gestão ambiental

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GESTÃO AMBIENTAL
Professor José Marcos Gryschek
TRANSGÊNICOS COMO CATALIZADORES DA SUSTENTABILIDADE
Slide 1: Biotecnologia moderna
A biotecnologia moderna tem avançado muito rapidamente através da técnica do DNA recombinante e um
dos temas de maior destaque são os organismos geneticamente modificados (OGMs), despertando
esperanças e medos na sociedade mundial.
Organismos geneticamente modificados (OGM) são plantas ou animais que receberam, por meio da
engenharia genética, DNA de bactérias, vírus, outras plantas ou animais. O processo de modificação de
organismos inicia com a escolha da característica desejada do genótipo doador que será inserida no
genótipo da cultivar comercial, onde somente a característica selecionada é transferida, conferindo ao
cultivar comercial características como resistência à herbicidas, à insetos, à doenças, alteração do
amadurecimento, qualidade nutricional e outros.
O melhoramento genético clássico manipula o genoma, que é o conjunto de genes de uma determinada
espécie presente em cada indivíduo, e podem ser realizados através de técnicas como cruzamento,
polinização artificial, polinização por manipulação humana, indução por mutação, dentre outras.
A transgênese surge como uma técnica de melhoramento, cuja principal característica é a possibilidade de
manipulação de um único gene, fora da célula, e posterior reintrodução em outras células.
É notório que a raça humana, para sua perpetuação, necessita se expandir e essa expansão consome
grandes extensões de terra, tanto na ocupação para domicílio ou atividades comerciais, quanto, e
principalmente, para áreas de exploração agrícola e criações de animais de corte e/ou seus derivados,
ambas extremamente importantes para o sustento da sociedade moderna.
Para minimizar esse processo de exaurimento dos recursos naturais disponíveis, a biotecnologia tem dado
sua parcela de colaboração desenvolvendo técnicas de modificação genética de organismos vegetais e
animais, possibilitando maiores safras, menores áreas de plantio, aperfeiçoamento de determinadas
características das mais diversas plantas, conferindo a estas melhores condições genéticas de
desenvolvimento.
Os vegetais transgênicos podem ser classificados em três gerações, segundo a ordem cronológica de
aparecimento das culturas e a característica apresentada por cada geração.
Slide 2: Primeira Geração
A Primeira Geração estão reunidas as plantas geneticamente modificadas com características agronômicas
resistentes a herbicida, a pestes e a vírus. Formam o primeiro grupo de plantas modificadas. Foram
disseminadas nos campos na década de 80 e até hoje compõem o grupo de sementes GMs mais
comercializadas no mundo.
Slide 3: Segunda Geração
Nesse grupo estão incluídas as plantas cujas características nutricionais foram melhoradas tanto
quantitativamente como qualitativamente. Compreende um grupo de plantas pouco difundido no mundo,
porém, os campos experimentais já são significativos.
Slide 4: Terceira Geração
Representado por um grupo de plantas destinadas à síntese de produtos especiais, como vacinas,
hormônios, anticorpos e plásticos. Estes vegetais estão em fase de experimentação e brevemente estarão
no mercado.
Slide 5: Caso
Aumento expressivo no crescimento populacional
Necessidade de maior produção para suprir o crescimento
Limitacao dos recursos naturais tais como fertilizantes, combustíveis fosseis, solo e agua
Transgenicos e sustentabilidade
- prolongar a disponibilidade de recursos naturais : solo, agua, fertilizantes
áreas menores , maior disponibilidade para áreas verdes
diminuição no uso de fertilizantes minerais e defensivos
consequente diminuição na contaminação da agua
menor demanda por agua
Possibilidade de medicamentos mais baratos
Tratamentos via alimentação
Dimuicao de custos públicos com saude
Slide 6: Vantagens
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Aumento da produtividade das colheitas - a análise de alguns casos mostra que os OGMs
produzem mais que os convencionais. Um caso interessante a ser destacado é foi o trabalho
desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), foi introduzido no
feijão um gene do vírus responsável pelas viroses que prejudicavam, a lavoura levando a uma
redução de 40% a 60% da produção. Dessa forma, pode-se obter até 100% da produção,
dependendo do período do cultivo em que ocorre a infestação.
Tolerância das plantas a condições adversas de solo e clima - O estresse provocado por défcit
hídrico, alta concentração salina nos solos e baixas temperaturas vem sendo alvo de diversos
estudos. Determinados genes foram introduzidos em plantas de soja e de trigo com a finalidade de
obter maior tolerância ao défcit hídrico. Uma pesquisa da Universidade Federal de Viçosa (MG)
mostrou que a expressão de um gene isolado da soja, em plantas transgênicas de fumo, foi capaz
de conferir tolerância à falta de irrigação por até quatro semanas. O mesmo gene agora está sendo
testado em leguminosas como soja, feijão. Isto pode constituir uma alternativa para o
desenvolvimento da região Nordeste do Brasil.
Aumenta a produção de fármacos - A produção de fármacos em plantas e animais geneticamente
modificados desponta como um campo imenso de fertilidade. “Nos Estados Unidos, existem no
mercado ou em fase final de teste mais de 300 fármacos produzidos com o uso da engenharia
genética. A grande maioria tem sido produzido em bactérias, leveduras ou células animais”
(ARAGÃO, 2004, p.35). O objetivo principal da pesquisa é reduzir os custos da produção e aumentar
a segurança do consumidor. A EMBRAPA analisa a síntese de proteínas de interesse farmacológico
como o hormônio do crescimento humano, insulina, interferon-beta e o fator aintihemolítico
(usados no tratamento da leucemia) dentre outros anticorpos produzidos por bactérias, sementes
de leguminosas ou em animais usados como biorreatores.
GESTÃO AMBIENTAL
Professor José Marcos Gryschek
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Aumento do potencial nutricional dos alimentos - A engenharia genética tem se preocupado com
a questão da desnutrição no planeta. Dessa forma, tem modificado plantas para produzirem uma
maior concentração de vitaminas (A, C e E) e aminoácidos essenciais, da mesma forma que retira
fatores como o myo-inosito hexakisfosfato que retira importantes elementos para a nutrição como
o cálcio, ferro e fósforo.
Alta resistência as pragas - As pesquisas tem mostrado uma evolução significativa nesse campo. As
principais estratégias buscam a produção de proteínas hidrolíticas, proteínas dos patógenos,
proteínas antimicrobianas, cuja finalidade é aumentar a resistência de animais e vegetais (banana,
soja e alface) à ação de pragas que infestam as lavouras e os animais de corte.
Redução do uso de agrotóxicos - O Brasil está entre os três maiores consumidores de agrotóxicos
do mundo. A medida que se produz plantas mais resistentes a ação de pragas como insetos,
formigas, fungos e vírus, ocorre uma redução natural na utilização de agrotóxicos para fazer a
defesa da lavoura.
Síntese de plásticos e outros materiais - já se discute a possibilidade de se produzir plásticos
biodegradáveis a partir de polímeros de soja e fibra de cana-de-açúcar, tendo a participação de
bactérias geneticamente modificadas.
Slide 7: Desvantagens
 Geração de novas pragas e plantas daninhas - a modificação das plantas poderá levar ao
surgimento de novas pragas uma vez que a nova planta passará a produzir substâncias nutritivas
diferentes que levarão ao aparecimento de novos parasitas antes não existentes. Do mesmo modo,
determinados genes podem passar através do pólen de uma transgênica para uma
filogeneticamente relacionada, resultado numa espécie nociva ao meio ambiente. Um caso já
conhecido ocorreu em 1996, quando os escoceses constataram que o pólen da uma variedade de
canola transgênica poderia ser achado em um raio de dois quilômetros. A canola (Brasica napus) é
parente de uma erva daninha, a Brasica campestris, e as duas espécies cruzam com certa facilidade.
 Danos a espécies não-alvos- através do transporte do pólen pelo vento, água, insetos, aves, poderá
ocorrer a contaminação de plantações não transgênicas (nativas) com os genes das modificadas,
levando a uma chamada poluição genética. No México, DNAs do milho transgênico foi encontrado
nas plantações, mesmo com a proibição desses produtos no país de origem desse cereal.
 Alteração da dinâmica dos ecossistemas- a introdução de uma nova espécie em um meio e as
monoculturas podem levar ao desaparecimento de outras espécies da cadeia alimentar que
utilizavam o meio natural para a alimentação e reprodução.
 Produção de substâncias tóxicas- isto pode ocorrer após a degradação incompleta de produtos
químicos perigosos codificados pelos genes modificados.
 Perda da biodiversidade- a manipulação de genes poderá propiciar o aparecimento de novas
espécies melhores adaptadas ao meio ambiente. Isto poderá levar ao desaparecimento de espécies
mais frágeis em relação à adaptação ao meio ambiente, através de uma seleção “natural”.
 Oligopolização internacional do mercado de sementes- trata-se de um risco econômico decorrente
desse tipo de tecnologia.
Slide 8: Princípios
É importante considerar, quando se trata de OGM e seus derivados, alguns princípios que norteiam o
ordenamento jurídico, tais como: o princípio da precaução e o princípio da prevenção.
O princípio da precaução, no que se refere aos Organismos Geneticamente Modificados - OGM, surge
como um mecanismo de proteção quando, de uma avaliação científica, forem apontados motivos
razoáveis sobre um possível efeito perigoso para o ambiente e para a saúde das pessoas e dos animais,
incompatíveis com os padrões de proteção que se buscam garantir. Pode-se apontar, nesse principio, dois
pressupostos: a possibilidade de que condutas humanas causem danos coletivos ao seres vivos e a falta de
evidencia cientifica, ou incerteza, a respeito da existência do possível dano.O próprio conceito de
sustentabilidade pressupõe a premissa de que deve haver uma coexistência equilibrada de inúmeros
fatores, em comunhão de esforços, de preferência da maior parte da sociedade, tendo, por exemplo,
fatores científicos, sociais, éticos equalizados e respeitados.
A Declaração do Rio, no que se refere ao Princípio da Precaução, consagrou tal orientação no Princípio 15:
“Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente observado
pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis,
a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas
economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental” (grifo nosso).
O Principio da Prevenção determina que, em vez de contabilizar os danos e tentar repará-los, tente-se
sobretudo evitar suas ocorrências, eliminando os possíveis impactos danosos antes mesmo do
estabelecimento de um nexo causal com evidencia cientifica absoluta.
Slide 9: Biossegurança, Biotecnologia e Sustentabilidade
O tema em análise não pode ser apreciado sem que sejam pormenorizados, pelo menos, três pilares
centrais, quais sejam: OGMs (organismos geneticamente modificados), Biossegurança e Sustentabilidade.
Uma vez que para que exista a almejada sustentabilidade, é necessária uma coexistência real e equilibrada
entre os OGMs e a Biossegurança.
Biossegurança: as atividades envolvendo organismos geneticamente modificados (OGM) e seus derivados
são reguladas pelas normas estabelecidas na legislação brasileira de biossegurança. A biossegurança tem
por objeto estabelecer mecanismos de proteção para a utilização da biotecnologia moderna, no que tange
experimentos laboratoriais, como os testes de campo que possam implicar impactos ambientais favoráveis
ou não, e com possíveis implicações para a saúde humana.
Biotecnologia: Apesar de configurar um assunto extremamente complexo, os OGM’s apresentam boas
perspectivas de, num futuro próximo, ter sua aplicação perfeitamente regulamentada no sentido de
nortear o rumo das pesquisas para maior geração de alimentos, tendo por princípios os valores morais e
éticos da sociedade, bem como prezar pela proteção e perpetuação da raça humana e meio ambiente.
Sustentabilidade: Em sustentabilidade, imagina-se que a exploração dos recursos naturais vitais para
manutenção da vida na terra deva ser feita da melhor forma possível, não apenas no sentido de exaurir
seus recursos, mas também no intuito de encontrar formas viáveis de prolongar a disponibilidade destes
recursos, tanto de ordem vegetal como animal.
Slide 10: Biossegurança, Biotecnologia e Sustentabilidade
No momento em que as duas áreas, biotecnologia e biossegurança conseguirem andar na mesma
frequência, agindo em conjunto de esforços, visando um benefício real e sustentável para a humanidade,
neste momento, estaríamos dando um grande passo no caminho da obtenção de uma sociedade de
consumo sustentável, preservando-se o direito das futuras gerações em poder ter condições favoráveis de
subsistência.
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