Antônio Gramsci Antônio Gramsci

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Michael Hermann
Antônio Gramsci
uma breve biografia e reflexões de suas
categorias.
categorias.
Edição do Autor
AracajuAracaju-SE
2012
HERMANN,
HERMANN, Michael,
Antônio Gramsci - uma breve biografia e reflexões de suas
categorias. Edição do autor – QUIRUS – Livrorama; Aracaju - SE,
agosto de 2012.
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“Há que pensar com o pessimismo da
RAZÃO, mas atuar com o otimismo da
VONTADE. O socialismo é a ESPERANÇA.”
Antônio Gramsci
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SUMÁRIO
Gramsci atual e contemporâneo.
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Itália nos primórdios do capital monopolista.
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A Infância de Gramsci.
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O Nascimento de uma visão política: as diferenças regionais.
Primeiro contato com os referenciais
referenciais teóricos: Karl Marx e com demais
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intelectuais.
intelectuais
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A viagem à Itália rica e desenvolvida: Ao norte!
As criações do jovem Gramsci.
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A Revolução Russa: Por que não na Itália?
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A indústria – “FIAT” – desenvolvimento do capitalismo italiano e o
surgimento dos “Conselhos de Fábrica”.
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A III Internacional, Lênin e o “Biênio Vermelho”.
Vermelho”
A derrota proletária e o avanço do FASCISMO.
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Crise no PSI (Partido Socialista Italiano), a fundação do Partido
Comunista e discussões teóricas com Bordiga.
A viagem à Moscou, Trostky
Trostky e o exílio em Viena.
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L´Unita, oposição ao liberalismoliberalismo-fascista e o debate GramsciGramsciMussolini.
Mussolini.
Teses de Lyon, a história da Itália Moderna, e a formatação
formatação da Frente
Única.
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A questão meridional e a reflexão sobre o poder.
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A detenção de Gramsci.
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Os “Cadernos” do Cárcere.
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As categorias de Gramsci.
Gramsci.
A Crise Orgânica, a comparação com Lukács e a apropriação de Maquiável.
Maquiável.
Americanismo e Fordismo – Gramsci ultrapassando as fronteiras
européias.
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Os “Cadernos” interrompidos e o anúncio de sua morte.
morte.
Uma reflexão gramsciana sobre o Brasil contemporâneo.
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A contemporaneidade em Gramsci.
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Referências bibliográficas
bibliográficas e homeográficas.
Sobre o autor.
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Gramsci atual e contemporâneo.
Na entrada do século XXI o mundo, pelo processo de globalização,
se unifica. O mercado mundial e globalizado se estende e se
consolida como único modus operandi da produção e da reprodução
social. Para dominar bilhões de pessoas, o capitalismo transnacional
necessita de novas formas de dominação. Todos que resistem a
nova dominação mundial tendem a unir-se em uma nova contra
hegemonia mundial a favor da resistência ao mando do Grande
Capital. Cada vez mais se faz necessário recorrer ao pensamento
gramsciano para entendermos o novo processo de mundialização
capitalista.
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Itália nos primórdios
primórdios do capital monopolista.
A Itália se unifica com o Risorgimento, em 1870, muito depois do
processo clássico já ocorrido com a França (1789), Inglaterra (1640)
e Estados Unidos (1865). A partir daí o capitalismo se amplia, e no
início do século XX se desenvolve a indústria automobilística no
norte da península itálica, coexistindo desigualmente com a
economia agrária e pastoril do sul (mais precisamente nas regiões
da Calábria e Sicília). No meio deste processo de ampliação da
sociedade capitalista italiana, no auge do imperialismo, ela participa
na 1ª Grande Guerra ao lado dos aliados. O imperialismo italiano de
fato surge com o projeto fascista após o conflito.
A Itália foi tomadada por uma série de convulsões sociais e
econômicas, ressentida pelo desprezo com que fora tratada no pósguerra pelo bando aliado, uma vez que as medidas do Tratado de
Versalhes não lhe foram satisfatórias, pois não atenderam suas
pretensões imperialistas nascentes, que lhe concederam o que
considerava "pedaços territoriais insignificantes". Com a asecenção
fascista chefiada sob a chancela de Benito Mussolini, o país,
envolveria-se numa aventura imperialista dispendiosa, com a
conquista da Etiópia em 1935, que esgotou as suas finanças e
poucou acrescentou em termos de preparação para uma guerra
moderna que estava por vir. O Estado italiano-fascista estava
ecônomica e militarmente despreparado quando se envolveu no
conflito de perspectivas mundiais que ultrapassaria o Atlântico que é
a Segunda Grande Guerra Mundial, o que levaria os italianos a
diversas derrotas militares e colocaria um fim ao seu projeto
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imperialista da "Grande Itália", que pretendia ressuscitar os aúreos
tempos do Império Romano. 1
Mapa da "Greater Itália", tal como concebido em 1940: a linha laranja mostra as áreas na Europa
e Norte da África a serem incluídos no Projeto fascista de 1940. A linha verde mostra a maior
extensão de controle militar italiano na zona do Mediterrâneo, no auge da II Grande Gurerra, em
Novembro de 1942 (em vermelho as áreas controladas pelos britânicos).
Retornando cronologicamente este relato histórico; acompanhando
a industrialização, se desenvolve o surgimento do Partido Socialista,
A Grande Itália ou Itália Imperial, foi um projeto ambicioso previsto pela Itália fascista de Mussolini,
cujo objetivo era recriar um império italiano por meio do expansionismo, além do irredentismo,
reivindicava territórios da Córsega, Nice, Dalmácia, Malta, para complementar a região da Bacia do
Mediterrâneo, territórios coloniais, com populações de imigrantes italianos ou dentro da esfera de
influência italiana, como a Albânia, Kossovo, Montenegro, a Tunísia e a Líbia. A expansão desses
territórios teria permitido à Itália uma oportunidade de reconquistar a posição dominante no Mar
Mediterrâneo, perdida desde a queda do Império Romano.
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que durante as primeiras décadas do século XX, há uma aliança as
parte moderada deste partido com a política burguesa pactuada
com o chanceler liberal italiano Giovanni Giolitti (1842-1928). O
Vaticano, um estado a parte, inserido no território italiano, na
pactuação com o Estado liberal-italiano, inicia a sua influencia com o
campesinato no sul do país, o que impulsiona em 1919 através do
sacerdote Luigi Sturzo, a ascensão notória o Partido Popular.
Posteriormente, este mesmo partido se pactua com o projeto
fascista, que aglutina os setores do poder e que controla de maneira
autoritária, a classe operária. O que se vê são duas Itálias: o norte
industrializado e desenvolvido e o sul, agrário, atrasado e
“meridional”.
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A Infância de Gramsci.
No sul do território italiano, pobre e atrasado, nasce em 22 de
janeiro de 1891, Antônio Gramsci, em Cagliari, na ilha de Sardenha.
Durante a sua infância, o mesmo sofre um acidente o que lhe
acarreta em uma má formação de sua coluna vertebral. Seu pai era
funcionário estatal, que fora preso por peculato, sua mãe, como o
restante da família sofreram por vários episódios de vulnerabilidade
socioeconômica. O jovem Gramsci teve que estudar e trabalhar na
pequena cidade de Ghilarza, desde os onze anos.
Na sua infância esteve dois anos sem poder ir à escola, e quando
pode estudar – em Cagliari – só podia comer uma vez por dia. Tal
tempo é recordado pelo mesmo em suas memórias, em que essas
circunstâncias alimentaram – dentro de si – um profundo ódio
contra os ricos e os poderosos, bem como a desigualdade entre a
parte continental e insular do território italiano.
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O Nascimento de uma visão política: as
diferenças regionais.
Nas suas primeiras leituras – mesmo em um contexto precário de
formação na educação – foram sobre história, uma das disciplinas
que motivou interesse. Sua primeira visão crítica do contexto italiano
no alvorecer do século XX é de caráter regionalista, onde o mesmo
observara a desigualdade entre a parte setentrional e a parte
meridional e insular. O mesmo denomina este estudo sobre o
“sardismo”, que depois se choca com as novas leituras de Gramsci,
principalmente quando o mesmo inicia suas leituras em Marx. Tais
escritos viam de Turim, onde seu irmão mais velho (Gennaro) estava
cumprindo serviço militar, oriundos do jornal Avanti, do Partido
Socialista Italiano. Nesta inserção que Gramsci inicia a sua relação
com os socialistas de sua cidade.
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