CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DE SERRAPILHEIRA DE SOLOS SOB VEGETAÇÃO DE CERRADO, MATA, PINUS E EUCALIPTO Dalcimar Regina Batista Wangen1; Alfredo Castilhano Neto2; Giulia Faria Shimamoto3; Ivaniele Nahas Duarte4 e Risely Ferraz de Almeida4 1.Professora Doutora da Fundação Educacional de Ituiutuba, Caixa Posta 131, Ituiutaba, MG - Brasil ([email protected]) 2. Graduando em Agronomia na Fundação Educacional de Ituiutaba 3. Graduanda em Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Uberlândia, Caixa Postal 593, Uberlândia, MG – Brasil. 4. Pós-Graduandas em Agronomia na Universidade Federal de Uberlândia Recebido em: 30/09/2013 – Aprovado em: 08/11/2013 – Publicado em: 01/12/2013 RESUMO O estudo da serrapilheira é importante para a compreensão do funcionamento dos sistemas florestais. Neste contexto, o presente trabalho objetivou determinar os teores de carbono orgânico total (COT), macro e micronutrientes em serrapilheiras de solos sob vegetação de cerrado, mata, pinus e eucalipto. Para tanto, selecionaram-se quatro áreas: uma cultivada com pinus e outra com eucalipto, uma com vegetação natural de cerrado e outra com mata nativa, situadas na região do Triângulo Mineiro, MG. Coletaram-se cinco amostras de serrapilheira em cada área, para determinação dos teores de COT, macro e micronutrientes totais. Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas entre si pelo teste de Tukey a 0,05% de significância. Constatou-se que o teor de COT variou entre (28,87-39,32 dag kg-1) e foi significativamente menor na serrapilheira de mata. Os teores de macronutrientes (g kg-1) variaram entre: N (9,98-10,10), P (0,52-0,68), K (0,30-0,90), S (11,56-17,84), Ca (2,24-8,76) e Mg (0,36-1,88). Somente teores de Ca e Mg diferiram significativamente entre as serrapilheiras, tendo sido superior na mata. Os teores de micronutrientes (mg kg-1) oscilaram entre: B (38,20-49,20), Cu (3,8-23,0), Fe (13.558,40-27.237,60), Mn (64,0-166,20) e Zn (12,60-37,60), porém somente os de Cu, Mn e Zn variaram significativamente, tendo sido superiores na serrapilheira da mata, sem diferir em relação à do eucalipto, cerrado e pinus, respectivamente. Em geral, os teores de nutrientes nas serrapilheiras apresentaram a seguinte ordem: S > N > Ca > Mg > P > K, e Fe > Mn > B > Zn > Cu. PALAVRAS-CHAVE: Liteira, nutrientes, macronutrientes, micronutrientes, carbono orgânico total, florestas, ciclagem de nutrientes, sequestro de carbono. CHEMICAL CHARACTERIZATION OF SOIL LEAF LITTER FROM CERRADO, FOREST, PINE AND EUCALYPTUS VEGETATION ABSTRACT Studying leaf litter is essential for understanding forest function. Thus, we quantified total organic carbon (TOC), macronutrients and micronutrients of soil leaf litter under ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p.618 2013 Cerrado, forest, pine and eucalyptus vegetation. Therefore, four areas were selected in the Triângulo Mineiro region of Minas Gerais, Brazil. The areas were vegetated with: (1) pine plantation, (2) eucalyptus plantation, (3) native Cerrado vegetation and (4) native forest. Five leaf-litter samples were collected from each area and used to determine TOC and total macro and micronutrients. The results were submitted to analysis of variance and averages were compared using Tukey’s test (p<0.05). We found that TOC varied from 28.87 to 39.32 dag kg-1. Macronutrient levels ranged from (g kg-1): N (9.98 to 10.10), P (0.52 to 0.68), K (0.30 to 0.90), S (11.56 to 17.84), Ca (2.24 to 8.76) and Mg (0.36 to 1.88). Only Ca and Mg levels differed significantly and were highest in forest litter. Micronutrient levels varied from (mg kg-1): B (38.2049.20), CU (3.8-23.0), Fe (13,558.40-27,237.60), Mn (64.0-166.20) and Zn (12.6037.60). Only Cu, Mn and Zn varied significantly and were highest in forest litter. Nevertheless, forest litter levels were not significantly different from those of eucalyptus, pine and Cerrado. Nutrient levels in the four types of litter were related as follows: S > N > Ca > Mg > P > K, and Fe > Mn > B > Zn > Cu. KEYWORDS: Litter, nutrients, macronutrients, micronutrients, total organic carbon, forests, nutrient cycle, carbon sequestration. INTRODUÇÃO Há novas e fortes evidências de que a maior parte do aquecimento global verificado nas últimas cinco décadas seja decorrente de atividades humanas (INTERGOVERNMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE - IPCC, 2001), muitas das quais têm contribuído para o aumento crescente dos teores CO2 na atmosfera (um dos mais importantes gases responsáveis pelo aquecimento global). O desmatamento figura entre as principais causas responsáveis pelo incremento do gás carbônico (CO2) atmosférico (FORSTER & RAMASWAMY, 2007). A Serrapilheira ou liteira é a camada superficial de solos sob florestas, constituída por resíduos vegetais como folhas, restos de ramos, cascas de árvores, raízes finas, excluindo as partes vivas, em diferentes estágios de decomposição (CURI et al., 1993; EMBRAPA, 2006). Constitui-se, portanto, numa importante fonte carbono (C) (BARBOSA & FARIA, 2006), e de nutrientes essenciais para as plantas (DICKOW et al., 2009). A deposição da serrapilheira na superfície do solo corresponde a uma das etapas fundamentais da ciclagem de nutrientes nos biomas (ALVES et al., 2006). Em ecossistemas florestais a ciclagem de nutrientes consiste em um dos processos mais importantes para a garantia de sua sustentabilidade, e conta com a produção e decomposição da serrapilheira como principal fator (DICKOW et al., 2009; ADUAN et al., 2003). À medida que a serrapilheira se decompõe seus constituintes passam a fazer parte dos horizontes subjacentes, por infiltração ou através de mecanismos físicos (BRADY, 1983). Os nutrientes mineralizados tornam-se disponíveis às plantas, o húmus produzido contribui substancialmente para o aumento da capacidade de troca catiônica (CTC), principalmente em solos com baixa saturação por bases, de baixa fertilidade, bem como para a sua estruturação, auxiliando na redução dos processos erosivos. Por outro lado, grande parte do C retorna à atmosfera, sob a forma de CO2. Enquanto não é decomposta, a serrapilheira constitui-se numa importante forma de sequestrar C no solo. Os ecossistemas e agroecossistemas florestais têm papel expressivo no sequestro de C atmosférico. Portanto, considera-se que a redução ou eliminação do desmatamento em alguns locais, bem como melhor gestão de florestas naturais e de reflorestamentos em outros, onde a taxa de desflorestamento seja mínima, estejam ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p.619 2013 entre as melhores alternativas para mitigação da emissão de CO2 (IPCC, 2001). Conforme ALVES et al., (2006), o estudo qualitativo e quantitativo da serrapilheira é de grande importância para a compreensão do funcionamento dos sistemas florestais, onde a ciclagem de nutrientes pode ser analisada através da compartimentalização da biomassa acumulada nos diferentes estratos e da quantificação das taxas de nutrientes que se movimentam entre seus compartimentos, através da produção da serrapilheira. Uma vez que os sistemas florestais apresentam diferentes produções de serrapilheira com composição distinta, a porcentagem de restituição dos constituintes desta ao solo (taxas de emissão de CO2 para a atmosfera) varia em função de fatores tais como, composição de espécies, densidade, local, idade do povoamento, época do ano e atividade dos microrganismos (HAAG, 1985 e FONSECA et al., 1993, citados por MELO & RESCK, 2002). A proporção de nutrientes disponibilizados pela serrapilheira depende da composição, bem como velocidade de decomposição da mesma, do regime pluviométrico, da temperatura, dos agentes decompositores e da qualidade do sítio (FERREIRA et al., 2001), a qual, por sua vez, está relacionada com sua produtividade (REISSMANN & WISNIEWSKI, 2000). Quando o processo de decomposição da serrapilheira se dá de forma lenta, os nutrientes podem permanecer retidos na serrapilheira (VALERI, 1988), o mesmo ocorrendo com o C. Para diversos tipos de florestas nativas em regiões tropicais úmidas, a estimativa é de que o tempo necessário para que a serrapilheira tenha 95% de sua massa decomposta varie de 0,4 a 13,6 anos (CUEVAS & MEDINA, 1988, citados por COUTEAUX et al., 1995). Para serrapilheira de pinus, esse tempo pode variar de menos de um até 629 anos, dependendo da região e do tipo de floresta (MELO & RESCK, 2002). Estes mesmos autores, ao estudarem a dinâmica de serrapilheira de pinus em Latossolo de Cerrado do Distrito Federal, constaram tempo médio de residência de 3,5 anos, indicativo de baixa taxa de decomposição, provavelmente devido à presença de resina nesse tipo de material. Objetivou-se determinar o teor de carbono e de nutrientes em serrapilheiras em solos sob vegetação natural de cerrado e mata e em solos cultivados com pinus e eucalipto. MATERIAL E MÉTODOS Para a condução do experimento foram selecionadas quatro áreas para estudo, uma cultivada com pinus tropical e outra com eucalipto, uma com vegetação natural de cerrado e a outra com vegetação de mata original, situadas na região do Triangulo Mineiro, MG (18º91´47,89´´S e 47º48´31,39´´O). Conforme classificação de Koppen, o clima na região de estudo é do tipo Aw – tropical de savana - inverno seco e verão chuvoso (EMBRAPA,1982). A amostragem da serrapilheira foi realizada no mês de abril de 2012, logo após o término do período chuvoso. Foram coletadas cinco amostras por área, em pontos amostrais alocados aleatoriamente dentro das áreas. Para delimitar cada ponto, utilizou-se um quadrante de madeira, com dimensões de 0,5 m x 0,5 m, perfazendo-se uma área de amostragem de 0,25 m2/ponto. A quantidade de serrapilheira coletada por ponto amostral variou conforme o tipo de vegetação, tendo sido, em média, de 0,16; 0,28; 0,49; e 0,68 kg de massa seca, respectivamente, nas áreas de pinus, cerrado, mata e eucalipto. As amostras foram secas em estufa com circulação forçada de ar, a 70ºC, até atingirem pesos constantes e, em seguida, foram analisadas (em duplicata) para ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p.620 2013 determinação dos teores de macro e micronutrientes (N, P, K, Ca, Mg, S e B, Fe, Cu, Mn, Zn). Para tanto, empregou-se a mesma metodologia utilizada para análises foliares de plantas, conforme EMBRAPA (2009). Os resultados foram submetidos à análise de variância, com o auxílio do Programa Estatístico Sisvar (FERREIRA, 2000), e as medias dos tratamentos comparadas entre si pelo teste de Tukey a 0,05% de significância. RESULTADOS E DISCUSSÂO Constatou-se menor teor de carbono orgânico total (COT) na serrapilheira de solo sob mata (28,87 dag kg-1), em relação à dos demais tipos de vegetação, cujos teores de COT não diferiram significativamente entre si (P<0,05), tendo variado entre 35,84- 39,32 dag kg-1 (Tabela 1). (BICALHO, 2010) constatou teores de COT em serrapilheira sob vegetação clímax de cerrado, em Minas Gerais, variando entre 31,29 e 38,90 dag kg-1, portanto, muito semelhantes àqueles constatados nesse estudo, para o mesmo tipo de vegetação (35,84 dag kg-1) (Tabela 1). Os teores de Ca e Mg totais foram mais altos na serrapilheira sob vegetação de mata, comparado às demais (Tabela 1), tendo sido o teor Ca (8,76 g kg-1) mais que o dobro daquele encontrado nas serrapilheiras sob os demais tipos de vegetação (2,24-3,44 g kg-1), enquanto que o de Mg foi mais que o dobro daquele constatado na serrapilheira sob cerrado (0,76 g kg-1), o qual foi de aproximadamente duas vezes a quantidade encontrada nas serrapilheiras sob eucalipto (0,36 g kg-1) e pinus (0,42 g kg-1). No entanto, os teores de N, P, K e S totais foram significativamente iguais (P<0,05) na serrapilheira sob os quatro tipos de vegetação estudada. TABELA 1. Teores de macronutrientes na serrapilheira de solos sob vegetação de cerrado, eucalipto, mata e pinus, em Minas Gerais, 2012. Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05). Conforme se constatou os teores totais de B e Fe não diferiram significativamente entre as quatro áreas. Porém, os teores totais de Cu, Mn e Zn apresentaram diferença significativa (P<0,05) (Tabela 2). ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p.621 2013 TABELA 2. Teores de micronutrientes na serrapilheira de solos sob vegetação de cerrado, eucalipto, mata e pinus, em Minas Gerais, 2012. Médias seguidas de letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (P < 0,05) O teor de Cu na serrapilheira sob mata (23 mg kg-1) foi mais que o dobro, em relação àqueles constatados nas serrapilheiras sob cerrado (11,0 mg kg-1) e eucalipto (11 mg kg-1), e cerca de seis vezes maior que aquele apresentado pela serrapilheira sob pinus (3,80 mg kg-1). O teor de Mn, por sua vez, foi superior na serrapilheira sob mata (166,20 mg kg-1), não tendo diferido significativamente daquele resultado constatado na serrapilheira sob cerrado (123,80 mg kg-1), o qual também não diferiu significativamente, em relação àqueles encontrados sob eucalipto (74,80 mg kg-1) e pinus (64,00 mg kg-1). As diferenças nos teores de nutrientes da serrapilheira sob vegetação de mata e as serrapilheiras sob os demais tipos de vegetação estudados, notadamente, o cerrado, pode ser devido, sobretudo, às variações nos fatores edáficos, o que influencia a composição florística, fitossociologia e produtividade desses ecossistemas (HARIDASAN, 2000). Segundo MORENO & SCHIAVINI (2001), o solo está entre os fatores determinantes da distribuição da vegetação. Os teores médios de macronutrientes na serrapilheira das quatro áreas, em ordem decrescente foram o S > N > Ca > Mg > P > K, e a de micronutrientes: Fe > Mn > B > Zn > Cu. BICALHO (2010), ao determinar os teores de macronutrientes em serrapilheira sob vegetação clímax de cerrado, em Minas Gerais, observou a seguinte ordem, em g kg-1: N (12,70 – 13,83) > Ca (5,11 - 7,93) > Mg (1,28 – 1,98) > S (0,89 – 1,73) > K (0,71 – 1,13) > P (0,58 – 0,93), distinto do verificado no presente estudo. Os teores de nutrientes na serrapilheira são influenciados entre outros fatores, pela composição florística e constituição da serrapilheira (ramos, folhas, frutos etc.), uma vez que o tipo e a quantidade de elementos acumulados variam com a espécie e parte da planta; e pela mobilidade dos elementos no floema, bem como a época de coleta da serrapilheira (estação seca ou chuvosa), pois alguns elementos são mais móveis no floema, translocando-se mais facilmente para partes jovens da planta, antes da senescência, ou são mais facilmente lixiviados após a senescência, em relação a outros menos móveis. VIEIRA et al. (2012) realizaram um estudo de quantificação de nutrientes em povoamento de eucalipto (Eucalyptus urograndis), na Serra do Sudeste - RS, e observaram a seguinte ordem decrescente de acúmulo para os macro e micronutrientes nas plantas: Ca > N > K > Mg > P > S e Mn > Fe > B > Zn > Cu. Ainda conforme constatação desses mesmos autores, as folhas apresentaram as ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p.622 2013 maiores concentrações de nutrientes, sendo superior às demais frações, com exceção ao Ca, Mg e B, que estão alocados em maiores quantidades nos galhos. CALDEIRA et al. (2007) e CALDEIRA et al. (2008) constataram a seguinte ordem de teores de micronutrientes em serrapilheira sob Floresta Ombrófila Mista Montana, no Paraná, Floresta Ombrófila Densa Submontana, em Blumenau SC, respectivamente: Fe > Mn > Zn > B > Cu. Esta sequência é bastante semelhante àquela observada no presente estudo. Os elevados teores de S encontrado na serrapilheira podem estar relacionados, em parte, ao fato de esse elemento ser retido com maior intensidade em folhas velhas, incorporado a esqueletos carbônicos (ALVAREZ et al., 2007). De forma semelhante, Ca e Mg tendem a se concentrar em tecidos mais velhos, visto que possuem baixa capacidade de redistribuição (PATHAR; PANDEY, 1976 e CALDEIRA et al., 2002, citados por LIMA et al., 2011). Os menores teores de K, em relação aos demais nutrientes, na serrapilheira podem estar relacionados à alta suscetibilidade desse elemento à lixiviação via lavagem de folhas e da serrapilheira, decorrente do fato de o mesmo não participar de compostos orgânicos, ocorrendo na forma solúvel ou adsorvido no suco celular (MARSCHNER, 1997; citado por CALDEIRA et al., 2008). É importante destacar que a amostragem da serrapilheira foi feita no mês de abril, logo após longo período de chuva, o que pode ter contribuído para a lixiviação de grande parte do K da vegetação, bem como da serrapilheira (CALDEIRA et al., 2008). Os mais elevados teores de Fe, em relação aos demais micronutrientes, na serrapilheira podem ser justificados, sobretudo, pelos maiores teores médios desse elemento nas folhas, em relação a outras partes da planta, como madeira, casca e galhos (CALDEIRA et al., 2007). Outra justificativa pode ser a presença de partículas de solo contendo altas concentrações desse elemento junto à serrapilheira (CALDEIRA et al., 2008). Também, os mais altos teores de Mn, inferiores somente ao Fe, podem ser devidos à sua imobilidade na planta, mesmo sob senescência (KIRKBY; RÖMHELD, 2007), bem como, segundo CALDEIRA et al. (2008) ao seu maior teor nas folhas de algumas espécies. No entanto o B foi o terceiro micronutriente mas encontrado em teor na serrapilheira. Esse fato pode estar relacionado à limitada mobilidade (CALDEIRA et al., 2007) ou mesmo imobilidade desse elemento no tecido vegetal (KIRKBY & RÖMHELD, 2007), o que pode contribuir para seu acúmulo nas folhas mais velhas. Por outro lado, o Zn, considerado de baixa mobilidade (KIRKBY & RÖMHELD, 2007), ocorreu em menores teores, em relação ao B. Embora o Cu seja considerado pouco móvel na planta, foi o micronutriente que ocorreu em mais baixas concentrações na serrapilheira (KIRKBY & RÖMHELD, 2007). É possível que o mesmo apresente maior mobilidade por ocasião da senescência, ou que ocorra em mais baixos teores nos compartimentos das plantas constituintes da serrapilheira. CONCLUSÕES A serrapilheira sob vegetação natural de mata apresentou os mais baixos teores de COT e mais altos teores totais de Ca, Mg, Mn, Zn e Cu, enquanto os teores de N, P, K, S, B e Fe não diferiram entre os quatro tipos de vegetação estudados. Os teores médios de macronutrientes na serrapilheira sob os quatro tipos de vegetação apresentaram a seguinte ordem decrescente: S > N > Ca > Mg > P > K, e os de micronutrientes: Fe > Mn > B > Zn > Cu. ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.9, n.17; p.623 2013 AGRADECIMENTOS À FAPEMIG, pela concessão da bolsa, e a Universidade Federal de Uberlândia e Fundação Carmelitana Mário Palmério, pelo auxílio financeiro. REFERÊNCIAS ADUAN, R. E.; VILELA, M. de F.; KLINK, C. A. Ciclagem de carbono em ecossistemas terrestres – O caso do Cerrado brasileiro. Planaltina: Embrapa Cerrados, 2003. 30 p. (Documentos 105). ALVAREZ V., V. H.; ROSCOE, R.; KURIHARA, C. H.; PEREIRA, N. F. Enxofre. In: NOVAIS et al. Ed. Fertilidade do Solo. 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