www.conhecer.org.br PARASITOSES DE IMPORTÂNCIA PARA A SAÚDE PÚBLICA Este curso se propõe a prestar informações sobre os diversos parasitas que acometem os seres humanos e sua importância na saúde pública. Este curso foi elaborado pelos Professores: Bióloga - Ilse Franco, Médica veterinária - Ivonete Parreira, Biólogo - Estevão Keglevich. Caso possuir sugestões ou informações complementares, contate-nos. INTRODUÇÃO De acordo com o dicionário Aurélio saúde é um estado do indivíduo cujas funções orgânicas, físicas e mentais se acham normais, estado do que é sadio ou são, é ter disposição mental ou física. Estendendo este termo para saúde pública entendese que é algo destinado ao povo, pertencente à coletividade, portanto saúde coletiva ou da população. Para que haja saúde da população faz-se necessário uma interação de vários fatores: os fatores sociais, econômicos e políticos. Neste sentido deve ocorrer um envolvimento dos órgãos de saúde com as diversas camadas sociais, apoiados por políticas públicas voltadas para o bem estar da população. Neste curso trataremos apenas de um assunto relacionado à saúde das pessoas com o objetivo maior de produzir a educação ou o alerta para pequenos detalhes do nosso dia-a-dia que pode efetivamente levar à prevenção. Os parasitas do trato digestivo estão presentes em qualquer fase da vida do ser humano e cuidados simples podem contribuir para a eliminação destes. Os parasitas do trato gastrointestinal, ainda são importantes causadores de condição de morbidade no ser humano, pois têm ampla distribuição geográfica e apresentam índices elevados de prevalência em algumas regiões. As condições como falta de estrutura sanitária básica, recolhimento de lixo doméstico, acesso à água de boa qualidade e educação sanitária são fatores determinantes na manutenção das parasitoses humanas. O crescimento desordenado das cidades, principalmente as grandes cidades, leva ao aparecimento de bairros inteiros em pouco tempo, com aglomerados humanos sem atendimento de saneamento básico (água tratada, rede de esgoto, coleta do lixo). As políticas públicas destinadas ao setor não conseguem atender a demanda por asfalto, água tratada e rede de esgoto em função do não planejamento urbano. Nos últimos anos esta condição tem se alterado mediante a implantação de plano diretor para as cidades acima de 50.000 habitantes. Atualmente, a criação de novos bairros ou setores de moradia tem que atender ao mínimo de saneamento, para que seja dada a permissão de loteamento e construção de casas. Com esta exigência, possivelmente em alguns anos, não haverá bairros em condições precárias de saneamento, excetuando-se aqueles da clandestinidade. Os parasitas são causadores de patologia em animais e homens, a aquisição de vermes ou outros parasitas está diretamente relacionada à higiene pessoal ou ingestão de alimentos ou água contaminados (TAVARES et al, 2009). Neste contexto a educação sanitária é de extrema importância pois é fator de prevenção e controle das doenças. As parasitoses geralmente encontram-se associadas a quadros de diarréia e desnutrição, apresentando-se mais grave em grupos de imunossuprimidos como grávidas e crianças. Os animais podem ser transmissores de alguns tipos de parasitas para o homem, por exemplo o dipylidium caninun, o controle é efetuado através da manutenção de cães e gatos sempre desverminados, principalmente aqueles de convivência muito próxima ao ser humano, recomenda-se a administração de antihelmínticos a cada três meses, podendo ser em dose única com repetição após 15 dias. A transmissão de doenças via ingestão de produtos de origem animal é bastante comum, sendo necessário maior vigilância em relação aos produtos alimentícios. Doenças parasitárias são importantes do ponto de vista médico-social, por produzirem déficit orgânico, afetando o desenvolvimento normal das crianças e limitando as atividades da população em geral. As parasitoses acometem um alto percentual da população humana, principalmente comunidades de baixa renda que possuem condições climáticas e ambientais favoráveis para sua evolução e propagação. Entre os grandes problemas de saúde dos países em desenvolvimento, encontram-se as parasitoses, a exigir consideráveis recursos financeiros, organização e pessoal habilitado para combatê-las (TAVARES et al., 2009). MELO et al. (2004) relatam que as parasitoses podem favorecer o aparecimento ou agravamento da desnutrição devido aos seguintes mecanismos: 1- Lesão de mucosa por giárdia, necator, estrongilóides ou coccidios; 2- Alteração do metabolismo dos sais biliares pela giárdia; 3- Competição alimentar produzida por áscaris (alta infestação); 4- Exsudação intestinal causada por giárdia, estrongilóides, necator, tricocéfalos; 5- Favorecimento de proliferação bacteriana por amebas; 6- Sangramentos causados por necator, tricocéfalos; Não há uma exatidão dos gastos públicos com o tratamento da população acometida por doenças parasitárias. Com certeza há um gasto que poderia ser minimizado com o tratamento preventivo através de saneamento e educação sanitária. Os prejuízos à saúde humana também são difíceis de serem medidos visto que nem sempre as ocorrências são formalizadas. A Organização Mundial de Saúde (World Health Organization) prevê que em 2025 mais de 50% da população dos países em desenvolvimento habite em áreas urbanas verificando-se um aumento da habitação degradada, onde parasitas como Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Ascaris lumbricoides e Trichuris trichiura encontram condições propícias de proliferação e transmissão (CRUZ, 2003). No Brasil não é diferente dos demais países em desenvolvimento, continuamos a ser um país tropical e carente de instalações sanitárias. Trinta milhões de brasileiros vivem em extrema pobreza, 45 milhões sofrem de lombriga e seis milhões de esquistossomose (DOMINGUES, 2006). Segundo DOMINGUES (2006) esperava-se que com a evolução da medicina as parasitoses diminuíssem visto que são doenças consideradas banais, tal fato não ocorreu. Pesquisa do Ministério da Saúde mostrou que mais de um terço da população brasileira está infectada com pelo menos um tipo de parasita, ressaltando que espécies menos ofensivas como microsporídeos tornaram-se problema para pessoas imunossuprimidas. Os parasitas mais encontrados nas populações são ameba, giárdia, tênia, tricuris, ascaris, ancilostomas, estrongilóides e esquistossomas (DOMINGUES, 2006). Os parasitas intestinais são classificados em dois grandes grupos: os protozoários unicelulares (microparasitas) e os helmintos (macroparasitas). TABELA DE CLASSIFICAÇÃO DE PARASITAS INTESTINAIS PROTOZOÁRIOS Entamoeba histolytica Giárdia Lambria Balantidium coli Isospora belli Criptosporidium Microsporídia HELMINTOS Nematelmintos Platelmintos cestódeos Vermes cilíndricos não - vermes chatos segmentados segmentados Ascaris lumbricoides Ancylostoma duodenale Necator americanus Enterobius vermicularis Trichiuris trichiura Strongyloides stercoralis Diantamoeba fragilis Blastocystis hominis Ciclospora Sarcocystis sp Fonte: DOMINGUES (2006). Taênia saginata Taênia solium Hyminolepis Nana Hyminolepis diminuta Diphyllobotrium latum Dipylidium caninum Platelmintos Trematódeos vermes chatos não segmentados Schistossoma mansoni De acordo com a ANVISA (2009) as doses infectantes de alguns patógenos intestinais são: Giardia lamblia.................................................................. 10 – 102 cistos Entamoeba histolytica....................................................... 10 – 102 cistos Cryptosporidium parvum................................................... 01 – 103 oocistos Os protozoários são organismos que, para sobreviverem, realizam todas as funções mantenedoras da vida, tais como alimentação, respiração, reprodução, excreção e locomoção. Sua infecção nos humanos é caracterizada pela ausência de eosinófilos, exceto quando ela se deve a Isospora belli e a Dientamoeba fragilis. Outra característica é a presença de cistos, oocistos e esporos como fonte de infecção e diagnóstico (DOMINGUES, 2006). Cisto de protozoário é definido como uma forma de resistência ou forma inativa. Este microrganismo tem a capacidade de secretar uma parede resistente que o protegerá quanto estiver em ambiente impróprio ou em fase de latência. O oocisto é a forma infectante. Estudos realizados já concluíram que as praias também são importantes focos de infecção humana por microrganismos, tanto através da água quanto do solo. O estudo do nível da contaminação do solo por parasitos em áreas endêmicas, públicas e muito freqüentadas, faz-se necessário uma vez que o solo é uma fonte de infecção contínua, principalmente para as crianças (CÁCERES et al, 2004). O principal tipo de parasita encontrado no solo ou areia é o Ancylostoma braziliensis, conhecido popularmente por bicho geográfico. As pessoas se contaminam quando entram em contato com o solo, as larvas penetram na pele íntegra e começam a se movimentar na porção subcutânea, causando prurido e “desenhos”, as partes do corpo mais afetadas são pés, cotovelos e nádegas. Para o tratamento o médico deverá ser consultado, a eliminação do parasita é feita através de medicamentos dérmicos e de uso interno. Os parasitas intestinais, como o próprio nome diz, realizam uma relação de parasitismo com o hospedeiro, nesta condição o organismo parasita sobrevive às custas do hospedeiro, o benefício e unilateral, sendo assim o parasita não vive sem o hospedeiro, como o parasitismo trás prejuízos ao hospedeiro, livrar-se deste é a condição ideal. Os hospedeiros podem ser definidos como: Hospedeiro definitivo: organismo que aloja um parasita por longo período de tempo, é o local onde o parasita realiza sua reprodução. Hospedeiro intermediário: é o organismo no qual o parasita desenvolve parte de seu ciclo, fases larvais ou infectantes. Vetor: são invertebrados, hospedeiros de transporte ou mecânicos. Podem ser vetores biológicos onde as larvas se reproduzem dentro do vetor ou vetores mecânicos utilizados como transportadores das larvas Os parasitas exercem diferentes ações sobre seus hospedeiros: São elas: Ação espoliativa – Ação de absorver nutrientes ou sangue do hospedeiro – exemplo: Ancylostomatidae Ação tóxica – a reação tóxica ocorre em função da produção de enzimas ou metabólicos que causam lesão no hospedeiro. Exemplos: A. lumbricoides, S.mansoni. Ação Mecânica - obstruções mecânicas em função do número de parasitas dentro da luz intestinal. Exemplo: A. lumbricoides. Ação traumática – traumas ou lesões são provocadas pela migração das larvas de algumas espécies de vermes ou protozoários. Exemplo: F. hepatica, T. trichiurus, Plasmodium, etc. Ação de irritação – A presença do parasita no mesmo local, sugando seus nutrientes provoca pequenas lesões ou irritação da mucosa. Exemplo: A. lumbricoides . Ação de anóxia – provocada por vermes que consomem oxigênio ou que levem o hospedeiro a anemia . Exemplo: Ancylostomatidae DIAGNÓSTICO DAS PARASITOSES De acordo com DOMINGUES (2006) o diagnóstico das parasitoses intestinais é realizado utilizando-se várias informações: anamnese, procedência do paciente, seus hábitos, exposição aos parasitas, eliminação de vermes, seguida pelo exame físico, no qual podem ser destacadas a anemia e a desnutrição. Se o paciente é imunossuprimido e tem sintomas gastrintestinais, o diagnóstico deve ser sempre lembrado. Entre os exames laboratoriais, o hemograma pode revelar além de anemia, também a eosinofilia, que é uma reação do sistema imunológico à presença maciça de vermes intestinais. O exame coprológico constata a presença do parasita (ovos e larvas nas fezes). Conforme afirmado por FERRARI & RODRIGUEZ (2004) a clínica é inespecífica para o diagnóstico das helmintíases intestinais, é preconizado basicamente o exame protoparasitológico: exame parasitológico de fezes (EPF), com análise de três amostras de fezes; eventualmente podem ser utilizados: tamização, anal swab, intradermorreação e biópsias. A qualidade da amostra depende se o paciente não ingeriu alguma substância que possa interferir como ferro, antibióticos, antiácidos, bismuto, iodeto bem como o tempo de coleta. As larvas sofrem degeneração com a demora do processamento em laboratório, por isto aconselha-se realizar a coleta e enviar imediatamente. Outros métodos de diagnóstico estão sendo adotados como o PCR (reação da polimerase em cadeia), neste teste o material utilizado é o soro sanguíneo do paciente e são localizadas partículas de DNA, é um exame de alta confiabilidade. O teste de ELISA também é utilizado a partir de soro, é um ensaio imunoenzimático, ou seja, detecta anticorpos e não a presença do parasita. Exames laboratoriais são realizados a partir de uma indicação clínica, portanto a partir de uma suspeita. Os exames laboratoriais são complementares ao diagnóstico, onde o agente etiológico é identificado em exames específicos. A partir de uma suspeita o método de identificação do agente é escolhido, podendo ser por técnicas de visualização macroscópica ou microscópica, dependendo do que é procurado. Exames que detectam somente anticorpos nem sempre são úteis (TAVIRA, 2009). A detecção de parasitas intestinais segundo TAVIRA (2009) pode ser feita por: Visualização macroscópica – usada para identificação de vermes adultos em fezes ou vômitos. Visualização microscópica - observação de fungos, ovos de parasitas, bactérias e outros. De acordo com TAVIRA (2009) para o diagnóstico de parasitas intestinais é necessário a colheita de amostras fecais e para a obtenção de uma boa amostra é necessário as seguintes observações: - utilização de frasco de boca larga, limpo, seco, impermeável. - evitar a contaminação com água (pode conter outros agentes de vida livre) - evitar a contaminação por urina (mata alguns microrganismos) - colher antes de ingestão de antibióticos (diminui o número de parasitas) - colher uma série de três amostras: no espaço de 10 dias - levar ao laboratório preferencialmente no mesmo dia da colheita, os vermes degeneram rapidamente no meio ambiente. - deve ser feito a reavaliação, no caso de protozoários três ou quatro semanas de intervalo, para helmintos sp uma a duas semanas, no caso de Taênia spp realizar retestagem com cinco ou seis semanas. O envio das amostras ao laboratório deve ser imediato para que se tenha a preservação da morfologia dos protozoários e também para evitar o desenvolvimento dos ovos em larvas. Recomenda-se o uso de kits existentes no mercado que possuem conservantes e nunca esquecer de identificar corretamente a amostra, inclusive com hora de colheita e tipo de conservante utilizado (TAVIRA, 2009). Os conservantes mais utilizados são Polyvinyl Mercuric Chloride (PVA), compostos de cobre, compostos de zinco, formalina (5-10%), formalina com acetato de sódio e ácido acético (SAF), formalina com iodo e mertiolato (MIF). PREVENÇÃO E CONTROLE Os seres vivos são portadores de uma rede de defesa, denominada sistema imunológico. Este sistema é acionado na presença de qualquer agente considerado estranho ao organismo. Agentes nocivos podem ser vírus, bactérias, toxinas, proteínas, vermes dentre outros. Existem três tipos de imunidade: Imunidade Natural: quando o corpo responde à agressão de um antígeno, sem necessitar de um aviso prévio. Imunidade Adquirida Ativa: quando o organismo produz anticorpos a partir de um agente infeccioso que o atingiu naturalmente. Imunidade Adquirida Passiva: quando o hospedeiro recebe anticorpos, para aquele parasito, prontos. As defesas normais contra os patógenos intestinais incluem: a) suco gástrico ácido. b) A camada de muco viçoso que recobre o trato gastrintestinal. c) Enzimas pancreáticas líticas e detergentes biliares. d) Anticorpos IgA secretores. e) Eosinófilos A relação entre eosinofilia e protozoários é pouco descrita na literatura científica. É importante assinalar que nem todos os parasitos intestinais, principalmente aqueles que estão na luz do intestino, são capazes de induzir eosinofilia, entretanto é pronunciada quando há invasão tecidual (REIS et al., 2007). Além da competição por nutrientes com as bactérias comensais abundantes que residem no trato digestivo inferior, todos os parasitas intestinais são intermitentemente expelidos através da defecação, meio pelo qual ganham o ambiente externo, fator determinante para a sobrevivência da espécie através da contaminação de outros seres vivos. Depois de eliminados no meio ambiente os parasitas realizam diferentes caminhos e ciclos, depende de suas características de sobrevivência. O acesso a outro ser vivo ocorre geralmente pela via hídrica ou alimentar. As medidas de prevenção visam interromper este ciclo de sobrevivência, para o sucesso da ação é necessário conhecer a biologia dos parasitas para saber onde intervir. Muitos parasitas são oportunistas e aproveitam-se do enfraquecimento das defesas do hospedeiro para se instalar. A ingestão de antibióticos pode diminuir a acidez estomacal e desequilibrar a flora bacteriana normal, na oportunidade se houver algum parasita no trato gastrointestinal ele terá o ambiente a seu favor e poderá crescer e reproduzir . Os protozoários intestinais possuem várias características em comum: - São adquiridos via ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes ou pelo contato oral-fecal direto (mais comum entre as crianças). Portanto, o seu controle depende essencialmente do saneamento básico (água e esgoto tratados) e da higiene pessoal; - Produzem diarréia aquosa acompanhada por cólicas, durando poucos ou vários dias, sem sangue ou muco, acompanhada ou não de vômitos e, na maioria dos casos, sem febre; - A maioria dos casos é assintomática; - Acometem principalmente as crianças; - São resistentes aos métodos normais de cloração da água e sobrevivem por meses em água fria e limpa. Não resistem às altas temperaturas e ao ressecamento; - Parasitam outros mamíferos como gatos, cães, ruminantes e podem ser transmitidos deles para o homem; - As infecções podem ser produzidas pela ingestão de poucos cistos (10 a 20); - Os cistos são a forma resistente e os trofozoítos a forma infectante. - As formas infectantes dos cistos ocorrem no intestino delgado porque são resistentes ao suco gástrico. Em relação aos helmintos intestinais quando estão em pequeno número no hospedeiro não costumam provocar sintomas, a doença só aparece quando a quantidade de vermes torna-se, via de regra, tão grande que causa obstrução, espoliação, invasão e lesão dos ductos biliares (Áscaris). Os vermes podem causar anemia ferropriva por perda crônica de sangue, sugado através das vilosidades intestinais. As larvas de vários parasitas helmintos podem passar para outros habitats orgânicos, os ciclos podem envolver uma migração entre órgãos. POR EXEMPLO: as larvas de Trichinella encistam preferencialmente no músculo e as Echinococcus no fígado ou pulmão. A prevenção das parasitoses é baseada em um programa multifatorial: disponibilidade de água potável, redes de esgotos eficientes, educação da população em programas de saúde familiar onde são dadas orientações de higiene pessoal, medicação anti-helmíntica preventiva e monitoração da saúde, principalmente das crianças, com exames coprológicos. De acordo com DOMINGUES (2006) a profilaxia das parasitoses intestinais é feita através de várias medidas. Recomenda-se: • lavar bem as mãos antes das refeições, após defecar, antes de preparar ou ingerir alimentos; • lavar bem as frutas, verduras e legumes; • após lavar os vegetais, colocá-los mergulhados em solução de água com ácido acético ou vinagre, por 15 minutos; • manter as unhas cortadas; • beber somente água filtrada ou fervida; • evitar comer carne crua ou mal cozida; • congelar carnes em temperaturas menores que -18º; • salgar carnes por tempo prolongado; • evitar alimentos expostos à insetos (moscas, baratas etc.); • andar sempre calçado, sobretudo em áreas contaminadas; • evitar tomar banho em lagoa, cisternas, córregos e rios com água parada, em especial em locais endêmicos de esquistossomose; • evitar evacuar em campo aberto; • combater pulgas, piolhos e ratos; • tomar cuidado com animais domésticos – tratá-los com vermífugos apropriadamente. • evitar prática sexual oro-anal. Tais cuidados devem ser redobrados em pacientes com imunodeficiência. As mães e babás devem dar atenção especial às chupetas, mamadeiras e outros utensílios utilizados pelas crianças. De acordo com pesquisa realizada por PEDROSO & SIQUEIRA (1997) foi encontrado 11% de chupetas de crianças de 0-7 anos contaminadas por ovos de diversos vermes, inclusive de Taênia solium. Esta contaminação acontece devido à chupeta cair no chão ou ser lavada com água de torneira. Indica-se a correta esterilização através da fervura ou lavar com água que foi fervida, efetuar a troca de chupetas e bicos de mamadeira sempre que possível. Outra maneira efetiva de prevenir a aquisição de doenças é recusar consumir produtos de origem animal fabricados de maneira clandestina. Carnes, leite, queijos, conservas, embutidos e muitos outros alimentos, quando elaborados sem a observação de boas práticas de fabricação de alimentos podem conter inúmeros agentes patogênicos, desde bactérias a ovos de parasitas diversos. Os alimentos inspecionados pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal) oferecem menor risco alimentar devido às exigências do próprio sistema. É importante o acompanhamento das populações, visto que não basta a distribuição de vermífugos, é preciso interromper os ciclos dos parasitas através do fornecimento de água de boa qualidade e ambiente limpo. Sem o controle dos vários fatores a população pode ser tratada mas se reinfectar posteriormente no próprio ambiente. PROTOZOÁRIOS Entamoeba histolytica (Amebíase) A ameba é um parasita de ciclo evolutivo monoxeno, ou seja, completa seu ciclo de vida em apenas um hospedeiro, o modo de infecção é oral. Os cistos são ingeridos em água ou alimentos, resistem ao suco gástrico e se tornam formas infectantes no intestino delgado. São parasitas comensais e reproduzem-se por divisão binária. A alteração da flora intestinal favorece a entrada destes microrganismos na parede intestinal, estes passam a se alimentar de células e hemácias. Os cistos no intestino são eliminados no ambiente podendo sobreviver até 20 dias. De acordo com BOA SAÚDE (2009) a amebíase pode causar doença intestinal, como colite, disenteria e ameboma, e também extra-intestinal, como abscesso hepático, abscesso cerebral, lesões cutâneas, patologia pleuropulmonar, entre outros. Os sintomas da amebíase iniciam após duas semanas de infecção, com dor abdominal, cólica associada com diarréia, disenteria e tenesmo. Sinais gerais comumente estão ausentes: apenas 30% dos pacientes apresentam febre. A colite amebiana afeta especialmente crianças entre um e cinco anos de idade. Na amebíase intestinal, ocorre a disenteria amebiana com ou sem sangue. Na extra-intestinal, a ameba invade outros órgãos, principalmente o fígado, os pulmões e a pele, determinando processos inflamatórios e necróticos. Os sinais e sintomas mais graves, progressão mais rápida e acometimento extraintestinal são mais freqüentes em lactentes e crianças pequenas, desnutridos, usuários de corticóides e imunossuprimidos de maneira geral (BOA SAÚDE, 2009) Na observação do hemograma, pode-se encontrar leucocitose leve e algum grau de anemia. Os níveis de enzimas hepáticas podem estar aumentados, particularmente a fosfatase alcalina. O diagnóstico baseia-se no exame de fezes, sendo colhidas três amostras para o exame. Em casos de fezes formadas, utiliza-se a pesquisa de cistos a fresco ou através de coloração pelo lugol ou pelos métodos de Hoffman, Pons e Janer, ou de Faust. Em fezes diarréicas, deve-se realizar pesquisa de trofozoítas a fresco ou pela coloração com lugol (BOA SAÚDE, 2009). Nos casos especiais onde ocorre formação de abscesso hepático, o diagnóstico é por imagem, utiliza-se exame de tomografia computadorizada ou ressonância magnética, uma terceira opção é o exame de cintilografia. Pode-se, ainda, fazer o diagnóstico através de reações sorológicas, com pesquisa de anticorpos IgG específicos, mas estes serão positivos mesmo naqueles pacientes portadores do parasita e assintomáticos. A prevenção é basicamente a ingestão de água clorada. FIGURA 1 – Ameba Fonte: http://recursos.cnice.mec.es/biosfera/alumno/1ESO/clasica/imagenes/ameba.jpg Giárdia Lambria É um protozoário flagelado de ciclo simples e direto, possui a forma trofozoítica e cística. O habitat do trofozoíta é o intestino delgado, onde se multiplica e determina a forma clínica sintomática, enquanto a forma cística é liberada nas fezes, sobrevive fora do hospedeiro, contamina o ambiente e promove novas infecções por via oro-fecal. A giardíase é uma das causas mais comuns de gastroenterites, diarréia e má-absorção (REIS et al., 2007). FIGURA 2 – Giárdia Fonte:http://becauseitreallyispersonal.files.wordpress.com/2009/07/imgnamegiardia_lamblia_genome_sequenced-50226711-giardia.jpg No Brasil a prevalência de giárdia varia de 4 a 30% dependendo das condições sócio-econômicas e de saneamento da população. É considerada a principal causa de diarréia com origem na contaminação de água (WERLE, 2009). De acordo com WERLE (2009) a Giardia lamblia é um parasita monoxeno de ciclo biológico direto. A via normal de infecção no homem é a ingestão de cistos, que se transmitem principalmente por ingestão de água sem tratamento, alimentos contaminados ou fômites. Após a ingestão do cisto, o desencistamento é iniciado no meio ácido do estômago e completado no duodeno e jejuno, onde ocorre a colonização. Há um período pré-patente de 10 a 16 dias antes dos organismos poderem ser detectados em amostras de fezes; e um período médio de incubação de oito dias antes da manifestação dos primeiros sintomas. A disseminação da giardíase ocorre por diversos fatores epidemiológicos: 1. Água de bebida ou de uso doméstico. 2. Alimentos vegetais ingeridos crus, tais como saladas, verduras e frutas, ou alimentos servidos frios, como leite, refrescos, cremes, etc. 3. Contato direto por manipuladores de alimentos. 4. Contato direto de pessoa a pessoa ou como conseqüência de fezes expostas. 5. Contato indireto, através de artrópodes domésticos (moscas, baratas). A maior parte dos casos de diarréia não-bacteriana na América do Norte é causada pela Giardia, estimando-se em 2% da população americana a incidência de infecção, com prevalência mais elevada em crianças. A giardose assintomática crônica é mais comum em adultos que em crianças (HACHICH et al, 2009). Em 1999 HACHICH et al., fizeram um levantamento em 28 rios do Estado de São Paulo e encontraram 31,5% das amostras contaminadas por Giardia, estas águas são utilizadas no abastecimento de cidades. Outro agravante é que a Giardia é bastante resistente aos tratamentos convencionais, podendo sobreviver e tornar-se problema de saúde para a população. A profilaxia da giardíase é de difícil execução, uma vez que depende do tratamento da matéria fecal e do lixo, mas também do combate aos insetos carreadores. Outros cuidados devem ser dados à água e aos alimentos consumidos crus, evitando a contaminação dos mesmos com os cistos dos protozoários. Medida profilática importante é também a adoção da educação sanitária e da higiene pessoal. Balantidium coli Este é outro protozoário que pode afetar a saúde humana. É uma infecção pelo maior protozoário ciliado, com incidência rara nos homens. Pode afetar vários insetos, anfíbios, aves e mamíferos, especialmente porcos. Aproximadamente 25% dos seres humanos infectados tiveram contato com suínos. Acomete principalmente os cólons, podendo apresentar-se de três formas principais: assintomática, forma crônica, com surtos diarréicos alternando com constipação, e forma aguda ou disentérica (DOMINGUES, 2006). FIGURA 3 – Balantidium coli Fonte: http://www.oregon.gov/DHS/ph/phl/imglib/Balantidium.jpg A prevenção se faz através da higiene adequada das mãos e dos alimentos, do pleno cozimento de alimentos, da fervura ou filtração da água, do tratamento dos doentes e de porcos (possíveis reservatórios do parasito). Isospora belli A Isospora belli é um coccídio, a transmissão tem sido considerada unicamente pela via fecal-oral, sendo o homem seu único hospedeiro. É uma infecção autolimitante, ou seja, pode se resolver em alguns dias. O maior problema é quando acomete pacientes imunossuprimidos (grávidas, crianças, aidéticos, diabéticos, idosos etc). os sintomas são diarréia, cefaléia, febre, dor abdominal, vômito, desidratação e perda de peso (FRENKEL, 2003). FIGURA 4 – Isospora Fonte: http://www.scientificdevice.com/graphics/photos/normal%20size%20images/acrifluor%20 isospora0copy.JPG Criptosporidium parvum É também um protozoário coccídio. BRASIL (2004) informa que ao parasitar o homem este microrganismo tem preferência pelas células epiteliais das vias gastrointestinais, biliares e respiratórias. É um parasito encontrado em diversos animais vertebrados e grandes mamíferos, o principal sintoma em animais ou pessoas acometidos é a diarréia, independe da idade do portador. A transmissão ocorre pela via fecal-oral de pessoas para animais ou de animais para pessoas, após serem contaminados pelos oocistos estes levam de 14 a 25 dias para esporular e a forma de disseminação é através de fezes contendo oocistos. Os oocistos podem permanecer no ambiente por até seis meses desde que as condições de umidade e temperatura sejam favoráveis (BRASIL, 2004). FIGURA 5 – vilosidades intestinais parasitadas Fonte: http://www.msd.com.ar/images/content/hcp/diseases/intestinoi.jpg O Diagnóstico é feito a partir da identificação dos oocistos do parasita em exame coprológico, biopsia de tecido intestinal, detecção do antígeno nas fezes através do ensaio imunoenzimático (teste de ELISA) ou através de anticorpo monoclonal marcado com fluoresceína (BRASIL, 2004). 13 Os grupos mais atingidos são os menores de dois anos, pessoas que manipulam animais, viajantes, homossexuais e contatos íntimos de infectados. As medidas profiláticas recomendadas em BRASIL (2004) incluem educação sanitária, saneamento básico, higiene dos profissionais que lidam com bovinos, filtração ou fervura da água de consumo, isolamento de pessoas portadoras, desinfecção de ambientes contaminados pelo agente. Microsporidium A microsporidiose era bastante rara nos seres humanos até o surgimento da AIDS. Nestes pacientes a condição de imunossupressão favorece o oportunismo de protozoonoses. Destas as mais predominantes são a toxoplasmose, as coccidioses intestinais e a pneumocistose. A identificação em 1985 de uma nova espécie parasita do homem (Enterocytozoon bieneusi) e, a seguir, a observação de casos de ceratoconjuntivite devido ao Encephalitozoon em pacientes com AIDS revelaram a patogenia do microsporidium (BRASIL et al., 1997). Segundo BRASIL et al. (1997) a prevalência da infecção por microsporídia nos pacientes com AIDS e diarréia crônica varia de 7% a 50% no mundo, com ampla distribuição geográfica: Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Países Baixos, Porto Rico, Suíça, Zâmbia. As fontes de infecção e o modo de transmissão da microsporidiose ainda não foram definidos. Não se sabe se existe reservatório animal nem se há reservatório intermediário vertebrado ou invertebrado. O diagnóstico é realizado com a demonstração do parasita por microscopia óptica ou eletrônica em exame direto, biopsia ou por imunofluorescência. Diantamoeba fragilis Este parasita é unicelular, foi descrito em 1918, encontrado no trato gastrointestinal humano, podendo provocar doença ou não, depende do estado imunológico da pessoa. Os trofozoítos quando são eliminados no meio ambiente através das fezes são muito frágeis, característica que deu nome ao microrganismo. A doença se manifesta por dor abdominal, diarréia e febre. É um tipo de ameba, porém em sua evolução genética perdeu os cílios característicos da espécie. Acredita-se que sua disseminação ocorre através de ovos de outros parasitas, não existe ainda um ciclo definido. Blastocystis hominis Segundo MARCONDES (1998) o Blastocystis hominis é um protozoário freqüentemente encontrado nas fezes de pessoas com e sem manifestações gastrointestinais. De todos os microrganismos possíveis de serem observados nas fezes B. hominis é o segundo mais freqüente, somente superado pelas leveduras. Há grandes diferenças de prevalência entre uma região e outra, provavelmente em função de fatores inerentes ao parasito que ainda não foram determinadas. Existe um desconhecimento do ciclo deste protozoário, fator que dificulta a prevenção e controle do mesmo. Alguns pesquisadores o considera um parasito de pouca importância, um comensal, outros estão buscando decifrar sua biologia. Entende-se que este parasita possui uma morfologia única, com constituição bioquímica e genética diversas, o que possibilita potencialidades patogênicas diferentes nas diversas regiões. Diferentes trabalhos sugeriram que tais conclusões estão corretas (MARCONDES, 1998). Ainda paira a questão se este parasita é patogênico ou apenas um comensal. Cyclospora De acordo com CVE (2009) a ciclosporíase é uma doença diarréica, pode apresentar um quadro moderado à severo e sintomas como náusea, anorexia, perda de peso, inchaço, cólicas estomacais, flatulência, dor abdominal, dores musculares, fadiga, às vezes vômitos; febre baixa, mais raramente. Infecções sem tratamento podem durar de vários dias a um mês ou muito mais tempo, e podem seguir um curso decrescente. Algumas infecções são assintomáticas. O agente é um parasita protozoário coccídeo unicelular e foi reconhecido como um patógeno emergente. A designação de Cyclospora cayetanensis foi dada em 1994 por um peruano que isolou Cyclospora em seres humanos. No entanto, ainda não está estabelecido se todos os casos humanos são causados por esta espécie (CVE, 2009). Diferente das coccidioses, os oocistos eliminados não são infectantes, a esporulação só ocorre após dias ou semanas no ambiente em temperatura entre 26º a 30º C. Na forma infectante pode contaminar frutas, legumes e água, que serão veículos para a ingestão. O oocisto ingerido libera no trato gastrointestinal o esporozoíta que invade as células epiteliais do intestino delgado. Dentro das células eles sofrem multiplicação assexuada e desenvolvimento sexual para originar oocistos maduros que serão eliminados nas fezes (CVE, 2009). É um protozoário de ocorrência mundial. Os primeiros casos foram relatados em viajantes que retornaram do Sudeste da Ásia, Nepal, México, Peru, Ilhas Caribenhas, Austrália, e Europa Oriental. Ainda segundo o CVE (2009) ocorreu no Brasil um surto em General Salgado, cidade do Interior do Estado de São Paulo, notificado ao Centro de Vigilância Epidemiológica, nos meses de setembro a novembro de 2000, e dentre os mais de 350 casos de diarréia, conseguiu-se isolar de 20 amostras de fezes, 12 casos positivos para a Cyclospora. Acredita-se que o homem seja o reservatório da doença. Não há estudos que comprovem que os animais possam se constituir em reservatórios para os seres humanos. A transmissão é realizada por pessoas que ingerem água ou alimentos contaminados com fezes infectadas, após o parasita realizar seu ciclo no trato gastrointestinal é liberado no meio ambiente, em algumas semanas torna-se infectante e contamina o ambiente, não há transmissão de ser humano para ser humano. Como a contaminação é pela via hídrica ou alimentar podem ocorrer surtos dependendo da quantidade de oocistos no alimento ou água ingeridos. A documentação dos surtos demonstra que pessoas de todas as idades podem ser infectadas, e que pode ser conferida uma imunidade às pessoas em comunidades expostas à Cyclospora (CVE, 2009). Segundo o CVE (2009) por ser um novo patógeno, com muitos aspectos desconhecidos em seus mecanismos de transmissão, uma investigação bem detalhada deve ser feita para estabelecer as fontes de transmissão. A detecção do parasita em alimento e água exige técnicas de concentração e uso da biologia molecular, que já são feitas nos Estados Unidos, e exige ainda maiores aperfeiçoamentos. As medidas de controle são similares às realizadas no controle de outras parasitoses, inclui notificação de surtos, medidas preventivas, investigação epidemiológica da doença. FIGURA 6 - Corte histológico, vilosidade intestinal parasitada por cyclospora (seta vermelha) . Fonte: http://www.som.tulane.edu/classware/pathol ogy/medical_pathology/McPath/GICD/image s/SI/m/si5_01.jpg Sarcocystis sp É um protozoário heteroxênico, encontrando em uma grande variedade de animais mamíferos, é um parasita cosmopolita. Tem como hospedeiro definitivo o homem, o cão e o gato. A sarcocistíase atinge pessoas com padrões de vida e de higiene bastante diferenciados, visto que é adquirida através da carne de suínos ou bovinos que não passarão por cozimento adequado. A sarcocistose é uma doença grave para os hospedeiros intermediários (HI) em todo mundo. Diferentes espécies estão associadas ao ciclo presa-predador. Algumas espécies de Sarcocystis foram bem estudadas onde os esporocistos eliminados pelos hospedeiro definitivo (HD) são infecciosos para o HI, da mesma maneira que os cistos dos HI são fonte de infecção para os HD. Já, outras espécies de Sarcocystis estão associadas a um complexo ciclo evolutivo, tais como: répteis, aves de rapina e marsupiais sulamericanos. Entre os carnívoros, o cão e o gato são os HD melhor estudados por estar envolvidos com animais de produção e ser humano (LOPES, 2004). O sarcocystis tem um ciclo biológico bastante complexo. Possui uma fase assexuada e outra sexuada. O ciclo assexuado ocorre no tubo digestivo dos hospedeiros definitivos, estes eliminam oocistos no ambiente que após passarem por esporulação contaminam o solo e ambiente (água e pastagem). Ocorre então a ingestão do oocisto esporulado por hospedeiros intermediários (bovinos ou suínos), no HI ocorre a formação de cistos teciduais (musculatura lisa e estriada), o ciclo se completa com a ingestão da carne contendo os cistos viáveis. Quando o hospedeiro definitivo ingere carne contaminada por Sarcocystis, os cistozoítos, antes contidos no cisto tecidual, penetram na mucosa intestinal e ali desenvolvem seu ciclo sexuado. A prevenção basicamente ocorre com o cuidado com a água de bebida e com a ingestão de carnes devidamente cozidas. As lesões por este parasita são mínimas, portanto assintomáticas. Os casos diagnosticados em humanos são raros. Recomenda-se não alimentar cães e gatos com carnes cruas como uma das maneiras de quebrar o ciclo do parasita, principalmente se estes animais tiverem acesso a local de produção de bovinos ou suínos, esta prevenção vale também para o ciclo da toxoplasmose. HELMINTOS NEMATELMINTOS – Vermes cilíndricos não segmentados Áscaris lumbricóides A espécie Ascaris lumbricoides é o nematódeo mais conhecido por ser muito comum na espécie humana. Mesmo na atualidade, com o avanço da medicina ainda é considerado um importante problema de saúde pública, afetando principalmente crianças em idade escolar. No Brasil, diversos estudos realizados em pré-escolares e escolares mostraram elevada prevalência dessa parasitose intestinal (CAMPOS et al., 2002). STORER & USINGER (1989) afirmam que o ambiente exerce um importante papel na transmissão da parasitose, já que os ovos embrionados do Ascaris lumbricoides, quando eliminados no solo pelas fezes do hospedeiro definitivo, não possuem capacidade de infecção. Para que os ovos se tornem infectantes é necessário que as condições ambientais sejam favoráveis, neste aspecto o Brasil é um país bastante favorável porque oferece clima quente e úmido quase o ano todo. Nestas condições os ovos tornam-se viáveis em três ou quatro semanas, contaminado água e solo. Os fatores sociais podem ser indicados pela prevalência elevada de A. lumbricoides, visto que a alta incidência está associada a precárias condições sanitárias. As condições ambientais e sociais como: área geográfica estudada, tipo de comunidade (aberta ou fechada), nível socioeconômico, acessibilidade a bens e serviços, estado nutricional, idade e ocorrência de predisposição à infecção parasitária são fatores que indicam o grau de acometimento da população (CAMPOS et al, 2002). Ainda segundo estes autores o grau de educação materna é decisivo para evitar a contaminação. A mãe que teve algum tipo de educação sanitária terá maior habilidade no cuidado com a criança. Afirmam que a higiene é condição fundamental no controle desta parasitose. A localização deste parasita ocorre principalmente no jejuno e íleo, ficam presos à mucosa de onde obtêm nutrientes. A transmissão ao ser humano ocorre pelas vias hídrica ou alimentar. Moscas e baratas podem veicular os ovos mecanicamente aderidos em seus membros. O controle de vetores é importante para prevenção de verminoses. A presença do parasita na luz intestinal causa diversos danos ao portador, tais parasitas têm a capacidade de espoliar proteínas, carboidratos, lipídios e vitaminas A e C. Dependendo da infestação podem levar crianças à condição de subnutrição. Outro dano produzido é a ação tóxica, isto ocorre em função da reação imunológica do hospedeiro na tentativa de eliminar o agressor. FIGURA 7 – A.Lumbricóides Fonte: http://io.uwinnipeg.ca/~simmons/16labman05/lb5pg9_files/ascaris_posterior_end_label.jpg O diagnóstico é unicamente laboratorial através do exame coprológico. A identificação de ovos é realizada pelos métodos de sedimentação espontânea ou por centrifugação. A alta prevalência deste helminto, como já foi mencionado, é de difícil controle visto que vários fatores contribuem para a sobrevivência deste parasita como: temperatura anual elevada, umidade, viabilidade dos ovos por meses, grande produção de ovos pelas fêmeas, dispersão dos ovos através de vento, chuva e moscas, condições higiênicas precárias nos peridomicílios. A profilaxia desta parasitose ocorre por medidas como educação sanitária, construção de fossas sépticas onde não há rede de esgoto, tratamento da população, cuidados com a água e os alimentos, controle de insetos (baratas, moscas, mosquitos). Ancylostoma Os ancylostomas são vermes que parasitam animais e humanos, pertencem à família nematoda onde são descritos também o A.lumbricoides (ascaridíase) Ancylostoma duodenale (amarelão), Necator americanus (amarelão), Ancylostoma braziliensis (bicho geográfico), Oxyurus vermicularis (oxiúros). Parasitas como Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e ancilostomídeos acometem cerca de um bilhão de pessoas, distribuindo-se globalmente por mais de 150 países e territórios, além de apresentar alta prevalência na população pediátrica. Estimativas recentes indicam que as infecções helmínticas são a causa básica de todas as doenças que afligem 12,3% dos meninos e 11,4% das meninas em países em desenvolvimento (MACEDO 2005, citado por MACEDO et al., 2008). Para MACEDO et al., (2008) a alta prevalência de parasitoses intestinais no Brasil tem maior ocorrência nas regiões norte e nordeste, isto em função da deficiência de saneamento básico, precária educação sanitária da população em associação com o baixo nível de renda e qualidade dos serviços de saúde. A parasitose por ancylostomídeos, também conhecida como amarelão ou malda-terra, geralmente desencadeia um processo patológico de curso crônico, podendo ser fatal em casos mais graves. Existem mais de 100 espécies de Ancylastomatidae descritas, neste universo apenas três são encontradas em seres humanos: ancylostoma duodenale, necator americanus e ancylostoma cylanicum. Os ancylostomídeos têm ampla distribuição geográfica. O A. duodenale, é considerado como ancilostama do velho mundo. O N. americanus, conhecido como ancilostoma do novo mundo, ocorre em regiões tropicais onde predominam temperaturas altas. Ancilostoma duodenale Os adultos machos e fêmeas são bilindriformes, possuem a extremidade anterior curvada no sentido dorsal, cápsula bucal profunda, com dois pares de dentes ventrais na margem interna da boca e um par de lancetos ou dentes triangulares subventrais no fundo da cápsula bucal. Manchas medindo 8 a 11 mm de comprimento por 400 µm de largura; extremidade posterior com bolsa capsuladora bem desenvolvida, gubernáculo bem evidente. Fêmeas com 10 a 18 mm de comprimento por µm de largura; abertura genital (vulva) no terço posterior do corpo; Ancylastoma cylanicum Os Adultos com morfologia geral semelhante à de A. duodenale, mas com detalhes que facilitam distingui-lo: apresenta cápsula bucal com dois pares de dentes ventrais. Manchas com 8 mm de comprimento por 360 µm de largura. Necator americanus Os adultos apresentam a forma cilíndrica, com extremidade cefálica bem recurvada dorsalmente; cápsula bucal profunda, com duas lâminas cortantes, semilunares, na margem interna da boca, com um dente longo, ou cone dorsal. Manchas menores do que a fêmeas, medindo 5 a 9 mm de comprimento por 300 µm de largura, com abertura genital próxima ao terço anterior do corpo. A contaminação por ovos das fêmeas de ancilostomas presentes no intestino delgado do hospedeiro, ocorre quando estes são eliminados para o meio exterior através das fezes. No ambiente os ovos precisam de boa oxigenação, alta umidade e temperatura elevada. Após a eclosão dos ovos as larvas apresentam movimentos de serpente e se alimentam de matéria orgânica, passando então a se transformar em larva de terceiro estádio, denominada larva infectante. É a única forma infectante para o hospedeiro. A transmissão para homens ou animais ocorre com a penetração destas larvas na pele ou pela ingestão em água ou alimentos. Os parasitas no intestino podem provocar sintomas como dor gástrica, diminuição do apetite, indigestão, cólicas, náuseas, vômitos, flatulência ou diarréia sanguinolenta. A anemia é produzida no hospedeiro pela espoliação do ferro. O diagnóstico é obtido através de exames de fezes do hospedeiro. Quanto à ancilostomose por A. duodenale e N. americanus ocorre preferencialmente em crianças com mais de seis anos, adolescentes e em indivíduos mais velhos, independente do sexo. Neles, os parasitas podem sobreviver por até 18 anos. Nos pacientes, o A. duodenale e o N. americanus produzem em média, diariamente, 9 mil a 22 mil ovos. A profilaxia é basicamente a mesma para todas as parasitoses: engenharia sanitária (saneamento básico), educação sanitária e suplementação alimentar de ferro e proteínas e principalmente não andar descalço. A estas medidas também se associa o uso de anti-helmíntico embora seja de uso curativo. FIGURA 8 : Bicho geográfico – Ancylostoma braziliensis (cão) Fonte: http://www.giorgiogveterinario.it/blog/uploaded_images/ancilostoma-in-piede-775943.jpg FIGURA 9 : Ancylostoma duodenale Fonte: http://www.fiocruz.br/~ccs/arquivosite/glossario/ancilostomose.jpg FIGURA 10 – Ovos de ancylostoma sp Fonte: http://www.rumandd.com/images/schistossoma_mansoni_casal_pequeno Enterobius vermiculares A gravidade das parasitoses parece estar aumentando mundialmente devido a um aumento da resistência a antimicrobianos e a um número crescente de hospedeiros susceptíveis, sobretudo portadores de HIV (FERRARI & RODRIGUES, 2004). Os vermes categorizados de helmintos são macroparasitas e dependendo da infestação podem produzir obstrução mecânica no intestino e causar diversas patologias como: apendicite aguda, oclusão intestinal, enterite, necrose, perfuração e peritonite, em caso de migração podem causar abscessos hepáticos, colangite, colecistite, pancreatite, infecções ginecológicas e urinárias (FERRARI & RODRIGUEZ, 2004). O enterobius vermiculares é popularmente conhecido como oxiúros. Também é uma verminose de distribuição geográfica mundial, apresentando maior incidência nas regiões de clima temperado. As crianças são as mais afetadas, apesar de ser encontrado também em adultos. Machos e fêmeas vivem no ceco e no apêndice. As fêmeas, repletas de ovos (5 a 16 mil ovos), são encontradas na região perianal. Em mulheres, às vezes pode-se encontrar esse parasita na vagina, útero e bexiga. Os enterobius vermiculares possuem as seguintes características: Verme pino ou Alfinete. Semelhante a pequeno fio de algodão (0,5 a 1 cm). Ciclo vital: Duração: 2 a 7semanas. Ovos embrionados (viáveis:2-6sem.) região perianal contaminando roupas de cama e íntima, mãos, água e alimentos, boca. Ao ser ingerido ocorre a liberação da larva e transformação desta em verme adulto (macho e fêmea), estes copulam e buscam o seu hábitat (ceco e apêndice), fazem a fixação à mucosa pela região cefálica. A fêmea repleta de ovos realiza a migração para a região perianal onde deposita seus ovos embrionados (GASTALDI, 2009). Após a cópula, os machos são eliminados junto com as fezes e morrem; as fêmeas, repletas de ovos, se desprendem do ceco e dirigem-se para o ânus. No intestino delgado, as larvas rabditóides eclodem e sofrem duas mudas no trato intestinal até o ceco, aí chegando transformam-se em vermes adultos. O paciente sente um ligeiro prurido anal, pode provocar enterite catarral por ação mecânica e irritativa. O ceco apresenta-se inflamado e às vezes, o apêndice também é atingido. Pode ocorrer a perda do sono, nervosismo, vaginite e salpingite. A profilaxia inclui cuidados com as roupas de cama, esta não deve ser sacudida pela manhã, deve ser lavada todos os dias em água fervente. O tratamento deve ser repetido de 2 a 3 vezes com intervalo de 20 dias. Aplicação de pomada na região perianal e corte rente das unhas. Trichuris thichiura No gênero Trichuris existem várias espécies encontradas no ceco de diferentes hospedeiros, tais como T. vulpis, em cães, T. discolor, em bovinos, T. suis em suínos e T. thichiura em homens e macaco. A fêmea mede cerca de 4 cm, ovários e útero únicos, que se abrem na vulva, localizada na transição da parte fina para a robusta e o macho mede cerca de 3 cm, possui um só testículo, canal deferente, canal ejaculador e espículo; extremidade posterior fortemente recurvada ventralmente, apresentando um espículo protegido por bainha. O ovo do trichuris trichiura mede apenas 50 micra de comprimento por 22 de largura, com aspecto típico de um pequeno barril, arrolhado nas duas extremidades por uma massa mucóide transparente. Estes vermes vivem com a parte anterior na mucosa do ceco, por vezes são encontrados no apêndice, cólon e íleo. O ciclo é bem similar ao de outros helmintos, a fêmea põe os ovos, estes são depositados no meio ambiente pelas fezes, em condições de temperatura e umidade favoráveis os ovos tornam-se infectantes, são bastante resistentes e podem ser carreados pelo vento, se ingeridos através de água ou alimentos estes ovos eclodem no intestino e as larvas migram para o ceco. A gravidade da parasitose ocorre na presença de grande número de helmintos, causam anemia e prolapso retal. O diagnóstico é feito pelo método de sedimentação onde os ovos são visualizados. Nos casos de verminose, geralmente o hospedeiro apresenta mais de uma espécie de parasita, o tratamento é feito com medicamentos de amplo espectro para que se consiga eliminar as diferentes espécies. Os vermes denominados “chatos”, como as taênias, normalmente não são sensíveis aos vermicidas utilizados para matar os vermes “redondos”. FIGURA 11 – Ovo de Trichuris thichiura Fonte:http://www.insecta.ufv.br/Entomologia/ent/disciplina/ban% 0160/Importancia%20medica/trichuris%20ovo.jpg Strongyloides stercoralis O Strongyloides stercoralis, observado por Normand em soldados franceses oriundos da Cochinchina (atual Vietnã), e primeiramente descrito por Bavay, em 1876, é o menor dos nematódeos que parasitam o homem em nosso meio e apresenta uma peculiaridade interessante: a única forma parasitária adulta (no intestino delgado humano) é a fêmea partogenética. Nessa espécie, o macho só existe na fase do ciclo de vida livre (CAMPOS, 2009). Segundo este mesmo autor esse helminto apresenta dois ciclos evolutivos: o ciclo direto no qual as larvas rabditóides chegam ao exterior junto com as fezes; sendo depositadas em terreno arenoso, umidade alta e à temperatura de 25 a 30º C, as larvas transformam-se em larvas filarióides infectantes em 24 a 72 horas. O segundo tipo é o indireto ou de vida livre, no qual as larvas rabidtóides, transformam-se em machos e fêmeas de vida livre. Estas formas realizam a cópula e as fêmeas iniciam a oviposição. Os ovos tornam-se embrionados, as larvas rabditóides eclodem, esse ciclo demora cerca de dois a quatro dias. A transmissão ocorre por penetração na pele íntegra ou ingestão. As larvas penetram nos pés e entram na corrente sanguínea, sofrem muda, vão até o pulmão, migram até o sistema respiratório superior, são então deglutidas. As larvas que são ingeridas têm que penetrar na mucosa oral porque se chegarem ao estômago serão inativadas pelo suco gástrico. De acordo com CAMPOS (2009) O estado imunológico parece contribuir de maneira efetiva na sobrevivência do parasita e podem ser observadas em três níveis: cutâneo, pulmonar e intestinal. Outros sintomas gerais e comuns a estrongiloidose crônica são: anemia, diarréia, astenia, insônia, sudorese, tonturas, inapetência, emagrecimento, desidratação, irritabilidade, depressão nervosa e eosinofilia. Em casos severos da doença podem ocorrer complicações como oclusão intestinal ou íleo paralítico e mesmo possibilidade de perfuração intestinal. A prevenção e o controle são idênticos aos já descritos para outros nematelmintos. Platelmintos cestódeos – vermes chatos segmentados Estão neste grupo as Taênias spp, Diphyllobotrium latum e Dipylidium caninum. Complexo teníase/ cisticercose Hyminolepis nana, Hyminolepis diminuta, A importância do complexo teníase/cisticercose para a saúde pública deve-se ao fato de o homem ser o hospedeiro definitivo de Taenia solium e também ser o hospedeiro intermediário da fase larval, onde o Cysticercus cellulosae, aloja-se no sistema nervoso central, desenvolvendo a patologia denominada neurocisticercose, esta situação ainda é encontrada em todo o Brasil (SILVA et al., 2007). A neurocisticercose é uma patologia classificada dentro das zoonoses, é um grave problema de saúde pública porque pode trazer seqüelas irreversíveis aos portadores gerando prejuízos humanos e financeiros. Taênia Solium/ Teníase A teníase e a cisticercose são duas entidades mórbidas distintas, causadas pela mesma espécie, porém com fase de vida diferente. A teníase é uma alteração provocada pela presença da forma adulta da T. Solium ou da T. Saginata, no intestino delgado humano. A cisticercose é uma alteração provocada pela presença da larva nos tecidos de seus hospedeiros. De acordo com o CVE (2009) a cisticercose suína é uma doença parasitária com origem na ingestão de ovos de Taênia solium, cujas formas adultas têm o homem como hospedeiro final. Normalmente, os suínos apresentam apenas a forma larval (Cysticercus cellulosae). O quadro clínico da teníase no homem pode acarretar dor abdominal, anorexia e outras manifestações gastrointestinais, sem provocar conseqüências mais sérias. Os cisticercos (ovos larvados) quando localizados no cérebro humano podem gerar manifestações graves, provocar convulsões, dores de cabeça ou distúrbios visuais podendo levar o indivíduo à morte. Segundo o CVE (2009) é comum a infecção permanecer assintomática durante anos ou até mesmo nunca se manifestar. O quadro clínico é variável, depende do número de cisticercos alojados, em casos mais graves ocorre a hipertensão intracraniana causando meningoencefalite e distúrbios de comportamento. A Taênia solium é o agente transmitido ao homem, geralmente através da ingestão de carnes de suínos. O homem adquire teníase quando ingere carne suína crua ou parcialmente cozida contendo cisticercos. Os suínos, por outro lado, adquirem cisticercose quando ingerem ovos de T. solium, presentes no ambiente contaminado por matéria fecal de seres humanos. Do mesmo modo que o suíno, o homem pode adquirir cisticercose a partir da ingestão de ovos de T. solium, presentes em alimentos contaminados com matéria fecal de origem humana, sobretudo verduras cruas, ou por auto-infecção, através das mãos e roupas contaminadas com as próprias fezes (CVE, 2009). Figura 12 - Taênia Saginata Fonte:http://www.ufrgs.br/parasite/siteantigo/Imagensatlas/Animalia/Imagens/tsaginata.jpg FIGURA 13 – Ciclo de vida Fonte: CVE (2009) Ainda de acordo com CVE (2009) a cisticercose humana é de ocorrência mundial, é freqüente na América Latina, na Europa Oriental, na África e no sudeste da Ásia. Existem muitos casos no México, Guatemala, El Salvador, Peru, Chile e Brasil. O ciclo da infecção-transmissão ocorre em situação de carência de saneamento, onde há uma convivência muito próxima de homens e porcos, e a alimentação com carne mal passada é um costume, é uma doença rara em países muçulmanos, visto que estes não têm o hábito de se alimentar com carne desta espécie animal devido à religiosidade. Os reservatórios são os homens e os suínos. O homem é hospedeiro definitivo (HD) e os porcos hospedeiros intermediários (HI). O ser humano se contamina por três formas: 1- Por auto-contaminação (por ovos contidos nas fezes) 2 - Por movimentos retroperistálticos do intestino, 3 - Através da ingestão de alimentos ou água contaminada com ovos O período de incubação da cisticercose pode variar de 1 a 35 dias, mas geralmente, o quadro clínico manifesta-se entre 2 a 5 anos pós-infecção (CVE, 2009). A teníase é diagnosticada a partir de exames coprológicos, já a cisticercose é encontrada através de outros métodos: exame de líquido cefalorraquidiano, provas sorológicas (ELISA, Imunoeletroforese, Imunofluorescência indireta), exames radiológicos, tomografia computadorizada, exames anatomopatológicos (ante-mortem ou pós-mortem). Em CVE (2009) informam que os ovos das tênias de suíno e de bovino não são diferentes, não há como identificá-los, ovos das duas espécies são constituídos por uma casca protetora denominada embrióforo, que é formado por blocos piramidais de quitina, unidos entre si por uma substância protéica. O cisticerco é constituído de escólex com quatro ventosas, estas larvas podem atingir até doze milímetros de comprimento, após quatro meses de infecção. É possível diferenciar o verme conforme as características descritas no Quadro1: QUADRO 1 - As principais diferenças entre a T. solium e a T. saginata Escólex Proglotes Taenia solium Globoso Taenia saginata Quadrangular Com rostro Sem rostro Com dupla fileira de acúleos Sem acúleos Ramificações uterinas pouco Ramificações uterinas muito numerosas, de tipo dendrítico numerosas, de tipo dicotômico Saem passivamente com as Saem ativamente no intervalo fezes das defecações Cysticercus Cisticercose humana Ovos C. cellulosae C. bovis Apresenta acúleos Possível Não apresenta acúleos Não comprovada Indistinguíveis Indistinguíveis Fonte: CVE (2009). As medidas de controle envolvem medidas preventivas e curativas. - Quando ocorre teníase/cisticercose indica que as condições sanitárias de criação dos animais estão insatisfatórias. - É possível erradicar esta verminose através do controle no homem, visto que este é o hospedeiro definitivo do verme. - As drogas vermicidas são eficientes. - Efetuar a construção de fossas sépticas para controlar os dejetos humanos. - Utilizar água potável para cozimento e bebida. - Cozinhar bem todos os alimentos, inclusive as carnes. - Não consumir carnes que apresentem “cangiquinha”, que são larvas encistadas no tecido muscular. - Realizar triagem para identificar pessoas ou animais contaminados e efetuar o tratamento com vermicidas. - Realizar educação sanitária com as pessoas que lidam com os animais de criação. - Congelar a carne suína e bovina a temperatura abaixo de –5° C, por no mínimo 4 dias, para depois consumir. - Dar preferência ao consumo de carnes suínas ou bovinas que tenham sido inspecionadas pelo SIF (Serviço de Inspeção Federal). - Informar a autoridade sanitária local da ocorrência da verminose. - Higienização das instalações, cochos, e demais instrumentos utilizados no manejo com os animais. - Manter uma vigilância constante, sempre alertando para os perigos relacionados às verminoses, não apenas com o complexo teníase/cisticercose mas também com outros grupos de helmintos. A Taênia saginata é específica de bovinos, tendo como hospedeiro definitivo o homem, assim como a Taênia solium. FIGURAS 14 e 15 : Taênia solium , ovo de T.Solium Fontes: http://www.stanford.edu/group/parasites/ParaSites2006/Taenia_solium/Home.html e http://www.portalsaofrancisco.com.br/imagem.php Hymenolepis São conhecidas duas espécies distintas: Hymenolepis nana e Hymenolepis diminuta. A Hymenolepis nana, é um platelminto cestódeo também chamada de "tênia anã" do homem, por ser uma espécie menor que as outras taênias. A patologia provocada por esta verminose chama-se Himenolepíase, atinge principalmente as crianças entre 2 e 9 anos. Como em todas as outras verminoses está relacionada com hábitos inadequados de higiene. A criança pode carrear os ovos embaixo das unhas, estes sobrevivem no ambiente por mais de dez dias. A Hymenolepis diminuta, apesar de ser um parasita comum em roedores, também pode infectar o homem, sendo assintomática, ou podendo causar quadros diarréicos. Este parasita encontra-se bem distribuídos em regiões de climas quentes, sua maior incidência no Brasil foi registrada na região sul devido à existência de ambientes fechados pelo frio e ambientes coletivos como creches. Morfologicamente o ovo mede 40 mm de diâmetro, possui duas membranas, uma externa e uma interna, a qual apresenta em dois pólos, mamelões de onde irão se originar filamentos longos. O verme adulto mede de 3 à 5 cm, possui de 100 à 200 proglotes, seu escólex é retrátil e armado com ganchos, e habita o intestino delgado do homem. O ovo da H. diminuta só se diferencia do ovo da H. nana, por ser maior, chegando a medir cerca de 70-80 mm de diâmetro. O ciclo biológico deste platelminto pode ser de duas formas: monoxênico ou heteroxênico. O monoxênico ocorre quando o hospedeiro definitivo (homem) ingere água ou alimentos contendo ovos, estes eclodem no intestino e se fixam, tornam-se adultos e liberam novos ovos que irão para o meio ambiente através das fezes do hospedeiro. No ciclo heteroxênico os parasitas habitam cavidades de pulgas ou carunchos (HI), liberam ovos que são disseminados pelos insetos, ocorre a contaminação de alimentos ou água que são ingeridos pelo ser humano, os ovos eclodem e tornam vermes adultos dando continuidade ao ciclo. A prevenção, diagnóstico e controle devem ser ações paralelas para se obter uma boa profilaxia. Diphyllobotrium latum Difilobotriose é causada em humanos pela infecção com vermes adultos do gênero Diphyllobothrium adquiridos pelo consumo de peixe cru ou mal cozido, é também conhecido como a taênia do peixe (EMMEL et al., 2006). Conforme relatado por EMMEL et al. (2006) A difilobotriose ocorre em áreas onde lagos e rios coexistem com o consumo humano de peixe cru, mal cozido ou defumado. Estas áreas são encontradas na Europa, Rússia, América do Norte e Ásia. Somente dois países na América do Sul, Chile e Argentina, reportaram casos de difilobotriose por D. latum. O D. latum é endêmico nos lagos e deltas não poluídos do hemisfério norte e o D. pacificum ocorre na América do Sul. Uma grande variedade de parasitas têm sido identificada em peixes crus. O crescimento do hábito de ingestão de peixes ou outros animais marinhos sem o devido cozimento, colocam o homem em maior contato com parasitoses ainda pouco difundidas. De acordo com EMMEL et al. (2006) dos cestódeos que infectam peixes e humanos, o gênero Diphyllobothrium apresenta a maior importância; este parasita desenvolve sua maturidade sexual no trato intestinal de mamíferos. O D. latum é encontrado na carne de peixes frescos de água doce ou de água salgada que migram para água doce para a reprodução (exemplos: salmão e truta). Os hospedeiros definitivos do D.latum são os ursos e os humanos. Este cestódeo tem morfologia similar a outras taênias, são largos e longos, podendo variar de dois a dez metros de comprimento. O D.pacificum é encontrado em focas ou outros mamíferos marinhos. O ciclo inicia com a liberação de ovos imaturos nas fezes, em contato com a água liberam os coracídios, pequenas larvas que são ingeridas por crustáceos, onde ocorre a transformação em outra larva (procercóide). Estes crustáceos são ingeridos por peixes e as larvas infectam seu intestino. Ao ingerir alimentos preparados com peixes crus a partir de filé de salmão ou trutas o homem se infecta e propicia o crescimento da larva para verme adulto. Como medida profilática deve ser recomendada a inspeção visual do peixe, o consumo após o congelamento à temperatura de -20º C por 7 dias ou de -35º C por 15 horas, o que inviabiliza os parasitas e, desta forma, ser possível a ingestão crua. Também é importante a prevenção da infecção pelo cozimento adequado dos peixes, dar destino higiênico aos excretos humanos, a inspeção do pescado e o congelamento adequado dos peixes nos frigoríficos (EMMEL et al., 2006). Dipylidium caninum A procura de animais de companhia vem aumentando, inclusive para o emprego em terapias alternativas com crianças hospitalizadas e para estímulos táteis e visuais em pessoas especiais. O estreitamento das relações entre os animais e o homem promove uma maior exposição humana aos agentes de zoonoses, principalmente de indivíduos portadores de doenças imunossupressivas, representando riscos à saúde pública (SILVA et al., 2001). O Dipylidium caninum é um helminto cestódeo, cujos hospedeiros definitivos naturais incluem canídeos e felídeos domésticos e selvagens. Os ovos são ingeridos por pulgas ou piolhos do cão, e no intestino destes formam cisticercos; a infecção se dá pela ingestão acidental das pulgas pelos animais e pelo homem. O verme adulto mede de 20 a 40 cm. A infecção humana é geralmente assintomática, mas em crianças pode ocorrer dor abdominal, diarréia, inquietação e prurido anal. O diagnóstico se faz pela visualização dos proglotes, cápsulas ovígeras e ovos nas fezes. A profilaxia em animais de companhia é feita, principalmente, com o uso de fármacos anti-helmínticos, com combinações entre princípios ativos para ampliar o espectro de ação. Os protozoários, nematelmintos (vermes cilíndricos) e os platelmintos (vermes achatados) não são sensíveis aos mesmos medicamentos, fazendo-se necessário orientação de um profissional médico veterinário para realizar a melhor indicação, bem como a orientação do intervalo de doses para manter o animal sempre isento de vermes. Sempre que ocorrer a desverminação dos animais realizar também o controle de pulgas, estas são transmissoras da verminose podendo reinfectar o animal após tratamento. Platelmintos trematódeos – vermes chatos não segmentados Schistossoma mansoni A esquistossomose é uma doença causada por um pequeno verme trematódeo chamado Schistosoma mansoni que, são albergados pelos caramujos (HI), a água é um meio de transmissão e ao atingir a fase adulta, vive nos vasos sangüíneos do homem. O homem é o reservatório definitivo, os vermes adultos alojam-se nos pulmões ou fígado onde alcançam até 12 mm de comprimento por 0,44 mm de diâmetro, podendo viver também em pequenas veias do intestino. Os hospedeiros intermediários sãos moluscos de água doce, pertencentes ao gênero Biomphalaria, conhecidos como planorbídeos e, popularmente conhecidos como caramujos. Esses caramujos têm a concha em espiral, com as voltas ou giros no mesmo plano, criam-se e vivem na água doce de córregos, riachos, alagados, brejos, açudes, represas ou outros locais onde haja água levemente parada. Das várias espécies de caramujos existentes em nosso meio, três são possíveis transmissoras de S. mansoni: Biomphalaria tenagophila, B. glabrata e B. straminea. O ciclo do S.mansoni ocorre em duas fases: O indivíduo portador elimina nas fezes ovos do parasita, estes ovos em contato com água rompem-se e liberam as larvas chamadas miracídios, são ciliadas e nadam até encontra o hospedeiro intermediário, o caramujo. Em um período máximo de trinta dias as larvas albergadas no caramujo tornam-se cercárias, fase em que são eliminadas na água. As cercárias libertam-se, nadam ativamente, podendo permanecer vivas por algumas horas, dependendo das condições ambientais. Ao penetrar na pele de pessoas, iniciam nova fase de seu ciclo. No homem, as cercárias alcançam a corrente sangüínea, passando pelos pulmões, coração até chegar ao fígado. Este processo ocorre em dez dias. No vigésimo sétimo dia, já se encontram vermes acasalados e a postura de ovos pode começar no trigésimo dia. A partir do quadragésimo dia, ovos podem ser encontrados nas fezes. Para a sobrevivência do S.mansoni existem algumas condições: que o homem elimine ovos nas fezes, que estes ovos encontrem a água, dependem da existem do caramujo hospedeiro e por fim do contato de outro ser humano com a água contendo cercárias. Estas condições são encontradas em regiões onde a população vive à margem de rios ou alagados e não efetuam severo controle dos dejetos humanos. Segundo CAMPOS (2009) a esquistossomose é uma doença cosmopolita. Ocorre na região do Oriente próximo (Israel, Arábia Saudita, Iêmen, Iran, Iraque), grande parte da África (Egito, Líbia, Moçambique, Camarões, Nigéria, Angola, etc), Antilhas (Porto Rico, República Dominicana) e América do Sul (Venezuela e Brasil). No Brasil, também é conhecida pelos nomes de: xistosa, doença do caramujo, barriga dágua, xistosomose e bilharzíose, apresenta ampla distribuição, atingindo Estados do Norte (Pará, Rondônia), todo o Nordeste brasileiro, a região Sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo), a região Sul (Paraná e Santa Catarina) e o Centro-Oeste (Goiás e Distrito Federal). O acompanhamento epidemiológico da esquistossomose ficou restrito às áreas de maior importância no Brasil. Ocorre, esporadicamente, a notificação de casos em municípios novos, mostrando que a transmissão da doença continua em localidades onde não se conhece a real situação epidemiológica, uma vez que a realização de censos coprológicos para a verificação desta situação deixa de ser realizada em detrimento de outros programas de saúde de maior prioridade (CAMPOS 2009). A pessoa doente pode ou não apresentar sintomas, podendo ficar anos sem qualquer manifestação. Quando a doença clínica se manifesta pode ocorrer de duas formas: em fase aguda ou em fase crônica. Fase aguda: Geralmente só é percebida em pessoas de área não endêmica e depende do número de cercárias infectantes. Inicialmente, surge coceira e vermelhidão no local de penetração da cercária. O infectado pode apresentar febre, sudorese, cefaléia, dores musculares, cansaço, inapetência, emagrecimento, tosse, dor abdominal. Fase crônica: pode ser de três formas: intestinal, hepato-intestinal e hepatoesplênica. O diagnóstico é laboratorial, são procurados ovos do verme nas fezes do paciente, os métodos podem ser por sedimentação espontânea, método de Kato, Kato- Katz, ou por biópsia retal e métodos sorológicos, as informações clínicas do pacientes com sintomas podem ajudar na composição do diagnóstico diferencial. DOMINGUES (2006) recomenda que nas poliparasitoses, o Ascaris lumbricoides deverá ser o primeiro a ser tratado, devido à possibilidade da migração do verme com o uso de drogas não eficazes. A droga de escolha deverá ter uma boa ação ascaricida. Outra preocupação na associação de parasitoses é o início do tratamento pela espécie mais patogênica. Ainda de acordo com este mesmo autor, no Brasil a associação mais comum é a de Ascaris lumbricoides, ancilostomídeos e Trichuris trichiura. Devendo-se buscar um medicamento eficaz, por via oral, com poucos efeitos colaterais, com doses pequenas e de baixo custo, lembrando que todo medicamento deve ser prescrito por um médico. FIGURA 16 – S.mansoni (macho e fêmea) Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/imagem.php REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ANVISA. Principais Síndromes Infecciosas. Disponível http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/microbiologia/mod_1_2004.pdf. Acesso 08/09/2009. em: em BOA SAÚDE. Amebíase. Disponível http://boasaude.uol.com.br/realce/emailorprint.cfm?id=14519&type=lib. Acesso 08/09/2009. em: em BRASIL, P.; LIMA, D.B.; MOURA, H.; Microsporidiose humana na síndrome de imunodeficiência Adquirida. Rev Ass Med Brasil, v.43, p.254-264, 1997. BRASIL Ministério da Saúde, Doenças infecciosas e parasitárias. Guia de Bolso, 4ª ed., 2004 (LEITURA ANEXA). BUSS, P.M.; Promoção da saúde e qualidade de Vida, Ciência & Saúde Coletiva, v.5, p.163-177, 2000 (LEITURA ANEXA). CÁCERES, A .P. S. G.; GONÇALVES, F.A .; CAZORLA, I.M.; CARVALHO, S.M.S.; Contaminação do Solo por Helmintos de Importância Médica na Praia do Sul (Milionários), Ilhéus – Ba. NewsLab, edição 67, p.146,154, 2004 CAMPOS, M.R.; VALENCIA, L.I.O.; FORTES,D.B.P.M.; BRAGA, R.C.C.; MEDRONHO, R.A.; Distribuição espacial da infecção por Ascaris Lumbricoides. Revista de Saúde Pública,v.36, p.69-74, 2002. CAMPOS, S.; Infecto-contagiosas/Epidemias - Strongiloidíase. Disponível em: http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias. Acesso em 17/09/2009. CHIEFFI, P.P. & AMATO NETO, V.; Vermes, verminoses e a Saúde pública. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/pdf/cic/v55n1/14854.pdf. Acesso em 21/09/2009 (LEITURA ANEXA). CRUZ, A . L. S.; Parasitoses intestinais em crianças de idade escolar Giárdia lambria; ciclo de vida e sensibilidade a antiparasitários. Dissertação de candidatura ao Grau de Doutor em Ciências Biomédicas, submetida ao Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar. 2003. CVE – Centro de Vigilância epidemiológica de São Paulo. Manual das doenças transmitidas por alimentos. Disponível em: http://www.cve.saude.sp.gov.br/htm/hidrica/inf_cyclospora.htm. Acesso em 14/09/2009. DOMINGUES, S.H.S.; Parasitoses intestinais. Disponível em: http://www.rksoul.net/edv64/Documents/Medicina/Specialty/Infectologia/Infec.MA.Parasi toses.Intestinais.pdf. Acesso em 04/09/2009. EMMEL, V.E.; INAMINE, E.; SECCHI, C.; BRODT, T.C.Z.; AMARO, M.C.O.; CANTARELLI, V.V.; SPALDING, S.; Diphyllobothrium latum: relato de caso no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.39, p.82-84, jan/fev, 2006. FERRARI, M.G.; RODRIGUEZ, R.; Prevalência de helmintíases em apêndices cecais. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgia, v. 31, n.2, p. 77-82, Mar./ Abr. 2004. FRENKEL, J.K.; SILVA, M.B.O.; SALDANHA, J.C.; VERGARA, M.L.S.; CORREIA, D.; BARATA, C.H.; SILVA, E.L.; RAMIREZ, L.E.; PRATA, A.; Presença extra-intestinal de cistos unizóicos de Isospora belli em paciente com SIDA. Relato de caso. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.36, p.409-412, mai/jun, 2003. GASTALDI, L.A.; Parasitoses Entéricas. Disponível em: http://www.saude.sc.gov.br/hijg/gastro/Enteroparasitoses.pdf. Acesso em 17/09/2009. HACHICH, E.M.; GALVANI, A.T.; PADULA, J.A.; MENEGON, N.; SATO, M.I.Z.; Importância do controle dos parasitas patogênicos Giardia e Cryptosporidium em águas captadas para consumo humano. XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental. Disponível em: http://www.bvsde.paho.org/bvsaidis/tratagua/ii-042.pdf. Acesso em 08/09/2009 LOPES, C.W.G.; O gênero Sarcocystis (LANKESTER, 1882) (APICOMPLEXA: SARCOCYSTIDAE), uma questão a ser reavaliada no Brasil. XIII Congresso Brasileiro de Parasitologia Veterinária & I Simpósio Latino-Americano de Ricketisioses, Ouro Preto, MG, 2004. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.13, suplemento 1, 2004. MACEDO, M.F.M.; ANDRADE, S.M.S.; MARTINS, C.S.; FRANCO, A .R.; MACEDO, P.; LIMA, L.B.; BELÉM, A. C.; Helmintíases em pré-escolares de uma escola pública no município de Manaus, Amazonas, Brasil. Boletim da Saúde, Porto Alegre, v. 22, n.1, Jan./Jun. 2008. MARCONDES, C.B.; Blastocystis hominis: o enigma continua. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 31,p. 491-493, set/out, 1998. MELO, M.C.B.; KLEM, V.G.Q.; MOTA, J.A.C.; PENNA, F.J.; Parasitoses intestinais. Revista da Associação Médica de Minas Gerais, suplemento 1, n.14, p.3-12, 2004. PEDROSO, R.S. & SIQUEIRA, R.V.;Pesquisa de cistos de protozoários, larvas e ovos de helmintos em chupetas. Jornal de Pediatria, v.73, n.1, 1997. REIS, P.R.M.; DINIZ FILHO, J.A.F.; PENNA, K.G.B.D.; COSTA, S.H. N.; MESQUISTA, M.M.; SILVA, J.B.; CASTRO, F.S.; CHEN, L.C.; Correlação entre eosinofilia e protoparasitose por Giardia lamblia em crianças. RBAC, v. 39, p. 237-239, 2007. SILVA, H.C.;CASTAGNOLLI, K.C.; SILVEIRA, D.M.; COSTA, G.H.N.; GOMES, R.A .; NASCIMENTO, A. A. ; Fauna helmíntica de cães e gatos provenientes de alguns municípios do Estado de São Paulo. Semina: Ci. Agrárias, Londrina, v. 22, n.1, p. 6771, jan./jun. 2001. SILVA, M.C.; CORTEZ, A .A . AQUINO-CORTEZ, A .; VALENTE, M. TONIOLLI, R. ;Cisticercose suína, teníase e neurocisticercose humana no município de Barbalha, Ceará. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.59, n.2, p.371375, 2007. STORER TI & USINGER RL. Zoologia geral. São Paulo, Editora Nacional; 1989. TAVARES, A.D.; FRAZÃO, D.M.; BRITO, H.D.M.S.; CAVALCANTI, M.O.; COLARES, M.C.R.; PEREIRA, T.G.R.; Prevalência de parasitoses em uma escola pública freqüentada por crianças de baixo nível sócio-econômico. Disponível em: http://www.prac.ufpb.br/anais/Icbeu_anais/anais/saude/parasitose.pdf. Acesso em 04/09/2009. TAVIRA, L. T.; Diagnóstico laboratorial das parasitoses. Disponível em http://www.fcm.unl.pt/departamentos/microbiologia/ficheiros%20de%20Aulas%20Teoric as/Apresentacoes/Diagn%20laboratorial%20das%20parasitoses%202004%20b&w.pdf. Acesso em 22/09/2009. WERLE, C.H.; Prevalência de Giárdia Lambria na cidade de Buritama estado de São Paulo. Disponível em: http://www.ciencianews.com.br/revistavirtual. Acesso em 07/09/2009.