Manaus - 2009 XVIII Jornada de Iniciação Científica PIBIC CNPq/FAPEAM/INPA ENRAIZAMENTO DE BROTOS LATERAIS APLICAÇÃO DE ÁCIDO INDOLBUTIRICO. DE MAMOEIRO COM A Jones Gomes BENTES1; Jorge Hugo Iriarte MARTEL2 'Bclslsta PIBIC/CNPql INPA; 20rientador CPCAI INPA. 1. Introdução O mamoeiro é uma planta tipicamente tropical, cujo centro de origem é, provavelmente, o Noroeste da América do Sul, onde a diversidade genética é máxima. Sendo o Brasil, o principal produtor mundial de mamão, com a participação no ano de 1990 de 4.432.000t de frutos, correspondente 37,23% do total produzido no mundo. (OLIVEIRA, 1994). Apesar do grande destaque na produção mundial, a falta de um melhor conhecimento os tipos florais dos mamoeiros, tem levado os produtores a plantar 20 a 30% de plantas masculinas, representando um prejuízo de aproximadamente 300 plantas improdutivas por hectare (Marin & Gomes, 1985). Na propagação sexuada podem ocorrer alguns inconvenientes, como desconhecimento do sexo dos seedling (mudas) até antes do florescimento, algumas plantas com características agronômicas não desejáveis e desuniformidade na abertura das flores, portanto da colheita. Um dos meios para evitar estes problemas é a utilização das técnicas de propagação vegetativa que se caracteriza pelo processo de multiplicação que ocorre por mecanismos de divisão e diferenciação celular, através da regeneração de partes da planta matriz. Dentre os processos vegetativos de propagação, a estaquia, enxertia e cultura de tecidos, são os métodos que visam principalmente à manutenção das características das plantas. Acredita-se que o desenvolvimento de materiais de mamão altamente produtivos e resistentes às viroses, que poderão ser propagados de forma assexuada, podem manter intactas as características das plantas matrizes, o que não seria possível através da propagação sexuada, devido as polinizações cruzadas. Ao contrário da enxertia, a estaquia trata-se de uma técnica simples e de fácil execução. Talvez por isso seja a técnica mais aplicada em todo o mundo, pois trás vantagens como baixo custo de produção e rapidez na obtenção de mudas em curto espaço de tempo. O objetivo deste trabalho foi avaliar a brotação de gemas laterais em plantas selecionas pelo produtor, sendo induzidas por hormônios e a utilização de estacas como técnica de produção de mudas para diminuição de plantas masculinas em áreas de produção. 2. Material e métodos As estacas foram retiradas do mamoal de propriedade do Sr. Marinho, à margem esquerda do Rio Solimões, acesso pelo ramal do Laranjal altura do Km 59 da AM 070, Comunidade Nossa Senhora da Conceição, Município de Manacapuru - AM. As plantas selecionadas foram remanescente de um plantio antigo, de mais ou menos três anos, deixada propositalmente para este propósito. Após a seleção foram feitas capinas (mecânica), em plantas não irrigadas a pleno sol. foram retirados todos os frutos e gemas para que tivesse maior efeito do hormônio utilizado, somente deixando as folhas para que a planta realiza-se o processo fotossintético. Os estimuladores vegetais utilizados foram benzilaminopurina (BAP) e ácido giberélico (GA), na concentração de 500 rnq.L? cada um (Giampan et aI., 2005). Os tratamentos foram os seguintes: Tl- Pulverização de BAP + G.A com aplicador costal adaptado sobre as copas; T2- Injeção no caule de BAP + G.A. com seringa de 20 ml, no terço superior e em 3 locais deste; T3- Pulverização de BAP + G.A. e injeção; T4- Sem Hormônios (Testemunha). As avaliações foram realizadas contando todas as brotações laterais emitidas, após a indução, aos 20 e 30 dias após a seleção das plantas e aplicação dos tratamentos. Na última avaliação foram extraídos todos as brotações, para transforma-Ias em estacas com padrão de tamanho de 10 a 15 cm. O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, com quatro repetições, sendo a parcela constituída por uma planta. Os dados obtidos foram submetidas à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade (Banzatto & Kronka, 1989). As estacas foram tratadas na base com ácido indolbutfrico (AIB) nas concentrações de (CO) O, (C1) 1000, (C2) 1500, (C3) 2000 e (C4) 2500 ppm, e postas para enraizar em vasos de 1L. Contendo areia, vermiculita+farelo de arroz, vermiculita+composto orgânico, vermiculita+cinzas, vermiculita+carvão nas proporções de 1: 1, sob câmara de nebulização intermitente, com 5 repetições. Foram avaliados: sobrevivência, queda de folhas, a percentagem de estacas enraizadas, emissão de folhas, percentagem de estacas mortas, as avaliações foram realizadas aos 60, 90 e 120 dias O Delineamento foi Inteiramente Casualizado (DIC) em esquema fatorial 5 x 5, sendo 5 concentrações de AIB, 5 substratos com 5 repetições. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade (Banzatto & Kronka, 1989). 64 Manaus - 2009 XVIII Jornada de Iniciação Científica PIBIC CNPq/FAPEAM/INPA 3. Resultados e discussão A tabela 1 mostra que não houve diferença significativa para numero de brotações e comprimento das estacas, talvez decorrente de ter sido feita só uma aplicação dos hormônios,o excesso de chuva após a aplicação, alem das plantas estarem mal nutridas em decorrência do abandono dessas, devido a estarem improdutivas decorrentes da idade. A testemunha nestas condições maior média mostrando que os tratamentos não foram eficazes. Tabela 1: Média do numero de brotações e comprimento das estacas de acordo com cada tratamento, dos mamoeiros na Costa do Laranjal no Município de Manacapuru. Tratamentos Numero brotações 3.68 a 3.51 a 3.31 a 4.09 a 0,76 1- GA + BAP Pulverizado 2- BAP + GA Ingeção 3- GA + BAP (pulverizado)+ Injeção 4 - Testemunha Desvio Padrão de Compri mento das estacas 3.8 a 3.0 a 2.3 a 3.8 a 1,27 A figura l(A) mostra que houve uma queda acentuada de folhas nas primeiras 4 semanas decorrente do estresse provocado pela separação das brotações da planta matriz. A partir daí, houve o surgimento de novas brotações evidenciado na figura l(B). 3,5 12 3 <f) 10·---------~~------.----- .• .• '" •. '" "O ' '~" 2,5 I3T1 2 () 81-----------: t: _T2 ~ 6).-----.....----- DT3 s: LL DT4 ~ "O _T5 1,5 s: Õ 0.5 Z 2 o 2 A 3 4 5 6 7 8 9 4 o 10 234 6 Semanas 7 8 9 10 Semanas Figura 1: A - Média de folhas caídas em cada tratamento, B - Média das folhas novas em cada tratamento Tl(areia), T2(vermiculita+farelo de arroz), T3(vermiculita+carvão), 4(vermicu Iita+cinza), T5(vermiculita+ composto orgânico), Na figura 2(A) observa-se que as maiores concentrações de AIB provocaram maior queda de folhas e também estimularam maiores números de brotações como mostra a figura 2(B). 3 . 12 10 2,5 '" i(l "C 'ij 2 ''"" s: 1,5 Õ LI.. Z ~ 8 _C2 ~ .<: 61r------- DC3 Õ DC3 DC4 Z DC4 DC1 c 1 _C2 LI.. _C5 _C5 0,5 o /..... o 2 A De1 3 6 Semanas 8 9 1 10 B '-"~=--'--=""" 4 6 8 9 10 Semanas Figura 2: A - Média de folhas caídas nas diferentes concentrações. B - Média das folhas novas nas diferentes concentrações Cl(O), C2(1000), C3(1500), C4(2000), C5(2500) ppm. 4. Conclusão Devido à altura das plantas não foi possível extrair o broto apical não impedindo a dominância apical das plantas matrizes doadoras das estacas deveriam estar bem nutridas e em idade não muito avançada para fornecerem as condições necessárias para emitir maior brotação. O tratamento preventivo com fungicida poderia ter evitado a morte prematura das estacas. Apenas 34.0% das plantas sobreviveram e 3.2% enraizaram nos tratamentos TS e T3. 65 XVIII Jornada de lnic iação Científica PIBIC CNPqlF APEAMlINP A Manaus - 2009 5. Referências Banzatto, D.A.; Kronka, S.do N. 1989. Experimentação Agrícola. FUNEP, FCAV/UNESP,jaboticabalSP, 247 p. Giampan, J.S.; Cerqueira, T. S.; Jacomino, A. P.; Rezende, J. A. M.; Sasaki, F. F. 2005. Indução de brotos laterais de mamoeiro (Carica papaya L.). Rev. Bras. Frutic, 27(1): 185-187. Marin, S. L. D. ; Gomes, J. A. ; Salgado, J. 5 .. Sexagem do mamoeiro e sua aplicação no desbaste de plantas. Emcapa Circular Técnica 11, Vitória, ES, v. 1, n. 1, p. 1-23, 1985. Oliveira, A.M.G. 1994 Mamão para exportação: aspectos técnicos da produção. Brasília:EMBRAPASPI, 52 p. 66