FACULDADE TECSOMA Curso de Administração A GESTÃO DE ESTOQUE COMO FATOR GERADOR DE LUCRO Álvaro Otávio A. de Oliveira Paracatu-MG Dezembro, 2011 ÁLVARO OTÁVIO ALVES DE OLIVEIRA A GESTÃO DE ESTOQUE COMO FATOR GERADOR DE LUCRO Monografia apresentada ao Instituto Faculdade Tecsoma, como requisito a aprovação parcial para obtenção do título de bacharel em Administração. Orientador: Carlos Alberto Kraemer Paracatu-MG Dezembro, 2011 Oliveira, Álvaro Otávio Alves de, 1986A Gestão de Estoque como fator gerador de lucro: A importância da Administração do Estoque na “Casa Rubi”: Um estudo de caso /Álvaro Otávio Alves de Oliveira. – 2011. 84p. Orientador: Carlos Alberto Kraemer. Trabalho de conclusão de curso (graduação) – Faculdade Tecsoma Paracatu - MG, Curso de Administração de Empresas, 2011. 1. Gestão de Estoques. 2. Recursos Materiais 3. Planejamento e Controle da produção. I. Kraemer, Carlos Alberto. II. Faculdade Tecsoma. Curso de Administração de Empresas. III. A Gestão de Estoque como fator gerador de lucro. CDU 658.78 Álvaro Otávio Alves de Oliveira A importância da Administração do Estoque na Casa Rubi: Um estudo de caso. Monografia apresentada a disciplina de Metodologia do Estagio II, ministrada pelo prof. Geraldo B. B. Oliveira como exigência a aprovação parcial para obtenção do título de bacharel em Administração pela Faculdade Tecsoma. ________________________________________________________________ Carlos Alberto Kraemer (Orientador) ________________________________________________________________ Geraldo Benedido Batista de Oliveira (Orientador Metodológico) ________________________________________________________________ Fernando Antunes (Coordenador do curso de Administração) ________________________________________________________________ Professor convidado Paracatu, ___de ____________ de _____ A todos que, de alguma forma, contribuíram para esta construção. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela sabedoria, aos familiares, professores e amigos pela atenção, a paciência e compreensão do meu orientador Carlos Alberto Kraemer, importante idealizador dessa grande conquista e a todos que de certa forma me incentivaram, os meus sinceros agradecimentos. RESUMO As atividades em Administração de Materiais, como em qualquer área dentro das instituições, evoluem ao longo dos anos, no sentido de obter-se avanços na otimização de processos em busca de competitividade para as empresas. O objetivo deste trabalho é realizar um estudo de caso, em uma empresa que atua no setor de vendas de materiais de construção civil na região de Paracatu. Com o conhecimento adquirido, notou-se a real necessidade da adoção de um departamento personalizado para realizar as atividades provenientes da Administração de Materiais. Com base nas diversas áreas do conhecimento e o apoio à produção, a Gestão de Estoque surge como uma atividade de grande importância para a produtividade e a qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas, fornecendo o nível requerido de serviço, tanto ao cliente externo quanto ao cliente interno, por meio dos processos de armazenagem, manuseio dos materiais, embalagem de proteção, obtenção ou suprimentos, programação de produtos, planejamento de compras e sistema de informações, assim prevendo melhor a necessidade de demanda por determinado produto, evitando perdas de materiais e calculando de forma exata o nível de estoque ideal para empresa, afim de proporcionar vantagens competitivas diante em ralação a concorrência. A definição de uma política de estoques adequada depende de definições claras para quatro questões: quanto pedir, quando pedir, quanto manter em estoque de segurança e onde localizar. Administrar estas variáveis é função da Administração de Materiais, bem como decidir o que é mais compensador economicamente e sempre que possível coordenar os processos de suprimento e consumo. Palavras-chave: Gestão de Estoques, Administração de Materiais, Planejamento e Controle da Produção ABSTRACT Activities in Materials Management, as in any area within the institutions evolve over the years, to obtain advances in process optimization in search of competitiveness for businesses. The objective of this study is to perform a case study in a company engaged in sales of construction materials in the region of Paracatu. With the knowledge gained, it was noted the real need to adopt a custom department to carry out activities from Materials Management. Based on the different areas of knowledge and support for production, inventory management emerges as an activity of great importance for productivity and quality of services offered by the companies providing the required level of service both to the external customer and internal customer, through the processes of storage, materials handling, protective packaging, or obtaining supplies, scheduling, product planning, purchasing and information system, so the need for better predicting demand for particular products, avoiding waste of materials and calculating so accurate inventory levels ideal for business, in order to provide competitive advantages to in connection before the competition. The definition of an adequate inventory policy depends on clear definitions for four issues: how much to ask, when you ask, how to stock and where to find safety. Manage these variables is a function of Materials Management, as well as decide which is more economically rewarding and whenever possible to coordinate the processes of supply and consumption. Keywords: Inventory Control. Management, Materials Management, Production Planning and LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Organograma....................................................................................................... 12 Figura 2: Ciclo da Administração de Materiais................................................................ 27 Figura 3: Participação relativa do custo do Material Direto na composição do preço de venda de um produto manufaturado................................................................................. 37 Figura 4: Curva ABC para classificação de estoques....................................................... 44 Figura 5: Custo total em Função do Lote Q...................................................................... 46 Figura 6: Evolução do estoque real................................................................................... 50 Figura 7: Curva dente de serra.......................................................................................... 51 Figura 8: Modelo por ponto de pedido.............................................................................. 52 Figura 9: Cálculo do ponto de pedido............................................................................... 54 Figura 10: Sistema de duas gavetas.................................................................................... 55 Figura 11: Sistema de duas gavetas.................................................................................... 56 Figura 12: Esquema de um MRP....................................................................................... 59 Figura 13: Modelo de controle de estoque utilizado na empresa.................................... 63 Figura 14: Existência de produtos perecíveis no estoque................................................. 63 Figura 15: Prazo médio de validade desse produtos......................................................... 64 Figura 16: Quantidade de pedidos de compra mensal..................................................... 64 Figura 17: Quantidade de setores que solicitam compras................................................ 65 Figura 18: Principal critério na escolha do fornecedor.................................................... 65 Figura 19: Análise da necessidade de informatização...................................................... 66 Figura 20: Desenvolvimento de sistemas informatizados pela empresa......................... 66 Figura 21: Principal barreira encontrada pela empresa para não informatização....... 67 Figura 22: Análise pessoal em relação a adoção de um sistema informatizado na empresa................................................................................................................................. 67 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Cronograma de atividades................................................................................ 17 Quadro 2: Recursos Humanos............................................................................................ 18 Quadro 3: Recursos Materiais............................................................................................ 18 Quadro 4: Recursos Financeiros........................................................................................ 18 Quadro 5: Total Geral dos Recursos.................................................................................. 19 Quadro 6: Objetivos conflitantes no Controle de Estoques............................................. 23 Quadro 7: Análise dos Stakeholders.................................................................................. 77 Quadro 8: Comunicação dos Stakeholders........................................................................ 78 Quadro 9: Cronograma de atividades................................................................................ 79 Quadro 10: Gerenciamento de Custos............................................................................... 79 Quadro 11: Gerenciamento de Pessoas.............................................................................. 80 Quadro 12: Gerenciamento de Riscos................................................................................ 80 Quadro 13: Comunicação interna e externa...................................................................... 81 LISTA DE ABREVIATURAS GIF - Gastos Indiretos de Fabricação MOD - Mão-de-Obra Direta MD - Material Direto (Matéria-prima) CS - Custo do Sistema CMC - Custo do Material Comprado CGC - Custo da Gestão de Compras CF - Custo Financeiro de Manter o Estoque CT - Custo Total CC - Custos de Carregamento (armazenagem) CP - Custos de Preparação (pedido) CI - Custos Independentes Q – Quantidade PP - ponto de pedido d - demanda por unidade de tempo tr - tempo de ressuprimento ES - estoque de segurança DM - Demanda ou Consumo Médio do Período TR - Tempo de Reposição ESeg - Estoque de segurança Fig. - Figura Ed. - Editora Resp. – Resposta p. - Página SUMÁRIO 1 DADOS DA EMPRESA ..................................................................................................... 13 1.1 Razão Social ..................................................................................................................... 13 1.2 Nome Fantasia ................................................................................................................. 13 1.3 Endereço ........................................................................................................................... 13 1.4 CNPJ ................................................................................................................................. 13 1.5 Inscrição Estadual ........................................................................................................... 13 1.6 Quadro Societário ............................................................................................................ 13 1.7 Capital Social ................................................................................................................... 14 1.8 Organograma ................................................................................................................... 14 1.9 Objetivos Sociais da Empresa ........................................................................................ 14 1.10 Missão da Empresa........................................................................................................ 15 1.11 Público Alvo da Empresa .............................................................................................. 15 1.12 Atividades a Desenvolver na Empresa ........................................................................ 16 2 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO .......................................................................... 16 2.1 Coordenador do Estágio ................................................................................................. 16 2.2 Professor Orientador ....................................................................................................... 16 2.3 Supervisor de Estágio na Empresa ................................................................................ 17 2.4 Área do conhecimento do Estágio .................................................................................. 17 3 PROJETO MONOGRÁFICO........................................................................................... 17 3.1 Título ................................................................................................................................. 17 3.2 Tema ................................................................................................................................. 17 3.3 Objetivos ........................................................................................................................... 17 3.3.1 Objetivo geral ................................................................................................................. 17 3.3.2 Objetivos específicos ...................................................................................................... 18 3.4 Problematização............................................................................................................... 18 3.4.1 Hipóteses ........................................................................................................................ 18 3.5 Justificativa ...................................................................................................................... 19 3.6 Resultados Esperados ...................................................................................................... 19 3.7 Metodologia de Trabalho ................................................................................................ 20 3.8 Cronograma de Atividades ............................................................................................. 21 3.9 Recursos ............................................................................................................................ 21 3.9.1 Recursos Humanos ........................................................................................................ 21 3.9.2 Recursos Materiais ........................................................................................................ 22 3.9.3 Recursos Financeiros .................................................................................................... 22 3.9.4 Total Geral dos Recursos .............................................................................................. 22 4 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 23 5 EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ............................................. 24 5.1 Administração de Estoques............................................................................................. 25 5.2 Gestão de Compras .......................................................................................................... 27 5.2.1 Atribuições da Função Compras .................................................................................. 28 5.3 Administração de Recursos Materiais ........................................................................... 30 5.4 Recursos Materiais .......................................................................................................... 31 5.5 Administração de Materiais e suas atividades de apoio ............................................... 32 5.5.1 Processo de armazenagem............................................................................................. 32 5.5.2 Manuseio de materiais................................................................................................... 32 5.5.3 Embalagem de proteção ................................................................................................ 33 5.5.4 Obtenção ou Suprimentos ............................................................................................. 33 5.5.5 Sistema de informações ................................................................................................. 33 5.6 Logística primária para atender o cliente ..................................................................... 34 5.7 Tecnologia da Informação para Estoques ..................................................................... 34 5.7.1 Hardware ....................................................................................................................... 35 5.7.2 Softwares ........................................................................................................................ 36 5.7.3 Dados .............................................................................................................................. 36 5.8 Estoques: Classificação e Conceitos Elementares ........................................................ 37 5.8.1 O que é Estoque ............................................................................................................. 37 5.8.2 A Importância dos Estoques.......................................................................................... 39 5.8.3 Custos dos Estoques....................................................................................................... 41 5.8.4 Função dos Estoques ..................................................................................................... 42 5.8.5 Estoque de Segurança ................................................................................................... 43 5.9 Técnicas de Gestão dos Estoques ................................................................................... 45 5.9.1 Classificação dos estoques segundo o valor de uso – Sistema ABC ............................ 45 5.9.2 Lote Econômico de Compra (LEC)............................................................................... 48 5.9.3 Sistema Just-in-time (JIT)............................................................................................. 50 5.9.4 Sistema Kanban ............................................................................................................. 52 5.9.5 A Curva dente de serra .................................................................................................. 53 5.9.6 Controle de estoques por pontos de pedido ................................................................... 55 5.9.7 Tempo de Reposição por ponto de pedido..................................................................... 58 5.9.8 Modelo de Reposição - Sistema duas Gavetas .............................................................. 58 5.9.9 Modelo de Reposição Periódica .................................................................................... 60 5.9.10 Caixeiro Viajante ......................................................................................................... 60 5.9.11 Modelos de Controle de Estoques ............................................................................... 61 5.9.12 Controle de estoques pelo MRP .................................................................................. 61 6 ESTUDO DE CASO ........................................................................................................... 65 6.1 Histórico da Empresa ...................................................................................................... 65 6.2 Metodologia ...................................................................................................................... 66 6.2.1 Pesquisa sobre controle de estoques ............................................................................. 67 6.3 Descrição do departamento de controle de estoques .................................................... 73 6.4 Análise da situação atual da empresa ............................................................................ 74 7 CONCLUSÃO..................................................................................................................... 75 7.1 Conclusão e Comentários................................................................................................ 75 7.2 Projeto de Melhoria ......................................................................................................... 76 7.2.1 Termo de abertura: Justificativa do Projeto ................................................................. 76 7.2.2 Nome do Projeto ............................................................................................................ 76 7.2.3 Objetivos ......................................................................................................................... 77 7.2.4 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 77 7.2.5 Descrição do Projeto ...................................................................................................... 77 7.2.6 Custo Estimado .............................................................................................................. 78 7.2.7 Prazo Estimado .............................................................................................................. 78 7.2.8 Análise dos Stakeholders ............................................................................................... 78 7.2.9 Comunicação dos Stakeholders .................................................................................... 79 7.2.10 Prazo............................................................................................................................. 79 7.2.11 Custo............................................................................................................................. 80 7.2.12 Pessoas ......................................................................................................................... 81 7.2.13 Risco ............................................................................................................................. 81 7.2.14 Qualidade ..................................................................................................................... 82 7.2.15 Comunicação ............................................................................................................... 82 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 83 13 1 DADOS DA EMPRESA 1.1 Razão Social Casa Rubi LTDA. 1.2 Nome Fantasia Casa Rubi. 1.3 Endereço Avenida Romualdo Ulhoa Tomba nº 49, bairro Centro, Paracatu-MG. 1.4 CNPJ 18.200.022/0001-60 MATRIZ. 1.5 Inscrição Estadual 470.174.316-0018 1.6 Quadro Societário José Maria Andrade Porto (80%) e Simone Mendes Porto (20%). 14 1.7 Capital Social O capital social constante na última alteração é de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), divididos em 15.000 cotas que foram integralizadas no momento do contrato. 1.8 Organograma ADMINISTRAÇÃO CONTABILIDADE DEP. VENDAS VENDAS DEP. FINANCEIRO TESOURARIA CONTROLADORIA CAIXA COMPRAS CPD FATURAMENTO Figura 1: Organograma Fonte: Elaborado pelo autor. 1.9 Objetivos Sociais da Empresa A Casa Rubi LTDA, tem como objetivo principal, o diferencial na qualidade de atendimento ao cliente, proporcionando preços competitivos com intuito de suprir qualquer necessidade que os nossos clientes venha ter em se tratando de materiais de construção civil. A política da organização é oferecer um atendimento eficiente, honesto e cortês visando a satisfação do cliente e a criação de um relacionamento interpessoal com o mesmo, criando uma fidelidade com relação aos produtos e serviços oferecidos. A empresa está sempre atenda 15 as novidades do mercado na área de materiais para construção, adquirindo produtos de primeira linha com objetivo de oferecer os melhores produtos que o cliente possa adquirir. 1.10 Missão da Empresa Comercializar materiais e soluções de construção civil para profissionais da área, proprietários, inquilinos e administradores de imóveis comerciais e residenciais, com excelência no atendimento técnico e pessoal. 1.11 Público Alvo da Empresa O público foi definido depois de uma análise básica do comportamento nas compras e o tipo de produto que seria de interesse dos potenciais clientes em uma loja, onde se comercializa materiais de construção civil, pode-se classificá-los em três grupos básicos e diferentes, que seriam eles, os profissionais do ramo da construção civil, os consumidores comuns masculinos e os consumidores comuns femininos. Esta análise teve a princípio entender os três grupos diferenciados de consumidores para a definição do layout da loja, pois eles se comportam de maneira distinta um do outro na compra de materiais de construção. As mulheres, apesar de ser um ambiente de uma loja de materiais de construção e ter um caráter mais masculino, aparecem com mais freqüência quando trata-se da escolha de acabamentos, como revestimentos, pisos, luminárias, tintas, louças e metais. Os homens também são atraídos pelos produtos do primeiro grupo, dentre outros utensílios como ferragens, ferramentas, itens de jardinagem. De um modo geral observou-se que estes grupos em questão estão mais sujeitos a comprarem por impulso, então nada mais certo que dispor os produtos que chamam mais sua atenção à frente da loja, já os profissionais do ramo da construção civil, geralmente entra na loja já sabendo o que quer e raramente compram por impulso. Os profissionais do ramo da construção civil também compram produtos atrativos dos dois primeiros grupos e ainda os produtos mais específicos da profissão como materiais elétricos, materiais hidráulicos entre outros. Com isso estes produtos devem estar mais ao fundo da empresa. 16 1.12 Atividades a Desenvolver na Empresa Por se tratar de uma empresa familiar da rede varejista, aconselha-se que os revendedores façam um levantamento, o quanto antes, para que possam diagnosticar a real situação da loja, saberem como estão os números, até onde é possível avançar, e não terem medo de realizar mudanças, rever custos, preços e estratégias. Pode se dizer que o mesmo produto é vendido por preços diferentes em locais distintos e há consumidor para todos eles. O diferencial, então, será o valor agregado, o algo mais que a loja pode oferecer ao seu cliente para que se torne uma referência para ele. De imediato, sugerir a implantação do departamento personalizado responsável pela Gestão do Estoque para a melhor administração dos materiais, para evitar perdas que possa gerar um gasto desnecessário, se tratando de armazenagem do produto. Conseqüentemente, sensibilizar os colaboradores, através de palestras, reuniões semanais, mensais e apontando a importância da organização do estoque e a classificação dos produtos, orientando a alta gerência em oferecer o treinamento ideal para o departamento de vendas para otimizar o processo de vendas, desde a entrada até a saída do produto, gerar relatórios e buscar alternativas para chamar a atenção do cliente dentro da loja e incentivá-los a comprar mais. 2 INFORMAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO 2.1 Coordenador do Estágio Fernando Antunes 2.2 Professor Orientador Carlos Alberto Kraemer 17 2.3 Supervisor de Estágio na Empresa Valter Mendes Andrade Porto 2.4 Área do conhecimento do Estágio Gestão do Estoque 3 PROJETO MONOGRÁFICO 3.1 Título A Gestão de Estoque como fator gerador de lucro. 3.2 Tema A importância da Administração do Estoque na “Casa Rubi”: Um estudo de caso. 3.3 Objetivos 3.3.1 Objetivo geral Este trabalho tem como objetivo evidenciar a importância de um sistema de controle de estoques como fator gerador de lucro em uma empresa do setor de materiais de construção civil na região de Paracatu. 18 3.3.2 Objetivos específicos Como objetivos específicos têm-se: Propor o desenvolvimento da equipe gerencial/operacional de técnicas de controle e gerenciamento de estoque; Permitir traçar, de forma eficiente, estratégias de compras e de venda, evitando compras desnecessárias; Desenvolver um modelo de controle de estoques para empresa; Propor oportunidades de melhoria nos controles de estoques de acordo com referencial teórico. 3.4 Problematização O desconhecimento da utilização de controles de estoque na empresa, gerando descontrole dos estoques. 3.4.1 Hipóteses Treinamento inadequado dos funcionários e desconhecimento da Gestão de Estoques. Falta de organização e conferência dos estoques da empresa, causando custo dispensável pra empresa; Inexistência de um gerenciamento adequado devido falta de profissional voltado para a Administração de Materiais; 19 3.5 Justificativa O crescimento do volume das necessidades de material e as mudanças no processo produtivo que incluem ciclos curtos e variedades de produtos afetam o comportamento gerencial, que, em curto prazo, devem tomar decisões que mantenham em níveis economicamente satisfatórios as necessidades de materiais na organização, para isso, torna-se necessário o estudo da gestão de estoques. Para Machline e Motta: A gestão de estoques engloba o planejamento do estoque e o seu controle. O planejamento irá determinar antecipadamente a quantidade dos estoques, as datas de entrada e saída e os pontos de pedido do material. O controle consiste em registrar os dados e comparar com o planejamento, apontando possíveis desvios. (MACHLINE e MOTTA, 1979, p.28). Contudo para Amaral e Francischini (2002, p.3), “O objetivo da gestão de estoques é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos, minimizando as necessidades de capital de investimento”. A preocupação com estoques advém dos custos decorrentes, sendo imprescindível identificar todos os componentes necessários para redução dos custos e um melhor gerenciamento. O presente assunto surgiu a partir do reconhecimento da importância deste no processo de gerenciamento da produção e da tomada de decisão rápida pelo gerente. Visto que é de grande interesse para o desenvolvimento do curso e para o enriquecimento teórico dos alunos. 3.6 Resultados Esperados Este presente projeto de monografia procura descrever o Planejamento e Controle da Produção e gestão de estoques numa empresa do setor de materiais de construção civil, setor que vem passando nas últimas décadas por transformações, as quais requer um eficiente modelo de gestão para o atual cenário competitivo. Portanto este trabalho faz uma análise crítica de acordo com as teorias existentes sobre o assunto. Destacando a função e importância do Planejamento e Controle da Produção para melhor gerenciamento dos estoques. Na revisão 20 bibliográfica serão introduzidos os principais conceitos de Planejamento e Controle da Produção e da Gestão de Estoques. 3.7 Metodologia de Trabalho O presente trabalho demonstra grande importância, uma vez que trata do gerenciamento adequado dos estoques identificando quais as necessidades de compra em função de estoque ideal considerando compras, vendas e pedidos. De fato, através da gestão eficiente, esta otimizará o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios da empresa, minimizando as necessidades de capital de giro. Pois a correta definição da gestão de estoques pode evitar o superdimensionamento que causariam grandes desvantagens como riscos de obsolescência, menor flexibilidade e maior tempo de atendimento ao cliente. Com o estudo de caso realizado na empresa pode-se aproximar a teoria estudada com a prática empresarial. A princípio, realizará uma fundamentação teórica sobre A Administração de Materiais, destacando as principais funções, responsabilidades, interfaces com as outras áreas (compras, recursos humanos, marketing, finanças e manutenção) e algumas ferramentas auxiliares que irão ajudar na eficiência da Gestão de Estoques. No entanto, será fundamental fazer uma comparação da realidade empresarial desta empresa com a teoria pesquisada, com o propósito de sugerir estratégias de melhoria no funcionamento da Administração de Materiais. 21 3.8 Cronograma de Atividades CRONOGRAMA DE ATIVIDADES Atividades / Procedimentos Escolha do tema Levantamento da literatura Leitura da bibliografia Coleta de dados no campo Análise e coleta de dados Tratamento de dados Construção do Projeto Elaboração do relatório final Revisão do texto Entrega e apresentação do Projeto Fev Mar Abr Mai X X X X X X X X MÊS / Período Jun Jul Ago Set X X X X X X X X Out Nov Dez X X X Quadro 1: Cronograma de atividades Fonte: Elaborado pelo autor. 3.9 Recursos 3.9.1 Recursos Humanos RECURSOS HUMANOS Ação Conscientização na Empresa Reunião e Planejamento Geral Serviço de Orientação Supervisão do Estágio: Planejamento e Avaliação Catalogação e Organização dos Acervos Diagnóstico/ Acompanhamento Responsável Tempo / Quantidade José Maria Paletrade Sensibilização José Maria Reuniões Mensais Álvaro Otávio Reuniões Semanais Valor Unit. R$ 0,0 R$ 0,0 R$ 0,0 Valor Total R$ 0,0 R$ 0,0 R$ 0,0 Valter Mendes 140 horas R$ 0,0 R$ 0,0 Valter Mendes 4 horas Álvaro Otávio Reuniões Quinzenais R$ R$ 0,0 0,0 R$ R$ 0,0 0,0 Quadro 2: Recursos Humanos Fonte: Elaborado pelo autor. 22 3.9.2 Recursos Materiais Produto Papel Ofício A4 Cartucho de Tinta HP preto Livro Caneta Esferográfica Lápis Borracha Escolar Chips Pasta Suspensa Grampeador Grampos Cobreados Computador Impressora RECURSOS MATERIAIS Quantidade Valor Unitário 1 resma com 500 folhas R$ 12,00 1 R$ 35,90 1 R$ 16,80 3 R$ 0,50 1 R$ 0,25 1 R$ 0,35 1 caixa R$ 1,89 1 R$ 4,70 1 R$ 4,50 1 caixa R$ 4,30 1 R$ 1.700,00 1 R$ 350,00 TOTAL Quadro 3: Recursos Materiais Fonte: Elaborado pelo autor. Valor Total R$ 12,00 R$ 35,90 R$ 16,80 R$ 1,50 R$ 0,25 R$ 0,35 R$ 1,89 R$ 4,70 R$ 4,50 R$ 4,30 R$ 1.700,00 R$ 350,00 R$ 2.132,19 RECURSOS FINANCEIROS Quantidade Valor Unitário 2 R$ 4,00 27 R$ 0,15 1 R$ 10,00 5 R$ 35,00 50 R$ 0,75 12 lanches R$ 1,50 TOTAL Quadro 4: Recursos Financeiro Fonte: Elaborado pelo autor. Valor Total R$ 8,00 R$ 4,05 R$ 10,00 R$ 175,00 R$ 37,50 R$ 18,00 R$ 252,55 3.9.3 Recursos Financeiros Produto / Serviço Aluguel de Livros Copia / Xerox Recarga do Cartucho Internet Vale Transporte Alimentação 3.9.4 Total Geral dos Recursos TOTAL GERAL DOS RECUSOS Recursos Recursos Humanos Recursos Materiais Recursos Financeiros TOTAL Quadro 5: Total Geral dos Recursos Fonte: Elaborado pelo autor. Valor Total R$ 0 R$ 2.132,19 R$ 252,55 R$ 2.385,00 23 4 INTRODUÇÃO A sobrevivência e o sucesso de uma organização depende da eficiência com a qual produz seus bens e serviços, sendo o custo do produto determinado em grande parte pela eficiência do seu sistema produtivo. Pequenos descuidos nas aplicações, controle ou programações de estoques podem levar à diminuição do lucro. A aplicação indevida em estoque de mercadorias pode não render o que deveria, principalmente quando a quantidade ultrapassa o necessário, e comprometendo assim, outras áreas da organização. As causas de uma má aplicação em estoques podem ser a ineficiente política de controle de estoque ou a falta dela; a inexistência de pessoal qualificado; compras indevidas; desconhecimento das reais necessidades de consumo; armazenagem inadequada; dependência de um único fornecedor; falta de inspeção rigorosa no recebimento de materiais. Logo, a meta principal de uma empresa é, sem dúvida, maximizar o lucro sobre o capital investido. Para atingir esse objetivo é necessário otimizar o investimento em estoque, aumentando o uso eficiente dos meios de planejamento e controle, minimizando as necessidades de capital para estoque. Portanto, a maioria dos gerentes tem posições diferentes sobre o assunto, pois se por um lado o custo do estoque é alto, significando capital parado, por outro proporcionam segurança em caso de imprevisto ocorrido na produção, logo o estudo do melhor gerenciamento de estoques é o que visa este trabalho. Após o estudo proposto, o desenvolvimento da necessidade de implementação, abordando a eficiência da Gestão de Estoque na empresa, era de suma importância. Foi detectada uma gestão de forma empírica, a falta de controle e armazenagem correta dos itens, treinamento insuficiente aos vendedores e a falta de um programa eficiente que lhes informem a real condição do estoque na matriz e filiais, tornando difícil a venda de produtos e aquisição de um estoque em tempo real na empresa. Com base nesses dados, este trabalho tem como objetivo, propor a implantação de um sistema de controle de estoques eficiente na empresa em busca de evitar perdas não programadas, aumentar o uso eficiente dos meios internos, maximizando os lucros minimizando os custos, diminuindo a necessidade de capital investido, atender o cliente com qualidade e rapidez, trazendo mais confiabilidade de seus clientes. 24 5 EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS A administração e o controle dos estoques é atualmente uma das atividades de gestão de extrema importância para as empresas, visto que, a manutenção da competitividade depende diretamente da forma com que os materiais são geridos, os quais devem possuir níveis compatíveis com suas demandas, como também as compras que precisam ser cada vez mais ágeis, para que possam atender as necessidades de aumento da velocidade da renovação dos estoques. Nos dias atuais, quando a competição entre empresas é acirrada, ganhar dinheiro com altas margens de lucro tornou-se inviável, daí surgiu a importância da redução dos estoques e da agilização dos processos de aquisição – comprar grandes quantidades não é compensador. Simplesmente, comprar, armazenar, industrializar, e vender não atende às necessidades do mercado, cada vez mais competitivo e exigente. As operações ligadas a gestão dos estoques necessitam ser cada vez mais rápidas e precisas, por esse motivo não podemos falar em Administração de Materiais sem enfocar os processos de informatização dos estoques, (COSTA, 2002, p.27). As atividades em Administração de Materiais, como em qualquer área dentro das instituições, evoluem ao longo dos anos, no sentido de obter-se avanços na otimização de processos em busca de competitividade para as empresas. Viana (2000) ressalta dentro das evoluções na área de Administração de Materiais algumas especialidades como a Logística, as técnicas de administração japonesas, o código de barras e a informática: Logística: em face do quadro de mudanças no cenário econômico, surge como ferramenta fundamental a ser utilizada para produzir vantagens competitivas; Técnicas de administração japonesas: após a Segunda Guerra Mundial, os japoneses, arrasados, com falta de espaço e carentes de recursos naturais, adotaram normas de eliminação completa de perdas (Perda Zero); na Toyota, o kanban, instituiu um sistema de participação dos funcionários na vida e no progresso da empresa com a finalidade de atender ao Just-in-time; Código de barras: símbolo composto por barras paralelas de larguras e espaçamentos variados, pode ser utilizado para aprimorar qualquer processo que envolva controle de mercadorias, efetuar operações com grande número de itens, gerenciar estoques racionalmente, tendo como principais vantagens: rapidez, economia, aplicação no 25 armazenamento (em compras e em vendas), dispensa etiquetação e ré-etiquetação do produto com o preço; Informática: utilizada como plataforma de eficiência e produtividade onde, por exemplo, tem-se a Extranet com ferramentas e os documentos, antes limitados à consultas internas, que podem ser acessados de modo controlado fora da empresa pelos distribuidores, parceiros, fornecedores e clientes, permitindo rapidez e economia de tempo nas transações; De acordo com o desenvolvimento da administração de materiais é importante destacar a grande evolução que trouxe mudanças significativas para os estoques e suas áreas de apoio, como na logística, os avanços na informatização dos estoques com os códigos de barras, as técnicas de administração japonesas, ou seja, especialidades que proporciona constantes evoluções visando a otimização das atividades na empresa. 5.1 Administração de Estoques Viana (2000) define que: as atividades de gestão de estoque visa o gerenciamento dos estoques por meio de técnicas que permitam manter o equilíbrio com o consumo, definindo parâmetros, níveis de ressuprimento e acompanhando sua evolução. A administração de estoques em função das encomendas e dos estoques vai definir quando e quanto comprar e fabricar ou manter de cada item para compor o produto final. A primeira questão a ser analisada pela gestão de estoques será identificar a importância relativa dos itens que compõem o estoque, depois definir o tamanho do lote de reposição dos itens de compra ou fabricação e logo em seguida estabelecer um sistema de controle de estoques que permita a reposição dos itens dentro deste tamanho de lote. De acordo com Tubino: A administração de estoques deve atender a todos planos nos diversos níveis, estratégico, tático e operacional. Vista como a principal função de PCP, a gestão de estoques é fundamental para os resultados financeiros e competitivos da organização. Por envolver várias áreas como vendas, produção, compras e contabilidade essa atividade é bastante complexa devido à dificuldade de coordenação. (TUBINO, 1997, p.29) Os estoques são na maioria das empresas o principal foco de problemas por isso se torna necessário o seu estudo. A gestão de estoques engloba o planejamento do estoque e o seu controle, (MACHILINE e MOTTA, 1979). 26 O planejamento irá determinar antecipadamente a quantidade dos estoques, as datas de entrada e saída e os pontos de pedido do material. O controle consiste em registrar os dados e comparar com o planejamento, apontando possíveis desvios. O gerente de PCP deve observar os seguintes aspectos relacionados à administração de estoques que serão listados a seguir: Os estoques não agregam valor ao produto; Estoques elevados escondem problemas na linha de produção; Os estoques dificultam enxergar as oportunidades de melhoria nos processos de fabricação; Os estoques contribuem para determinação da qualidade total da empresa; Os estoques evidenciam problemas de sincronismo e ou de balanceamento da linha de produção; Logo a gestão de estoques deve conciliar, da melhor maneira os objetivos das principais gerências, como vendas, compras, produção e financeiro. Por exemplo, para a área de vendas deseja-se um estoque elevado para atender a operação e clientes, mas já para a área financeira necessita-se de estoques reduzidos para diminuir o capital empatado. Na tabela abaixo pode-se descrever alguns desses conflitos: Matéria prima Compras: Altos estoques significam grandes economias em descontos sobre grandes quantidades de compra. Finanças: Um estoque alto significa mais capital de giro. Produção: Altos estoques previnem falta de material tornando a produção mais fluida e permitem grandes lotes de produção com pequeno custo de preparação. Material em processo Produto acabado Finanças: Um estoque alto está mais sujeito a perda (estragos) e obsolescência e aumenta os custos de manuseio e estocagem. Vendas: Altos estoques permitem entregas mais rápido e firme o que aumenta as possibilidades de vendas. Finanças: Um estoque alto significa mais espaço físico e, portanto maiores custos. Quadro 6 - Objetivos conflitantes no Controle de Estoques Fonte: (RUSSOMANO 1986, p.52). 27 5.2 Gestão de Compras A atividade compras tem por finalidade suprir a necessidade da empresa mediante a aquisição de materiais e/ou serviços, emanadas das solicitações dos usuários, objetivando identificar no mercado as melhores condições comerciais e técnicas. (VIANA, 2000). A gestão da aquisição, mais uma atividade administrativa, conhecida como função compras, têm uma grande importância para o sucesso das atividades logísticas de uma empresa, pois com um bom sistema de gerenciamento de compras, a empresa terá uma redução considerável das despesas com a aquisição dos materiais. Para Lambert (1998), O valor total gasto nas compras de insumos para a produção, seja do produto ou do serviço final, varia de 50% a 80% do total das receitas brutas, e no setor industrial, esse numero alcança a casa dos 57%. A gestão de compras é vista por muitos de forma equivocada, como uma área excessivamente burocrática e geradoras de despesas, mas na realidade pode trazer resultados bem satisfatórios, desde haja o acompanhamento do estoques, das compras junto ao fornecedor, do recebimento de mercadorias, enfim, que suas funções sejam bem executadas. De acordo com Martins e Campos: Hoje a função compras é vista como parte do processo de logística das empresas, ou seja, como parte integrante da cadeia de suprimentos (Supply Chain). Por isso, muitas empresas passaram a usar a denominação gerenciamento da cadeia de suprimentos ou simplesmente gerenciamento de suprimentos, um conceito voltado para o processo, em vez do tradicional compra, voltado para as transações em si, e não para o todo. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.82) Atualmente, a Gestão de Compras tem adquirido um espaço considerável na administração. As técnicas da moderna administração dos estoques e o surgimento da informática nos processos logísticos, agilizaram os processos permitindo a redução dos níveis de estoque, proporcionando a compra com mais eficiência em menor quantidade, adequandose a melhor estratégia de compra. Para Martins e Campos: A área de compras também compete o cuidado com os níveis de estoque da empresa, pois embora altos níveis de estoque possam significar poucos problemas com a produção, acarretam um custo exagerado para sua manutenção. Esses altos custos para mantê-los são resultantes de despesas com o espaço ocupado, custo do capital, pessoal de almoxarifado de controles. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.83) 28 Antigamente, a principal função na área de compras era em obter o recurso desejado, conseguindo negociar, o preço de aquisição mais baixo possível de um fornecedor. Nos últimas décadas essa visão tradicionalista vem sofrendo algumas alterações consideráveis, dando grande foco a cadeia de suprimentos, importância no relacionamento entre cliente e vendedor, elevando essa função a uma atividade de nível estratégico e superior. A organização atualmente vem dando ênfase a esta importante atividade administrativa, pois as mercadorias e serviços comprados representam um dos maiores elementos de custo para empresa. Algumas empresas não compram somente matérias-primas e suprimentos básicos, mas também componentes complexos de fabricação, com um conteúdo de valor agregado bastante elevado. 5.2.1 Atribuições da Função Compras O gerente de compras tem fundamental importância na área de compras da empresa, pois cabe a ele, conduzir os processos com habilidade e possuir visão ampla do negócio. Dentre suas características destacam-se sua habilidade de negociação, espírito empreendedor, atenção a detalhe, visão estratégica, capacidade de inovação e conhecimentos em informática. Para Costa (2002), as atribuições variam conforme o ramo de atividades da empresa, volume de compras, dependência de outras áreas, porte da empresa etc. No entanto, por suas próprias características, existem varias atribuições que são comuns a qualquer empresa. Compete a área de compras: Realizar pesquisas de mercado: tem o objetivo de identificar onde encontra materiais e fornecedores de interesse para a empresa. Fazer visitas as instalações dos seus fornecedores: mais que uma simples visita, visa identificar se o fornecedor tem realmente condições para atender às exigências de produção e de qualidade desejadas. Processar pesquisas de preços: adquirir matérias comparando preços entre vários fornecedores, trata-se de uma atividade básica da área. Analisar propostas: o processo de análise consiste em identificar a melhor proposta de fornecimento apresentada, observando custos do material, condições de pagamento, tipo de frete, impostos incidentes, etc. 29 Negociar com fornecedores: é o momento mais importante do processo de aquisição, ocasião em que, sendo bem conduzida, as negociações poderão proporcionar bons ganhos para as empresas. Criar e manter o cadastro de fornecedores: esta é a ferramenta principal da área de compras. Um cadastro bem organizado, completo e detalhado certamente facilitará as atividades de aquisição. Cadastrar materiais: realizado o cadastramento pela Área de Compras, agiliza-se o processo de entrada dos materiais e reduz-se a possibilidade de erros. Por ser a área que faz a aquisição, é a mais indicada, visto que se familiariza com o material antes mesmo de sua entrada na empresa, além de possibilitar a elaboração do pedido, via sistema, cuja copia e enviada para recepção de materiais. Acompanhar pedidos: consiste no ato de verificar pendências existentes nos processos de aquisição. Os motivos dos atrasos nos fornecimentos devem ser apurados, e os processos concluídos devem ser arquivados em ordem cronológica. Manter arquivos de catálogos de materiais: é comum que a Área de Compras possua vários catálogos e folhetos de materiais com especificações técnicas dos produtos. Servem como fonte de consulta e contribuem para a aquisição inequívoca dos materiais. Fazer análise dos custos indiretos: verificar quanto custos indiretos, como fretes, impostos, seguros e embalagem, contribuem para o custo total do material a adquirir. Apresentar relatórios de desempenho específicos da área: esta é uma importante atribuição; Tem a finalidade de informar o desenvolvimento das atividades de aquisição. Estes relatórios devem espelhar ganhos obtidos com as negociações, o volume de negócios realizados, os motivos das pendências das compras, o numero de pedidos realizados, etc. Podemos concluir então que o principal objetivo de uma seção de compras seria comprar bem (verificação de prazos, preços, volume e qualidade), pois através desse meio a empresa conseguirá reduzir os custos, reconhecendo a importância de planejar e controlar a fluxo de materiais da melhor forma. 30 5.3 Administração de Recursos Materiais No estudo da administração de materiais e fundamentados em uma situação de grande mudança na gestão abordou-se um detalhado levantamento de seus conceitos e das principais atividades envolvidas nesse processo, ressaltando a importância do serviço com a qualidade para alcançar a satisfação do cliente, bem como a evolução da área. Para as organizações, o objetivo da Administração de Materiais deve ser o de prover o material certo, no local de operação certo, no instante correto e em condições utilizáveis ao custo mínimo define Ballou (1993), conseqüentemente, gera um ganho em produtividade decorrente desta condição. De acordo com Martins e Campos: A administração dos recursos materiais engloba a sequência de operações que tem seu inicio na identificação do fornecedor, na compra do bem, em seu recebimento, transporte interno e acondicionamento, em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.4). Como ilustra a figura a baixo: Fig. 2 - Ciclo da Administração de Materiais Fonte: (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.5) 31 Conforme o referido, autor quer dizer que a boa administração de materiais significa coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências de operação, a fim de que as atividades primárias da Logística Empresarial alcancem os objetivos logísticos de custo e nível de serviço. Francischini e Gurgel definem: Administração de materiais como atividade que planeja, executa e controla, nas condições eficientes e econômicas, o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos a comprar até a entrega do produto terminado ao cliente. (FRANCISCHINI e GURGEL, 2004, p.25). Na continuidade do estudo, o autor citado informa que a Administração de Materiais tecnicamente bem gerenciada é, uma das condições importantes para o equilíbrio financeiro e econômico de uma empresa, que realiza uma troca de capital por matérias e equipamentos designados a manufatura de produtos para, por meio da venda, gerar lucro. Sendo assim as organizações tendem a se preocupar em administrar melhor os materiais, pois o tratamento adequado do abastecimento, do planejamento e do reaproveitamento de materiais contribui para melhoria do resultado de qualquer organização. 5.4 Recursos Materiais Os recursos materiais são itens ou componentes que uma empresa utiliza nas suas operações do di-a-dia, na elaboração do seu produto final ou na execução do seu objeto social. Como tal são adquiridos regularmente, constitui os estoques da empresa. Eles podem ser classificados em matérias primas, materiais auxiliares, produtos em processo e produtos acabados. Matéria-prima: são os materiais que se incorporam ao produto final, incluindo os de embalagem, também chamados de materiais diretos ou produtivos. Materiais Auxiliares: são os materiais que não incorporam ao produto final, como exemplo materiais de escritório e manutenção, também chamados de materiais indiretos e não-produtivos. Produtos em Processo: são os materiais que estão em processo de fabricação. Muitas pessoas dizem corriqueiramente que eles são os produtos que estão “no meio” da fabrica. 32 Produtos Acabados: São os materiais, agora já sob a forma de produto final, prontos para serem comercializados ou entregues, caso tenham sido feitos sob encomenda. Os produtos acabados são bem conhecidos por nosso dia-a-dia, e itens como os de revenda enquadram-se nessa categoria. Para enfatizar essa informação pode-se dizer então que os recursos materiais, os itens de revenda, é atualmente tratado de uma forma simples pela organização, por meio das divisões ou setores de compras e suprimentos, que encontra-se presente nesse estudo. 5.5 Administração de Materiais e suas atividades de apoio Para Ballou (1993), apesar de transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos serem os principais ingredientes que contribuem para a disponibilidade e condição física de bens e serviços, há uma série de atividades adicionais que apóiam estas atividades primárias. As atividades de apoio são: processo de armazenagem, manuseio de materiais, embalagem de proteção, obtenção ou suprimentos e sistema de informações. 5.5.1 Processo de armazenagem Esta é uma atividade que envolve o processo da administração do espaço necessário para armazenar e manter materiais estocados. Esta ação lida com problemas, como: localização, dimensionamento de área, arranjo físico, equipamentos de movimentação, recuperação do estoque, necessidades de recursos financeiros e de recursos humanos. 5.5.2 Manuseio de materiais Esta é uma atividade que associa-se com a armazenagem e, também, à manutenção dos estoques. Também envolve a movimentação de materiais no local de estocagem, podendo 33 ser tanto estoques de matéria-prima como de produtos acabados, ou a transferência de materiais do estoque para o processo produtivo, ou deste para o estoque de produtos acabados, ou, também, transferência de um depósito para outro. 5.5.3 Embalagem de proteção Dentro da Logística, quando empregada eficientemente, tem como objetivo movimentar produtos com toda proteção sem danificá-los, além do economicamente razoável. Um bom projeto de embalagem do produto auxilia a garantir perfeita e econômica movimentação sem desperdício. Além disso, dimensões adequadas de empacotamento encorajam manuseio e armazenagem eficientes. 5.5.4 Obtenção ou Suprimentos Esta atividade proporciona que o produto fique disponível no momento exato para ser utilizado pelo sistema logístico, envolve procedimentos de avaliação, seleção das fontes de fornecimento, definição de quantidades a serem adquiridas, programação de compras e forma de como o produto é comprado. É uma área importantíssima de apoio logístico e, também, um setor de obtenção de enormes reduções de custos da organização. 5.5.5 Sistema de informações Com o desenvolvimento do departamento responsável pela gestão dos materiais, e a procura das organizações por uma nova forma de administrar, acompanhado pelo processo evolutivo das tecnologias, o sistema de informação como função logística dentro da organização pode operar com eficiência sem as necessárias informações de custo, procedimentos e desempenho. 34 O sistema de informações compõe uma relação de dados bem estruturados, relação de informações sobre os clientes, padrões de entregas, volume de vendas, níveis ideal de estoques, disponibilidades financeiras e disponibilidade física para armazenagem, permitindo o manuseio de um grande volume de informações que servirão como base para uma administração eficiente das atividades primárias e de apoio. 5.6 Logística primária para atender o cliente Ainda discorrendo sobre o assunto, Ballou (1993) menciona as atividades primárias da Logística como sendo transporte, manutenção dos estoques e processamento de pedidos, assim: Transportes: atividade mais importante, pois absorve em média de um a dois terços dos custos logísticos. Manutenção dos estoques: para atingir um grau razoável de disponibilidade de produto, é necessário manter estoques, que agem como amortecedores entre a oferta e a demanda - o uso extensivo do estoque resulta no fato de que, em média, ele é responsável por um a dois terços dos custos logísticos. Processamento de pedidos: sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico em termos de tempo necessário para levar bens e serviços ao cliente; os custos tendem a ser pequenos se comparados a outros dois aqui citados. Entretanto, é importante ressaltar que o conceito de atividade logística é amplo, pode englobar desde longas movimentações de materiais até produtos em um abrangente espaço geográfico, onde ocorre a movimentação de materiais internos, destinados a venda e também onde mais se aproxima do conceito de administração de materiais que interessa ao presente trabalho. 5.7 Tecnologia da Informação para Estoques A Tecnologia de Informação são os sistemas ou práticas utilizadas pelas empresas para melhorar o seu desempenho visando ter um custo operacional adequado, processos logísticos 35 inteligentes e integração com fornecedores e clientes através de ferramentas que serão discutidas ao longo deste estudo. Com o grande avanço da tecnologia de informação e os microprocessadores, proporcionou aos empresários e administradores manuseassem um grande fluxo de informações, contribuindo para o ganho de efetividade no controle de estoques, que passou a ser realizado a partir das informações geradas pelo sistema. A gestão do fluxo de informações passa a ter um caráter estratégico na obtenção de vantagem competitiva, objeto final de qualquer empresa. A melhoria da eficácia da utilização da informação passa a ser preocupação de todos os colaboradores e não somente da alta gerencia ou do pessoal da informática. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.37). Um dos motivos mais determinantes no desenvolvimento dos processos administrativos foi a aplicação de Tecnologia da Informação, proporcionando um grande aumento de eficiência. Este conjunto de sistemas abrange todas as ferramentas que a tecnologia disponibiliza para o controle e gerenciamento do fluxo de informação de uma organização. 5.7.1 Hardware Hardware é todo equipamento utilizado na coleta, processamento e distribuição da informação. Assim, são hardwares, por exemplo, as unidades centrais de processamento (CPU), os teclados, discos rígidos, monitores e modens. Para Martins e Campos: Há Concordância entre os especialistas que o rápido desenvolvimento de novas tecnologias de microprocessadores tem produzido o desenvolvimento de softwares cada vez mais sofisticados. Essa combinação adequada de hardware e software tem levado a aplicação em praticamente todos os campos do conhecimento humano. Na medicina, por exemplo, os diagnósticos são em grande parte obtidos por meios computacionais, analógicos ou digitais. O mesmo pode-se dizer da metodologia e outras áreas do conhecimento humano. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.37). Os hardwares não funcionam sem instruções dos softwares, o sistema operacional tem a função de gerenciar processos, memória, sistema de arquivos, entrada e saída de dados, formado por um conjunto de programas e rotinas computacionais que têm como objetivo criar uma relação funcional entre o usuário e o hardware propriamente dito. Todos esses itens 36 contribuem para a praticidade dos negócios e acordos profissionais, bem como a comunicação social no mundo. 5.7.2 Softwares São todos os programas, em linguagens específicas, sem os quais os computadores nada fazem. O desenvolvimento de softwares ditos amigáveis tem permitido que mais usuários tenham acesso aos computadores, mesmo quando não entendem quase nada de informática. No Brasil existe uma enorme quantidade de softwares disponíveis, desde os usados nas áreas de serviço ao cliente, vendas e marketing, até os mais complexos que possuem algoritmos, capazes de executar tarefas diversas, definindo a rota, obtenção da matriz de distância, estudo de localização, etc, com objetivo de auxiliar na logística e distribuição. Com o grande desenvolvimento dos softwares na área de gestão de recursos materiais, proporcionou um maior controle no gerenciamento do estoque, demanda e distribuição e consequentemente empregando outros tipos de profissionais, como, programadores e analistas de sistema. 5.7.3 Dados A grande disponibilidade de informações, resultantes de diferentes fontes de dados, representam uma excelente ferramenta gerencial, e um ótimo acervo estratégico às diversas áreas administrativas das empresas, que deverá ser reforçado por meio da implementação de processos de qualidade de dados pela administração de dados das organizações. Para Martins e Campos: A gestão da base de dados é um dos campos da administração moderna que mais tem crescido nos últimos anos. Umas das aplicações das bases de dados é o gerenciamento eletrônico de documentos (GED) ou, ainda, o armazenamento eletrônico de imagens de documentos (AEID), que usa a tecnologia da informática para captar, armazenar, localizar, e gerenciar versões digitais dos documentos em papel. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.39). 37 Como o armazenamento de dados, assim como o armazenamento de materiais, gera custo, muitas vezes as empresas começam a se questionar sobre as vantagens e desvantagens de armazenar um numero excessivo de dados, que podem passar anos sem ser acessados ou modificados, pois, a quantidade de dados cresce exponencialmente. 5.8 Estoques: Classificação e Conceitos A gestão de estoques é um departamento base para o gerenciamento da cadeia de suprimentos de uma empresa, independente do seu porte físico ou ramo de negócio. Desde o início da sua história que a humanidade tem usado estoques de variados recursos, de modo a suportar o seu desenvolvimento e sobrevivência, tais como ferramentas e alimentos. O estoque de uma empresa representa uma grande parte dos ativos, por isso e outros fatores o administrador deve considerá-lo como um setor de potencial de geração de lucros. Definir quanto e quando comprar são informações que devem estar disponíveis nos registros de controle de estoques. Cabe ao administrador realizar a correta gestão dos recursos sobre o retorno do capital investido. Para se estabelecer os níveis ideais de estoque e sua localização O planejamento e controle de estoques é a função através da qual a produção é mantida abastecida de matérias primas, peças e materiais auxiliares, tem um contato permanente com a emissão de ordens para evitar o desabastecimento e não mobilizar demasiadamente recursos financeiros. (ERDMANN, 1998, p.40). A organização tenta manter os níveis de materiais e produtos dentro dos parâmetros econômicos aceitáveis, com o objetivo de ter os bens necessários disponíveis no momento certo para atender as necessidades de mercado. 5.8.1 O que é Estoque Pode ser definido por uma certa quantidade de material armazenada para uso futuro, podendo ser no setor comercial (mercadorias para revenda), industrial (matéria-prima, produtos acabados, etc.) ou de serviços (materiais necessários à realização dos serviços). 38 “Stock (europeu) ou estoque (português), ou existências (em logística) são designações usadas para definir quantidades armazenadas ou em processo de produção de quaisquer recursos necessários para dar origem a um bem.” (SEVERO FILHO, 2006, p. 62). Também para Segall e Viana: O termo estoque pode ter vários significados, visto tradicionalmente pode-se considerá-lo como representativo de matérias primas, produtos semi-acabados, acabados, componentes para montagem, sobressalentes, materiais administrativos e suprimentos variados, ou então no estoque pode configurar máquinas, equipamentos, ferramentas, recursos financeiros e até humanos, podendo ser de livros, imóveis, dinheiro em banco, cientistas, professores, etc. (SEGALL e VIANA, 1988, p.35). Então, pode-se dizer que este conceito possui várias vertentes no meio empresarial, más cabe ressaltar que estoque nada mais é que uma diferença entre compras e vendas, pois não se tem certeza de segurança no dia e na hora em que o cliente ira comprar. Mesmo fazendo uma boa previsão de venda, o fornecedor poderá faltar com os prazos de entrega. Então, por estas e outras incertezas como na operação de vendas e distribuição, compras e suprimentos e pela garantia de atendimento ao cliente no momento certo, surge o estoque. Mas para Slack: O estoque pode ser definido como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de transformação, no entanto o termo estoque refere aos materiais utilizados nas operações produtivas, alguns materiais são de extrema importância e de naturezas variadas, dependente das operações a que se destinam. (SLACK, CHAMBERS e HARLAND, 1997, p.83). A otimização da empresa está totalmente relacionado aos níveis de estoque adequado, pois nem sempre o volume ou a quantidade de material estocado, depende de vários fatores como organização, característica do produto, processos, etc. No que se refere à excelência dos estoques em geral, são as técnicas usadas para balancear a cadeia de suprimentos através da informação e integração das parte envolvidas. Já para Corrêa: O estoque engloba também todo o material existente fisicamente no almoxarifado. Podendo existir tanto antes do processo da produção, bem como depois ao ser transportado aos consumidores. Os valores dos estoques também sofrem grandes variações, ou seja, podem representar uma parte significativa do ativo circulante, ou quando são relativamente pequenos. (CORREA, 1975, p.33). No âmbito empresarial, se por um lado os altos níveis de estoques representam custos operacionais e de oportunidade do capital parado, por outro lado os baixos níveis de estoque podem originar perdas de economias e custos elevados devido à falta de produtos. 39 5.8.2 A Importância dos Estoques Os estoques representam boa parte dos ativos da empresa, em alguns casos podendo representar aproximadamente 46% dos ativos totais. Então, pode-se considerar que, “os estoques são recursos ociosos que possuem valor econômico, os quais representam um investimento destinado a incrementar as atividades de produção e servir aos clientes” (VIANA, 2000, p.144). Atualmente, muitas empresas buscam trabalhar com estoques mínimos na busca de obter vantagem competitiva em relação aos concorrentes. Com os baixos valores agregados aos estoques, elas conseguem ter a oportunidade de investir o capital ao invés de deixá-lo inutilizável em forma de estoques. Outros pontos devem ser analisados, como a variação da demanda, pois se a empresa não possui o estoque para atendimento imediato ao seu cliente, ela gera a oportunidade para que o mesmo busque seus concorrentes, correndo riscos de perdê-los. Ou então, se ela não cumpre os prazos, seja por falta de matéria-prima devido à um atraso do fornecedor, a empresa terá sua imagem denegrida junto ao mercado e, para conseguir restabelecê-la acarretará em grandes custos. Hoje o relacionamento cliente/fornecedor é totalmente diferente de alguns anos atrás, quando cada um procurava tirar o máximo de proveito do outro, e, se não eram amigos, pelo menos a desconfiança era mútua. Atualmente o relacionamento é do tipo parceria, com elevada confiança, em que cliente e fornecedor se ajudam sempre na procura de soluções eficazes e que possam trazer mais benefícios aos consumidores finais, (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.171). Contudo, houve a necessidade de se estudar uma melhor forma para manter um estoque de segurança. Para Ballou (1993), Um dos mais respeitados gurus da logística, afirmou que, em sistemas logísticos, os inventários são mantidos para: Melhorar o serviço ao cliente: dando suporte a área de marketing, que ao criar demanda precisa de material disponível para concretizar vendas. Economia de escala: os custos são tipicamente menores quando o produto é fabricado continuamente e em quantidades constantes. Proteção contra mudanças de preços em tempo de inflação alta: um alto volume de compras minimiza o impacto do aumento de preços dos fornecedores. Proteção contra incertezas na demanda e no tempo de entrega: considera o problema que advém do sistema logístico quando tanto o comportamento de demanda dos clientes 40 quanto o tempo de entrega dos fornecedores não são perfeitamente conhecidos, ou seja, para atender os clientes são necessários estoques de segurança. Proteção contra contingências: proteger a empresa contra greves, incêndios, inundações, instabilidades políticas e outras variáveis exógenas que podem criar problemas. O risco diminuiria com a manutenção de estoques. Atender aos clientes na hora certa, com a quantidade certa e requerida, tem sido o objetivo da maioria das empresas. Assim, a rapidez e presteza na distribuição das mercadorias assumem cada vez mais um papel preponderante na obtenção de uma vantagem competitiva duradoura. De um modo geral podemos afirmar que, na composição do custo final e, consequentemente no preço de venda, a participação relativa do custo da matéria-prima é cada vez maior. Isso se deve ao fato de as empresas tornarem-se cada vez mais enxutas. Dessa forma pode-se constatar três situações: ontem, hoje e amanha, para simbolicamente representarem a evolução por que vem passando todas as empresas. A figura a seguir dá uma amostra. Fig. 3 – Participação relativa do custo do Material Direto na composição do preço de venda de um produto manufaturado. Fonte: (MARTINS e CAMPOS, 2000, p.173) 41 Em que: GIF: Gastos Indiretos de Fabricação; MOD: Mão-de-Obra Direta; MD: Material Direto (Matéria-prima); A participação relativa da matéria-prima vem aumentando, a mão-de-obra direta, diminuindo e os gastos indiretos de fabricação, também vêm diminuindo, demonstrando a importância dos materiais diretos na vida das empresas manufatureiras em que o MD é o principal insumo. Os estoques de segurança “diminuem os riscos do não atendimento das solicitações dos clientes internos e externos”. (MARTINS e CAMPOS, 2000, p.201). 5.8.3 Custos dos Estoques A gestão de estoque incorre em dois tipos básicos de custo: custos de manutenção de estoque e os custos associados à falta do mesmo. Este segundo tipo de custo é relacionado ao nível de serviço da empresa, sendo muitas vezes negligenciado pela mesma. Para Dias (1993); Existem certos componentes de custo que não podem ser calculados com grande precisão, mas que ocorrem quando um pedido atrasa ou não pode ser entregue pelo fornecedor. Podemos determinar os custos de falta de estoque ou Custo de Ruptura das seguintes maneiras: Por meio de lucros cessantes, devidos a incapacidade de fornecer. Perdas de lucros, com cancelamento de pedidos. Por meio de custos adicionais, causados por fornecimentos em substituição com material de terceiros. Por meio de custos causados pelo não-cumprimento dos prazos contratuais como multas, prejuízos, bloqueio de reajustes. Por meio de “quebra de imagem” da empresa, e em conseqüência beneficiando o concorrente. Como a gestão de estoque abrange uma grande gama de atividades de uma empresa, normalmente existem custos, que não os de manutenção de estoque ou associados diretamente à falta de produto, que são impactados pelo processo de gestão. 42 As definições de quais custos devem ser considerados é função das características operacionais de cada empresa, devendo ser identificados seus principais impactos na gestão de estoque. Estes custos devem ser monitorados para que seja possível a avaliação do custo total do processo de gestão de materiais. Muitas vezes estes se mostram tão relevantes quanto os custos manutenção de estoque ou de falta de produto. Para a tomada de decisão de quanto comprar, os custos totais devem ser analisados, para que sejam mantidos a níveis mínimos, mas compatíveis com as estratégias das empresas. Contador (1998) descreve a relação de custos mais relevantes e seus componentes: Custo de obtenção È proporcional a ordem de produção ou a compra do lote, este custo é fixo e se refere: Preparação para a produção de itens. Preparação das máquinas (setup). Inspeção das primeiras peças. Custo de manutenção de estoques São proporcionais ao volume do estoque e ao tempo de permanência deste. Custo de seguro (impostos e juros). Custos de estocagem que incluem espaço e manuseio. Custos de obsolescência. Custos de depreciação. Custos de oportunidade do capital. 5.8.4 Função dos Estoques Os estoques têm a função de regular o volume de materiais, auxiliando como regulador na diferença entre entradas e saídas de materiais. Para Mayer: Os estoques devem compensar erros na projeção e demanda dos produtos da empresa, mas para que isso ocorra à matéria prima e partes adquiridas devam ser programadas e que estejam disponíveis na hora certa, assim como os produtos finais, função quase impossível. Por isso as maiorias das organizações optam em estocar, para prevenir possíveis imprevistos. (MAYER, 1990, p.41). 43 Segundo o autor, a estocagem visa à utilização econômica dos equipamentos, dos edifícios e da mão de obra, caso exista flutuação na demanda, pois o cronograma de demanda de fatores produtivo gerado pela previsão de vendas e produção pode ocorrer grandes variações. Outro fator que contribui para a estocagem é a produção ou compra por lotes econômicos, pois o custo unitário de compra ou de fabricação é maior, ao contrário quando se adquire ou fabrica grandes quantidades de uma vez. No entanto é necessário dosar esses custos com os custos de manutenção do estoque, mantendo os custos totais ao mínimo, esses são os chamados lotes econômicos, que serão abordados mais tarde. As funções do estoque para Ballou (1993), podem estar nos diversos setores da organização, pois melhoram o nível de serviço oferecido devido à localização dos estoques mais próximos dos clientes e pontos de vendas, fazendo com que o produto esteja sempre disponível. O estoque incentiva economias de produção, pois quando se produz grande lote, o custo unitário é o mínimo, permitindo assim economias de escala nas compras e descontos no transporte, proteção contra contingências, como greves, incêndios e inundações. No entanto, apesar dos inúmeros benefícios dos estoques é necessário destacar os custos elevados que advém da sua manutenção. 5.8.5 Estoque de Segurança Conhecido também como estoque isolador, para Slack (1996) este compensa as incertezas inerentes ao fornecimento e demanda, variação essa que pode surgir devido às variações humanas no tempo de processamento ou outros motivos como quebras ocasionais, perturbações, atrasos de entrega etc. Tubino (1997) complementa que quanto maior as variações na demanda, maior devem ser o estoque de segurança, que deve estar relacionado a dois fatores, o custo de manutenção do estoque e dos custos decorrentes do esgotamento do item. Esse tipo de estoque não pode afetar o processo produtivo da empresa, não pode acarretar nenhum transtorno para o cliente por falta de material, ou correrá o risco de perdê-lo para a concorrência. 44 O ideal seria manter este estoque a zero, porém é notável que, dentro de uma empresa comercial, não são comercializados em uma quantidade uniforme, e que, o tempo de reposição pra qualquer produto não é 100% garantido pelos fornecedores, em decorrência das variáveis do mercado. Segundo Viana, o estoque de segurança é “a quantidade minimizada possível capaz de suportar um tempo de ressuprimento superior ao programado ou um consumo desproporcional” (VIANA, 2000, p.150). Também denominado estoque mínimo: Quantidade mínima possível capaz de suportar um tempo de ressuprimento superior ao programado ou um consumo desproporcional. Ao ser atingido pelo estoque em declínio, indica a condição do material, desencadeando providencias, como, por exemplo, a ativação das encomendas em andamento, objetivando evitar a ruptura do estoque. (VIANA, 2000, p151). É denominado como uma espécie de estoque reserva, afim de suprir suas necessidades básicas de venda, também conhecido como estoque mínimo, com o objetivo de impedir as variáveis do sistema devido a atrasos no ressuprimento, por parte do fornecedor, aumento da demando do produto ou uma possível devolução do lote de compra. Para Souza, Precaver-se contra eventuais faltas de estoque, significa ter uma determinada segurança, no entanto essa margem de segurança é conhecida por um fator que reflete a demanda máxima esperada Dmax que poderá ocorrer durante o tempo de reposição. Esse fator de segurança é calculado mediante o balanceamento entre o custo de ter um estoque adicional e o custo de falta deste estoque que deverá proteger contra as incertezas inerentes a qualquer previsão. (SOUZA, 1982, p.67). Podendo ser calculado pela fórmula geral: ES = (c.ape) + ac (pe + ape) ES: Estoque de reserva ou de segurança; c: consumo diário; ape: atraso no prazo de entrega; ac: aumento do consumo diário; pe: prazo de entrega. (1) 45 As principais falhas no processo de reposição de estoque ocorrem em três pontos principais: Atraso de entrega pelo fornecedor: muitas vezes o fornecedor não tem as condições necessárias para cumprir com os prazos de entrega, por ter falhas no sistema de transporte ou produção gerando falta de estoques por parte do fornecedor. Aumento repentino da demanda: ocorre fora da previsão da empresa, pela grande alta rotatividade de um determinado item, ou por outras causa, como exemplo promoções, a chegada de um grande pedido pra um determinado cliente, aumento da produção para estocagem. Demora no procedimento do pedido de compra: são um conjunto de falhas do sistema de gerenciamento e controle do estoque de materiais, falhas em gerar informações do almoxarifado relativas à área de compras, que podem incidir em atrasos excessivos no processo de pedidos. 5.9 Técnicas de Gestão dos Estoques As técnicas e ferramentas utilizadas para auxiliar e orientar o administrador em uma eficiente gestão de materiais busca reduzir e eliminar falhas nos processos de atendimento ao cliente. O excesso e falta de mercadoria, que podem gerar um custo não programado, além de complicar o fluxo de caixa da empresa. 5.9.1 Classificação dos estoques segundo o valor de uso – Sistema ABC Nas organizações de hoje, existem varias ferramentas para fazer a medida dos custos e uma das mais usada é o sistema de custeio ABC, que são os custos baseados em atividades. Viana aborda um breve histórico em relação ao sistema ABC: Para facilitar o entendimento, apresentamos a síntese histórica do método. Vilfredo Pareto, economista, sociólogo e engenheiro italiano (1848-1923), em 1897, muito antes do aparecimento das pesquisas econométricas, descobriu, ao estudar a distribuição de renda entre a população do sistema econômico em que vivia, certa regularidade na distribuição de renda nos países capitalistas e também naqueles onde imperavam relações feudais ou de capitalismo nascente, estabelecendo um princípio, 46 segundo qual o maior segmento de renda nacional concentrava-se em uma pequena parte da mesma renda. Com base em estatísticas de diferentes países, Pareto anotou uma serie de dados sobre o numero de pessoas correspondentes a diferentes faixas de renda recebida. A seguir, com dados obtidos, traçou um gráfico, marcando as diferentes faixas de renda o eixo das abscissas e, no eixo das ordenadas, o numero de pessoas que recebiam rendas iguais ou superiores às de cada faixa, observando que 80 a 90% da população pertencem a duas ou três classes inferiores, do que concluiu que qualquer medida que atingisse duas ou três classes majoritárias estaria englobando o grosso da população. (VIANA, 2000, p.64) A curva ABC,é abordada nos principais setores que envolve a tomada de decisão que circunda uma grande quantidade de dados, tornado assim esse ação urgente na atividade ou trabalho relacionado ao controle dos estoques. Para Martins e Campos: A análise ABC é uma das formas mais usuais de examinar estoques. Essa análise consiste na verificação, em certo espaço de tempo (normalmente 6 meses a 1 ano), do consumo, em valor monetário ou quantidade, dos itens de estoque, para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de importância. Aos itens mais importantes de todos, segundo a ótica do valor ou da qualidade, dá-se a denominação itens classe A, aos intermediários, itens de classe B, e aos menos importantes itens classe C. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.211). Devido as empresas apresentarem um grande número de itens em estoque, não seria vantajoso a análise completa de cada item, por isso é utilizado o sistema ABC de classificação de estoques. A curva ABC é um importante instrumento para o administrador; ela permite identificar itens que justificam a atenção e tratamentos adequados quanto à sua administração. Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens conforme a sua importância relativa. (DIAS, 1993). O método ABC é o mais utilizado, pois leva em consideração a sua abrangência em relação a determinado fator, separando os itens por classes de acordo com sua importância relativa. Para classificar os itens podem ser utilizados vários parâmetros, peso, volume ou número de movimentações, ou ainda por volume financeiro investido em estoque. No entanto o mais utilizado é o emprego da demanda valorizada, ou seja, a quantidade do produto pelo seu custo unitário. Contudo, Martins e Campos afirmam que: Não existe forma totalmente aceita de dizer qual o percentual do total dos itens que pertencem a classe A, B ou C. Os itens A são os mais significativos, podendo representar algo entre 35% e 70% do valor movimentado dos estoques, os itens B variam de 10% a 45%, e os itens C representam o restante. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.211). 47 Um ponto comum a todas as empresas é que a Curva ABC aplica-se a todos os casos. Existe uma grande concentração de capital em alguns poucos itens. Em geral esses itens são aqueles de extrema importância para produção e cuja previsão de demanda é muito difícil, pois trata-se de demanda esporádica. Dias (1993, p.77), Após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras: Classe A: grupo de itens importantes que devem ser tratados com uma atenção especial pela administração. Classe B: grupo de itens em situação intermediaria entre as classes A e C. Classe C: grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por parte da administração. De acordo com a classificação ABC, os itens podem ser separados em classe A, que são os itens em pequenas quantidades, porém caros, e o contrário ocorre na classe C, onde grandes quantidades, mas, porém com custos menores e a classe B que seria o intermediário entre as duas classes. Portanto, Tubino afirma que: Por representarem substanciais recursos financeiros, os estoques da classe A merecem total atenção de modo que o controle destes seja rigoroso para evitar prejuízos nos sistemas de armazenagem e reposição, mas, no entanto as duas outras também merecem atenção. (TUBINO, 1997, p142). Fig. 4 - Curva ABC para classificação de estoques Fonte: (MOREIRA, 1996, p.463). 48 Para Messias: Os materiais da classe A, mais caros e em menor número, devem permanecer em estoque no máximo em 15 dias, os da classe B, materiais de quantidades e valores intermediários, podem ficar estocados de 30 a 60 dias. Logo os materiais pertencentes à classe C, de pouco valor e com grandes quantidades devem ficar estocados de 120 a 180 dias. (MESSIAS, 1988, p.136). No entanto, a experiência prática tem demonstrado que existem exceções para essas regras. Por exemplo, materiais perecíveis e de custo pequeno que deveriam ser classificados como C, mas que pertencem à classe A, pois ficam apenas alguns dias estocados. Outro exemplo é o caso dos materiais importados e de custo intermediário, classificados como C, em virtude do longo prazo de reabastecimento do item. O mesmo acontece com os materiais volumosos de custo pequeno ou intermediário que deveriam ser classificados como B ou C, mas que na verdade classificam-se como A, devido ao tempo rápido de rotação ocupando assim menos espaço de armazenagem. 5.9.2 Lote Econômico de Compra (LEC) Para Viana (2000, p.158), “O lote econômico para compra representa a quantidade de material, de tal forma que os custos de obtenção e de manutenção sejam mínimos.” O lote econômico de compra (LEC) é o equilíbrio econômico entre o custo de posse (manutenção dos estoques) e o custo de aquisições (obtenção de material), compreendendo a quantidade certa a ser comprada com objetivo de minimizar os custos de estocagem e aquisição dos produtos. Quando o cálculo do lote econômico for realizado deve-se considerar que o custo unitário do item não varie e a entrega é feita de uma única vez. Normalmente este lote é conhecido como lote econômico de compra. (TUBINO, 1997). Considerado o método mais comum para a decisão de quanto comprar em caso de reabastecimento de um produto específico do estoque. È basicamente um procedimento matemático pelo qual a empresa adquire o material necessário as suas atividades pelo custo mais baixo. A quantidade a ordem em um dado momento deve ser determinada pelo equilíbrio de dois fatores: (1) o custo de possuir ou transportar materiais e (2) o custo de adquirir ou 49 encomendar materiais. Compra de grandes quantidades pode diminuir o custo unitário de aquisição, mas esta economia pode não ser mais do que compensado pelo custo de transportar materiais em estoque por um longo período de tempo, por isso é fundamental saber se deve estocar um item, embora seja dispendioso. Para a determinação do lote econômico, define-se que o custo do sistema igual à soma de três parcelas: CS = CMC + CGC + CF (2) CS: Custo do Sistema CMC: Custo do Material Comprado CGC: Custo da Gestão de Compras CF: Custo Financeiro de Manter o Estoque Em relação a variação dos custos em função do tamanho do lote pode afirmar que o custo de carregamento (CC) aumentam com o aumento do tamanho do lote econômico de compra e, consequentemente, com o aumento do estoque médio. Os custos de preparação (CP) diminuem com o aumento do tamanho do lote de compra e, consequentemente, com o aumento do estoque médio. Os custos independentes (CI) não variam com o tamanho do lote e o custo de aquisição também não se altera. O custo total (CT) diminui ate atingir um valor mínimo e cresce em seguida. Se representarmos graficamente os custos de carregamento, de preparação, independente e total em função do lote de compra (Q) teremos a figura: Fig. 5 - Custo total em Função do Lote Q Fonte: (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.229) 50 CT: Custo Total CC: Custos de Carregamento (armazenagem) CP: Custos de Preparação (pedido) CI: Custos Independentes Q: Quantidade O EOQ (Economic Order Quantity) é utilizado como parte de um sistema contínuo de revisão de inventário, em que o nível de estoque é monitorado em todos os momentos, e uma quantidade fixa é ordenado cada vez que o nível de estoque chega a um ponto de reabastecimento específico. Esta ferramenta gerencial fornece um modelo para o cálculo do ponto de reabastecimento adequada e a quantidade ideal para garantir a reposição instantânea do estoque, sem faltas. Pode ser uma ferramenta valiosa para os pequenos empresários que precisam tomar decisões sobre o quanto de estoque deve-se manter a mão. Deve-se ter muito cuidado ao se trabalhar com as fórmulas do lote econômico de compras, pois deve-se avaliar uma serie de fatores a serem observados cuidadosamente. 5.9.3 Sistema Just-in-time (JIT) “O sistema jus in time é um método de produção com o objetivo de disponibilizar os materiais requeridos pela manufatura apenas quando forem necessários para que o custo de estoque seja maior. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.127).” Segundo Viana (2000), É a produção na quantidade necessária, no momento necessário, para atender a variação de vendas com o mínimo de estoques em produtos acabados, em processos e em matéria-prima. Então, está ferramenta baseia-se em excluir qualquer desperdício, a perda por meio da melhoria sucessiva da produtividade. Contudo podemos dizer que há duas perspectivas de JIT, o grande e o pequeno, onde o grande JIT baseia-se numa filosofia de operações que abrange todos os aspectos das atividades de produção de uma empresa, enquanto que o pequeno JIT, o seu âmbito restringe-se aos métodos de controle de produção, especificamente nas entregas, como exemplo, a utilização freqüente a expressão “aprovisionamento JIT”, que significa o abastecimento em pequenas quantidades (lotes), ou seja, ao ritmo de consumo. 51 Para Martins e Campos (2006), O sistema just-in-time é um método de reprodução com objetivo de disponibilizar os materiais requeridos pela manufatura apenas quando forem necessários para que o custo de estoque seja menor. Aborda-se geralmente o JIT, alguns de seus aspectos, como: Melhoria contínua dos processos. Eliminação de desperdícios. Esforço contínuo na resolução de problemas. Produção em estoque. Manufatura de fluxo contínuo. Os elementos principais do just in time, entre outros, são: (1) ter somente o estoque necessário e melhorar a qualidade tendo a zero defeito. De forma ampla, aplica-se todas as formas e manufatura, seções de trabalho e processos, bem como atividades repetitivas. (VIANA, 2000). Segundo Ching: O fato de considerar os estoques como um desperdício, levou os japoneses a desenvolver as técnicas do just in time com a utilização de cartões Kanban. O JIT é muito mais do que uma simples ferramenta de gestão, é um conjunto de técnicas de administração do estoque e da produção, considerada uma derivação do sistema japonês “Kanban” (quantidade e momento da necessidade de reabastecimento), especificando quanto será retirado do estoque do fornecedor. (CHING, 2001, p.136). A filosofia just in time, está ligada as grandes mudanças na postura das empresas, no que se refere a otimização dos recursos materiais, com principal idéia de coibir a manutenção dos estoques , e seus problemas associados, de forma que o ressuprimento das operações de fornecimento sejam mais frequentes e em lotes menores. De uma forma geral. O JIT visa a melhoria continua dos processos, de forma a obter níveis elevados de produtividade e sem desperdícios, pois o sucesso de muitos produtos japoneses no mercado norte americano (eletrodomésticos, automóveis etc) é a prova das vantagens que a gestão baseada no JIT pode proporcionar em termos de preço e qualidade. (MOURA, 2006, p.325). Embora haja quem diga que o sucesso do sistema de administração, seja originado nas características culturais do povo japonês, os administradores tem-se convencido de que o JIT é composto de técnicas de gerenciamento aplicáveis em qualquer empresa, independentemente do seu porte. Com o desenvolvimento dessa técnica, a popularização dessa aplicação para muitas empresas, houve então o aprofundamento da deste conceito nascido no Japão. 52 O objetivo do JIT II é estreitar ainda mais o relacionamento entre vendedores e clientes, eliminando a necessidade de intermediários, na medida em que o vendedor assume responsabilidades dentro das instalações dos clientes, dispensando, desse modo, parte das funções de compras para o cliente e de vendas para o fornecedor. (MOURA, 2006, p.326). Contudo, essa indispensável técnica de gestão de estoques controla rigidamente os estoques e também os transportes, principalmente através da quantidade e qualidade da informação disponível no sistema de banco de dados da empresa. Resumindo o JIT, é mais usado nas operações de curto e médio prazo, auxiliando no controle da produção. 5.9.4 Sistema Kanban Para Viana (2000), O sistema kanban é uma técnica japonesa que consiste em uma gestão de materiais e de produção no momento exato, ambas (gestão e produção) controladas por meio visual e/ou auditivo. Já para Severo Filho: O kanban é um importante elemento do Sistema Toyota de Produção, sistema este que visa a eliminação total das perdas, entretanto, não são sinônimos, sendo o kanban uma técnica para ajudar a implementar esses princípios.A produção puxada acontece quando a demanda em determinada atividade é gerada pela necessidade da atividade de trabalho seguinte, na medida que o estoque de produtos acabados necessita de mais produtos, gera a necessidade de produção destes por parte dos centro de trabalhos que o abastecem, que por sua vez necessita para esta produção receber os componentes produzidos nas atividades anteriores e assim sucessivamente, fazendo com que somente os componentes necessários em determinado momento sejam produzidos, ou seja, puxando a produção.Já produção empurrada relaciona-se ao sistema tradicional de produção, onde são emitidas ordens em função de uma determinada expectativa de demanda, que pode ou não ser efetivada. Assim, os lotes de produção são transferidos da seção anterior para a posterior, independentes desta ter ou não necessidade de recebê-los, ocasionando, entre fatores negativos, uma elevação dos níveis de estoque. (SEVERO FILHO, 2006, p.92). Dessa forma, podem existir diversos tipos de sistema kanban, pois deve se levar em consideração a forma de como a organização está estruturada conforme seu sistema de produção, como por exemplo: kanban com dois cartões, kanban de um cartão e kanban do fornecedor. 53 Quando acaba um material, um cartão é enviado ao fornecedor para repô-lo. Por razão das quantidades previstas e o tempo de ressuprimento serem pequenos, os lotes de reposição também serão, fazendo com que o estoque mantido até a chegada do fornecedor pode diminuir porque os tempos de reposição são curtos. 5.9.5 A Curva dente de serra A denominada Curva dente de Serra é indispensável nas atividades de gestão de estoques, principalmente em relação aos métodos de reposição por quantidades fixas e reposição por revisões periódicas e suas derivações, possibilitando assim a formulação das relações matemáticas necessárias para entender e automatizar, pelo controle, as atividades de reposição dos estoques. Uma das maneiras de se representar a evolução do estoque em uma empresa é por um gráfico em que no eixo x colocamos o tempo e no eixo y, a quantidade em estoque. Podemos observar que existem dois períodos distintos: o período de reposição do estoque e o período de consumo do estoque. (FRANCISHINI e GURGEL, 2004, p.149). Fig. 6 - Evolução do estoque real. Fonte: (FRANCISHINI e GURGEL, 2004, p.149) 54 O gráfico mostra que na pratica da Administração de Materiais muitos fatores influenciam na evolução da quantidade estocada, como exemplo: A demanda durante o período de consumo não ser constante, ou seja, sofrer influencia de aleatoriedades próprias de cada empresa e de cada período. Falhas na área de compras ou no controle de estoques que atrasem o pedido do item em estoque aos fornecedores. O fornecedor atrasar a entrega do item em estoque. O controle de qualidade rejeitar lotes entregue do item em estoque. Dessa forma, a prática nos mostra que estas variáveis, são condições que não ocorrem com freqüência. Os consumos de matéria-prima, normalmente, são variáveis e não pode-se confiar em demasia nos prazos de entrega dos fornecedores, pois existem falhas em qualquer sistema de controle e sempre existirá um risco de que alguma remessa de material seja rejeitada parcial ou totalmente, mas todas são insuficientes para alterar o ciclo. Contudo, Dias (2003), afirma que se estas ocorrências são normais, deve-se criar um sistema que absorva essas eventualidades, afim de reduzir o risco de ficar com estoque a zero durante algum período. Mas para Francischini e Grurgel: Todas essas razões acabam implicando uma curva difícil de ser analisada. Além disso, para o estudo da evolução do estoque no futuro, temos de retirar o efeito da aleatoriedade, concentrando-nos apenas no comportamento médio da demanda, e assumir que tanto a empresa compradora quanto a fornecedora não terão falhas nos seus procedimentos de abastecimentos. (FRANCISHINI e GURGEL, 2004, p.150). Trata-se, então, de fazer uma simplificação do que ocorre na prática das empresas, ou seja: Durante o período de consumo, a demanda pelo item em estoque é constante. Não há atrasos no pedido de compra por parte da empresa compradora. Não há atrasos de fornecimento por parte da empresa fornecedora. O material comprado gera à empresa compradora quando o estoque chega a zero. O controle da qualidade não rejeita o lote comprado. Dessa forma pode-se construir um gráfico que incorpora todas essas simplificações, chamado de curva dente de serra: 55 Fig. 7 – Curva dente de serra. Fonte: (FRANCISCHINI e GURGEL, 2004, p.150) “O estudo da administração de estoques deverá ter como objetivo impedir esta ocorrência, com uma solução mais econômica possível. Elevar, simplesmente, as quantidades de estoques não será a solução mais adequada. (DIAS, 1993, p.57).” 5.9.6 Controle de estoques por pontos de pedido É aquele que a intervalos irregulares, quando a disponibilidade total atinja determinado valor previamente calculado nova quantidade de material é reposta. Esse valor determinado é chamado de ponto de pedido ou de encomenda da reposição do item, que e é a quantidade de disponibilidade total, ou seja, o estoque físico mais saldo do pedido. 56 Fig. 8 - Modelo por ponto de pedido Fonte: (TUBINO, 1997, p.125) Constata-se que determinado item do estoque necessita de um novo suprimento, quando o estoque atingir o ponto de pedido, ou seja, quando o saldo disponível estiver abaixo ou igual à determinada quantidade chamada ponto de pedido. (DIAS, 1993). De acordo com a figura 3 o estoque é separado em duas partes, uma parte é para ser usada totalmente até a data da encomenda de um lote de reposição, a outra parte é para ser usada entre a data de encomenda e data de recebimento do lote. Essa separação pode ser feita somente nos registros ou fisicamente, quando assim é feito é chamado de sistema de duas gavetas ou sistema “two bins”. A quantidade do ponto de pedido pode ser definida pela seguinte forma: PP = d x tr + ES Onde: PP: ponto de pedido d: demanda por unidade de tempo tr: tempo de ressuprimento ES: estoque de segurança (3) 57 Já Francischini e Gurgel (2004) afirmam que, determinar quando fizer um novo pedido para reposição do item em estoque que, quando atingida, deve acionar um novo processo de compra ou fabricação é chamada de ponto de pedido. Em se tratando dos pedidos de compra, devem ser emitidos quando as quantidades em estoque atingem um nível, suficiente apenas para cobrir o estoque de segurança (quantidade mínima que deve existir em estoque, para cobrir eventuais atrasos no resuprimento, mantendo o fluxo de caixa regular) atendendo a previsão para o período correspondente ao prazo de entrega dos fornecedores. O ponto de pedidor tem como meta atingir certo padrão de nível de serviço, também conhecida como lead-time. Para calcular o melhor momento em que deve-se executar o pedido de compra tem-se a fórmula: PP = DM x TR + ESeg Em que: PP: Ponto de Pedido DM: Demanda ou Consumo Médio do Período TR: Tempo de Reposição ESeg: Estoque de segurança Fig. 9 - Cálculo do ponto de pedido Fonte: (FRANCISCHINI e GURGEL, 2002, p.159) (4) 58 Em que: PP: Ponto de Pedido DM: Demanda ou Consumo Médio do Período TR: Tempo de Reposição ESeg: Estoque de segurança 5.9.7 Tempo de Reposição por ponto de pedido Uma das informações básicas de que se necessita para calcular o estoque mínimo é o tempo de reposição, isto é, o tempo gasto desde a verificação de que o estoque precisa ser reposto até a chegada efetiva do material no almoxarifado da empresa. Segundo Dias (1993), este tempo pode ser desmembrado em três partes: 1. Emissão do pedido: Tempo que leva desde a emissão do pedido de compra pela empresa até ele chegar ao fornecedor. 2. Preparação do pedido: Tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separar os produtos, emitir faturamento e deixá-los em condições de serem transportados. 3. Transportes: Tempo que leva da saída do fornecedor ate o recebimento dos materiais encomendados. 5.9.8 Modelo de Reposição - Sistema duas Gavetas O modelo de reposição contínua, também chamado de modelo do lote econômico padrão, modelo de estoque mínimo ou modelo do ponto de reposição, consiste em emitir um pedido de compras, com quantidade igual ao lote econômico (ou outro, a critério do administrador de materiais), sempre que o nível de estoques atingirem o ponto de pedido. (MARTINS e CAMPOS, 2006). Esse é um método que consiste em executar o pedido de compra quando o estoque de um certo item atinge um nível previamente determinado. Este sistema é ainda mais relevantes para itens de baixo valor, os da classe C, procurando-se reduzir a burocracia de compra do produto, sem cálculos, garantindo o suprimento normal dos itens. 59 Gonçalves e Schwember (1979) representaram este sistema por uma representação gráfica de maneira bem prática: Sejam duas caixas: Fig. 10 - Sistema de duas gavetas Fonte: (GONÇALVES e SCHWEMBER, 1979, p.207) Todo material necessário é retirado da caixa 1, ficando fechada a caixa 2. Quando a caixa nº 1 mostrar-se insuficiente para atender a demanda abre-se a caixa nº 2, uma ordem é emitida para que se permita encher as duas caixas, sendo a demanda e o tempo de reposição determinísticos. O material chegará exatamente no momento que o material da caixa nº 2 tenha chegado à zero. Para uma melhor compreensão a disposição das caixas ficará da seguinte maneira: Fig. 11 - Sistema de duas gavetas Fonte: (GONÇALVES e SCHWEMBER, 1979, p.208) 60 Logo, adiciona-se um estoque de segurança para evitar possíveis imprevistos, então se trabalha com um sistema de reposição com quantidade fixa com a vantagem de não precisar de um registro com anotações e controle permanente. No entanto, esse sistema não é adequado para itens que apresentem uma alta variação no consumo. 5.9.9 Modelo de Reposição Periódica “O modelo de reposição periódico, também chamado de modelo do intervalo padrão ou modelo do estoque máximo, consiste em emitir os pedidos de compras em lotes em intervalos de tempo fixos. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.250).” 5.9.10 Caixeiro Viajante O Caixeiro Viajante consiste em uma atividade, cujo propósito é determinar o circuito mais curto que é possível percorrer entre as cidades constantes de uma determinada lista, de modo a que cada cidade seja visitada uma e uma só vez. Antigamente definia-se o caixeiro viajante como o homem que vendia sacarias, tecidos e uma infinidade de outras coisas. Vindos da capital, ou do estrangeiro, eram portadores das notícias mais quentes e das principais fofocas de todas as áreas de negócios. Era através desses ambulantes que nós ficávamos sabendo das principais novidades. Para Martins e Campos: O sistema caixeiro viajante consiste em um vendedor visitar os clientes e verificar se está faltando mercadoria no estoque para que ele, em comum acordo com o cliente, tire o pedido. O sinal da demanda, no caso, a falta de mercadoria, é identificado pelo caixeiro viajante. Com a revolução das comunicações este sistema esta desaparecendo. (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.129). 61 5.9.11 Modelos de Controle de Estoques Como já visto os custos dos estoques e sua armazenagem influenciam em muito a determinação do estoque de reposição, porém o controle de estoque irá determinar quando será feita essa reposição. Para isso deve-se gerar as emissões de ordens, que como já visto anteriormente faz parte das atividades do planejamento do Estoque. Os modelos de controle de estoques podem ser divididos em dois grupos: os de emissão direta e os de emissão indireta. Nos modelos de emissão indireta, os itens são considerados independentes dos demais, cuja necessidade de reposição é função apenas da previsão da demanda do item do mercado, ao contrário dos dependentes cujas necessidades de reposição não são conhecidas até que a demanda dos itens aos quais este item tem dependência seja determinada. Ex. de emissão indireta: modelo de controle por ponto de pedido e por revisões periódicas. Os modelos de controle de estoque baseado em emissão direta são baseados na lógica do MRP (Manufacturing Resource Planning) que incluem itens com demanda dependente e independente. 5.9.12 Controle de estoques pelo MRP Para Gonçalves e Schwember (1979), o sistema de planejamento dos requerimentos é um tipo de gerência sistêmica dos estoques baseados em um conjunto de procedimentos e regras de decisão projetadas para determinar as necessidades de estoques dos itens que compõem o produto em todos os níveis, a partir do produto final, com a finalidade de gerar ordens de ação para esses requerimentos. Mas, para Martins e Campos (2006), O Planejamento das necessidades de materiais é uma técnica que permite determinar as necessidades de compras dos materiais que serão utilizados na fabricação de um certo produto. Os principais pré-requisitos e suposições envolvidos no MRP são: Existe um programa-mestre de produção que contém a lista de materiais. Todos os itens do estoque têm uma identificação única. Os registros dos estoques contêm os dados históricos de cada item. 62 Os prazos de entrega são conhecidos. Existem informações para conhecer oportunamente os recebimentos e consumos de cada item; Existe processamento independente dos itens em fabricação. Portanto no MRP, os componentes de um produto e o tempo para a fabricação ou compra são conhecidos, logo com base na previsão de vendas pode-se calcular quando e quanto de cada componente deve ser comprado para que não ocorram sobras nem faltas. Para a fabricação das quantidades dos produtos é necessário “explodir” ou detalhar as necessidades brutas dos componentes que fazem parte do produto, no entanto, são de suma importância informações relativas ao tempo, também conhecido como “lead time” que é o tempo de compra ou de ressuprimento, ou seja, o tempo decorrente entre a liberação de uma ordem até a disponibilidade do produto. Em função da demanda dada, o computador calcula as necessidades de materiais que serão utilizados e verifica se há estoques disponíveis para o atendimento. O MRP apóia-se num pacote de software para cálculo das necessidades de materiais e de outros recursos, garantindo a sua disponibilidade no exato momento em que são necessários, nem antes (o que eu significa desperdícios) e nem depois (atrasando o planejamento). (MOURA, 2006). As quantidades devem estar corretas nos momentos certos para que a programação das atividades seja no momento mais tarde possível, de modo a minimizar os estoques. Quando se deduz as necessidades brutas do estoque já existente, têm-se as necessidades líquidas, a partir da qual são geradas as ordens de compra ou de produção. O período de planejamento do MRP é relativo às datas ou períodos de planejamento associados às respectivas quantidades, neste caso o tempo é escalonado representado graficamente pelas colunas do registro. As linhas contêm as necessidades brutas, ou seja, a necessidade de disponibilidade de cada produto no período futuro. Em termos físicos representa as saídas esperadas de material do estoque durante o período. Nas linhas também são descritos os recebimentos programados, que constituem das reposições programadas do estoque e também o estoque disponível projetado que informa as quantidades que estavam no estoque final no período anterior mais às entradas em estoque esperadas no período menos às saídas esperadas no período. Ainda pode-se destacar as linhas referentes ao recebimento de ordens planejadas e a abertura de ordens planejadas. A primeira indica as quantidades que devem estar disponíveis 63 no início do período correspondente para atender a necessidade bruta que não podem ser atendidas pelo estoque disponível. As quantidades informadas na abertura de ordens planejadas referem-se a ordens recebidas. Para Martins e Campos (2006), se não há material em estoque na quantidade necessária, ele emite uma solicitação de compra – para os itens comprados – ou uma ordem de fabricação - para os itens fabricados internamente. A figura abaixo mostra o esquema de funcionamento do MRP. Fig. 12 – Esquema de um MRP Fonte: (MARTINS e CAMPOS, 2006, p.119). No entanto a lógica do MRP baseada em quantidades estritamente necessárias para a minimização dos estoques, não é sempre possível devido à política de lotes adotados pela grande maioria das empresas, por exemplo, a política de lote mínimo ou a política de período fixo, vistos anteriormente, assim também como a inclusão dos estoques de segurança em caso de demandas imprevisíveis. 64 Entretanto, deve-se garantir a veracidade dos dados de estoque. Os registros lógicos devem ser idênticos aos registros físicos, quando isso não acontece o resultado é sempre a ocorrência de níveis altos de estoque. 65 6 ESTUDO DE CASO 6.1 Histórico da Empresa Em 1º de setembro de 1975, Francisco Andrade Porto, apoiado pelo seu pai, o saudoso Antônio Souza Porto, se junta a mais dois sócios e fundam a empresa “Porto e Rubinger Ltda” que mais tarde recebeu o nome de Casa Rubi, que nesta época funcionava na Avenida Deputado Quintino Vargas, na antiga Tapeçaria do Mário. Em 18 de novembro do mesmo ano, Antônio Souza Porto, compra parte na sociedade, e os dois sócios se afastam, ficando a partir desse momento a Casa Rubi comandada pela família Andrade Porto, pois pai e filho assumiam o negócio, tendo ainda como colaborador Antônio Andrade Porto, que ao lado de Francisco administravam a empresa. Antônio Souza Porto e Francisco Andrade Porto queriam expandir o negócio que começara pequeno e, para isso mudam-se para a Avenida Romualdo Ulhoa Tomba, no prédio onde hoje funciona a Madeireira Andrade, pois para crescer no ramo de material de construção precisavam de espaço físico. Em junho de 1978 a Casa Rubi ganha sede própria, na mesma rua, onde permanece até hoje.Em dezembro de 1979, Sr. Antônio convida seu filho, José Maria Andrade Porto para juntar-se a sociedade e torná-la ainda mais forte. A aquisição de caminhões novos, investimentos na infra-estrutura da sede própria que ocupava um espaço físico grande da Avenida Romualdo Ulhoa Tomba a fundos com a Rua Benedito Laboissiere, possuindo ainda um depósito de material pesado à Rua Antônio Martins na Bela Vista, tornava a Casa Rubi uma empresa empreendedora na cidade de Paracatu, que além do ramo de construção investiu em carvoaria, com mais de 60 fornos e também venda de gás. E assim por mais de dez anos, pai e filhos conduziram esta empresa buscando crescer na construção civil, ampliando seu estoque e sua clientela. Em junho de 1989, Antônio Souza Porto e Francisco Andrade Porto deixa a sociedade e, a partir daí José Maria Andrade Porto e sua esposa Simone Mendes Porto assumem a Casa Rubi. Buscando a continuação da administração de seu pai e irmãos, José Maria buscou pautar-se na honestidade e confiança para com seus clientes para alavancar suas vendas e prosperar. Em fevereiro de 1999, sobrecarregado com a vida política, José Maria convida seu irmão Stanley Welington Andrade Porto para juntar-se a ele e administrar a Casa Rubi. 66 Com experiência e empreendedorismo Stanley deu seguimento a administração de José Maria e juntos conseguiram ampliar ainda mais o espaço físico da Casa Rubi. A construção do seu depósito ao lado da loja e a expansão de seu estoque exigiu contratação de mais funcionários e a criação de mais três empresas no mesmo seguimento: a Rubi Tintas, Rubi Cimento e a Rubi Premoldados, que hoje, juntas, empregam aproximadamente 35 funcionários. Em 2010 vem seu filho, Valter Mendes Andrade Porto, engenheiro civil e cria a Construtora Rubi, dando seguimento a trajetória de seu pai, um homem empreendedor, versátil e de visão a frente de seu tempo, que buscando parcerias administra a empresa que começou pequena nos anos 70 e que hoje procura alcançar excelência no ramo da construção Civil. 6.2 Metodologia Este estudo de caso irá apresentar uma avaliação de resultados atuais e propostas de melhoria, caso necessário para a gestão de recebimento e armazenagem, com intuito de atender às necessidades da empresa. A empresa atua no setor varejista há mais de 30 anos, e encontra-se situado na região central da cidade. Será descrito passo a passo o funcionamento da referida empresa, como está interligada pelos seus setores, propondo a implantação de um sistema/modelo de gestão de estoques personalizado, onde o mesmo possibilitará o processo de acompanhamento de todo um processo de funcionamento e execução. Para a coleta das informações necessárias à identificação e análise dos sistemas de controle de estoques utilizados pela empresa CASA RUBI LTDA, optou-se pelo uso do estudo de caso. Dessa forma foi elaborado um questionário para levantamento das informações provenientes do descontrole do estoque. A escolha desse método de pesquisa deve-se à necessidade de se obter uma visão inicial sobre o funcionamento do ideal do estoque, devido desconhecimento da utilização de controle de estoque na empresa, tendo em vista ainda que, com o estudo de caso é possível uma análise mais profunda do fenômeno. 67 A pesquisa classifica-se como uma pesquisa de campo, que foi realizada através da aplicação de instrumentos de coleta de dados, ou seja, um questionário elaborado para abordar os aspectos mais importantes da administração do estoque de forma eficiente e produtiva. Foi feita a coleta direta de informação no local em que acontecem os fenômenos, também, foi aplicado um questionário com questões abertas e fechadas de múltipla escolha junto aos funcionários responsáveis pelo departamento de controle de estoques. O questionário é composto de dados gerais sobre a empresa, onde obteve-se uma maior retorno com relação a análise e tratamento dos dados, sendo feita com auxílio da entrevista com os funcionários no próprio terreno das ocorrências e acompanhamento dos processos através da observação e reuniões. A pesquisa também contém informações sobre a extensão do controle de estoques, ou seja, a quantidade de estoques de matéria prima, peças, componentes, produtos em processamento, artigos acabados, materiais para embalagem, suprimentos entre outros. Identifica os principais componentes dos custos envolvidos nos estoques, para assim auxiliar na localização das áreas em potencial para a redução de custos. Também identifica se o processo de venda é prejudicado por falta de abastecimento, se há materiais que não foram consumidos no período, se há erros nas quantidades de materiais que entram e saem da loja. O trabalho foi fundamentado por pesquisas bibliográficas já publicadas em livros, artigos e revistas que abordam o seguinte tema proposto nesse estudo. 6.2.1 Pesquisa sobre controle de estoques Para efetuar esta presente pesquisa, foi usado como critério a escolha de dez funcionários da empresa, que tenham correlação direta com o almoxarifado de materiais da organização, tendendo a possibilidade de uma visão geral e ao mesmo tempo direcionando a setores que solicitam e efetuam compras. 68 Modelo de controle de estoque realizado na empresa 7 6 5 4 3 2 1 0 Controle manual visual Controle informatizado Outro Nenhum Figura 13 - Gráfico como ilustração Fonte: Elaborado pelo autor Foi constatado que a empresa possui o controle de estoque informatizado, mas ainda é utilizado o modelo de controle manual visual, que está sujeito a erros no processo de gestão dos estoques. Com isso a empresa não trabalha de maneira eficiente e positiva com os softwares, gerando dois relatórios, um manual e um visual ocasionando o retrabalho. Existência de produtos perecíveis no estoque 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Sim Não Figura 14 - Gráfico como ilustração Fonte: Elaborado pelo autor Pode-se notar que o almoxarifado, estoca pouca quantidade de produtos perecíveis, mantendo baixo o nível de risco com desperdícios por eventuais falhas no controle de estoques de produtos perecíveis. 69 Prazo médio de validade desses produtos 7 6 5 4 3 2 1 0 até 10 dias de 11 a 30 dias de 1 a 3 meses mais de 3 meses Figura 15 - Gráfico como ilustração Fonte: Elaborado pelo autor Com base nestes dados, percebe-se que o prazo médio de validade dos produtos em sua maioria é superior a três meses, mas não se deve dar menos importância aos produtos de minoria, pois podem representar um alto custo para as empresa. Quantidade de pedidos de compra mensal 4,5 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 até 10 pedidos de 11 e 20 pedidos de 21 a 30 pedidos mais de 30 pedidos Figura 16 - Gráfico como ilustração Fonte: Elaborado pelo autor Esta análise aponta para grande necessidade de implantação de um controle de estoque muito bem elaborado, pois existem vários setores desempenhando a função de compras, onde o mesmo produto é solicitado por diferentes setores. 70 Quantidade de setores que solicitam compras 6 5 4 3 2 1 0 1 setor específico até 3 setores de 4 a 10 setores mais de 10 setores Figura 17 - Gráfico como ilustração Fonte: Elaborado pelo autor Conforme os dados obtidos anteriormente, confirma que atualmente a empresa possui um sistema de controle de estoques muito complexo, pois vários setores solicitam compras. Isso significa que a variedade de produtos, setores e ciclo do estoque é muito grande. Principal critério na escolha do fornecedor 7 6 5 4 3 2 1 0 Preço Qualidade do produto Prazo de entrega Confiança Figura 18 - Gráfico como ilustração Fonte: Elaborado pelo autor Pelo que podemos perceber, os critérios que os entrevistados utilizam para escolher seus fornecedores são preço e qualidade do produto, o restante dividem-se entre confiança e prazo de entrega. Diante desse fato, é perceptivo que no processo de cotação de preços, não é avaliado o histórico dos fornecedores, pois não há preocupação com a formação de parcerias, 71 lembrando que a confiança e a parceria reduzem os custos e auxilia no controle, que no médio e longo prazo propicia um retorno financeiro bastante atrativo para empresa. Análise da necessidade de informatização 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Já é informatizado Vê a necessidade imediata Vê a necessidade futura Não vê necessidade futura e/ou imediata Figura 19 - Gráfico como ilustração Fonte: Elaborado pelo autor Este gráfico evidência uma análise de necessidade de informatização colhida nos setores, onde demonstra que, a maioria dos entrevistados afirma que já existe um sistema informatizado. Com base nisso, percebe-se a necessidade de informatização não só por parte de atualização tecnológica, mas as pessoas acreditam que facilitará o processo de trabalho. Desenvolvimento de sistemas informatizados pela empresa 12 10 8 6 4 2 0 Sim Não Figura 20 - Gráfico como ilustração Fonte: Elaborado pelo autor O resultado analisado, evidência que dos sistemas de controle de estoques informatizados que a empresa utiliza, todos eles foram desenvolvidos pela empresa, 72 lembrando que estes são elaborados em softwares como Excel e Access, que não são seguros por serem limitados, e funcionam somente como ferramenta de auxílio na gestão do estoque. Devido a esse fato, vale ressaltar a necessidade de implantação de um sistema de cadeia de suprimento, pois pode proporcionar maior segurança para organização. Principal barreira encontrada pela empresa para a não informatização 7 6 5 4 3 2 1 0 Dificuldade de entendimento e/ou manuseio de um sistema informatizado Financeira Desinteresse dos colaboradores Outro Figura 21 - Gráfico como ilustração Fonte: Elaborado pelo autor O gráfico mostra que a principais barreiras encontradas para a não informatização da organização em seus setores, é em grande maioria devido à dificuldade de entendimento e manuseio de um sistema informatizado, em seguida está o desinteresse dos funcionários em usar de forma positiva as ferramentas do sistema de controle, e não menos importante a dificuldade financeira. Análise pessoal em relação a adoção de um sistema infromatizado na empresa 6 5 4 3 2 1 0 Melhoraria o Melhoraria e evitaria Melhoraria o processo de perdas (prazo de processo de controle aquisição/compra de validade) de estocagem mercadorias Não melhoraria Figura 22 - Gráfico como ilustração Fonte: Elaborado pelo autor Outro 73 Com base no gráfico acima, nota-se que as opiniões dos colaboradores são argumentos suficientes para que a empresa reavalie seus processos, conforme os dados obtidos, pois nenhum deles acredita que com a implantação de um sistema bem elaborado, não iria melhorar em aspecto algum os processos de gestão e controle do estoque. 6.3 Descrição do departamento de controle de estoques De acordo com o questionário respondido pelos responsáveis do setor, percebe-se que não existe um bom relacionamento do órgão com algumas áreas como a de vendas, controladoria, finanças, manutenção, e desenvolvimento dos recursos humanos. Os critérios mais importantes para a obtenção de vantagens competitivas segundo a empresa são o menor custo comparado à concorrência, a qualidade, o desempenho de entrega e a flexibilidade. A empresa possui estoques de matéria prima, de produtos acabados e intermediários. È utilizado a classificação ABC dos estoques, usado como o resultado da multiplicação do custo unitário pelo consumo e para determinação do tempo de demora para sua aquisição. Também é utilizado o MRP (Manufacturing Resource Planning) para a emissão de ordens. A empresa tem conhecimento do custo médio anual de seu sistema de estoque e possui espaço disponível/suficiente para armazenamento da quantidade necessária de materiais. O lote econômico de compra è calculado para a definição do tamanho do pedido, para esse cálculo é levado em consideração o custo de manter o estoque e o custo de obter o estoque, mas, no entanto não é utilizado o lote econômico de compra para todos os materiais. È utilizado o lote econômico de fabricação levando em consideração o custo de manter o estoque e o custo de preparação de uma ordem de produção. O estoque é reposto com base na demanda dos produtos finais, calculando as necessidades de seus produtos e matérias primas, que são obtidas á medida que vão sendo necessárias para uso no processo produtivo (uso da lógica MRP – Manufacturing Resource Planning). 74 6.4 Análise da situação atual da empresa O uso de um sistema de MRP totalmente informatizado é um grande diferencial, mas, um dos grandes problemas encontrados no controle de estoques da empresa pesquisada é o superdimensionamento dos mesmos, a falta de dados corretos relacionados ao estoque, fez com que o registro lógico do sistema considerasse que uma determinada quantidade do material encontrava-se disponível em estoque, sendo que na realidade, fisicamente essa quantidade não existe, podendo ocorrer que ao confrontar com as necessidades brutas, o sistema sugere ordens de compra ou produção da quantidade faltante do item, ou seja, a menor, com isso na hora da entrega do produto, ou da necessidade de disponibilizar o item para a produção de outro item, o planejador não terá tempo para remediar a situação, notará que a produção e a entrega são impossíveis. A informalidade, a desatenção, a falta de treinamento, a falta de rotinas adequadas de consistência lógica de entrada de dados são apenas alguns dos inúmeros motivos que podem gerar este problema. 75 7 CONCLUSÃO 7.1 Conclusão e Comentários Conforme foi proposto no objetivo geral desse trabalho a metodologia utilizada gerou informações que possibilitaram a identificação e análise crítica dos sistemas de estoques de maneira que foi possível identificar os principais problemas relacionados na gestão de estoques da empresa pesquisada. Pode se observar de acordo com as teorias apresentadas neste estudo à importância de um controle eficiente de estoques que representam grande parte do capital investido na empresa. É por meio do controle adequado dos estoques que o empresário fica sabendo o valor do estoque médio de sua empresa, ou seja, quanto vale o estoque atual, quais os produtos mais vendidos e quanto eles representam em relação ao total. Sabe-se com isso, também, quais grupos de produtos pesam mais nos estoques da empresa e muitas outras questões importantes para o bom desenvolvimento das operações empresariais. Ao contrário, a falta ou a inadequação no controle dos estoques resulta em dificuldades que irão refletir nas compras e, conseqüentemente, nos resultados das vendas da empresa e até na lucratividade do empreendimento. A utilização de estantes padronizadas no almoxarifado também contribuiria com este fator. Do ponto de vista da gestão dos estoques de segurança para produtos acabados, é necessário uma maior reprodutibilidade em seu dimensionamento, pois isto pode prejudicar os prazos de entrega, em decorrência de aumentos repentinos do volume de vendas. No atual momento, constata-se que a empresa não está adequadamente preparada para atender picos de demanda. É necessário destacar que existe uma elevada heterogeneidade dos itens em estoque apresentados na empresa pesquisada é um dos problemas que dificulta a elaboração de um sistema de controle de estoques que seja igualmente eficiente para todos os itens em estoque, portanto torna-se inevitável a sua classificação de acordo com os critérios citados nesta pesquisa. Uma das vantagens no controle de estoques apresentadas no estudo de caso é o uso da classificação ABC para diferenciar o estoque, pois ele evidencia a importância dos diversos itens, permitindo assim um maior controle sobre eles. Alerta-se que a falta de parâmetros do sistema de MRP adotado pela empresa pode ser o fator crucial para o superdimensionamento dos estoques, verificado no registro lógico do sistema. 76 Tudo isso, contribui para o erro de dimensionamento. Outro fator que pode contribuir para esse superdimensionamento é a definição errada das políticas e dos tamanhos do lote de produção e de compras, devido à empresa pesquisada não utilizar o lote econômico de compra para todos os itens em estoque. Todo desenvolvimento deste trabalho foi concluído no sentido de contribuir para a sistematização do assunto, ou seja, torná-lo mais simples e operacional possível para tanto sugere-se a continuação do mesmo para a formação de um banco de dados completo que sirva para todos os alunos desta faculdade. 7.2 Projeto de Melhoria 7.2.1 Termo de abertura: Justificativa do Projeto O problema é o desconhecimento da utilização de controles de estoque na empresa gerando descontrole dos estoques devido a inexistência de um gerenciamento adequado pela falta de profissional voltado para a Administração de Materiais; Treinamento inadequado dos funcionários; Desconhecimento de técnicas de controle de estoques; Falta de organização e conferência dos estoques; Dificuldade de entendimento e manuseio de um sistema informatizado. Desinteresse dos funcionários em relação ao software. Dificuldades financeiras. 7.2.2 Nome do Projeto Projeto de Personalização dos Estoques 77 7.2.3 Objetivos Propor um treinamento em relação a técnicas de administração de matérias aos funcionários de acordo com o software adotado. Propor a capacitação do corpo gerencial voltado à administração de materiais. 7.2.4 Objetivos Específicos Alta qualidade no atendimento ao cliente; Aumentaria a rentabilidade; Manteria a pontualidade nas entregas; Diminuiria o nível de estoques; Capacitação das pessoas; Melhorar as práticas da gestão; 7.2.5 Descrição do Projeto Criar e desenvolver um treinamento que atende as necessidades, onde poderá ser evidenciado quem deve ser treinado e o que deve ser aprendido identificando seu foco; O processo de Treinamento está subdividido em quatro etapas: Identificação das necessidades de treinamento. Planejamento e programação do treinamento. Execução do treinamento. Avaliação dos resultados do treinamento. 78 7.2.6 Custo Estimado Contratação de um profissional bacharel em Administração: R$ 1200,00 (durante 12 meses). Contratação de uma Empresa de Treinamento: R$ 5016,00 (durante 6 meses). 7.2.7 Prazo Estimado 12 meses Início: 01/Jan/2012 Término: 31/Dez/2012 7.2.8 Análise dos Stakeholders ANÁLISE DOS STAKEHOLDERS (PARTES INTERESSADAS) Nome dos Stakeholders Proprietário Gerente Financeiro Gerente Comercial Controladoria Funcionários Fornecedores Concorrentes Clientes Interesse no Projeto Maximizar os lucros Redução dos custos Controle de vendas, custos, promoções e negociações com clientes em potencial. Controle do orçamento e planejamento Vender os produtos Atender os prazos Acesso a informações Qualidade a rapidez no atendimento Quadro 7 – Análise dos Stakeholders Fonte: Elaborado pelo autor. Influência no Projeto Alta Média Média Média Média Alta Baixa Média 79 7.2.9 Comunicação dos Stakeholder COMUNICAÇÃO DOS STAKEHOLDERS Nome dos Stakeholders Informações a serem enviadas Frequência de envio das informações Diariamente A cada documento aprovado Forma de envio Proprietário Gerente Financeiro Todas Todas E-mail E-mail Gerente Comercial Todas A cada documento aprovado E-mail Controladoria Plano do projeto E-mail Equipe do projeto Funcionários Relatório de progresso Processos, procedimentos e demonstrativos de resultados No momento da aprovação Quinzenal Semanalmente Fornecedores Data dos prazos Concorrentes Clientes Nenhuma Documentação do produto Avisos A cada solicitação de compra aprovada --A cada documento aprovado E-mail --E-mail Quadro 8 – Comunicação dos Stakeholders Fonte: Elaborado pelo autor. 7.2.10 Prazo CRONOGRAMA DE ATIVIDADES Atividades Procedimentos Definição do escopo Análise da viabilidade do projeto Promover reuniões Homologar estimativas com equipe Capacitação da equipe gerencial Implantação e monitoramento Jan Fev Mar Abr MÊS / Período Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez X X X X X X X X X X X X X X 80 Treinamento e desenvolvimento Catalogação e organização dos acervos Apresentação dos resultados e melhorias no setor Avaliação dos resultados do treinamento Elaboração do relatório final Entrega dos resultados esperados X X X X X X X X X X X X Quadro 9 – Cronograma de atividades. Fonte: Elaborado pelo autor. 7.2.11 Custo GERENCIAMENTO DE CUSTOS O que contratar Administrador Quando Janeiro Quanto 1 Empresa de Treinamento Março 1 Valor Unitário R$ 1200,00 por mês mais encargos trabalhistas R$ 38,00 / dia Custo Total R$ 14400,00 R$ 5016,00 TOTAL R$ 19416,00 Quadro 10 – Gerenciamento de Custos. Fonte: Elaborado pelo autor. 81 7.2.12 Pessoas GERENCIAMENTO DE PESSOAS Fase em que será utilizado no Projeto Que tipo de profissional contratar Tipo de Atividade Quanto tempo dia/hora Administrado r Gerir o estoque Todas 8 horas / dia Empresa de Treinamento e Desenvolvime nto Treinar desenvolve r pessoas Março a Agosto 1 hora / dia Restrições Premissas Colegas não subordinados ou o objetivo não estava claro O facilitador não estava devidamente capacitado. O método não foi o ideal Clima da organização desfavorável O colaborador não estava plenamente interessado em aprender Quadro 11 – Gerenciamento de Pessoas. Fonte: Elaborado pelo autor. 7.2.13 Riscos GERENCIAMENTO DE RISCOS Risco Identificado Falta de empenho da alta administração Falta de capital para implantação; restrições econômicas. Erro de planejamento Não cumprimento do prazo Aceitação dos funcionários Falta de objetivo no projeto Restrições a mudanças tecnológicas; Perda de profissional chave no projeto, Atrasos no processo de contratação Verba para treinamento e capacitação não aprovada Atraso do projeto devido alguma crise Alta rotatividade de funcionários em determinados cargos; Atraso dos fornecedores Análise Quantitativa do Risco Nível/Impacto Probabilidade Resposta ao Risco Alto Baixa Alto Média Alto Médio Médio Alto Médio Baixa Baixa Média Baixa Média Alto Baixa Alto Média Alto Média Alto Baixa Médio Média Médio Quadro 12 – Gerenciamento de Riscos. Média 82 Fonte: Elaborado pelo autor. 7.2.14 Qualidade Monitorar e acompanhar que o projeto seja executado dentro do orçamento previsto. Acompanhar o cronograma de implantação tendo em vista o cumprimento dos prazos estabelecidos. Garantir a conclusão dos objetivos propostos. 7.2.15 Comunicação COMUNICAÇÃO INTERNA E EXTERNA Stakeholders Proprietário Gerente Financeiro Gerente Comercial O que comunicar Comunicar a situação do projeto, Ata de reunião. Pagamentos, prestação de contas, aquisições. Prospecção e conquista de novas contas, Fechamento do projeto. Controladoria Plano do projeto Equipe do projeto Índice de satisfação de clientes e colaboradores, taxas de assiduidade, rotatividade, de não conformidades,freqüência de acidentes Número de horas de treinamento,Percentual de colaboradores treinados, Investimento por colaborador. Custo médio/hora por treinamento,Percentual de comprometimento na receita Comprometimento com as data e os prazos Nada Promoções e descontos Funcionários Fornecedores Concorrentes Clientes Freqüência das informações Semanalmente A cada documento aprovado A cada documento aprovado Forma de envio E-mail e documentos em papel E-mail e documentos em papel. E-mail e documentos em papel No momento da aprovação Semanalmente E-mail e documentos em papel Relatórios de acompanhamento Semanalmente Relatórios, Apresentação PowerPoint, A cada solicitação de compra aprovada --A cada documento aprovado Quadro 13 – Comunicação interna e externa. Fonte: Elaborado pelo autor. E-mail --Rádio, propagandas e panfletos. 83 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMARAL, Floriano do; G. FRANCISCHINI Paulino. Administração de Materiais e do Patrimônio. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2002. BALLOU, R. H. Logística Empresarial: Transportes, Administração de Materiais e Distribuição Física. 1ª ed.14ª tiragem. 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Administração de Materiais: Um Enfoque Prático. 1ª ed. São Paulo: Atlas, 2000. ANEXOS A – QUESTIONARIO: PESQUISA SOBRE CONTROLE DE ESTOQUES Cargo/Função:_____________________________________________________ Data de realização da pesquisa____/____/____ Qual a principal forma de controle de estoques realizado? ( ) Controle manual visual ( ) Controle informatizado ( ) Outro ( ) Nenhum Existem produtos perecíveis no estoque da emprea? ( ) Sim ( ) Não Qual o prazo médio de validade desses produtos? ( ) até 10 dias ( ) de 11 a 30 dias ( ) de 1 a 3 meses ( ) mais de 3 meses Qual a quantidade de pedidos de compras mensal? ( ) até 10 pedidos ( ) de 11 e 20 pedidos ( ) de 21 a 30 pedidos ( ) mais de 30 pedidos Quantos setores solicitam compras? ( ) até 3 setores ( ) de 4 a 10 setores ( ) mais de 10 setores Qual o principal critério na escolha do fornecedor? ( ) Preço ( ) Qualidade do produto ( ) Prazo de entrega ( ) Confiança ( ) Outro. Qual?__________________________________________________ De que forma o Sr.(a) analisa a necessidade de informação a curto e longo prazo? ( ) Já é informatizado ( ) Vê a necessidade imediata ( ) Vê a necessidade futura ( ) Não vê necessidade futura e/ou imediata ( ) Outro. Qual?__________________________________________________ Se já foi informatizado, o sistema foi desenvolvido pela própria empresa? ( ) Sim ( ) Não Qual a principal barreira encontrada por sua empresa para a não informatização? ( ) Dificuldade de entendimento e/ou manuseio de um sistema informatizado ( ) Financeira ( ) Outro. Qual?___________________________________________ Como o Sr.(a) analisa a mudança em sua empresa com a implantação de um sistema informatizado? ( ) Melhoraria o processo de aquisição/compra de mercadorias ( ) Melhoraria e evitaria perdas (prazo de validade) ( ) Melhoraria o processo de controle de estocagem ( ) Não melhoraria ( ) Outro. Qual?____________________________________________