Prof. MSc. David Roza José [email protected] 1/17 Torção Objetivos: – Determinar a distribuição de tensão de um membro longilíneo circular sujeito a um carregamento torsional; – Determinar o giro provocado a um membro longilíneo circular sujeito a um carregamento torsional; – Análises hiperestáticas envolvendo torção; – Concentrações de tensão. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 2/17 Deformação Torsional de um Eixo Circular Torque é um tipo de momento que tende a girar um membro ao longo do seu eixo longitudinal. Seus efeitos são de grande interesse no projeto de eixos utilizados em veículos e maquinário em geral. É fácil visualizar os efeitos de um momento torsor aplicado a um material circular de um material altamente deformável, tal como borracha. As linha longitudinais ficam distorcidas, adquirindo um formato helicoidal. As circunferências permanecem como circunferências; e a interseção entre as linhas horizontais e as circunferências possuem sempre o mesmo ângulo. Note também que as seções transversais eram planas e permanecem planas; assim como linhas radiais permanecem retas. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 3/17 Deformação Torsional de um Eixo Circular Assim, conclui-se que sendo o ângulo de giro pequeno, o comprimento e o raio do eixo permanecerão inalterados. Caso o eixo esteja engastado em uma ponta e torque seja aplicado em outra ponta, o plano da seção transversal deformar-se-á conforme mostrado. Aqui, uma linha radial a uma distância x da origem irá rotacionar um ângulo φ(x). Este ângulo φ é chamado de ângulo de giro; e ele depende da posição x e variará ao longo do comprimento conforme mostrado. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 4/17 Deformação Torsional de um Eixo Circular Para compreender a distorção, isolaremos um elemento diferencial do eixo a uma distância ρ da linha de centro. Como a deformação ocorre continuamente ao longo do comprimento, a face de trás do elemento terá girado φ enquanto que o elemento da frente terá girado φ+Δφ. Assim, a diferença destas duas rotações faz com que o elemento esteja submetido à deformação de cisalhamento. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 5/17 Deformação Torsional de um Eixo Circular O ângulo γ pode ser relacionado ao comprimento Δx do elemento e ao giro Δφ ao se considerar o comprimento do arco BD: Assim, ao fazermos Δφ e Δx como elementos infinitesimais, temos que: Como dx e dφ são iguais para todos os elementos numa determinada seção transversal, então a razão dφ/dx também é. A equação acima então mostra que a deformação cisalhante varia somente com a distância radial ρ do eixo. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 6/17 Deformação Torsional de um Eixo Circular Nota-se, então, que a deformação cisalhante varia linearmente ao longo da linha radial de um valor zero – quando o raio é zero - até um valor γmax no valor da fronteira (quando o raio é máximo). Podemos então escrever que: A dedução feita é valida tanto para eixos (sólidos) quando para tubos (vazados). Prof. MSc. David Roza José [email protected] 7/17 Fórmula da Torsão Caso o material sujeito à torsão seja linear elástico, a lei de Hooke pode ser aplicada. Consequentemente, uma variação linear na deformação leva à uma variação linear na tensão de cisalhamento. Podemos então aplicar a condição de que o torque produzido pela distribuição linear de deformação ao longo da seção transversal seja equivalente ao torque aplicado pelo carregamento externo; mantendo-se a condição primordial do equilíbrio estático. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 8/17 Fórmula da Torsão Assim,para cada elemento de área dA, localizado a uma distância ρ, está sujeito a uma força dF = τ·dA. O torque produzido por esta força é dado por dT = ρ(τ·dA). Assim, ao longo de toda a seção transversal temos que: A integral acima de ρ²·dA representa o momento polar de inércia da área de seção transversal ao longo do eixo longitudinal. O valor dele será representado por J, o quê nos permite reescrever a equação como: Prof. MSc. David Roza José [email protected] 9/17 Fórmula da Torsão τmax T J c Tensão de cisalhamento máxima no eixo, que ocorre na superfície externa; Resultante interna do torque agindo na seção transversal (esforço interno); Momento polar de inércia da área da seção transversal; Raio externo do eixo. A fim de se determinar a tensão de cisalhamento numa distância intermediária: A estas duas equações chamamos então de Fórmula da Torsão; que é válida somente para geometrias circulares e para um material homogêneo com comportamento linear elástico – pois sua derivação vêm da Lei de Hooke para Torsão. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 10/17 Momento Polar de Inércia Para um eixo sólido temos, conforme figura abaixo, que o elemento anular diferencial possui uma área de: Assim o momento polar de inércia pode ser calculado como: Para um eixo vazado, ajusta-se os limitantes da integral. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 11/17 Complementaridade da Tensão Ao se isolar um elemento diferencial de uma seção transversal de um corpo submetido a um esforço de torsão, desenvolve-se uma tensão de cisalhamento que varia radialmente e linearmente com a distância da origem do eixo. Neste elemento o equilíbrio estático deve continuar valendo, então a tensão de cisalhamento deve agir em todas as suas faces. Assim, um esforço interno de magnitude T não só gera uma distribuição de tensão de cisalhamento ao longo do plano da seção transversal, mas também uma tensão associada ao longo do plano axial. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 12/17 Complementaridade da Tensão Eixos de madeira submetidos a um esforço de torsão costumam falhar ao longo do eixo longitudinal devido à tensão induzida longitudinalmente e à anisotropia da madeira, que faz com que direções diferentes tenham propriedades materiais diferentes. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 13/17 Tensão Torsional Máxima Absoluta Em qualquer seção transversal do eixo, a tensão máxima de cisalhamento ocorre na superfície externa. Entretanto se o eixo for submetido a uma série de carregamentos externos ou descontinuidades na sua geometria, a tensão torsional máxima poderá mudar de uma seção para outra. Um diagrama de esforço interno para o momento torsor (em oposição ao momento fletor) é imprescindível para tal determinação. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 14/17 Exemplo 10.1 O eixo abaixo é suportado por dois mancais a está sujeito a três torques. Determine a tensão de cisalhamento desenvolvida nos raios 75 mm e 15 mm da seção a-a; cujo diâmetro é de 150 mm. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 15/17 Exemplo 10.2 O cano mostrado na figura possui um diâmetro interno de 80 mm e um diâmetro externo de 100 mm. Se uma de suas extremidades é apertada contra o suporte em A utilizando uma chave em B, determine a tensão de cisalhamento desenvolvida no material nas paredes interna e externa ao longo da porção central do tubo quando são aplicadas forças de 80 N à chave. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 16/17 Exemplo 10.3 O eixo sólido mostrado está sujeito a um carregamento distribuído e concentrado. Determine o diâmetro necessário d, em [mm] inteiros, para que a tensão máxima desenvolvida não ultrapasse τ = 50 MPa. Prof. MSc. David Roza José [email protected] 17/17