Dr. Luiz Carlos Bertoni - CRM-PR 5779 ___________________________________________________________________________________ GRAVIDEZ EVOLUÇÃO DA ASMA DURANTE A GRAVIDEZ A asma, que afeta 7% das grávidas, é uma doença comum que potencialmente pode complicar, mas, quando é bem controlada, não representa risco significativo para mãe e feto. Quando a asma não é controlada, pode provocar complicação para a mãe, entre elas pressão alta, toxemia e parto prematuro. Para o bebê, as complicações da asma incontrolada da mãe incluem risco de natimorto, retardo do crescimento fetal, parto prematuro, baixo peso e APGAR baixo ao nascer. Para ser bem controlada, a asma deve passar por cuidadosa avaliação médica. Muitas medidas usadas no controle da asma não trazem risco para o desenvolvimento fetal, não provocam defeitos fetais nem abortos. Se uma asmática desejar ter um filho, não há razão para evitar a gravidez. É bom lembrar que existem muitos fatores que influem numa gravidez; sendo assim, nem mesmo uma mulher normal pode ter garantido o resultado de ter um filho. SINTOMAS A asma é caracterizada pela obstrução das vias aéreas pulmonares, provocada por espasmo muscular, acúmulo de muco e edema das paredes das vias aéreas. É diferente da bronquite crônica, em que a pessoa tem a destruição irreversível das células do pulmão e como resultado final o enfisema pulmonar. Com tratamento adequado, o asmático geralmente tem uma condição reversível. Os asmáticos referem que suas vias aéreas estão “apertando”, sentem “chiado no peito”, falta de ar, dores no peito e tosse. Os sintomas da asma são disparados pelos alérgenos, fatores ambientais, infecções e estresses. EFEITO DA GRAVIDEZ NA ASMA _______________________________________________________________________________________________ AV. BANDEIRANTES, 515 – TELEFONE (43) 3324-3303 – LONDRINA – PR www.alergiarespiratoria.com.br – [email protected] Dr. Luiz Carlos Bertoni - CRM-PR 5779 ___________________________________________________________________________________ Entre as mulheres com asma que ficam grávidas, 1/3 delas melhoram, 1/3 pioram e 1/3 ficam inalteradas. Estudos mostram que, na gravidez, as asmas variam amplamente. Diversas revisões científicas mostram tendências similares, como: • • • • Mulheres com asma grave tendem a piorar, enquanto as com asma discreta tendem a melhorar; A evolução da asma em uma grávida tende a ser similar à da sua primeira gravidez; Ocorre a piora da asma entre 24-36 semanas de gestação e aproximadamente 10% das mulheres tornam-se assintomáticas durante a gravidez; Três meses após o parto, a asma tende a voltar ao mesmo “status” de antes da gravidez; A gravidez pode afetar as pacientes asmáticas de várias maneiras. As mudanças hormonais que ocorrem durante a gravidez podem afetar o nariz, os seios da face e os pulmões. O aumento do estrógeno (hormônio) congestiona os capilares (vasos sangüíneos muito pequenos) nasais e provoca obstrução nasal no primeiro trimestre da gravidez. O aumento do progesterona provoca aumento da freqüência respiratória e a sensação de falta de ar como resultado do aumento do hormônio. Estes eventos podem ser confundidos com a alergia ou com crise de asma. A espirometria e o “peak flowmeter” auxiliam na medição da obstrução do fluxo de ar e ajudam o médico a determinar o que causa a falta de ar durante a gravidez. MONITORAMENTO FETAL Para a grávida asmática, o tipo e a freqüência da evolução fetal são baseados na idade gestacional e nos fatores de risco materno. O ultra-som pode ser feito antes de 12 semanas se houver dúvida da data estimada da gravidez ou quando houver retardo do crescimento fetal. O monitoramento cardíaco e o ultra-som no primeiro trimestre podem ser usados na avaliação do bem-estar do feto. No 3º trimestre, se as crises de asma forem importantes, a avaliação fetal pode feita com mais freqüência e se houver suspeita de algum problema. A paciente asmática pode contar os “chutes” do bebê, que servem como avaliação da saúde fetal... _______________________________________________________________________________________________ AV. BANDEIRANTES, 515 – TELEFONE (43) 3324-3303 – LONDRINA – PR www.alergiarespiratoria.com.br – [email protected] Dr. Luiz Carlos Bertoni - CRM-PR 5779 ___________________________________________________________________________________ Em crise grave de asma que demora a ser controlada existe o risco significativo de hipoxemia materna (falta de oxigênio). A avaliação contínua do feto e das funções pulmonares da mãe é muito importante para avaliar a evolução de ambos. Felizmente, a maioria das pacientes asmáticas evolui bem durante suas gravidezes, por isso um acompanhamento fetal cuidadoso é importante. Em pacientes de baixo risco com asma bem controlada, o acompanhamento dos batimentos cardíacos do bebê durante 20 minutos é importante. O monitoramento intensivo é recomendado para pacientes em trabalho de parto com crises de falta de ar. CONTROLE DE AMBIENTE A família e a própria grávida precisam entender o papel dos alérgenos no desencadeamento ou no agravamento das crises de asma, portanto o controle do ambiente é fundamental para uma boa evolução da gravidez. De 75 a 85% dos asmáticos são alérgicos a uma ou mais substâncias, como ácaros, baratas, animais, fungos-do-ar e polens. As alergias aos bichos de estimação são provocadas pelas proteínas encontradas nas descamações, na urina e na saliva. Estes alérgenos desencadeiam crises de asma ou pioram uma crise em andamento. Substâncias não-alergênicas também podem piorar a asma, como fumaça de cigarro, cheiro de tinta fresca, gases irritantes, odores fortes, poluentes ambientais e medicamentos como AAS e betabloqueadores (usados no tratamento da pressão alta e problemas cardíacos). Portanto, é preciso evitar alérgenos e irritantes que possam desencadear crises de asma: • • Retirar bichos de estimação de casa ou no mínimo mantê-los fora do quarto do alérgico; Se possível, lavar travesseiros e colchão mensalmente com água morna a 60ºC (para matar os ácaros) e secá-los bem ao sol ou; _______________________________________________________________________________________________ AV. BANDEIRANTES, 515 – TELEFONE (43) 3324-3303 – LONDRINA – PR www.alergiarespiratoria.com.br – [email protected] Dr. Luiz Carlos Bertoni - CRM-PR 5779 ___________________________________________________________________________________ • • • • • Lacrar os travesseiros e o colchão com tecido impermeável próprio para este fim; Se possível, manter a umidade do quarto em 50% para evitar o aumento da população de ácaros e fungos-do-ar; Usar aspirador de pó para controlar a poeira do ar quando fizer a limpeza de casa; Para os alérgicos a polens, fechar as janelas, usar ar condicionado e limitar suas atividades fora de casa entre as 10 horas e o anoitecer durante a estação de polinização do alérgeno ao qual é sensível. Fugir de odores fortes, gases irritantes e fumaça de cigarro. MEDICAMENTOS ANTIALÉRGICOS USADOS NA GRAVIDEZ Os medicamentos usados durante a gravidez potencialmente podem representar riscos para o bebê, portanto a escolha cuidadosa dos remédios para controlar e combater as crises de asma é importante. O planejamento do tratamento também é essencial para maximizar os benefícios e diminuir os riscos da medicação, pois uma crise de asma pode ameaçar tanto a mãe como o bebê. O objetivo do médico é prontamente debelar as crises e evitar que fiquem incontroláveis. A asma é uma doença em que os sintomas podem variar dia a dia, mês a mês ou estação a estação durante a gravidez. O plano de tratamento medicamentoso, portanto, deve ser escolhido com base na gravidade da asma e na evolução das crises. Lembre-se: o uso da medicação não substitui o controle do ambiente, mas o controle reduz a necessidade de medicamentos. Em geral, os medicamentos para asma usados durante a gravidez são escolhidos com base nos seguintes critérios: • • • As medicações inalatórias são as preferidas porque têm efeitos mais localizados e somente pequenas quantidades atingem a corrente sangüínea; Quando apropriado, use as medicações já utilizadas durante a gravidez anterior; Evitar, o quanto possível, o uso de medicação durante o 1º trimestre, pois é neste período em que o feto está em formação, _______________________________________________________________________________________________ AV. BANDEIRANTES, 515 – TELEFONE (43) 3324-3303 – LONDRINA – PR www.alergiarespiratoria.com.br – [email protected] Dr. Luiz Carlos Bertoni - CRM-PR 5779 ___________________________________________________________________________________ • embora a malformações provocadas pela medicação sejam raras; Em geral, as medicações usadas durante a gravidez são as mesmas para inibir o trabalho de parto. MEDICAÇÃO BRONCODILATADORA Os beta2-agonistas inalatórios de curta ação, aliviadores imediatos das crises de asma, são usados para controlar sintomas agudos. Os beta2-agonistas são considerados tão seguros na gravidez, que alguns são usados para inibir o parto prematuro. MEDICACÃO ANTIINFLAMATÓRIA A medicação antiinflamatória impede as crises de asma, portanto é de uso preventivo, como os corticosteróides inalatórios. Pacientes que precisam usar beta2-agonistas mais que três vezes por dia e têm fluxo de ar reduzido geralmente necessitam de medicação antiinflamatória. Alguns corticosteróides inalatórios são de livre escolha, pois têm efeitos prolongados e seguros para os seres humanos. Infelizmente nem todos os corticosteróides inalatórios controlam os sintomas de todas as grávidas. Em alguns casos os corticosteróides orais ou injetáveis podem ser necessários por alguns dias em pacientes em estado grave ou durante a gravidez, em vários casos. Alguns estudos têm demonstrado discreto aumento da incidência de pré-eclâmpsia, de partos prematuros ou de crianças de baixo peso com uso crônico de corticosteróides. Contudo, eles são medicamentos mais efetivos no tratamento das crises de asma grave e de outras alergias. Portanto, o benefício geralmente excede ao risco. MEDICAÇÃO ANTIALÉRGICA É SEGURA DURANTE A GRAVIDEZ? Os anti-histamínicos podem ser úteis durante a gravidez para tratar sintomas nasais e oculares da rinite alérgica, conjuntivite alérgica, urticária ou eczema. _______________________________________________________________________________________________ AV. BANDEIRANTES, 515 – TELEFONE (43) 3324-3303 – LONDRINA – PR www.alergiarespiratoria.com.br – [email protected] Dr. Luiz Carlos Bertoni - CRM-PR 5779 ___________________________________________________________________________________ Dependendo dos sintomas, podem interferir na alimentação materna, no sono e o no bem-estar emocional. Uma rinite sem controle pode predispor à sinusite e piorar as crises de asma. Os antihistamínicos podem ser benéficos durante a gravidez. As desvantagens desse tipo de medicamento são securas na boca e interferência no diaa-dia de alguns pacientes, principalmente com sonolência. O descongestionante nasal parece ser um produto seguro porque é mínima sua absorção na corrente sangüínea. Contudo, pode provocar a congestão rebote e piorar as condições para quem usa descongestionante. Por isso, seu uso é geralmente limitado a doses intermitentes, ou regulares por 4-5 dias consecutivos. No uso de descongestionantes durante o 1º trimestre deve ser levada em conta a gravidade dos sintomas maternos não-aliviados por outros medicamentos. O antiinflamatório inalatório deve ser considerado em qualquer paciente com sintomas nasais. Esta medicação impede os sintomas, portanto diminui o uso de medicamentos orais. A imunoterapia com vacina antialérgica deve ser considerada em todos os pacientes alérgicos, grávidas ou não. A imunoterapia pode ser continuada durante a gravidez em paciente já em tratamento e que não apresentou efeitos adversos. Pacientes que recebem imunoterapia durante a gravidez devem ser cuidadosamente avaliadas. Ás vezes, deve-se usar dosagem menor para diminuir o risco de reação alérgica nas aplicações. Durante a imunoterapia com alérgenos como os polens existe a possibilidade de choque anafilático. Apesar da efetividade da imunoterapia, recomendamos não iniciar o tratamento durante a gravidez. A vacina contra a gripe (influenza) é recomenda para todos os pacientes com asma moderada a grave. Não existem evidências de risco associado para a mãe ou o feto. A MEDICAÇÃO DA ASMA É SEGURA DURANTE A AMAMENTAÇÃO? _______________________________________________________________________________________________ AV. BANDEIRANTES, 515 – TELEFONE (43) 3324-3303 – LONDRINA – PR www.alergiarespiratoria.com.br – [email protected] Dr. Luiz Carlos Bertoni - CRM-PR 5779 ___________________________________________________________________________________ Quase todos os medicamentos passam para o leite materno, contudo as crianças são expostas a concentrações muito baixas do remédio. Logo, as medicações aqui descritas raramente apresentam problemas durante a amamentação do bebê. Muito pouco do beta2-agonista inalado ou dos esteróides orais aparece no leite da mãe, mas algumas crianças podem ter irritabilidade e insônia se expostas a altas doses de medicação. Em geral a baixa concentração do medicamento no leite materno pode ser obtida com medidas simples, como tomar o remédio 15 minutos depois da amamentação ou 3 - 4 horas antes da próxima mamada. RESUMO É importante lembrar que os riscos da medicação antiasmática são menores do que o risco da asma não-controlada, a qual pode trazer danos para a mãe e o bebê. As medicações necessárias para outras alergias devem ser discutidas com o médico, de preferência antes da gravidez. O seu médico deve ser notificado se você planeja parar de tomar anticoncepcional para engravidar. Avaliações regulares devem ser feitas nos sintomas da sua asma, e a medicação se faz necessária durante a gravidez para maximizar o controle da asma e minimizar o risco da medicação. AS DÚVIDAS E PERGUNTAS DEVERÃO SER LEVADAS AO SEU ALERGISTA PARA ESCLARECIMENTO. IMPORTANTE As informações disponíveis no site www.alergiarespiratoria.com.br possui caráter informativo e educativo. No caso de consulta procurar seu médico de confiança para diagnóstico e tratamento. Dr. Luiz Carlos Bertoni Alergista - Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI) Membro - World Allergy Organization (WAO) CRM-PR 5779 _______________________________________________________________________________________________ AV. BANDEIRANTES, 515 – TELEFONE (43) 3324-3303 – LONDRINA – PR www.alergiarespiratoria.com.br – [email protected]