeito. Quem sabe devemos resgatar um pouco do sugerido por Descartes em 1637: 1. Receber escrupulosamente as informações, examinando sua racionalidade e sua justificação. Verificar a verdade, a boa procedência daquilo que se investiga – aceitar o que seja indubitável, apenas. 2. Análise, ou divisão do assunto em tantas partes quanto possível e necessário. 3. Síntese, ou elaboração progressiva de conclusões abrangentes e ordenadas a partir de objetos mais simples e fáceis até os mais complexos e difíceis. 4. Enumerar e revisar minuciosamente as conclusões, garantindo que nada seja omitido e que a coerência geral exista. Dr. Rodrigo Rabelo Presidente do Departamento de Veterinária da AMIB Presidente da LAVECCS e BVECCS TRABALHO EM EQUIPE é uma seção multidisciplinar e é desenvolvida pelos departamentos não-médicos da AMIB. Se você tem alguma sugestão para ser abordada nessa sessão, entre em contato com o seu departamento. 6 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • VE N T I L A N DO N OT Í C I A S • Fique atento: saiu a segunda edição do “Surgical Intensive Care Medicine” A Medicina Intensiva brasileira e os seus profissionais já são reconhecidos mundialmente graças à busca constante pela qualidade. Fato é que muitos dos colegas intensivistas são conviados para dar conferências em congressos internacionais e fazer parte de importantes publicações. Um desses exemplos que orgulha a especialidade é o médico intensivista da Universidade Federal do Rio de Janeiro e coordenador do curso de Atualização em Medicina Intensiva da AMIB, Dr. Flavio E. Nácul, que acaba de lançar, em Nova York, a segunda edição do “Surgical Intensive Care Medicine”. O trabalho é resultado da parceria com o americano John O´Donnell, da Lahey Clinic, de Boston. A obra, em breve, também será lançada na Europa e, em seguida, chegará às livrarias especializadas do Brasil. “Essa edição foi projetada para ser uma referência prática aos profissionais e residentes que atuam diretamente com pacientes críticos cirúrgicos nas diferentes UTIs de todo o mundo”, explica o Dr. Nácul. O livro tem a participação de mais de cem colaboradores de 12 países, como os Estados Unidos, Inglaterra, França, Holanda, Bélgica, Itália, Canadá, Austrália e o Brasil. Na lista de brasileiros consta os nomes da Dra. Patrícia Mello, do Piauí, e do Dr. Jamary Oliveira Filho, da Bahia. Segundo Dr. Flavio, o grupo de colaboradores é de altíssimo nível e inclui grandes nomes como Luciano Gattinoni, abordando SARA; Philip Dellinger, Sepse; Emanuel Rivers, Choque; Rinaldo Bellomo, Insuficiência Renal; Andrew Rhodes, Paciente Cirúrgico de Alto Risco; Rui Moreno, Escores Prognósticos; Paul Marik, Paciente Crítico Idoso; Manu Malbrain, Síndrome do Compartimento Abdominal; Jean Carlet, Avaliação da Febre no Paciente Crítico; Thomas Bleck, Status Epilepticus; Janice Zimmeraman, Equilíbrio Ácido-Base; e Marcel Levi, CIVD. A primeira seção, intitulada “Resuscitation”, expõe o leitor a uma versão condensada de temas genéricos na medicina intensiva como parada cardíaca, manejo da via aérea, acesso vascular, reposição volêmica, drogas vasoativas, choque e distúrbios do equilíbrio ácido-base. As seções que se seguem foram classificadas de acordo com as subespecialidades ­médicas e cirúrgicas para atender às necessidades mais pertinentes de problemas encontrados nas UTIs. “Embora todos os capítulos abordem defini- ções, fisiopatologia, quadro clínico e diagnóstico, a ênfase é o tratamento do paciente, o que faz da obra um instrumento muito prático no dia a dia daqueles que trabalham com pacientes graves”, conta Dr. Nácul. A obra é editada pela Springer, a maior editora do mundo em livros de ciências, que tem em seu catálogo livros de Sigmund Freud e Albert Einstein. Mais informações, acesse www.springer.com Brasília ganha uma nova UTI Em março, foi inaugurada uma nova Unidade de Terapia Intensiva no Hospital Anchieta, de Brasília. Instalada no Centro de Excelência do hospital, o projeto foi idealizado para beneficiar a assistência desses pacientes. Pois, além de pensar nos espaços para o paciente e para o familiar, foi disponibilizada também uma atenção especial ao profissional de saúde, que transita neste ambiente diariamente por longos períodos. A nova UTI oferece amplo espaço físico com leitos individualizados, sendo a maioria com amplas janelas, vista externa e luminosidade natural, quatro leitos de isolamento com pressão negativa, onze leitos com banheiro e demais leitos com ducha para banho no leito, além de ponto para realização de hemodiálise e sistema de chamada de enfermagem para todos os leitos. São 36 novos leitos, que somados aos já existentes, computam ao hospital 54 leitos oferecidos para pacientes adultos, além de 20 leitos de UTI pediátrica e neonatal. A unidade dispõe ainda de uma sala cirúrgica exclusiva da UTI, duas salas de prescrição médica, um dispensário de medicação e ampla área de apoio à equipe assistente, além de um pequeno auditório com trinta lugares e área exclusiva de conforto para a equipe médica, enfermagem e fisioterapia. Para o atendimento aos familiares e acompanhantes, duas salas de entrevistas foram exclusivamente projetadas para essa finalidade, havendo ainda uma unidade de conforto para acompanhantes com copa, sala de estar, sala de televisão e vestiários. “Na humanização em UTIs, a família deve ser entendida como aliada importante, logo a conscientização sobre a real necessidade do paciente e a garantia de se sentirem apoiados, úteis e participantes no tratamento é imprescindível”, diz o Dr. Rubens Antônio Bento Ribeiro, coordenador da nova UTI. Câmara Técnica de Morte Encefálica aprova documento A Câmara Técnica de Morte Encefálica do Conselho Federal de Medicina (CFM) elaborou e entregou ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, o documento “Suporte Clínico Para Pacientes Críticos em Risco de Morte Encefálica”. O documento foi redigido pelos Doutores Hipólito Carraro Jr e Carlos Eduardo Silvado e traz uma série de informações e recomendações que pretendem auxiliar os profissionais que precisam identificar e fazer o diagnóstico de pacientes com morte encefálica. “Nosso objetivo é conseguir que o ministério da Saúde e o Sistema Nacional de Transplantes transformem esse documento em cartilhas e essas sejam enviadas à todas as UTIs brasileiras, fazendo com que os profissionais tenham acesso às informações e possam ter mais subsídios para trabalhar na identificação e diagnóstico da morte encefálica”, explica o Dr. Gerson Zafalon Martins, Coordenador da Câmara Técnica de Morte Encefálica do Conselho Federal de Medicina. Bastante detalhado o documento foi dividido em vários tópicos como: Dificuldades técnicas para se obter o doador ideal; Fisiologia da morte encefálica; As disfunções orgânicas como uma epidemia; Ausência de respostas claras para perguntas simples; O conceito de terapia guiada por metas; Parada respiratória; Instabilidade hemodinâmica; Pan-hipopituitarismo e Pioquilotermia. Entre os tópicos, destaque para “Fisiologia da morte encefálica”, pois passa por etapas bem definidas e que poderão ser usadas para auxiliar no diagnóstico e tratamento das inúmeras disfunções orgânicas associadas com essa condição. Importante destacar que a dificuldade na identificação e diagnóstico da morte encefálica é um dos principais fatores que limita a disponibilidade de órgãos para doação, prejudicando o aumento do número de transplantes no país, uma vez que, segundo o documento da Câmara Técnica de Morte Encefálica, “o diagnóstico precoce do risco de morte encefálica e o adequado suporte clínico desse paciente são, ainda hoje, etapas muito difíceis e executadas de forma ineficaz”. A íntegra do documento está disponível no site da AMIB www.amib.org.br 7 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • I n s t i t ui ç ã o qu e fa z • Hospital do Câncer de Barretos Referência no atendimento a pacientes oncológicos O Hospital do Câncer de Barretos, cidade a 440 kilômetros da capital paulista, é uma instituição referência no tratamento de pacientes com câncer oncológico. Em 2010 o HCB foi eleito o terceiro melhor hospital do Estado de São Paulo, sendo que a escolha foi baseada em pesquisa da Secretária da Saúde com 158 mil pacientes que passaram por internações e exames em 630 estabelecimentos de saúde conveniados à rede pública paulista, entre março de 2009 e janeiro de 2010. Tamanho bom desempenho é fruto de um in- UTI do HCB: atendimento humanizado e de qualidade tenso trabalho de todos os profissionais do HCB, que desde a fundação que conseguiram uma redução significativa no se dedicam para oferecer um atendimento de tempo médio de permanência na UTI”, conta alta qualidade e cada vez mais humanizado a a Dra. Cristina Amêndola, médica intensivista do Hospital do Câncer de Barretos. pacientes oncológicos. Para oferecer um atendimento seguro, A história do HCB começou em 1967, inicialmente por meio da Fundação Pio XII. humanizado e de qualidade o HCB conta Tempos depois, em 1984, foi fundado o Hos- com mais de 80 profissionais em sua UTI, pital do Câncer de Barretos, que atualmente que se dividem entre médicos intensivistas, registra 84 mil atendimentos todos os meses e plantonistas, nefrologista, pediatra, enfermeirecebe pacientes de 1.238 municípios de todos ros e auxiliares, fonoaudiólogos, psicólogos, os 27 estados do país, o que é considerado um fisioterapeutas e nutricionistas. E a humanização está mesmo presente na recorde de cobertura. O HCB, que atende 100% pelo Sistema rotina da UTI do HCB, tanto que as visitas na Único de Saúde (SUS), também investiu no Unidade de Terapia Intensiva acontecem duas aprimoramento de sua unidade de terapia vezes ao dia e todos os dias da semana, fazendo intensiva e hoje o hospital conta com duas com que o paciente se sinta mais acolhido e UTIs, sendo que cada uma delas possui 10 próximo de seus familiares. Outro fator que contribui para os bons leitos, totalizando 20 leitos mistos. resultados do HCB e de sua UTI é a dedicação A UTI do hospital é bastante moderna, de amplas dimensões, climatizada, com exclusiva da maioria dos médicos, que não leitos individualizados, com monitorização costumam se dividir em vários locais de tracomputadorizada multiparamétrica, onde o balho, concentrando suas energias e expertise paciente recebe tratamento por equipe mul- num único local. “O contato diário com os mesmos pacientidisciplinar, que inclui médico, enfermeira, fisioterapeuta, psicóloga, nutricionista e tes, familiares e colegas de trabalho contribui significativamente para o alcance dos bons assistente social. Ocupando esses leitos estão, em grande resultados”, revela da Dra. Cristina. Por atender exclusivamente pacientes do maioria (75%), pacientes em pós-operatório SUS, manter as contas do HCB em dia é de cirurgias de grande porte, que fazem com que o índice de ocupação dos leitos se mante- uma missão sem prazo para terminar, uma nha na casa de 86%, com permanência média vez que pacientes de todo Brasil chegam ao hospital buscando tratamento e, muitas vezes, de quatro dias de internação. “Nos últimos meses conseguimos dimi- acompanhados dos familiares e sem recursos nuir o tempo de internação de 5,5 dias para 4 para permanecer na cidade. Desta maneira o dias, o que aponta a sintonia dos profissionais, hospital sempre necessita da ajuda da comuni- dade, da iniciativa privada, de artistas e também do governo. Com o intuito de melhor acomodar os acompanhamentos dos familiares o HCB investiu na montagem de uma estrutura e oferece, gratuitamente, 13 alojamentos com um total de 650 lugares e infraestrutura para receber crianças. “Manter o nível de atendimento pelo SUS é nosso grande desafio. O nível de qualidade que mantemos aqui é muitíssimo superior à realidade do serviço público de saúde oferecido no restante do país”, completa a Dra. Cristina. E ser referência em sua área de atuação faz o HCB querer alçar voos ainda mais altos. Prova disso é a construção do Hospital do Câncer Infantil de Barretos, que terá 10 leitos de unidade de terapia intensiva e está previsto para inaugurar em 2012. Outra conquista é o início do trabalho científico, que começa a dar os primeiros passos dentro do HCB. Números Hospital de Câncer de Barretos • Fechou 2009 com mais de 97.706 pacientes atendidos (ou 409.033 atendimentos realizados) de 1.238 municípios de todos os 27 estados do país • 160 médicos • 1,7 mil funcionários Números da UTI do Hospital do Câncer de Barretos 2 unidades de UTI 20 leitos de UTI 86% é a média de ocupação dos leitos 4 dias é o tempo médio de internação dos pacientes na UTI 16% foi a média de crescimento no número de pacientes atendidos entre agosto de 2008 e agosto de 2009 O site é www.cliquecontraocancer.com.br INSTITUIÇÃO QUE FAZ conta histórias empreendedoras de gente que promove muito com poucos recursos. Mande sua história para [email protected] 8 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • N A B E I R A DO LE I TO • Atendimento na fase aguda de um paciente com lesão neurológica primária grave O objetivo fundamental no atendimento do paciente com doença neurológica aguda (paciente neurocrítico) é minimizar os efeitos da lesão neurológica primária (LNP) e prevenir a lesão neurológica secundária (LNS). São muitas as condições que podem secundariamente piorar o prognóstico do LNP: hipotensão arterial, hipoxemia, hipercapnia, hipertensão intracraniana (HIC), hipertermia, infecção, anemia, coagulopatia etc. Os pacientes com LNP grave estão particularmente mais vulneráveis aos efeitos deletérios das condições que podem levar à LNS. Os pacientes com LNP grave são: pacientes com Glasgow < 9, paciente cujo Glasgow abaixa rapidamente (queda de pelo menos 2 pontos), sinais de HIC, TAC com sinais de perda da complacência encefálica e pacientes com lesões graves ou em PO de grandes neurocirurgias. Portanto, um intensivista, quando estiver atendendo um paciente com LNP grave na fase aguda, deve: 1 2 Realizar rotineiramente o ABC de emergência, com estabilização da coluna cervical se houver suspeita de trauma; Corrigir rapidamente a hipotensão arterial e a hipoxemia. A pressão de perfusão cerebral (PPC) deve ser mantida em pelo menos 60 mmHg. Como geralmente não temos a pressão intracraniana (PIC) na fase aguda e sendo o limite superior aceitável da PIC de 20 mmHg, a PAM de um paciente com INP grave deve ser mantida em pelo menos 80 mmHg (PA sistólica >110 mmHg) (ou mais se houver sinais evidentes de aumento da PIC ou se o paciente tiver uma história de hipertensão arterial crônica mal tratada). A hipoxemia também deve ser rapidamente tratada e a SaO2 deve ser mantida acima de 92-95%. Todos os pacientes com Glasgow < 9 devem ser rapidamente intubados e mantidos sob ventilação mecânica; 3 Os pacientes não devem ser hipoventilados nem hiperventilados na fase aguda. Mantenha a PaCO2 entre 35-40 mmHg e não permita variações súbitas; 4 Trate a hipertermia e mantenha estes pacie­­ n­tes com temperatura próxima dos 36oC; 5 Faça neuro-checks (Glasgow, pupilas e resposta motora) freqüentes (a cada 15 minutos, p.e.) para reavaliar a condição neurológica do paciente e identificar deterioração neurológica precocemente; 6 Avalie se o paciente não tem uma síndrome de herniação cerebral (pupila dilatada de um lado com paresia contralateral, atitude de decorticação ou decerebração, bradicardia, depressão respiratória) e trate rapidamente. Neste caso, o paciente deve receber uma dose rápida de manitol (2g/Kg) e pode ser hiperventilado temporariamente até a correção cirúrgica da lesão primária. 7 O próximo passo é providenciar uma TAC para esclarecer a natureza da LNP. Garanta transporte rápido para o setor de imagem com estabilização hemodinâmica e respiratória do paciente; 8 Após a TAC deve ser decidido se o paciente vai antes para o centro cirúrgico ou direto para a UTI. Os pacientes com LNP grave devem receber algum método de monitorização da PIC. A monitorização com um cateter intraventricular é barata, acurada e pode ser servir para auxiliar no tratamento da HIC; 9 Depois de estabelecida a medida da PIC, ela deve ser mantida abaixo de 20 mmHg e a PPC acima de 60 mmHg. Após a estabilização hemodinâmica, mantenha a cabeceira do leito elevada entre 30-45o, inicie uma sedação leve a moderada para manter o paciente confortável na VM e sem dor e mantenha o intravascular cheio para garantir uma boa perfusão cerebral e sistêmica. A hemoglobina nesta fase deve mantida acima de 10g/dl e o sódio sérico ao redor de 140-145 mEq/L; 10 Se o paciente desenvolver HIC, reveja se todas as medidas básicas estão sendo feitas corretamente (PPC acima de 60, hipoxemia corrigida, PaCO2 mantida entre 35-40, sem hipertermia, cabeceira elevada, sedação adequada, ausência de lesão com efeito massa na TAC, etc.) e faça bolus repetidos de manitol (1-2g/Kg) ou de solução salina hipertônica (p.e. 3-4 ml/Kg da solução a 7,5%). Estes pacientes podem se beneficiar da colocação de um cateter no bulbo jugular para medir a SjO2 e auxiliar na escolha de novas intervenções para controle da PIC (p.e. novos bolus de solução salina hipertônica se a SjO2 estiver abaixo de 55% ou hiperventilação otimizada ou sedação otimizada se a SjOs estiver acima de 75%). A temperatura pode ser abaixada ainda mais (35oC) e evidências recentes tem sugerido que craniectomia precoce pode melhorar significativamente o prognóstico destes pacientes (ensaio randomizados estão em curso para estabelecer melhor o tipo de doente e o momento para esta intervenção). Esta abordagem independe em grande parte do tipo de lesão cerebral primária e deve ser empregada mesmo antes de se conhecer com detalhes a sua natureza. Embora esta seqüência sugerida de atendimento deva ser flexibilizada e adaptada para cada paciente individualmente, ela tem um enorme potencial de salvar vidas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com lesão neurológica primária grave. É claro que concomitantemente a todas estas medidas, o tratamento específico da doença cerebral primária deve ser imediatamente iniciado, mas não é a intenção discuti-los aqui. Exemplos são: revascularização do AVE isquêmico, embolização ou clipagem do aneurisma cerebral roto, antiboticoterapia rápida para meningite aguda, drenagem do hematoma subdural, drenagem da hidrocefalia, anticonvulsivante para o estado de mal epiléptico etc. O intensivista pouco pode fazer para prevenir a lesão primária, mas tem nas mãos o destino dos efeitos secundários e se o atendimento na fase aguda for bem feito, os principais efeitos deletérios podem ser evitados e minimizados, melhorando consideravelmente o prognóstico dos pacientes neurocríticos. Dr. Álvaro Réa-Neto Professor de Medicina do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal do Paraná e Diretor do Centro de Estudos e Pesquisa em Terapia Intensiva (CEPETI ), Curitiba, PR NA BEIRA DO LEITO é uma sessão desenvolvida pelos comitês científicos da AMIB e aborda temas atuais relativos a prática da Medicina Intensiva. 9 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • P OSSE D I RETOR I A • Nova diretoria da AMIB toma posse A solenidade de posse da nova diretoria-executiva da AMIB, que estará à frente da entidade no biênio 2010-2011, aconteceu no dia 29 de janeiro, no Terraço Itália, na capital paulista. Para marcar a data foi oferecido um jantar para mais de 100 convidados, entre associados da AMIB, membros da diretoria passada, presente e futura, presidentes de outras sociedades médicas, funcionários, parceiros, fornecedores e representantes das indústrias farmacêutica e de equipamentos. A solenidade teve como mestre de cerimônias Carlos Nascimento Júnior, que abriu o evento falando sobre liderança e importância do envolvimento das pessoas para o alcance de objetivos. Depois da abertura do evento foi a vez do Dr. Álvaro Réa-Neto, agora Presidente Passado da AMIB, subir ao palco e apresentar os principais resultados de sua gestão, bem como as conquistas alcançadas pela entidade, pela especialidade e pelos profissionais que ela representa. Em sua apresentação o Dr. Réa-Neto destacou entre as principais conquistas o amadurecimento alcançado pela AMIB nos últimos anos, o crescimento na casa de 40% no número de associados e o aumento de 100% na arrecadação da entidade. O Presidente Passado da AMIB também enfatizou algumas importantes conquistas da gestão 2008-2009, entre elas a Reforma do Estatuto Oficial, as mudanças efetuadas no site, a finalização de mais uma fase do Censo de UTIs, o sucesso do XIV Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva, a profissionalização da equipe interna da AMIB, reformulação da Prova de Título de Especialista, lançamento da campanha Orgulho de Ser Intensivista, reformulação da Pós-Graduação AMIB e cadastramento dos centros formadores em todo Brasil. Todas essas informações foram entregues aos presentes em forma de um informativo, produzido especialmente para a ocasião. Batizado de Novas Conquistas, apresentou todos os resultados e conquistas da gestão 2008-2009. Pra finalizar a sua fala o Presidente Passado destacou que a AMIB precisa concentrar sua atuação no tripé: Formar, Titular e Defender, ou seja, formar bons profissionais, prepará-los para serem titulados e defendê-los dentro da medicina intensiva. Ao encerrar sua apresentação o Dr. RéaNeto convidou o Presidente Eleito da AMIB – Dr. Ederlon Rezende – para subir ao palco e ser empossado oficialmente. Bastante aplaudido, o Dr. Ederlon discursou sobre a responsabilidade em liderar seus semelhantes e da emoção de estar à frente da Presidentes presente, futuro e passado juntos AMIB nos anos de 2010 e 2011, principalmente neste ano, quando a AMIB comemora 30 anos. Em sua fala o Presidente Eleito também discursou sobre a necessidade da especialidade ter profissionais com uma titulação cada vez mais adequada e investir em formação é um dos principais compromissos de sua gestão. “Espero daqui a dois anos poder finalizar minha gestão apresentando significativos avanços nessa área”, completou. No encerramento de seu discurso de posse o Dr. Rezende reforçou as propostas de sua chapa e agradeceu o apoio recebido por todos os integrantes da chapa “AMIB para o Futuro” e dos associados. Ex-presidentes foram homenageados Ex-presidentes foram homenageados com a medalha do Presidente AMIB D urante a solenidade de posse da nova diretoria foi instituída a Medalha do Presidente AMIB, que foi entregue a todos os profissionais que estiveram à frente da presidência da entidade ao longo dos últimos 30 anos e ajudaram a construir a história vencedora da AMIB e da terapia intensiva. Recebeu a homenagem a Dra. Mariza D’Agostino, que presidiu a AMIB no biênio 1981-1982. Depois foi a vez de Iracema Procópio receber a homenagem in memoriam de seu pai, o Dr. Newton Procópio, que esteve à frente da AMIB nos anos de 1983-1984. Na sequência subiram ao palco a Dra. Nazah Youssef, que recebeu a medalha em nome do Dr. José Fioravante Tossati da Rosa, biênio 1985-1986; Dr. Idunaldo Diniz Filho, 1987-1988; Dr. Marcos Knibel, 1989-1991; Dr. Marcelo Rocha, que recebeu a medalha no lugar do Dr. Luiz Alexandre Borges, 1992-1993; Dr. Renato Terzi, 1994-1955; Dr. Cid Marcos David, 1998-2001; Dr. Jairo Constante, 2002-2003 e o Dr. Marcelo Mook, que recebeu a medalha representando o Dr. José Maria da Costa, 2004 a 2007 e o Dr. Álvaro Réa-Neto, 2008-2009. Por fim o Dr. Réa-Neto, após receber sua medalha, homenageou o Dr. Ederlon, que também recebeu sua medalha. 10 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • rdc • Anvisa publica resolução histó “A publicação da RDC é uma grande conquista, pois ainda hoje muitas UTI são abertas sem nenhum critério e, com esses requisitos já vamos conseguir melhorar a assistência e qualidade no atendimento.” Dr. José Mário Teles Presidente Futuro da AMIB “A RDC número 7 é uma conquista muito importante para nossa especialidade. O próximo passo é definir como aplicar essas recomendações no dia a dia das Unidades de Terapia Intensiva.” Dr. Ederlon Rezende Presidente da AMIB “A publicação da resolução é mais um passo em direção a uma medicina intensiva forte, valorizada e útil para a nossa sociedade.” Dr. Álvaro Réa-Neto Presidente Passado da AMIB A Medicina Intensiva surgiu no Brasil na década de 1960. Em 1992 foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e, dois anos depois, em 1994, foi a vez da Associação Médica Brasileira (AMB) reconhecer a Medicina Intensiva como especialidade. Depois disso, em 2002, a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) também reconheceu a medicina intensiva. Assim, ao longo das últimas cinco décadas a medicina intensiva se desenvolveu e ganhou espaço no país, mas ainda não contava com um documento que pudesse servir de referência e direcionamento para a especialidade. Mas esse cenário começou a mudar no último dia 25 de fevereiro, data que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) publicou, no Diário Oficial da União, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número 7, que dispõe sobre os requisitos mínimos para o funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva, visando a redução de riscos aos pacientes, visitantes, profissionais e meio ambiente. A publicação dessa resolução, depois de anos de espera, foi muito comemorada pela AMIB e por todos os profissionais da medicina intensiva, que vinham lutando por esta causa. Antes da publicação da RDC n. 7 o que existia era a Portaria 3432, do Ministério da Saúde, que datava do ano de 1998 e contemplava, superficialmente, somente as UTIs públicas do país. E a participação da AMIB neste processo foi de extrema importância para essa conquista, pois no mês de maio do ano passado a Comissão de Defesa Profissional da entidade publicou as “Recomendações para o Funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva”, que foram elaboradas a partir das discussões do Fórum de Defesa Profissional, ocorrido em abril de 2009, e visava estabelecer padrões mínimos para o bom funcionamento das unidades e reduzir riscos e aumentar a segurança de pacientes e profissionais. O documento foi disponibilizado no site da AMIB como forma de pressionar a Agên- cia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) a fazer o mesmo. Mas o resultado de tamanho esforço e empenho valeu a pena, pois o conteúdo da Resolução da Diretoria Colegiada, publicada pela ANVISA, é bastante amplo e contempla aspectos técnicos, de equipamentos e recursos humanos e inclui requisitos que devem ser adotados pelas Unidades de Terapia Intensiva Adulto, Pediátrica, Neonatal, envolvendo ainda os profissionais que integram as equipes multidisciplinares que atuam nas UTIs, como enfermeiros e auxiliares. “A publicação desta RDC é, sem dúvida uma grande conquista, pois ainda hoje muitas UTI são abertas no país sem nenhum critério e, com esses requisitos já vamos conseguir melhorar, em muito, a assistência e qualidade no atendimento oferecido aos pacientes”, afirma o Dr. José Mário Telles, Presidente Futuro da AMIB e que participou ativamente do processo de produção das “Recomendações para o Funcionamento das Unidades de Terapia Intensiva”, elaboradas pela entidade. A RDC também foi comemorada pelo Dr. Álvaro Réa-Neto, Presidente Passado da AMIB. “A publicação da resolução é mais um passo em direção a uma medicina intensiva forte, valorizada e útil para a nossa sociedade”, afirmou. O presidente da AMIB, Dr. Ederlon Rezende, também comemorou a publicação da resolução. Em entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo o Dr. Rezende lembrou que essas novas regras foram discutidas por cerca de oito anos e, mesmo sendo uma conquista muito importante, o próximo passo é definir como aplicar essas recomendações no dia a dia. Mas, mesmo sendo abrangente e bastante significativa para a medicina intensiva, a RDC ainda precisará ser melhorada em vários pontos. Um dos que promete gerar muitas discussões é o que diz respeito ao número de Enfermeiros por leito de UTI. A antiga resolução recomendava um profissional para cada 10 leitos, número de leitos considerado alto pelos enfermeiros, que defendem 5 leitos para cada 11 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • rdc • órica para Medicina Intensiva profissional. A nova RDC recomenda um enfermeiro para oito leitos, número considerado inadequado pela categoria. “Temos motivos pra comemorar, pois conseguimos um significativo avanço, mas ainda há muito a ser feito. Naturalmente que não conseguimos tudo, como o quantitativo de enfermagem e o de médicos de acordo com a gravidade dos doentes, mas muitos outros pontos foram contemplados. Vamos ver o copo meio cheio e continuar o trabalho de aprimoramento, comentou o Dr. Arnaldo Prata, Futuro Diretor Vice-Presidente da AMIB. Para a Dra. Renata Pietro, Presidente do Departamento de Enfermagem da AMIB, mesmo sendo a RDC uma grande conquista, a luta continua para que mudanças sejam feitas e que a recomendação seja de um enfermeiro para cada cinco leitos. “Reconhecemos que se trata de uma conquista a publicação da Resolução e que o primeiro passo foi dado, mas um longo caminho ainda precisa ser trilhado para que possamos ter melhores condições de atuação dentro do ambiente da UTI”, afirma a Dra. Renata. Para a profissional é válida a afirmação que: Evidências científicas indicam que a instituição que não provê números e condições de trabalho adequados à enfermagem tem taxas mais altas de quedas, úlceras de compressão, erros de medicação, infecções hospitalares, readmissão, aumento no tempo de hospitalização e mortalidade. Já a Dra. Débora Feijó Vieira, membro do departamento de enfermagem da AMIB, comemora a resolução, mas também defende que o número de leitos por enfermeiro deve ser cinco. “A RDC ainda não está como nós, intensivistas, gostaríamos, mas, pelo menos, temos agora, uma norma com os padrões mínimos para o funcionamento de uma UTI. Esse é um momento de comemoração pela conquista. A resolução é importantíssima para a medicina intensiva, mas continuaremos a nossa luta pela qualidade assistencial e segurança dos pacientes, não focados somente no ponto de vista da enfermagem, mas de todos os intensivistas, inclusive nos colegas que ainda não estão contemplados nessa RDC. Outros pontos, como os que envolvem equipamentos, também precisam ser melhorados, aponta a Dra. Débora Vieira. De uma forma geral, médicos intensivistas e enfermeiros concordam que a publicação da RDC é um marco e uma conquista de extrema importância para a atuação dos profissionais e também um norte para a abertura de novos leitos de UTI pelo Brasil. E concordam que esse foi o primeiro passo de muitos que precisarão ser dados. “Foi uma luta para conseguir que a RDC fosse publicada. Agora temos um documento para servir de referência para nossa especialidade. Pode não ter atendido a todas nossas reivindicações, mas continuaremos trabalhando em um grupo permanente para melhorar o documento”, afirma o Dr. José Mário Teles. E o próximo passo rumo às novas conquistas já está definido. “A ANVISA quer a ajuda da AMIB para fazer uma cartilha com as normas para implantação desses requisitos nas UTIs de todo Brasil e vamos ajudá-los nisso. Temos que pensar também em requisitos para o funcionamento das unidades semi-intensivas, que não podem ser deixadas de lado”, define o Dr. José Mário. “Acredito que nosso maior desafio é fazer com que essas normas sejam cumpridas. Para isso a ANVISA já está preparando agentes da vigilância sanitária para fazer a fiscalização. Agora todos nós somos responsáveis e devemos denunciar aquelas unidades que não cumprirem as normas da RDC”, finaliza o Dr. José Mário. Mas, polêmicas a parte, a publicação da RDC merece ser festejada pelos profissionais da terapia intensiva que, até o mês de fevereiro, não contavam com normas tão precisas para o funcionamento das UTIs. Mesmo sendo desejo de todos aperfeiçoar o conteúdo, um primeiro e significativo passo foi dado. A íntegra da RDC número 7 pode ser acessada no site da AMIB www.amib.org.br “Reconhecemos que se trata de uma conquista a publicação da Resolução e que o primeiro passo foi dado, mas um longo caminho ainda precisa ser trilhado para que possamos ter melhores condições de atuação dentro do ambiente da UTI.” Dra. Renata Pietro Presidente do Departamento de Enfermagem da AMIB “A RDC ainda não está como nós, intensivistas, gostaríamos, mas, pelo menos, temos agora, uma norma com os padrões mínimos para o funcionamento de uma UTI. Esse é um momento de comemoração pela conquista”. Dra. Débora Feijó Membro do Departamento de Enfermagem da AMIB “Temos motivos pra comemorar, pois conseguimos um significativo avanço, mas ainda há muito a ser feito. Naturalmente que não conseguimos tudo, como o quantitativo de enfermagem e o de médicos de acordo com a gravidade dos doentes, mas muitos outros pontos foram contemplados.” Dr. Arnaldo Prata Futuro Diretor Vice-Presidente da AMIB 12 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • pa s s o a pa s s o • Contagem regressiva para o XV CBMI s profissionais que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva já têm um encontro marcado em outubro, de 13 a 16, na Capital Federal, quando acontecerá a décima quinta edição do Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva. O CBMI de 2010 terá um sabor especial, pois será no cinquentenário de Brasília e quando será comemorado o 30º ano da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, AMIB. Os preparativos para o maior evento da América Latina de Medicina Intensiva começaram a ser desenhados antes mesmo do término da edição anterior. “Estamos montando um evento para receber cerca de cinco mil participantes e cada detalhe está sendo estudado pelos comitês com muito cuidado e dedicação”, diz Dr. Rubens Antônio Bento Ribeiro, presidente do XV CBMI. O Comitê Científico é coordenado pelo Dr. Fernando Suparregui Dias, do Rio Grande do Sul, que tem trabalhado com sua equipe para fechar os temas e selecionar os convidados. Na lista dos internacionais, até o fecha- mento dessa edição, já estavam confirmados Dr. Jean Louis Vincent (BEL), Dr. John Kress (EUA), Dr. Konrad Reinhart (ALE), Dr. Rui Moreno (POR) e Dr. Andrés Esteban (ESP). “Buscamos pesquisadores que possam trazer ao nosso público informações inovadoras para somar aos trabalhos realizados em nosso país”, diz o Dr. Rubens. Ainda segundo o presidente do XV CBMI, a programação científica trará assuntos focados na realidade brasileira. “Vamos manter tudo que foi sucesso na edição anterior como, por exemplo, a Sessão de Hot Topics com estudos internacionais inéditos e a apresentação dos Melhores Artigos do Ano”, diz. Não podemos deixar de lembrar que a Prova de Título de Especialista acontece durante o evento. Outras questões também já fechadas são as regras para a participação das sessões de Temas Livres e Casos Clínicos e a possibilidade de já garantir sua inscrição. Por isso, é importante ficar atento a todas as novidades por meio do site do congresso (www.cbmi.com.br). Conheça o local O local fechado para receber o XV CBMI foi o Centro de Convenções Ulysses Guimarães (CCUG). A área total do CCUG é de 54 mil metros quadrados, sendo que mais de 1.600 metros quadrados serão destinados à Exposição Paralela, com capacidade para mais de cem estandes. Além do Auditório Master, com capacidade para três mil pessoas, o local oferece mais quatro auditórios, 13 salas moduláveis e espaços para camarins, sala VIP e sala de imprensa. “É um espaço com bastante conforto para abrigar um evento do nosso porte. Temos certeza que esse encontro contribuirá muito com o aprimoramento profissional de cada participante e, consequentemente, com a evolução da Medicina Intensiva em nosso país”, reforça Dr. Rubens. categoria especial TÍTULO DE ESPECIALISTA Você Intensivista NÃO PERCA esta chance de Conquistar seu título de Especialista. 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Mechanical ventilation with high tidal volume induces inflammation in patients without lung disease. Crit Care. 2010 Mar 18;14(2):R39. [Epub ahead of print] Boniatti MM, Azzolini N, da Fonseca DL, Ribeiro BS, de Oliveira VM, Castilho RK, Raymundi MG, Coelho RS, Filho EM. Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Brazil. Prognostic value of the calling criteria in patients receiving a medical emergency team review. Resuscitation. 2010 Mar 12. [Epub ahead of print] Marra AR, Cal RG, Durão MS, Correa L, Guastelli LR, Moura DF Jr, Edmond MB, Dos Santos OF. Unidade de terapia intensiva, Hospital Israelita Albert Einstein SP. Impact of a program to prevent central line-associated bloodstream infection in the zero tolerance era. Am J Infect Control. 2010 Mar 11. [Epub ahead of print] Soares M, Silva UV, Teles JM, Silva E, Caruso P, Lobo SM, Dal Pizzol F, Azevedo LP, de Carvalho FB, Salluh JI. Centro de Tratamento Intensivo, Instituto Nacional de Câncer-INCA-RJ. Validation of four prognostic scores in patients with cancer admitted to Brazilian intensive care units: results from a prospective multicenter study. Intensive Care Med. 2010 Mar 11. [Epub ahead of print] Pinheiro Bdo V, Tostes Rde O, Brum CI, Carvalho EV, Pinto SP, de Oliveira JC. Universidade Federal de Juiz de Fora – MG. Early versus late tracheostomy in patients with acute severe brain injury. J Bras Pneumol. 2010 Feb;36(1):84-91. Silva DR, Menegotto DM, Schulz LF, Gazzana MB, Dalcin PT. Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS. Mortality among patients with tuberculosis requiring intensive care: a retrospective cohort study. BMC Infect Dis. 2010 Mar 7;10:54. Pereira SM, de Almeida Cardoso MH, Figuexeds AL, Mattos H, Rozembaum R, Ferreira VI, Portinho MA, Gonçalves AC, da Costa ES. Instituto Fernandes Figueira, RJ. Sepsis-Related Mortality of Very Low Birth Weight Brazilian Infants: The Role of Pseudomonas aeruginosa. Int J Pediatr. 2009;2009:427682. Epub 2010 Feb 21. Silva Junior JM, Malbouisson LM, Nuevo HL, Barbosa LG, Marubayashi LY, Teixeira IC, Nassar Junior AP, Carmona MJ, Silva IF, Auler Júnior JO, Rezende E. Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira (HSPE), SP. Applicability of the simplified acute physiology score (SAPS 3) in Brazilian hospitals. Rev Bras Anestesiol. 2010 Feb;60(1):20-31. Fioretto JR, Martin JG, Kurokawa CS, Carpi MF, Bonatto RC, de Moraes MA, Ricchetti SM. UNESP – Botucatu, SP. Comparison between procalcitonin and C-reactive protein for early diagnosis of children with sepsis or septic shock. Inflamm Res. 2010 Feb 4. [Epub ahead of print] de Mello MJ, de Albuquerque Mde F, Ximenes RA, Lacerda HR, Ferraz EJ, Byington R, Barbosa MT. Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, Recife, PE. Factors associated with time to acquisition of bloodstream infection in a pediatric intensive care unit. Infect Control Hosp Epidemiol. 2010 Mar;31(3):249-55. Nacul FE, Guia IL, Lessa MA, Tibiriçá E. Instituto Oswaldo Cruz, Fiocruz, RJ. The effects of vasoactive drugs on intestinal functional capillary density in endotoxemic rats: intravital video-microscopy analysis. Anesth Analg. 2010 Feb;110(2):547-54. Clapis FC, Auxiliadora-Martins M, Japur CC, Martins-Filho OA, Evora PR,Basile-Filho A. Divisão de Terapia Intensiva, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Mechanical ventilation mode (volume x pressure) does not change the variables obtained by indirect calorimetry in critically ill patients. J Crit Care. 2010 Jan 14. [Epub ahead of print] Padilha KG, de Sousa RM, Garcia PC, Bento ST, Finardi EM, Hata- rashi RH. Universidade de São Paulo, SP. Nursing workload and staff allocation in an intensive care unit: a pilot study according to Nursing Activities Score (NAS). Intensive Crit Care Nurs. 2010 Apr;26(2):108-13. Epub 2010 Jan 8. Nogueira PM, Mendonça-Filho HT, Campos LA, Gomes RV, Felipe AR, Fernandes MA, Villela-Nogueira CA, Rocco JR. Hospital Pró-Cardíaco – RJ, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Central venous saturation: a prognostic tool in cardiac surgery patients. J Intensive Care Med. 2010 Mar-Apr;25(2):111-6. Epub 2009 Dec 9. Salgado DR, Rocco JR, Silva E, Vincent JL. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Modulation of the renin-angiotensin-aldosterone system in sepsis: a new therapeutic approach? Expert Opin Ther Targets. 2010 Jan;14(1):11-20. Soares M, Depuydt PO, Salluh JI. Instituto Nacional de Câncer-INCA-RJ. Mechanical ventilation in cancer patients: clinical characteristics and outcomes. Crit Care Clin. 2010 Jan;26(1):41-58. Marra AR, Guastelli LR, de Araújo CM, dos Santos JL, Lamblet LC, Silva M Jr, de Lima G, Cal RG, Paes AT, Cendoroglo Neto M, Barbosa L, Edmond MB, dos Santos OF. Hospital Israelita Albert Einstein, SP. Positive deviance: a new strategy for improving hand hygiene compliance. Infect Control Hosp Epidemiol. 2010 Jan;31(1):12-20. Soares M, Caruso P, Silva E, Teles JM, Lobo SM, Friedman G, Dal Pizzol F, Mello PV, Bozza FA, Silva UV, Torelly AP, Knibel MF, Rezende E, Netto JJ, Piras C, Castro A, Ferreira BS, Réa-Neto A, Olmedo PB, Salluh JI; Brazilian Research in Intensive Care Network (BRICNet). Instituto Nacional de Câncer. Characteristics and outcomes of patients with cancer requiring admission to intensive care units: a prospective multicenter study. Crit Care Med. 2010 Jan;38(1):9-15. de Mello MJ, de Albuquerque Mde F, Lacerda HR, Barbosa MT, de Alencar Ximenes RA. Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira, Recife, PE. Risk factors for healthcare-associated infection in a pediatric intensive care unit. Pediatr Crit Care Med. 2010 Mar;11(2):246-52. Teixeira C, da Silva NB, Savi A, Vieira SR, Nasi LA, Friedman G, Oliveira RP, Cremonese RV, To- nietto TF, Bressel MA, Maccari JG, Wickert R, Borges LG. Hospital Moinhos de Vento Hospital, Porto Alegre, RS. Central venous saturation is a predictor of reintubation in difficult-to-wean patients. Crit Care Med. 2010 Feb;38(2):491-6. dos Santos AM, Guinsburg R, Procianoy RS, Sadeck Ldos S, Netto AA, Rugolo LM, Luz JH, Bomfim O, Martinez FE, de Almeida MF; Brazilian Network on Neonatal Research. Hospital São Paulo, Universidade Federal de São Paulo, SP. Variability on red blood cell transfusion practices among Brazilian neonatal intensive care units. Transfusion. 2010 Jan;50(1):150-9. Epub 2009 Aug 26. Soares M, Salluh JI, Azoulay E. Unidade de terapia intensiva, Instituto Nacional de Câncer, RJ. Noninvasive ventilation in patients with malignancies and hypoxemic acute respiratory failure: a still pending question. J Crit Care. 2010 Mar;25(1):37-8. Epub 2009 Jul 3. Dolci DT, Fuentes CB, Rolim D, Park M, Schettino GP, Azevedo LC. Hospital Sírio-Libanês, SP. Time course of haemodynamic, respiratory and inflammatory disturbances induced by experimental acute pulmonary polystyrene microembolism. Eur J Anaesthesiol. 2010 Jan;27(1):67-76. Garcia PC, Eulmesekian P, Branco RG, Perez A, Sffogia A, Olivero L, Piva JP, Tasker RC. Hospital São Lucas da PUCRS. External validation of the paediatric logistic organ dysfunction score. Intensive Care Med. 2010 Jan;36(1):116-22. Epub 2009 Apr 10. de Azevedo JR, de Araujo LO, da Silva WS, de Azevedo RP. Hospital São Domingos E Hospital Dr Clementino Moura, São Luis, Maranhão. A carbohydrate-restrictive strategy is safer and as efficient as intensive insulin therapy in critically ill patients. J Crit Care. 2010 Mar;25(1):84-9. Epub 2009 Feb 13. Divulgue seu artigo! Essa sessão usa como referência o base da dados PubMed. Caso tenha publicado em alguma revista dessa base, mande um e-mail com as referências para [email protected]. 14 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • n o t ícia s amib • Segunda edição do Pós-SCCM tem aprovação dos intensivistas P elo segundo ano consecutivo, a AMIB trouxe aos intensivistas brasileiros as novidades apresentadas no 39th Critical Care Congress, que ocorreu em Miami, de 9 a 13 de janeiro. Trata-se do mais importante encontro da medicina intensiva do hemisfério norte. Mas para adiantar os temas, a AMIB realizou uma cobertura on-line dos principais temas que foram abordados no evento americano. Dessa forma, os profissionais brasileiros puderam conhecer, em tempo real por meio do site nacional, as novidades e já se preparar para a versão brasileira. O II Simpósio Pós-SCCM aconteceu em São Paulo, em 6 de fevereiro, e reuniu cerca de 400 intensivistas. “Participei das duas edições e considero muito importante porque os temas abordados são os que fazem parte da vida do intensivista”, afirma o Dr. Cristiano de Moraes, de São Paulo. O evento, que é gratuito para os associados AMIB, foi dividido em cinco grandes temas: Ventilação Mecânica, Sedação e Delirium, Neurointensivismo, Infecções na UTI, Transfusão e Reposição Volêmica na UTI e Qualidade e Segurança na UTI que, por sua vez, foram subdivididos em diferentes enfoques com apresentações que duraram entre 15 e 20 minutos. “Esse modelo com apresentações curtas tornou as abordagens mais dinâmicas, abordando os tópicos mais relevantes em cada um dos assuntos apresentados”, explica o Dr. Ederlon Rezende, presidente da AMIB. À frente das apresentações, um time formado por nove profissionais: Dr. Álvaro Réa-Neto (PR), Dr. Ciro Leite Mendes (PB), Dr. Ederlon Rezende (SP), Dr. José Eduardo Castro (RJ), Dr. José Mário Teles (BA), Dr. Marcelo Rocha (RS), Dr. Moyzés Damasceno (RJ), Dr. Rubens Bento Ribeiro (DF) e Dr. Werther Brunow de Carva- Palestrantes e congressistas durante Pós-SCCM 2010 lho (SP). “Achei a proposta do evento muito boa, pois esse tipo de iniciativa coloca a medicina intensiva brasileira em sintonia com as novidades da Europa e Estados Unidos. Muito bom sentir que estamos alinhados com o resto do mundo”, disse o médico intensivista Rodrigo Antoniazzi, do Rio Grande do Sul. Outra novidade que marcou o II Simpósio Pós-SCCM foi a transmissão simultânea das aulas via Internet, pelo portal da AMIB, que durante o dia todo teve picos de lotação com participação de profissionais de todo o Brasil. Para rever as palestras, acesse o site www.amib.org.br, lembrando que a íntegra das apresentações está disponível somente para associados da AMIB. Prova de Título-Categoria Especial acontece em junho U ma das mais importantes missões da AMIB é contribuir para que o número de médicos intensivistas cresça nas Unidades de Terapia Intensiva e, assim, mudar o quadro apontado pelo Censo 2009, que demonstrou que apenas 47% das UTIs brasileiras contam com médico intensivista titulado. Para tal, a Comissão de Título de Especialista tem trabalhado para acelerar todos os processos que antecedem - e necessários - para a realização da Prova de Título de Especialista 2010, que acontecerá em outubro, durante o XV Congresso Brasileiro de Medicina Intensiva. No entanto, para profissionais médicos formados há mais de 15 anos e que estejam exercendo a função de intensivista por pelo menos oito anos, a AMIB, por determinação da AMB, promoverá a prova para esse time nos dias 26 e 27 de junho, em São Paulo. “Esse grupo é especial e difere um pouco dos candidatos que participam da Prova de Título Oficial que ocorre durante o CBMI. Não podemos deixar de oferecer essa oportunidade àqueles que abraçaram a medicina intensiva e ajudá-los a melhorar sua condição profissional e a sua remuneração com conquista de cargos destinados aos titulados”, diz Dr. Ciro Mendes, presidente da Comissão de Título de Especialista da AMIB. A avaliação terá três etapas: a prova teórica, a avaliação curricular e a prova oral. “As questões serão baseadas nos principais procedimentos aplicados no dia a dia das Unidades de Terapia Intensiva”, conta Dr. Ciro. A Comissão de Título de Especialista também já definiu a bibliografia. Knobel E: Condutas no Paciente Grave, 3ª Edição, São Paulo, Editora Atheneu, 2006; Irwing and Rippe´s, Intensive Care Medicine, 6th Edition, Lippincot Williams & Wilkins, 2008; e Parrillo Joseph E, Dellinger Phillip R. Critical Care Medicine. Principles of Diagnosis and Management in the Adult, 3rd edition, Mosby, 2008. As inscrições podem ser feitas até o dia 15 de maio, por meio de formulário publicado no site da AMIB. Para efetuar sua inscrição e conhecer o Edital do Exame de Suficiência Categoria Especial para Obtenção do Título de Especialista em Medicina Intensiva Adulto, acesse o site da AMIB e clique na área Título de Especialista. (www.amib.com.br) 15 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • n o t ícia s amib • II Luso-Brasileiro de Medicina Intensiva: Brasil e Portugal mais próximos A segunda edição do Congresso Luso-Brasileiro de Medicina Intensiva foi mesmo muito especial. O intercâmbio entre intensivistas brasileiros e portugueses e a efetiva troca de informações abrilhantaram os três dias do evento, que teve uma programação científica impecável e ainda uma feira de negócios, tudo isso num dos destinos mais charmosos do litoral nordestino: Porto de Galinhas, em Pernambuco. A edição brasileira do Luso-Brasileiro integrou palestras de altíssimo nível apresentadas por brasileiros e estrangeiros, que abordaram os temas mais relevantes e atuais da medicina intensiva em todo o mundo. E o programa científico do congresso, elaborado pelo Comitê Científico – formado pelos doutores Ciro Leite Mendes, Gustavo Trindade, Mariza da Fonte, Patrícia Melo e Rui Moreno e presidido pelo Dr. Fernando Dias - foi um dos pontos altos, recebendo elogios de todos os participantes. “Nos empenhamos para ser abrangentes, buscando abordar temas base da medicina intensiva, porém, com um enfoque pontual e instigante. Considero que o destaque da programação foram os debates das sessões de Pró/Con, onde dois médicos defenderam pontos de vista antagônicos com um moderador conduzindo o debate”, afirma o Dr. Fernando Dias. Os bons resultados do evento também foram comemorados pelo Dr. Odin Barbosa, presidente do II Congresso Luso-Brasileiro de Medicina Intensiva. “A segunda edição do Luso-Brasileiro foi excelente. O público presente elogiou muito a escolha dos temas apresenta- Palestrantes do Luso-Brasileiro dos, o que foi muito recompensador, uma vez que a AMIB, SOTIPE e SPCI se esforçaram muito pra organizar este evento e oferecer este nível de conteúdo”, comemora o Dr. Barbosa. Outro profissional que ficou muito satisfeito com os resultados do congresso Luso-Brasileiro foi o Dr. Gustavo Trindade, Presidente da SOTIPE. “Tivemos palestras muito boas e que superaram as expectativas dos presentes”, afirma. A participação dos convidados portugueses também contribuiu, significativamente, para promover a troca de informações entre os dois países. Marcaram presença no Luso-Brasileiro o Dr. Álvaro Moreira da Silva, Dr. Antônio Marques, Dra. Celeste Dias, Dr. Paulo Maia, Dr. Paulo Martins, Dr. Ricardo Matos, Dr. Rui Moreno, Dr. João Gouveia e o Dr. José Júlio Feira de Negócios O II Congresso Luso-Brasileiro de Medicina Intensiva também reservou espaço para uma feira de negócios montada, sob medida, para os profissionais da terapia intensiva. Marcas da indústria farmacêutica e de equi- pamentos como: Fresenius Kabi, Dixtal Philips, Roche, Pfizer, Hospira, Lifemed, Halex Istar e Livraria Nota 10 marcaram presença levando os mais recentes lançamentos que podem auxiliar os profissionais em suas práticas profissionais. Nóbrega e o enfermeiro José Antônio Pinto. “Mesmo a terapia intensiva de Portugal tendo uma visão europeia, ainda assim, tem muitas particularidades semelhantes à nossa. O intercâmbio foi muito proveitoso e nossos convidados participaram ativamente das discussões”, completa o Dr. Dias. O congresso Luso-Brasileiro também foi uma excelente oportunidade para estreitar relacionamento entre as sociedades de terapia intensiva brasileira e portuguesa. “Os portugueses se sentiram muito acolhidos e prestigiados com tamanha receptividade e organização”, completa o Dr. Trindade. E depois de sediar as duas edições do Luso-Brasileiro o Estado de Pernambuco passará a organização da próxima edição do congresso, programada para 2012, para outro estado do nordeste brasileiro. A escolha do estado-sede será feita durante a próxima Assembleia de Representantes da AMIB, que acontecerá no mês de abril, em São Paulo. Vem aí a etapa portuguesa do Luso-Brasileiro No mês de maio, entre os dias 9 e 11, será a vez de Portugal sediar sua etapa do II Congresso Luso-Brasileiro de Medicina Intensiva, que acontecerá, simultaneamente, ao XIII Congresso Nacional de Medicina Intensiva, no Funchal, na Ilha da Madeira. Mais informações e programa científico podem ser acessados no site www.spci.org 16 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • P O N TO C R Í T I C O • O Papel do Intensivista no Processo de Doação e Transplante de Órgãos O transplante de órgãos é uma modalidade terapêutica que evoluiu e consolidou-se como uma medida eficaz no tratamento de pacientes com doenças terminais de órgãos. O sucesso dos transplantes levou a um aumento progressivo da lista de receptores, não acompanhado por aumento no número de doadores. A criação do Comitê Científico de Transplantes e Doação de Órgãos pela diretoria da AMIB tem o objetivo de destacar, e divulgar entre os médicos intensivistas, o papel primordial da nossa especialidade no processo doação-transplante. A identificação do momento em que o paciente neurológico grave evolui para morte encefálica é uma das atribuições mais importantes do intensivista, com grande impacto e retorno para o sistema de saúde e a sociedade. A partir desse instante, ocorre uma mudança dos objetivos do tratamento, que deixa de ter como foco o tratamento da hipertensão intracraniana para centrar-se no cuidado dos órgãos e tecidos que poderão ser oferecidos para candidatos em lista de espera. A resolução do CFM 1480/1997 regulamenta o diagnóstico de morte ence- Lembre-se • Comunique sempre aos familiares do início do processo diagnóstico de morte encefálica e explique os principais passos. Permita que um médico de confiança da família acompanhe o processo. • Comunique a Coordenação Intra-hospitalar de Doação de Órgãos ou a Central de Notificação e Captação de Órgãos regional quando do início do processo (potencial morte encefálica). • Avalie a logística da sua instituição para definir o melhor momento do exame complementar e do exame com o médico neurologista. O exame complementar pode ser realizado entre os dois testes clínicos, na melhor conveniência da instituição. • Estabelecida a morte encefálica, a evolução com instabilidade hemodinâmica, hipotermia e distúrbios hidro-eletrolíticos é a regra. • Para pacientes candidatos a doação de pulmão (<55 anos, PaO2/FiO2 >300) ou pacientes com necessidade FiO2 elevada, considerar realização do teste de apneia com CPAP de 10 cmH2O. • Mantenha sempre um canal de comunicação aberto com a família. Planeje para que estes possam ter acesso a seu familiar e aos profissionais da UTI durante o processo. • Finalizado o processo diagnóstico, comunique o resultado objetivamente para os familiares, sendo categórico em relação ao diagnóstico de morte. • A entrevista familiar para doação deve ser realizada a seguir, por profissional experiente e capacitado para este procedimento. • Determine o óbito pelo horário do último exame realizado. fálica no nosso país. É de fundamental importância o conhecimento desta, pelas pessoas envolvidas no atendimento de pacientes críticos. Os cuidados dos pacientes após implantação de órgãos sólidos são essencialmente realizados em unidades de cuidados críticos, com a participação de equipes multidisciplinares. A evolução para parada cardíaca é responsável pela perda de 20% a 30% dos potenciais doadores. A manutenção hemodinâmica do doador objetiva manter a viabilidade dos órgãos. Uma abordagem com metas a serem atingidas é recomendada. No quadro a seguir estão alguns destes cuidados. Monitorização hemodinâmica: PVC e PAM. A medida do débito cardíaco pode ser considerada se FE<40% ou uso de altas doses vasopressores. • Objetivos: o FC 60 – 120 bpm o PAM: 70 mmHg o PVC: 6-10 mmHg o Diurese: 1 ml/Kg/h adultos – 2 ml/Kg/h crianças o Swan Ganz: POAP 8-12 mmHg, IC >2,4 l/min-m². o Temperatura > 35 o pH 7,35 – 7,45, pO2 90-100, pCO2 35-45 mmHg o Sódio <150 mEq/l o Glicemia 80-150 mg/dl o Hb > 7 A hipovolemia é a principal causa da hipotensão nesses pacientes e está relacionada à reposição volêmica insu- 17 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • P O N TO C R Í T I C O • ficiente, sangramento persistente, diurese osmótica (uso prévio manitol ou hiperglicemia), diurese do frio e diabete insipidus. Além da hipovolemia absoluta, a vasodilatação extrema que está presente após a instalação da morte encefálica leva a um quadro de hipovolemia relativa. A reposição com fluídos é habitualmente a medida a ser iniciada rapidamente, usualmente com cristalólides (Ringer Lactato, solução salina 0,9% ou 0,45%). Se persistir a hipotensão após a reposição volêmica adequada, é indicado o início de drogas vasoativas. Não há preferência pelo uso específico de um vasopressor, podendo-se utilizar noradrenalina, dopamina ou vasopressina. O uso de corticóide é recomendado em pacientes com instabilidade hemodinâmica (hidrocortisona 10mg/hora), e também para diminuir a resposta inflamatória e melhorar a função dos enxertos, principalmente do pulmão (metilprednisolona 15mg/Kg em bolus). Arritmias cardíacas são frequentes durante a manutenção dos doadores e podem ser refratárias ao tratamento. As taquicardias ventriculares são geralmente tratadas com amiodarona ou lidocaína. No tratamento das bradiarritmias prefere-se o uso de adrenalina ou isoproterenol, já que a atropina não é efetiva devido à denervação vagal. O manejo respiratório pode ser complicado por edema pulmonar neu- rogênico, contusão pulmonar, atelectasias ou infecção. As estratégias ventilatórias são semelhantes às utilizadas no tratamento de pacientes com SDRA. Se o paciente estiver tratando alguma infecção, o(s) antimicrobiano(s) deve(m) ser mantido(s) e continuado(s) no(s) receptor(es), pelo período programado O uso de antimicrobianos nas demais situações, deve obedecer às orientações de tratamento e profilaxia aplicáveis ao demais doentes críticos. As alterações metabólicas devem ser tratadas agressivamente. A redução do hormônio anti-diurético pela necrose hipofisária, leva ao diabetes insipidus, e o volume de diurese pode ser superior a 500ml/h, produzindo hipernatremia. O fármaco de escolha para esta situação é a desmopressina (DDAVP), na dose de 2 a 4 microgramas endovenosa. A dose pode ser repetida conforme a necessidade, para se atingir diurese abaixo de 300ml/hora, a cada 12-24h. A infusão de vasopressina, que também age sobre receptores V2, pode melhorar a diabete insipidus, mas frequentemente é necessária a associação de desmopressina. A solução parenteral de manutenção deve corresponder ao volume e características das perdas urinárias (hipoosmolar). A hiperglicemia deve ser tratada com insulinoterapia endovenosa contínua para manter a glicemia em torno de 150 mg/dl. A hiperglicemia é deletéria para os órgãos, principalmente para os enxertos pancreáticos. O cuidado do doador de múltiplos órgãos deve ser feito por uma equipe multidisciplinar e comprometida com o processo, sob coordenação do médico intensivista. É um passo importante para a melhora da quantidade e qualidade dos órgãos captados e para o sucesso dos transplantes. Bibliografia 1. Wijdicks EF, The Diagnosis of Brain Death. New Eng J Med 2001 2. Escudero D, Recomendación sobre Mantenimiento del Donante Multiorgánico. Red/Consejo Iberoamericano de Donación y Trasplantes. 2009 3. Dictus C, Vienenkoetter B, Esmaeilzadeh M, Unterberg A, Ahmadi R. Critical care management of potential organ donors: our current standard. Clinical Transplantation 2009. Comitê de Transplantes e Doação de Órgãos – AMIB Autores: Dr. Cristiano Augusto Franke, Dr. Joel de Andrade, Dra.Tatiana Helena Rech e Dr. Luiz Antonio da Costa Sardinha PONTO CRÍTICO é desenvolvido pelos comitês não-científicos ou departamentos da AMIB para discutir questões pertinentes à prática da medicina intensiva 18 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • Di r e t o r ia • Nova gestão conta com a participação da gestão anterior U ma das novidades da administração da gestão 2010-2011 é que contará também com a participação e apoio total da gestão que teve à frente como presidente o Dr. Álvaro Réa-Neto e com a equipe do presidente futuro, Dr. José Mário Teles. Logo após a posse do Dr. Ederlon Rezende, os integrantes da nova diretoria já começaram os seus trabalhos. A primeira reunião da Diretoria Ampliada aconteceu nos dias 29 e 30 de janeiro, no Novotel Jaraguá, em São Paulo, e teve como objetivo apresentar um breve status de como estão os trabalhos para já serem traçadas as estratégias futuras. O encontro foi aberto pelo Dr. Fernando Osni Machado, diretor secretário geral, que reforçou o posicionamento da nova gestão para cumprir as dez propostas definidas pela chapa “AMIB para o Futuro” durante o processo eleitoral. O Dr. José Mário Teles, Presidente Futuro, que junto com sua equipe também participará da nova administração, apresentou os temas pendentes da Comissão de Defesa Profissional e reforçou a necessidade da continuidade das ações iniciadas que visam recomendações de permanência de profissionais de outras especialidades que não-médicas nas Unidades de Terapia Intensiva, a qualidade de vida de todos os profissionais que atuam nas UTIs, bem como a valorização em honorários, principalmente para os médicos intensivistas, pois é preciso criar incentivos para despertar o interesse maior pela especialidade. A editora científica da RBTI, Dra. Flávia Machado, trouxe uma boa notícia. Informou a todos que a publicação foi submetida ao Medline, um dos mais importantes bancos de dados de referência mundial da comunidade científica da Medicina Intensiva. “Essa foi a última meta atingida pela gestão 2008-2009. O resultado do parecer de indexação do periódico acontecerá até o começo de 2011, isso porque os próximos quatro exempla- res de 2010 também serão avaliados. Por isso, precisamos do empenho de todos para uma resposta positiva”, disse. Sobre o Censo da AMIB, que teve sua segunda fase finalizada em 2009, o Dr. Fernando Osni falou sobre a necessidade de se fomentar as informações, mas também de se entender o conteúdo apurado. Outro enfoque dado ao Censo foi para a necessidade de se fazer novos investimentos neste projeto, bem como a importância da sociedade investir no desenvolvimento de seu banco de dados, de forma a facilitar a geração de informações relacionadas à gestão. Sobre a Campanha Orgulho de Ser Intensivista, que ocupou significativo espaço na mídia em 2009, o Dr. Ederlon Rezende chamou atenção para a necessidade de se desenvolver uma nova frente de atuação com foco na Segurança do Paciente em todo país. ORGANOGRAMA AMIB 2010/2011 Diretoria Executiva Ederlon Rezende (SP) Presidente Werther Brunow de Carvalho (SP) Vice-Presidente Gestão e Qualidade José Eduardo Couto de Castro (RJ) Graduação/Ligami Gerson Luiz de Macedo (RJ) Cursos e Educação Continuada Alexandre Marini Ísola (SP) Divisão Científica Choque e Monitorização Hemodinâmica Nelson Akamine (SP) Cirurgia de Alto Risco Suzana Margareth Ajeje Lobo (SP) Fernando Machado (SC) Secretário Geral Título de Especialista Ciro Leite Mendes (PB) Alberto Barros (PE) Tesoureiro Coronariopatias e Emergências Cardiovasculares José Marconi Sousa (SP) Departamentos Fernando Dias (RS) Diretor Executivo Fundo AMIB Enfermagem Renata Andréa Pietro Pereira Viana (SP) Emergência e Trauma Anselmo Dornas Moura (MG) José Mário Telles (BA) Presidente-Futuro Fisioterapia Marta Paulete Damasceno (SP) Álvaro Réa-Neto (PR) Presidente-Passado Assessorias Coordenação Nacional de Câmaras Técnicas Jefferson Pedro Piva (RS) Psicologia Raquel Pusch de Souza (PR) Fonoaudiologia Simone Barbosa Romero (SP) Medicina Veterinária Rodrigo Cardoso Rabelo (MG) Fundo Amib Relações Institucionais e Internacionais Álvaro Réa-Neto (PR) Divisão de Publicações CBMI Ciro Mendes (PB) Validação Título de Especialista Renato Giuseppe Giovanni Terzi (SP) JAMIB Bruno Mazza (SP) Comissões Defesa do Exercício Profissional Hélio dos Santos Queiroz Filho (BA) Ética Profissional Fábio Miranda (RJ) Formação do Intensivista Suzana Margareth Ajeje Lobo (SP) PROAMI Fernando Dias (RS) e Fernando Botoni (MG) PROTIPED Werther Brunow de Carvalho (SP) e Jefferson Pedro Piva (RS) Questões Comentadas Cláudio Piras RBTI Flávia Machado (SP) Divisão de Pesquisa Marcelo Garcia da Rocha (RS) Hemostasia, Trombose e Transfusão Rubens Carmo Costa Filho (RJ) Infecção Juan Carlos Rosso Verdeal (RJ) Medicina intensiva Neonatal Renato Soibelmann Procianoy (RS) Medicina intensiva Pediátrica Marcus Angelus Jannuzzi de Oliveira (MG) Nefrointensivismo Edson Marques Filho (BA) Neurointensivismo Álvaro Réa-Neto (PR) Pós-Operatório de Cirurgia Cardiovascular Filomena Regina Barbosa Gomes Galas (SP) SEPSE Eliezer Silva (SP) Terapia Nutricional Sergio Henrique Loss (RS) Terminalidade da Vida e Cuidados Paliativos Rachel Moritz (SC) Transplante e Doação de Órgãos Cristiano Augusto Franke (RS) Ventilação Mecânica Carmem Silvia Valente Barbas (SP) 19 Jornal da AMIB - Nº 54 - Jan/Fev/Mar 2010 • A G E N DE - SE • Confira os principais eventos de medicina intensiva Cursos Local Data Informações Local Data Informações São Paulo (SP) 7 e 8 de mai/2010 www.amib.org.br SEPSE Rio de Janeiro (RJ) 04 e 05 de junho de 2010 www.amib.org.br TENUTI Teresina (PI) 7 e 8 de mai/2010 www.amib.org.br SEPSE Curitiba (PR) 11 e 12 de junho de 2010 www.amib.org.br TENUTI Curitiba (PR) 14 e 15 de maio de 2010 www.amib.org.br HEMODINÂMICA Vassouras (RJ) 11 e 12 de junho de 2010 www.amib.org.br CITIN Fortaleza (CE) 14 e 15 de maio de 2010 www.amib.org.br SEPSE Goiânia (GO) 18 e 19 de junho de 2010 www.amib.org.br SEPSE Belém (PA) 22 e 23 de maio de 2010 www.amib.org.br VENUTI Campinas (SP) 18 e 19 de junho de 2010 www.amib.org.br TENUTI Rio de Janeiro (RJ) 21 e 22 de maio de 2010 www.amib.org.br CITIN Belo Horizonte (MG) 19 e 20 de junho de 2010 www.amib.org.br FCCS Curitiba (PR) 22 e 23 de maio de 2010 www.amib.org.br FCCS São Paulo (SP) 12 e 13 de junho de 2010 www.amib.org.br FCCS São Paulo (SP) 29 e 30 de maio de 2010 www.amib.org.br FCCS São Paulo (SP) 26 e 27 de junho de 2010 www.amib.org.br TENUTI Campinas (SP) 28 e 29 de maio de 2010 www.amib.org.br CITIN Pelotas (RS) 25 e 26 de junho de 2010 www.amib.org.br Rio de Janeiro (RJ) 29 e 30 de maio de 2010 www.amib.org.br CITIN Porto Velho (RO) 30 e 31 de junho de 2010 www.amib.org.br Brasília (DF) 04 e 05 de junho de 2010 www.amib.org.br CITIN CITIN TENUTI Cursos Congressos e Palestras Local Data Informações XXXI Congresso da SOCESP São Paulo (SP) 29 abr a 1 de mai/2010 www.socesp.org.br New Orleans – Louisiana (EUA) 14 a 19 de mai/2010 www.thoracic.org Singapura 9 a 12 de jun/2010 www.icem2010.org/ Oregon – EUA 12 a 15 jun/2010 www.shocksociety.org/shock2010 Pequim – China 16 a 19 jun/2010 www.world-heart-federation.org/congress-and-events/wcc2010 American Thoracic Society International Conference 13 th International Conference on Emergency Medicine XXXIII Annual Conference on Shock XXXI Congresso Mundial de Cardiologia Para outros cursos e eventos, acesse www.amib.org.br Conheça a linha de ventiladores mecânicos Covidien. 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