Prof. MSc. David Roza José [email protected] 1/16 Tensão Considere que uma área secionada está subdividida em pequenas áreas ΔA. Para desenvolver o conceito de tensão devemos adotar duas hipóteses: (1) O material é contínuo, isto é, possui continuidade ou distribuição uniforme de matéria sem vazios, em vez de ser composto por um número finito de moléculas ou átomos distintos. (2) O material é coeso, o que significa que todas as suas porções estão firmemente interligadas, sem trincas ou separações. Supomos que nesta área ΔA existe uma força resultante dos esforços internos do material, F. Esta resultante vetorial pode ser decomposta nas parcelas normal e tangenciais. À medida em que ΔA reduz, F também reduz. Porém num dado momento o quociente entre a força e a área ΔA atinge um limite finito, assintótico. Este quociente é denominado tensão, e descreve a intensidade da força interna sobre um plano específico que passa por um ponto. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 2/16 Tensão Prof. MSc. David Roza José [email protected] 3/16 Tensão Normal A intensidade da força que age perpendicularmente ao elemento diferencial de área é definida como tensão normal. Em relação à figura anterior: Se a força normal tracionar o elemento, ela é denominada tensão de tração. Caso contrário – se a força comprimir o elemento – ela é denominada de tensão de compressão. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 4/16 Tensão de Cisalhamento A intensidade da força que age tangente ao elemento diferencial de área é definida como tensão de cisalhamento. Em relação à figura anterior: Note os índices que são utilizados para definir a tensão. O primeiro índice refere-se a direção perpendicular à face; e o segundo índice refere-se à direção daquela tensão. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 5/16 Estado Geral de Tensão Caso nós continuemos seccionando o corpo, chegamos a um elemento cúbico diferencial de volume que representa o estado de tensão que age em torno do ponto escolhido no corpo. Assim, este estado de tensão é caracterizado por três componentes que agem em cada face do elemento. Estas componentes definem o estado de tensão somente para o elemento com uma orientação específica. Se o corpo fosse seccionado em um cubo no mesmo ponto, mas com uma orientação distinta, então o estado de tensão seria definido por um conjunto diferente de componentes de tensão. A tensão possui unidade de Pascal (Pa), mais o prefixo adequado de grandeza: quilo (k) 10^3; mega (M) 10^6 e giga (G) 10^9. Uma unidade possível de ser encontrada é N/mm², que é equivalente a MPa. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 6/16 Estado Geral de Tensão Prof. MSc. David Roza José [email protected] 7/16 Estado Geral de Tensão Prof. MSc. David Roza José [email protected] 8/16 Estado Geral de Tensão Partindo-se do pressuposto que o elemento infinitesimal está em equilíbrio, do total de 18 componentes de tensão temos – realmente – apenas 6 componentes independentes. Isso dá origem ao tensor tensão, que tem a seguinte forma: Sendo as tensões simétricas em relação à diagonal principal. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 9/16 Tensão Normal Média em Barra com Carga Axial Muitos elementos estruturais costumam ser compridos e delgados (finos), sendo sujeitos a cargas axiais aplicadas às extremidades dos elementos. Treliças são um exemplo típico desta situação. Assim, determinaremos a distribuição de tensão média que age na seção transversal de uma barra com carga axial, tal qual demonstrado na figura. O plano define a área da seção transversal da barra, e como qualquer outra seção definida por um outro plano paralelo apresentaria a mesma área, esta barra é denominada de prismática. Desprezaremos, nesta análise, o peso da própria barra. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 10/16 Tensão Normal Média em Barra com Carga Axial Adotaremos duas premissas simplificadoras em relação à descrição do material e à aplicação específica da carga. (1) A barra permanecerá reta antes e depois da aplicação da carga; e a seção transversal deve permanecer plana durante toda a deformação. Isso garante que a deformação será uniforme. Não serão consideradas as regiões onde a carga externa é aplicada, uma vez que podem existir distorções localizadas. O foco será somente na distribuição de tensão no interior da seção média. (2) Para que a barra sofra deformação uniforme, a carga P é aplicada ao longo do eixo do centroide da seção transversal; e o material necessita ser homogêneo e isotrópico. Um material homogêneo possui as mesmas propriedades físicas e mecânicas em todo o seu volume; enquanto um material isotrópico possui as mesmas propriedades em todas as direções. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 11/16 Tensão Normal Média em Barra com Carga Axial Muitos materiais de engenharia podem ser considerados homogêneos e isotrópicos em grande maioria das a plicações. Materiais anisotrópicos possuem propriedades diferentes em direções diferentes. Um material laminado, por exemplo, pode resistir a maior ou menor carga dependendo da direção de sua aplicação. Ao seccionarmos a barra em duas partes, o equilíbrio exige que a força normal resultante na seção seja P. Devido ao requisito de deformação uniforme do material, é necessário que a seção transversal esteja sujeita a uma distribuição de tensão normal constante. Assim, cada pequena área ΔA estará sujeita a uma força Prof. MSc. David Roza José [email protected] 12/16 Tensão Normal Média em Barra com Carga Axial De maneira que: σ – Tensão normal média em qualquer ponto na área da seção transversal; P – Força normal interna resultante aplicada no centroide da área da seção transversal; A – Área da seção transversal da barra. No caso da barra estar sendo comprimida, seu comprimento deve ser suficientemente pequeno para que não ocorra flambagem. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 13/16 Exemplo 14.1 A barra da figura abaixo tem largura constante de 35 mm e espessura de 10 mm. Determine a tensão normal média máxima da barra quando ela é submetida à carga mostrada. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 14/16 Exemplo 14.2 A luminária de 80 kg é sustentada por duas hastes, AB e BC, como mostra a figura abaixo. Se AB tiver diâmetro de 10mm e BC tiver diâmetro de 8mm, determine a tensão normal média em cada haste. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 15/16 Exemplo 14.3 O elemento AC mostrado na figura abaixo está submetido a uma força vertical de 3kN. Determine a posição x dessa força de modo que a tensão de compressão média no apoio liso C seja igual à tensão de tração média na barra AB. A área da seção transversal da barra é de 400 mm², e a área em C é 650 mm². Prof. MSc. David Roza José [email protected] 16/16