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Matéria de Psicologia 12º Ano
Cérebro
Elementos estruturais e funcionais do sistema nervoso:
Os mecanismos de receção ou recetores são os órgãos dos sentidos (visão, etc.) que recebem os
estímulos do meio externo ou interno. Os mecanismos de coordenação ou de processamento são
o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico, coordenam as informações recebidas
pelos recetores e determinam as respostas concretizadas pelos efectores. Os mecanismos de
reação ou efectores são os músculos e as glândulas, que são responsáveis por efetuarem as
respostas, isto é, por concretizarem a reação aos estímulos. No sistema nervoso podemos
encontrar o neurónio e as células gliais. Os neurónios são as células do sistema nervoso
especializadas para receber e transmitir sinais eletroquímicos. As células gliais facultam os
nutrientes que alimentam, isolam e protegem os neurónios, controlam o desenvolvimento dos
neurónios ao longo da vida, têm um papel fundamental no desenvolvimento do cérebro no
período fetal e na maturação dos neurónios, determinam quais os neurónios que estão aptos a
funcionar corretamente e, por fim, asseguram a manutenção do ambiente químico que rodeia os
neurónios. Os neurónios são constituídos pelo corpo celular, pelas dendrites e pelo axónio. O
corpo celular contém o núcleo que é o armazém de energia da célula, fabrica proteínas sob o
controlo do ADN presente no núcleo celular e é o centro metabólico do neurónio. As dendrites
são extensões do corpo celular, medem no máximo alguns décimos de milímetro e é graças às
dendrites que o neurónio apresenta uma maior superfície de receção e emissão de mensagens.
Também recebem e transmitem informação de e para outras células com as quais o neurónio
estabelece contactos. O axónio é o prolongamento mais extenso do neurónio, transmite as
mensagens de um neurónio a outro ou entre um neurónio e uma célula, prolonga-se a partir do
corpo celular e termina num conjunto de ramificações, as telodendrites ou terminais axónicas.
Há axónios que estão envolvidos por camadas de mielina, uma substância branca de matéria
gorda, enquanto outros são só constituídos por uma substancia cinzenta. O axónio e as dendrites
formam uma fibra nervosa e ao conjunto de fibras nervosas envolvidas por uma membrana dáse o nome de nervos. Os neurónios aferentes ou sensoriais são afetados pelas alterações
ambientais, são ativados pelos vários estímulos com origem no interior ou exterior do
organismo e recolhem e conduzem as mensagens da periferia para os centros nervosos (espinal
medula e encéfalo). Os neurónios eferentes ou motores transmitem as mensagens dos centros
nervosos para os órgãos efectores, isto é, para os órgãos responsáveis pelas respostas,
nomeadamente os músculos e as glândulas. Uma das suas funções é que um músculo se
contraia. Os neurónios de conexão ou interneurónios interpretam as informações e elaboram as
respostas. A atividade desses neurónios torna possível a capacidade intelectual, as emoções e as
capacidades comportamentais. Nos nossos comportamentos estão sempre envolvidos os três
tipos de neurónios. O papel do sistema nervoso consiste em transmitir sinais, mensagens de um
grupo de neurónios para outro e, assim, a informação que circula ao longo dos neurónios
designa-se por influxo nervoso. É através da sinapse que as mensagens são transmitidas. A
sinapse é uma junção funcional em que ocorre a transmissão de informação entre dois neurónios
ou entre um neurónio e uma outra célula. Desta forma, os dois neurónios não estão em contacto
direto, pois estão separados por uma fenda sináptica. Assim, a sinapse tem por função a troca de
informações entre dois neurónios e, por isso, põe em comunicação o botão pré-sináptico, que é a
terminação axónica do neurónio emissor, a membrana pós-sináptica, localizada na dendrite ou
corpo celular do neurónio recetor, e a fenda sináptica, o espaço cheio de líquido compreendido
entre os neurónios. As mensagens nervosas ocorrem por processos eletroquímicos. As vesiculas
sinápticas contêm substâncias químicas que, sob o efeito da atividade elétrica do axónio, se
libertam na fenda sináptica. Os neurotransmissores são substâncias químicas produzidas pelo
corpo do neurónio, transportadas através do axónio e armazenadas nas vesículas. Comunicação
nervosa: As dendrites captam o estímulo. Os sinais são integrados. Gera-se um impulso
nervoso. O impulso nervoso é transmitido ao axónio e conduzido às ramificações axónicas. As
ramificações dos axónios aproximam-se das dendrites do neurónio vizinho transmitindo o sinal
através da sinapse.
Ana Pinto
Matéria de Psicologia 12º Ano
O funcionamento global do cérebro:
O sistema nervoso é constituído pelo sistema nervoso central, que processa e coordena as
informações, e pelo sistema nervoso periférico, que conduz a informação da periferia para os
centros nervosos e as respostas destes para a periferia. O sistema nervoso central é constituído
pela espinal medula e pelo encéfalo. A espinal medula encontra-se no interior da coluna
vertebral, é constituída por substância branca no exterior e cinzenta no seu interior. Tem a
função de coordenação e de condução. A função de coordenação remete para a responsabilidade
em coordenar a atividade reflexa. A função de condução transmite mensagens do cérebro para o
resto do corpo e vice-versa. A dor, a temperatura, etc., recebidos pelos órgãos recetores, são
transportados pelos nervos sensoriais à espinal medula, que, por sua vez, os conduz ao cérebro
que processara estas informações em áreas específicas. Depois, a espinal medula conduz as
respostas processadas pelo cérebro para o corpo. O encéfalo encontra-se no interior do crânio,
protegido por um conjunto de três membranas, as meninges. Do encéfalo, as estruturas mais
importantes são a hipófise, o hipotálamo, o corpo caloso, o córtex cerebral, o tálamo, a
formação reticular, o cerebelo e o bolbo raquidiano. A hipófise é a glândula que controla e
dirige a atividade do sistema endócrino. O hipotálamo regula o sistema endócrino, a fome, a
sede, etc. O corpo caloso liga os dois hemisférios. O córtex cerebral controla os movimentos
voluntários, a perceção, o pensamento, etc. O tálamo recebe e transmite informação de e para o
córtex cerebral. A formação reticular desempenha um papel importante na atenção, memória
sono, etc. O cerebelo coordena os movimentos e assegura a manutenção do equilíbrio. Por fim,
o bolbo raquidiano controla funções vitais como o ritmo cardíaco, a respiração etc. O sistema
nervoso periférico é constituído por axónios e dendrites, ramifica-se a partir da espinal medula e
do cérebro e chega às extremidades do corpo. É constituído pelo sistema nervoso somático e
pelo sistema nervoso autónomo. O sistema nervoso somático contém os nervos sensoriais e os
nervos motores e, assim, controla os movimentos voluntários e comunica a informação de e
para os órgãos dos sentidos. O sistema nervoso autónomo controla os movimento involuntários,
nomeadamente o coração, as glândulas, os pulmões, etc. Deste sistema faz parte o sistema
nervoso simpático e o sistema nervoso parassimpático. O sistema nervoso simpático age de
forma a preparar o corpo para situações de emergência e stressantes, mobilizando todos os
recursos do organismo para responder à ameaça. O sistema nervoso parassimpático age de modo
a acalmar o corpo após uma situação de emergência ter sido resolvida. O cérebro é dividido em
dois hemisférios. O hemisfério direito controla a formação de imagens, as relações espaciais, a
perceção das formas, das cores, das tonalidades afetivas e o pensamento concreto. O hemisfério
esquerdo é responsável pelo pensamento lógico, pela linguagem verbal, pelo discurso, pelo
cálculo e pela memória. Desta forma, apesar de os dois hemisférios terem funções
especializadas, o seu funcionamento é complementar. Cada hemisfério tem quatro lobos e cada
um dos lobos integra áreas corticais. Os lobos occipitais estão localizados na parte inferior do
cérebro, processam os estímulos visuais e há zonas especializadas em processar a visão da cor,
do movimento, da distância, etc. Na área visual primária recebe-se a informação visual e na área
visual secundária coordena-se os dados recebidos na área visual primária permitindo reconhecer
os objetos. Os lobos temporais estão localizados na zona por cima das orelhas e têm como
função processar os estímulos auditivos. A área auditiva primária recebe os sons elementares e a
área auditiva secundária identifica e reconhece os sons recebidos na área auditiva primária. A
área de Wernicke está relacionada com a produção do discurso, pois permite-nos compreender o
que os outros dizem. Os lobos parietais localizam-se na parte superior do cérebro e são
constituídos por duas subdivisões. A zona anterior designa-se por córtex somatossensorial, tem
por função receber as informações que têm origem na pele e nos músculos. A área posterior é
uma área secundária que coordena e integra as informações sensoriais recebidas na área
anterior. Os lobos frontais localizam-se na parte da frente do cérebro e são responsáveis pelas
atividades cognitivas que requerem concentração, pelos comportamentos de antecipação,
planificação de atividades, pelo pensamento abstrato, pela memória de trabalho, pelo raciocínio
complexo e intervêm também na regulação das emoções. O córtex motor é responsável pelos
movimentos da responsabilidade dos músculos e a área de Broca é responsável pela linguagem
falada, pela produção do discurso. As áreas pré-frontais são muito importantes, porque são
responsáveis pelas principais funções intelectuais, isto é, estão relacionadas com a memória,
Ana Pinto
Matéria de Psicologia 12º Ano
permitindo-nos recordar o passado, planear o futuro, resolver problemas, antecipar
acontecimentos, refletir, tomar decisões, organizam o pensamento e envolvem complexas
relações com as emoções. Apesar de o cérebro estar dividido em partes, funciona como um
todo, isto é, como uma rede funcional. Uma função perdida devido a uma lesão pode ser
recuperada por uma área vizinha da zona lesionada, função vicariante ou de suplência do
cérebro. É graças a esta função que pessoas que perderam a fala, devido a um acidente cerebral,
acabam por recuperar a capacidade perdida. A plasticidade do cérebro explica o facto de outras
regiões do cérebro poderem substituir as funções afetadas por lesões cerebrais. Podemos, assim,
concluir que o cérebro funciona de uma forma sistémica, pois forma um conjunto de elementos
que o constituem e que funcionam de forma integrada e, desta forma, o cérebro trabalha como
um todo de forma interativa com uma dinâmica própria. Os neurónios dividem-se estabelecendo
entre si um número incalculável de ligações. A este fenómeno de divisão de células chama-se
corticalização, ou seja, os primeiros meses de vida produzem-se modificações na estrutura do
córtex. A seleção das conexões nervosas depende das condições do meio intrauterino e também
do meio após o nascimento. A morte dos neurónios e a eliminação de muitas sinapses é uma das
formas de seleção das redes neuronais, isto é, é um processo de seleção em que se anulam as
conexões que não são necessárias e se retêm as eficazes, assim, umas são eliminadas e outras
consolidam-se.
O cérebro e a capacidade de adaptação e autonomia do ser Humano:
O desenvolvimento do cérebro humano desenrola-se de forma muito lenta. É essa lentidão que
lhe vai trazer vantagem ao possibilitar a influência do meio e, desta forma, uma maior
capacidade de aprendizagem. Assim, é o caracter embrionário do cérebro, isto é, o seu
inacabamento, que permite a adaptação biológica do individuo, mesmo no estado adulto. O
cérebro é um órgão que apresenta múltiplas configurações, não havendo nenhum cérebro igual a
outro. Desta forma, há um processo de individualização, de distinção, que ultrapassa as
definições genéticas, isto deve-se à plasticidade do cérebro. A plasticidade do cérebro é a
capacidade do cérebro em se remodelar em função das experiencias do sujeito, em reformular as
suas conexões em função das necessidades e dos fatores do meio ambiente. As redes neuronais
modificam-se em função das experiencias vividas e é a plasticidade fisiológica que permite a
aprendizagem ao longo de toda a vida.
Ana Pinto
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