UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO - UNIDADE ACADÊMICA DE SERRA TALHADA QUÍMICA ORGÂNICA II GRUPOS FUNCIONAIS COM CARBONO LIGADO POR LIGAÇÕES SIMPLES A UM HETEROÁTOMO CARBONO LIGADO A OXIGÊNIO Professora Andréa Bandeira 14 de setembro de 2011 ÉTERES São substâncias substituintes alquila. em que um oxigênio é ligado a dois Podem ser simétricos (se os dois substituintes alquilas são Idênticos) e assimétricos (se os dois substituintes são diferentes) Éter simétrico Éter assimétrico Nomenclatura IUPAC Consiste no nome de um alcanohidrocarboneto com um substituinte RO (alcoxi). Troca-se a terminação il do substituinte por oxi. metoxi etoxi isopropoxi secbutoxi tercbutoxi A numeração dos átomos da cadeia é feita como nos alcanos, porém começando pela extremidade mais próxima do grupo OR. 2-metoxibutano 1-etoxi-3-metilpentano 1,4-diisopropoxibutano 1-etoxi-4-metilbenzeno Nomenclatura USUAL Consiste no nome de dois substituintes alquila (em ordem alfabética), precedida pela palavra “eter”. Os éteres menores são quase sempre chamados pelos nomes comuns. Eter etilmetílico Eter dietílico chamado de éter etílico Eter sec-butilisopropílico Eter terc-butilisobutílico Eter ciclo-hexilisopentílico Nomenclatura ÉTERES CÍCLICOS Podem receber nomes de várias maneiras. Uma maneira simples é usar a nomenclatura do hidrocarboneto correspondente juntamente com o prefixo oxa- para indicar que um átomo de oxigênio substitui um grupo CH2. Oxaciclopropano ou oxirano (óxido de etileno) Oxaciclopentano (tetraidrofurano) Oxaciclobutano 1,4- dioxacicloexano (1,4-dioxano) Propriedades físicas dos éteres Têm pontos de ebulição que são grosseiramente comparáveis com os dos hidrocarbonetos de mesma massa molecular. PE éter etílico (MM = 74) = 34,6 ºC PE pentano (MM = 72) = 36 ºC Os éteres são capazes de formar ligações de hidrogênio com compostos como a água. Síntese de Éteres Éteres através da Desidratação Intermolecular de álcoois Os álcoois primários podem se desidratar para formar éteres Esta reação ocorre a uma temepratura mais baixa do que a desidratação a um alceno A formação do éter ocorre através de um mecanismo SN2 com uma molécula de álcool agindo como nucleófilo e aoutra molécula protonada do álcool agindo com substrato. Com este método não se trabalha com álcoois secundários e terciários uma vez que a eliminação compete fortemente. eteno Éter dietílico O mecanismo da desidratação intermolecular é SN2 Etapa 1 Essa é uma reação ácido-base na qual o álcool recebe um próton do ácido sulfúrico Etapa 2 Outra molécula do álcool age como um nucleófilo e ataca o álcool protonado em uma reação SN2 Etapa 3 Outra reação ácido-base converte o éter protonado em um éter através da transferência de um próton para uma molécula de água (ou para outra molécula de álcool) Síntese de éteres de Williamson É uma boa rota para a síntese de éteres assimétricos Alcóxido de sódio ou potássio Haleto de alquila, Sulfonato de alquila ou sulfato de alquila éter O ín alcóxido (nucleófilo) reage com o substrato em uma reação SN2 O substrato deve ser desimpedido e conter um bom grupo abandonador Substratos típicos apresentam os seguintes grupos abandonadores: álcool propílico propóxido de sódio Éter etil propílico (70%) Limitações da reação: Os melhores resultados são obtidos com substratos primários ou de metila, ou seja o haleto de alquila (ou sulfonato de alquila) deverá ser primário ou de metila para evitar a reação E2 Se o substrato for terciário, a eliminação constitui o resultado exclusivo. A substituição também é favorecida sobre a eliminação a baixas temperaturas. Síntese de Éteres através da Acoximercuração- Desmercuração Um álcool é o nucleófilo (ao invés da água usada na reação análoga para a formação de álcoois a partir de alcenos) Éteres tert-Butílicos através da alquilação de Álcoois: grupos protetores Este método é usado para proteger álcoois primários O grupo protetor é removido usando ácido diluído CH3 RCH2OH + CH2=CCH3 CH3 H2SO4 RCH2O-CCH3 CH3 Grupo protetor tert-butila 4-pentin-1-ol Reações de Éteres Éteres acíclicos não são geralmente reativos, exceto pela clivagem por um ácido forte para formar o haleto de alquila correspondente Éteres dialquila reagem via reação SN2 para formar 2 equivalentes de haleto de alquila Clivagem do éter Etapa 1 etanol Etapa 2 brometo de etila Epóxidos Epóxidos são éteres cíclicos de três membros São também chamados de oxiranos Um epóxido IUPAC : oxirano Usual: óxido de etileno Epóxidos são usualmente formados pela reação de um alceno com peroxiácidos (perácido) Este processo é chamado de epoxidação e envolve adição sin epoxidação Um alceno Um peroxiácido um epóxido Mecanismo epoxidação Ácido carboxílico Peroxiácido alceno Estado de transição sincronizado Epóxido Para que se forme um anel de três membros, o átomo de oxigênio deve ser adicionado do mesmo lado a ambos os átomos de carbono da ligação dupla Epoxidação é estereoespecífica Epoxidação do cis-2-buteno fornece cis-oxirano Epoxidação do trans-2-buteno fornece o trans-oxirano cis-2-buteno trans-2-buteno cis-2,3-dimetiloxirano (composto meso) trans-2,3-dimetiloxirano (mistura racêmica) Reação dos epóxidos Epóxidos são consideravelmente mais reativos do que os outros éteres O anel de três membros é altamente tensionado e desta forma muito reativo Abertura do Anel de um Epóxido catalisada por ácido A hidrólise catalisada por ácido de um epóxido leva ao 1,2-diol epóxido Epóxido protonado Epóxido protonado Nucleófilo fraco 1,2-diol protonado 1,2-diol Em epóxidos assimétricos, o nucleófilo ataca basicamente o átomo de carbono mais substituído Este carbono assemelha-se ao carbocátion 3º Epóxido protonado Abertura do anel de um Epóxido catalisada por base ocorre através do mecanismo SN2 (nucleófico tem que ser uma base forte tal como um íon alcóxido ou hidróxido) O nucleófilo ataca o átomo de carbono menos impedido estericamente Nucleófilo forte Epóxido Um íon alcóxido Carbono 1º é menos impedido metiloxirano 1-etóxi-2-propanol