RAQUIANESTESIA PARA CESARIANA EM PACIENTE COM

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TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA
A
RAQUIANESTESIA PARA CESARIANA EM PACIENTE COM SÍNDROME HELLP. RELATO DE CASO
Claudia S Gutierrez*, Sheila B Machado, Vanessa R Balle, Florentino F Mendes
Complexo Hospitalar Santa Casa de Porto Alegre, RS
Cel. Orlando Pacheco, 96 - Partenon - 91440-050, Porto Alegre-RS
Introdução - O bloqueio peridural e a raquianestesia têm sido as técnicas de escolha em anestesia para cesariana. Nas pacientes com síndrome HELLP, em vista das alterações na coagulação, torna-se controversa a utilização de anestesia regional. O objetivo deste relato é apresentar um caso de raquianestesia em paciente com síndrome HELLP submetida à cesariana. Relato
do Caso - Paciente negra, 17 anos, 57 kg, 155 cm, estado físico ASA II, asmática, ex- tabagista, apresentando quadro de
HELLP, candidata à interrupção da gestação por via alta. Exames pré-operatórios: hematócrito: 34,2%, hemoglobina: 12,0
mg/dl, plaquetas: 75000, TP:114%, TTP:41,3/35 Segundos, TGO:209 mg/dl, bilirrubina total:0,9/ bilirrubina direta: 0,2 mg/dl.
Paciente apresentava-se com PA: 140 / 85 mmHg, FC: 105 bpm, SpO2 : 100% em ar ambiente, com tosse produtiva, em tratamento para infecção respiratória com antibioticoterapia. Realizada raquianestesia com agulha Whitacre 27G, nível L 3 -L4 , bupivacaína hiperbárica (12,5 mg) e morfina (0,1 mg). A paciente manteve-se estável hemodinamicamente durante o procedimento. Obteve alta da sala de recuperação pós-anestésica de acordo com a escala de Aldrette-Kroulick. Discussão - O caso ilustra
a possibilidade de utilização da raquianestesia em gestante com síndrome HELLP, quando avaliados os riscos e benefícios da
técnica empregada em conjunto com a clínica apresentada pela paciente. Referências - 01. Hart E, Coley S - The diagnosis and
management of pre-eclampsia. Br J Anesth, 2003;3:38-42.
B
ANESTESIA PARA PARTO EM GESTANTES CHAGÁSICAS - REVISÃO DE 118 CASOS
Pedro A Ishizuka, Américo M Yamashita, Daniel Born, Marilda Ferraz
Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina
Rua Napoleão de Barros 715 4º andar - CEP 04024-900 - São Paulo - SP
Justificativa e Objetivos - Desde 1976 a doença cardíaca é a principal causa não obstétrica de morte materna. No Brasil, a incidência de cardiopatia na gravidez é de 4,2% (8 vezes maior que as estatísticas internacionais), das quais 2% a 16,4% são chagásicas. O objetivo é avaliar a experiência acumulada de 1981 a 1997 no parto em gestantes chagásicas, baseadas nas condutas
padronizadas pela Disciplina de Anestesiologia, Dor e Terapia Intensiva da UNIFESP - EPM. Método - Foram levantados os
prontuários de 118 gestantes com cardiopatia chagásica. Foram pesquisados: tipo de parto, tipo de anestesia, tipo funcional
(TF) no terceiro trimestre de gestação, tipo de cardiopatia chagásica, local da recuperação pós-anestésica, complicações e em
relação ao RN: peso ao nascer, Apgar e idade gestacional. Resultados - Noventa e oito casos foram efetivamente analisados.
62 (66,3%) evoluíram para parto vaginal, sendo 44 (44,9%) partos sem fórcipes, 18 (18,4%) com fórcipes e em 36 (36,7%) foi indicado o parto cesáreo. Entre as 62 que evoluíram para parto vaginal, 23 (42,6%) receberam raquianestesia, 16 (29,6%) anestesia peridural, 8 (14,8%) anestesia local, 1 (1,8%) sedação, 6 (11,1%) não receberam anestesia e 8 sem registro. Das 36 pacientes submetidas à cesariana, 22 (64,7%) receberam anestesia peridural, 9 (26,5%) raquianestesia, 3 (8,8%) geral e 2 sem registro. Apenas 3 (2 TFIV e 1 TFIII) pacientes foram encaminhadas para a UTI sendo que somente uma (TFIV) foi submetida à cesariana sob anestesia geral, evoluindo no 1o PO com arritmia grave e óbito. Entre os 26 RN que apresentaram baixo índice de Apgar
no 1º minuto, 11 (42%) nasceram de parto cesárea, 8 (31%) de fórcipes e 7 (27%) parto normal. Conclusões - As parturientes
com cardiopatia chagásica tiveram evolução semelhante à população de gestantes cardiopatas em geral. De uma forma geral,
as pacientes chagásicas com distúrbios de condução com satisfatória contratilidade miocárdica são as que tiveram melhor evolução, sendo candidatas à anestesia regional (peridural contínua ou dublo bloqueio). As pacientes com miocardiopatia grave
têm indicação de anestesia geral venosa, com monitorização invasiva, quando submetidas à cesariana. Aanestesia não esteve
associada a complicações maternas e fetais graves. Referências - 01. Rush RW, Verjans M, Spracklen FH - Incidence of heart
disease in pregnancy. A study done at peninsule Maternity Services Hospitals. S Afr Med J, 1979;55:808-810.
CBA 094
Revista Brasileira de Anestesiologia
Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004
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