UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO – MPA ITALO ARAUJO FATORES DETERMINANTES PARA A OPÇÃO DE USO DE SITES DE COMPRAS COLETIVAS Natal 2014 ITALO ARAUJO FATORES DETERMINANTES PARA A OPÇÃO DE USO DE SITES DE COMPRAS COLETIVAS Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção de grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Gestão Estratégica Linha de Pesquisa: Comportamento do Consumidor Orientador: Prof. Dr. Alípio Ramos Veiga Neto . Natal 2014 Araujo, Italo Fatores determinantes para a opção de uso de sites de compras coletivas Italo Araujo, Natal, 2014. 83f. Orientador: Prof. Dr. Alípio Ramos Veiga Neto Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Potiguar Pró-Reitoria Acadêmica – Núcleo de Pós-Graduação. Bibliografia: 68-78f. 1. Comportamento do Consumidor. 2. Comércio Eletrônico. 3. Rede Social. I. Título. FATORES DETERMINANTES PARA A OPÇÃO DE USO DE SITES DE COMPRAS COLETIVAS Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar, como requisito parcial para obtenção de grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Gestão Estratégica Linha de Pesquisa: Comportamento do Consumidor Orientador: Prof. Dr. Alípio Ramos Veiga Neto Data da aprovação: /_ / . BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________ Prof. Dr. Alípio Ramos Veiga Neto Orientador - Universidade Potiguar – UNP ___________________________________________________________ Prof. Dra. Márcia Alves Universidade Federal do RN - UFRN ___________________________________________________________ Prof. Dr. Felipe Nalon Castro Examinador Universidade Potiguar - UNP Dedico este trabalho aos meus amados filhos Bruno e Rafaela e a todas as pessoas que acreditaram em meu potencial e serviram de inspiração. Agradeço primeiramente a Deus e pela bênção dos benfeitores espirituais por toda força concedida durante o desenvolvimento deste trabalho e pela oportunidade de evoluir como ser humano. Aos meus amigos que acreditaram em mim desde o início, especialmente, Felipe Fonseca, Ronaldo Lacerda e Giovani Rodrigues Jr. como também meu primo querido Daniel Moraes Araujo. A Rosana Ribeiro que sempre que precisei esteve ao meu lado, obrigado. Agradeço ao meu pai, velho sábio e minha mãe guerreira, por tudo que sou hoje, pela criação, dedicação, orientação, proteção e motivação para que eu sempre buscasse meus objetivos na vida, aos meus irmãos queridos e amados e em especial Julio, “Julinho” que com toda a sua fragilidade no passado, me inspirou com sua inteligência e carisma no presente como grande professor, com certeza foi de grande inspiração e é orgulho. Aos professores do mestrado, com especial atenção, ao meu orientador, professor Dr. Alípio Veiga, por toda paciência e sabedoria em me conduzir neste processo de aprendizagem tão especial e árduo, mas ao mesmo tempo tão gratificante. Sua orientação foi fundamental para que eu conseguisse concluir essa dissertação e evoluísse como pesquisador e profissional, porém, uma grande conquista em destaque foi sua amizade. A todos que fazem parte do Mestrado Profissional em Administração da Universidade Potiguar, desde meus colegas de turma, à assistente da coordenação Glícia Xavier, com especial reconhecimento, à coordenadora professora Dra. Tereza de Souza. Aos familiares e amigos, direta ou indiretamente, por participarem sempre na minha vida. "Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos." Antoine Saint Exupery RESUMO O comércio eletrônico vem se destacando no mundo dos negócios, a criação de novas ferramentas para atrair novos usuários tem em destaque o recente fenômeno “sites de compras coletivas” e seu crescimento a partir de 2010 de forma rápida, vem contrastar com novos resultados em 2012 que apontam uma queda significativa no número destes sites em funcionamento e no número de usuários. O mercado através dos profissionais de marketing procura entender o comportamento do consumidor e toda a sua pluralidade, desta forma, este trabalho tem como objetivo identificar os fatores que influenciam a decisão de uso em sites de compras coletivas. Aplicou-se uma pesquisa exploratória a fim de identificar as variáveis relacionadas aos fatores determinantes na decisão de compra do consumidor. Dada toda essa complexidade em volta do entendimento do comportamento do consumidor, buscou-se utilizar contribuições de várias perspectivas na literatura, são as perspectivas do marketing clássico, a do Modelo na Perspectiva Comportamental a partir dos princípios do Behaviorismo e da Análise do Comportamento e as definições baseadas na Psicologia Evolucionista que afirma haver vestígios de nossos antepassados na decisão de compra do consumidor. Foi possível concluir que fatores como Pechincha e Utilitário se destacam na decisão de compra, indicando possível estratégia para implicações gerenciais. Palavras Chaves: Comportamento do Consumidor. Comércio Eletrônico. Rede Social. ABSTRACT Electronic commerce has been increasing in the business world, creating new tools to attract new users has featured in the recent phenomenon of "group buying sites" and its growth from 2010 quickly comes to contrast with new results in 2012 pointing a significant drop in the number of these sites in operation and the number of users. The market through marketing professionals looking to understand consumer behavior and all its plurality, in this way, this study aims to identify factors that influence the decision to use group buying sites. Applied an exploratory study to identify variables related to determining factors in the purchase decision of the consumer. Given all this complexity around the understanding of consumer behavior, we sought to use contributions from various perspectives in the literature, are the prospects of the marketing classic, the Model in Behavioral Perspective on the principles of Behaviorism and Behavior Analysis and definitions based on Evolutionary Psychology says that no vestiges of our ancestors in the purchase decision of the consumer. It was concluded that factors such as Bonanza and Utility stand out in the purchase decision, indicating a possible strategy for managerial implications. Key Words. Consumer Behavior. E-Commerce. Social Network. . LISTA DE SIGLAS BPM - Behavior Perspective Model ANPAD - Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Adm. EMA - Encontro de Marketing ANPAD AF - Análise Fatorial LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Etapas de ciclo de compra coletiva .............................................. 23 Figura 2 – Modelo BPM .................................................................................. 40 Figura 3 - Esquema de representação das etapas da pesquisa..................... 46 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Dados do perfil do consumidor de comércio eletrônico................ 24 Tabela 2 Benefícios e Riscos das compras................................................. 25 Tabela 3 Características dos entrevistados quanto a idade....................... 52 Tabela 4 Características dos entrevistados quanto ao gênero................... 52 Tabela 5 Características dos entrevistados quanto a escolaridade............ 53 Tabela 6 Características dos entrevistados quanto ao estado civil............. 53 Tabela 7 Características dos entrevistados quanto a renda familiar........... 53 Tabela 8 Médias dos fatores e desvio padrão............................................. 63 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Países em número de usuários da Internet.................................. 20 Quadro 2 - Perfil do consumidor brasileiro no comércio eletrônico................. 21 Quadro 3 – Modelo estímulo resposta – Variáveis de influência..................... 30 Quadro 4 – Questões relacionadas à compra.................................................. 32 Quadro 5 – Fatores influenciadores do processo de tomada de decisão de compras............................................................................................................ 35 Quadro 6 – Variáveis de Estudo....................................................................... 47 Quadro 7 – Teste de KMO................................................................................ 54 Quadro 8 - Frequências das variáveis e nível de importância...........................55 Quadro 9 – Grau médio atribuído pelos sujeitos às variáveis na ordem de importância........................................................................................................ 56 Quadro 10 Teste de Variância dos fatores........................................................ 57 Quadro 11 - Rotação da matriz de componentes.............................................. 58 Quadro 12 – Quarto Fator – Pechincha............................................................ 59 Quadro 13 – Fator Cinco – Utilitário.................................................................. 59 Quadro 14 – Sétimo Fator – Influência ............................................................. 60 Quadro 15 – Terceiro Fator – Planejamento..................................................... 60 Quadro 16– Sexto Fator – Interesses Pessoais................................................ 61 Quadro 17 – Primeiro Fator – Estado de Espírito.............................................. 61 Quadro 18 – Segundo fator – Exibicionismo..................................................... 61 Quadro 19 - Resultado da Comunalidade......................................................... 62 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................ .................................................................. 15 1.1 PROBLEMA.............................................................................................. . 16 2 OBJETIVO.................................................................................................... . 17 2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................. . .17 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................... . .17 2.3 JUSTIFICATIVA....................................................................................... . 17 3. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................... . ......19 3.1 COMÉRCIO ELETRÔNICO............................................................. . .........19 3.2 COMPRAS COLETIVAS.................................................................. . ........22 3.3 REDES SOCIAIS DIGITAIS............................................................ . .........26 3.4 O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR.................................. . ..........28 3.4.1 Perspectiva Clássica............................................................ . ..........28 3.4.2 Perspectiva da psicologia comportamental (Behaviorista)... . ....36 3.4.3 Perspectiva da psicologia evolucionista. ......................................40 4 MÉTODO. . ....................................................................................................46 4.1 PESQUISA QUANTITATIVA. .. ...................................................................46 4.2 VARIÁVEIS DE ESTUDO. . ........................................................................47 4.3 PRÉ-TESTE DO INSTRUMENTO DE COLETAS DE DADOS . .................49 4.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA. .. ....................................................................50 4.5 TRATAMENTO DOS DADOS. .. .................................................................51 5 RESULTADOS. .. ...........................................................................................51 5.1 PERFIL DO CONSUMIDOR . .....................................................................52 5.2 ANÁLISE DESCRITIVA... . .........................................................................54 5.3 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS. .. .....................................................................57 6 CONCLUSÃO.... .. .........................................................................................65 REFERÊNCIAS.. .. .............................................................................................68 APÊNDICE.. .. ....................................................................................................79 15 1 INTRODUÇÃO Desde a virada do milênio tem-se verificado uma crescente tendência e fortalecimento de compras em que a Internet assume posição central, em um momento oferecendo acesso à informação e em outros assumindo o papel completo de uma loja, desde a oferta, fechamento do negócio, facilitação do pagamento e logística de entrega, não finalizando o processo com isso, pelo contrário, a Internet, com toda sua praticidade, tem todo potencial para alcançar a retenção desse cliente. Diante desse cenário, o aumento no uso dessa tecnologia faz com que se torne cada dia mais comum empresas investirem na alternativa de comércio eletrônico, ampliando a utilização de ferramentas que proporcionem ao consumidor comodidade e a possibilidade de adquirir produtos ou serviços por preços competitivos. Uma das ferramentas que tem se destacado na estratégia de ofertas a preços baixos são os sites de compras coletivas, que tiveram início no ano de 2008 nos Estados Unidos por meio do site Groupon e desde então vem conquistando o mercado mundial. No Brasil o pioneiro desse estilo de negociar foi site “Peixe Urbano” (www.peixeurbano.com.br) inaugurado em março de 2010. O conceito segue com ofertas de serviços e produtos com grandes descontos para o cliente e uma maior negociação de curto prazo para o vendedor. Este modelo de negócio chegou a expressivos 30% no aumento de usuários entre o período de fevereiro a março de 2011 conforme pesquisa feita pelo IBOPE Nielsen Online, quando o número de usuários em fevereiro era de 13 milhões passando em março para 17,1 milhões de usuários. Devido a concorrência acirrada e maior número de usuários, surgiu a necessidade, por parte das empresas, de buscar proporcionar um melhor entendimento, diferenciado e exclusivo para conquistar o cliente. Porém, conhecer esse consumidor tem sido grande desafio para os profissionais de marketing, pois segundo alguns críticos como Bianchi e Muramatsu (2004) e Haviland et al.(2011), a pluralidade de fatores que envolvem a motivação humana sugere que o tema seja estudado de forma mais abrangente já que a teoria da escolha racional, sugerida por esses autores, se torna frágil diante de resultados advindos de outras abordagens teóricas, como a psicologia evolucionista, que apresenta a decisão de compra com base em fatores inerentemente biológico. Desta forma, 16 conhecer as contribuições de cada área pode clarificar sobre se o consumo é conspícuo ou não por parte do consumidor e até que ponto o processo de decisão racional sobrepõe outros fatores. Conhecer a mente dos consumidores e decifrar seus desejos é o grande desafio das organizações, segundo Solomon, (2011), Kotler e Keller, (2006) e Honorato, (2004), se dá pela indecisão na hora da compra, ou seja, a dificuldade de escolha faz com que as empresas sobrecarreguem diariamente com centenas de informações, através de mensagens, estes consumidores na tentativa de persuadi-los. Neste trabalho buscou-se identificar as variáveis na literatura relacionadas e que indicam fatores de influência na decisão de consumo, destaque para as que atribuem à influência de decisão de compra a teoria behaviorista, onde preconiza o histórico de aprendizado do consumidor e o quanto há de reforço utilitário ou informativo em sua compra, como fator determinante na hora de decidir e as da psicologia evolucionista que defende o ato de consumir estar ligado a questões oriundas de nossos antepassados. 1.1 PROBLEMA Com esta pesquisa busca-se responder a seguinte questão: Quais os fatores determinantes para a opção de uso de sites de compras coletivas? 17 2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL O objetivo deste trabalho é analisar os fatores que influenciam a decisão de uso em sites de compras coletivas. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Como objetivos específicos, estão propostos: Levantar variáveis que influenciam na decisão de compra do consumidor Identificar os fatores que influenciam na decisão de compra do consumidor 2.3 JUSTIFICATIVA Há limitação de estudos na literatura desta nova modalidade de negócio denominada de Sites de Compras Coletivas, onde se busca melhor compreender sua eficácia e os motivos que levam o consumidor em optar por este tipo de negócio (ERDOĞMUS e ÇIÇEK, 2011). Segundo Do Céu Ferreira et al. (2012), Encontros de Estudo em Marketing da ANPAD de 2004 a 2010, o EMA e Encontro da ANPAD, de 1997 a 2010, deixam uma lacuna nos estudos de sites de compras coletivas apesar de ser um fenômeno na Internet e no Brasil. Alguns trabalhos buscam clarificar a funcionalidade, os cuidados e identificam alguns problemas de relacionamento entre consumidor e parceiros dos sites de compras coletivas, porém, buscar compreender o porque da quantidade de visitas nestes sites tem diminuido, segundo informação de queda em 50% no número de visitas na segunda semana de junho de 2013 no site líder de compras coletivas o “Groupon”, divulgados pela Hitwise Intelligence (E-COMERCENEWS, 2011), evidencia uma mudança no comportamento do consumidor e não do ponto de vista da estratégia de marketing. No Brasil, os sites de compras coletivas tiveram uma redução no número de empresas operando no sistema de 1050 para 800 somente no Brasil no final 18 de 2011. Este reflexo nos leva a crer que este tipo de negócio esteja caminhando para o insucesso, ainda de acordo com pesquisa feita pela Revista Exame, são os números de demissões realizadas pelo site Peixe Urbano, em torno de 20% de seu quadro de colaboradores e a queda das ações do “Groupon”, que valem hoje em torno de ¼ do valor inicial estabelecido na ocasião de abertura de mercado de capital, que demonstram a queda no negócio e uma visível mudança comportamental do consumidor. Para Kim (2013), a fragilidade do modelo de negócio é que vem prejudicando seu desempenho, por ser muito fácil de copiar e por não exigir grandes investimentos. Entender o comportamento do consumidor torna-se um desafio constante aos estrategistas de mercado, o que pode resultar em decisões mais acertadas no campo do marketing em ações que atendam o público alvo, tanto para produtos como para serviços. Na busca por este entendimento, destacamse várias pesquisas (DELIZA; ROSENTHAL; COSTA, 2003; TREVISAN, 2004; MELLO; LEÃO; SOUZA NETO, 2005; MEDEIROS; CRUZ, 2006) imbuídas em compreender os fatores associados ao comportamento do consumidor, porém, outros teóricos sinalizam características diferentes no que se refere ao comportamento do consumidor e suas influências no momento da decisão de compra. Os behavioristas que enfatizam o histórico de aprendizado do ser humano e os evolucionistas que destacam estes comportamentos como fatores biológicos adquiridos por meio de seus ancestrais. 19 3. REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 COMÉRCIO ELETRÔNICO O comércio eletrônico é tido como potencial tendência de inovação e estratégia no mundo dos negócios, sua revolucionária e inovadora forma de operar, fez deste mercado uma realidade que através da tecnologia da informação, promete grandes benefícios às organizações que a usam como diferencial (ALBERTIN, 1998). Smith et al., (2000) definem comércio eletrônico como uma forma em se fazer negócio, exclusivamente por meio eletrônico através da Internet, com praticidade entre os aplicativos e qualquer função utilizada por uma organização em formato eletrônico para fazer negócio. Detalhado em seu livro, Turban et al (2004), especifica alguns modelos de comércio eletrônico como o B2B (Business to Business) que representa negócios entre empresas, o B2C (business to Consumers) que significa o tipo de negócio entre empresas e consumidores , o C2B (Consumers to Business), onde compradores colocam suas demandas para as empresas, o C2C (Consumers to Consumers) que trata de consumidores negociando com outros consumidores, o intrabusiness utilizado pela empresa internamente, negociando de forma privada , o governamental G2C que aproxima o governo do cidadão, o comércio corporativo (c-commerce) onde há interação normalmente por parceiros da cadeia de suprimentos e por último o m-commerce que utiliza de meios eletrônicos sem fio. Segundo Albertin (2012), Comprar pela Internet transformou a economia brasileira e toda a sua relação comercial, contudo, torna-se imprescindível conhecer a evolução deste mercado a fim de delinear o rumo a ser tomado, o autor ainda ressalta que o momento é oportuno para que haja uma revolução no mercado, já que o comércio eletrônico vem chamando a atenção das organizações dada às oportunidades oferecidas através da Internet. No entanto, é oportuno destacar que o Brasil ainda deixa a desejar por falta de investimentos no setor e por seu desequilíbrio sócio econômico de uma estrutura sólida de acesso a Internet, estes fatores não permitem que se 20 aproveite todo o potencial do comércio eletrônico e ainda destaca os consumidores que não querem participar desta tecnologia. A economia através da Internet fez com que os negócios sofressem grandes mudanças, fazendo com que as organizações se mantivessem conectadas a todo tempo e o relacionamento entre os atores econômicos (empresa, governo e pessoas) tornassem sua comunicação integrada, sem barreiras e com efetiva interação. Dados de 2012 dos 05 maiores países em números de usuários da Internet mostram no quadro 1 o tamanho da penetração desta ferramenta, tendo o Brasil assumido o quinto lugar, logo atrás do Japão e com a China marcando presença no topo da tabela. Quadro 1 – Cinco maiores paises em número de usuários da Internet China Estados Unidos Países India Japão Brasil 0 100.000 200.000 300.000 400.000 Fonte – Adaptado de Internet World Stats (2013). 500.000 600.000 Milões de Usuários A 28ª edição do relatório ¨Webshoppers¨, juntamente com a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (câmara-e.net) e pela E-bit (2013), o comércio eletrônico brasileiro fechou o primeiro semestre de 2013 com faturamento de 12,74 bilhões de reais, um aumento de 24% com relação ao mesmo período em 2012. Ainda de acordo com o relatório, houve um aumento do uso dos dispositivos móveis e os usuários brasileiros contribuíram com 3,6% do consumo on-line contra 10% dos usuários americanos. O relatório chama a atenção para os produtos de maior consumo, como eletrodomésticos, seguidos de moda e acessórios. Segundo Qualman (2011), a Internet trouxe mudanças profundas na forma de alcançar as metas pelas organizações e os principais atores não perceberam o grau destas mudanças, limitando-se apenas a um pequeno grupo, as organizações que entenderem deste funcionamento e se adequarem a esta nova realidade sairá na frente com vantagem competitiva, 21 pois o comércio eletrônico a cada dia ganha novos consumidores, novas ferramentas e formas de se relacionar. Mesmo sabendo que estão lidando de forma consciente com as máquinas, as pessoas buscam dentro desta convivência, no contexto de expansão tecnológica, manter uma relação imaginando como se fossem atores sociais. Partindo deste princípio, pode-se perceber que, ao utilizar de um número maior de canais sensoriais dentro desta relação com a máquina, a decisão de compra sofre grande impacto ao usuário, pois sua percepção social será influenciada (WANG et al., 2007). É preciso ressaltar que existe um desejo do indivíduo em participar de grupos virtuais tão como utilizar de sites, inserindo-se assim em um mundo globalizado, onde esta influencia atinge o imaginário humano tornando o ambiente virtual em algo que faça parte de seu dia a dia, já que a busca de informações por produtos e serviços são invariavelmente refletidos pela cultura social (BELK; GER; ASKEGAARD, 2003). A Internet é considerada dentre vários outros tipos de mídias como a mais importante pelos brasileiros, seguida de TV e jornal, demonstra recente pesquisa realizada pela IAB Brasil e ComScore chamada “Brasil Conectado 2”, que ainda revelou o perfil do consumidor brasileiro no comércio eletrônico com destaque para o percentual de 74% de consumidores que utilizam a ferramenta para pesquisa de bens conforme Quadro 2. Quadro 2 - Perfil do consumidor brasileiro no comércio eletrônico 74% dos consumidores brasileiros pesquisam na internet os produtos que pretendem comprar. 70% dos brasileiros costumam visitar os sites que veem em anúncios. 66% visitam a loja que esteja sendo anunciada. 63% são induzidos por anúncios online a desejar adquirir produtos anunciados na internet. 69% afirmam que a internet é o meio mais fácil de fazer compras. 63% se sentem seguros em usar o cartão de crédito para fazer compras online. 58% preferem ver publicidade incorporada em vídeos online em vez de pagar para ver o conteúdo. 23% já fizeram compras usando seus smartphones e um número ainda maior já fez compras usando um Tablet. Fonte: Adaptado de LATIN LINK (2013). 22 Com o aumento nas vendas dos dispositivos móveis como Tablet, celulares entre outros, a necessidade de exposição das marcas tornou-se primordial para as empresas de produtos e serviços, os investimentos com Internet são crescentes, dado o número de usuários destas ferramentas e que por estarem disponíveis 24 horas e o formato proporcionar praticidade e comodidade, faz com que 50% dos consumidores a utilizem, segundo pesquisa feita pela F/Nazca (2011). 3.2 COMPRAS COLETIVAS O conceito de compras coletivas ou grupos de compras iniciou-se a partir do surgimento das cooperativas, clubes de funcionários e Clube de Compras conhecido como a mais antiga forma deste tipo de negócio (DAMERON, 1928 apud JIA e WU, 2011). Ainda segundo Jia e Wu, não se conhece a data e caso exato do início deste fenômeno, porém no ano de 1860 a criação de um grupo de compras criado pela Grande Atlantic & Pacific Tea Company pode ajudar a entender o significado de “Clube de Compras” no qual, através de seu fundador, George F. Gilman, incentivava a todos os consumidores a comprarem em conjunto através destes clubes, fazendo com que o produto, antes importados do Japão e China tivesse seus custos diminuídos não só pela frequência e maior quantidade na compra, mas por reduzir o número de intermediários, já que a Atlantic & Pacific Tea Company seria a única (BULLOCK, 1933 apud JIA e WU, 2011). Passados 30 anos, outro caso surgiu em 1890 denominado “Clube dos dez” com a empresa Larkin que produzia produtos domésticos e incentivava as mulheres, que naquela época viviam em sua maior parte na zona rural de pequenas cidades, a formarem o “Larkin Club” podendo assim comprar diretamente e conseguindo um menor preço, esse mecanismo de compra era fomentado por uma rede social que tinha em cada grupo um responsável em conseguir mais nove clientes, geralmente às pessoas mais próximas, estes tinham a função de reunir e explicar sobre o funcionamento e não havia remuneração monetária e sim através de prêmios com os próprios produtos (STANGER, 2010). Na década de 1990, alguns grupos de compras surgiram com a ideia que quanto maior o número de envolvidos interessados em um produto, maior 23 seria seu poder de barganha e consequentemente, menor o valor a ser pago pelo consumidor, um modelo de leilão inverso no qual teve a empresa Mobshop como uma das primeiras assim com a empresa Mercata, no mercado on-line (KAUFFMAN et al., 2001). O termo “Compras Coletivas”, segundo Jia e Wu (2011) surgiu a partir de iniciativa de Andrew Mason, com a criação em 2008 da empresa virtual na cidade de Chicago, USA, “Groupon”. A ideia consistia em usuários associados utilizando o site da Groupon poderiam adquirir produtos ou serviços com descontos ou vantagens negociados previamente, em caráter promocional, entre a “Groupon” e as empresas interessadas na proposta, a divulgação inicial do esquema se deu prioritariamente por meio das redes sociais, surgindo a partir da ideia de Mason, vários outros sites concorrentes (GROUPONWORKS, 2013). Felipini (2011) demonstra através da figura 1, o funcionamento do processo de negócio em sites de compras coletivas, para o funcionamento do sistema é necessário que haja os atores como, comerciante, compradores interessados em um produto ou serviço e o site de compras coletivas para intermediar. Figura 1 – Etapas de ciclo de compra coletiva 1 ª etapa Comerciante faz contato com o site de compra coletiva última etapa Consumidores recebem o produto ou serviço 4 ª etapa O site gerencia o recebimento e repassa para o comerciante Fonte: Adaptado de Felipini (2011). 2 ª etapa Site de compra coletiva faz divulgação da empresa oferta 3ª etapa Consumidores cadastram-se no site e adquirem a oferta 24 Em 2010, o Brasil já contava com 1025 sites de compras coletivas, conforme registros contabilizados pelo site Bolsa de Ofertas, que mede a quantidade de sites de compras coletivas existentes no país e publicam informações sobre este novo segmento, desde o momento de lançamento do “Peixe Urbano”, primeiro site de compras coletivas a iniciar atividades em março de 2010 até o dia de hoje (REVISTA EXAME, 2011). Considerados como categoria do comércio eletrônico, estes sites de compras coletivas ofertam junto ao público, descontos que podem atingir até 90% impulsionando às vendas de produtos e serviços entre o consumidor online e o varejo off-line (ARAÚJO, 2010). Estas ofertas ficam disponíveis em até três dias e para começar a valer o desconto concedido, necessita de um número mínimo de consumidores interessados, estes devem fazer o cadastro no site onde passarão a receber e-mails de ofertas diariamente, não só ofertas regionais como também nacionais e internacionais, as compras são realizadas através de transação via internet (CARDOSO, 2010). Nos últimos anos, as mulheres foram maioria na participação do comércio eletrônico, já no primeiro semestre de 2013 não foi diferente, mantendo a dianteira e em relação a faixa etária dos novos entrantes, se manteve com média de 39 anos. A Tabela 1 demonstra de forma resumida o perfil do mercado de Compra Coletiva em 2012, segundo E-Bit (2013). Tabela 1 – Dados do perfil do consumidor de comércio eletrônico. SEXO IDADE GRADUADOS RENDA FAMILIAR MÉDIA A oferta o tornou cliente Do estabelecimento? 61% Feminino Média 39 anos 54% R$ 4.144,00 Não 19% Sim 36% Talvez 45% Fonte: e-Bit (2013). Segundo Stock (2010), estes sites de compras coletivas estão em constante busca por consumidores sedentos por descontos e operam com percentuais que variam em torno de no mínimo 50% do valor de mercado e estes estabelecimentos atribuem a visibilidade promovida nos sites e redes sociais como o maior benefício, justificando o valor de desconto negociado como investimento em publicidade, pois monetariamente ao final das contas, 25 dificilmente obtêm rentabilidade. Segundo Edelman et al. (2010), os cupons fornecidos pelos sites são considerados ferramentas de marketing e publicidade, estas ferramentas são utilizadas pelos comerciantes a fim de captar mais clientes e prospectar outros mais. Este tipo de estratégia utilizada por sites de compras coletivas pode ser considerado fundamental do ponto de vista do marketing (MCINTOSH, 2010). Porém, aspectos sobre esta relação entre consumidor e sites de compras coletivas podem ser observados na Tabela 2, os benefícios e riscos inerentes ao tipo de negócio, aspectos positivos como exposição da marca, contrastam com o risco da banalização da mesma por oferecer descontos grandes, as empresas contratantes do serviço ficam também vulneráveis com os problemas de falta de produto, comprometimento na qualidade do serviço e a insegurança em saber que não pode contar com o cliente, pois muitos virão apenas pela oferta. Tabela 2 – Benefícios e Riscos das compras coletivas BENEFÍCIOS RISCOS Clientes passageiros Captação de novos clientes (que virão apenas pela oferta e não irão retornar) Ofertas de outros produtos ou serviços, além do cupom, na mesma visita Diminuição da qualidade do serviço prestado Banalização da marca por Exposição da marca Aumento do faturamento e lucros da empresa oferecer grandes descontos Desconto agressivo e taxas dos sites de Compra Coletiva não cobrir os custos Custo da oferta pode ser Desmotivação dos funcionários menor que o custo da divulgação causada pela redução dos seus ganhos (comissões) Diferenciação de preços para atingir grupos de clientes diversos Usuários frequentes insatisfeitos 26 Baixa taxa de resgate dos cupons, aumentando a lucratividade da Alta taxa de resgate dos cupons promoção Presença no mundo digital Sobrecarga de trabalho/ falta de produtos Fonte: Adaptado a partir de Dholakia (2010), Dholakia (2011), Edelman et. al. (2010), Erdogmus e ÇiÇek (2011), Summer (2011) e Purewal (2010) Cabe frisar que dentro desta relação entre os três atores descritos por Felipini (2011), sites de compras coletiva, comerciante e compradores, as mídias sociais desempenham um papel importante, segundo pesquisa realizada pela consultoria Deloitte, (2010) pode-se constatar a utilização das mídias sociais por parte das empresas, com o propósito principal em fazer marketing e divulgação de suas marcas, produtos ou serviços. Desta forma, Giovanini e Brito (2012) também ressaltam a importância das ferramentas de mídias sociais como, Youtube, My Space, Linked In, Twitter, Facebook, para o surgimento dos sites de compras coletivas, assim como utilizar de refinamento na identificação do perfil e necessidades de seus clientes, redes sociais e fóruns de discussão. Um dos mecanismos mais comum utilizados pelos sites de compras coletivas é o e-mail e segundo Erdogmus e Çiçek (2011) trazem para o consumidor uma sensação de emoção e surpresa sempre que abre a sua caixa postal e se depara com uma oferta. Isso demonstra a importância do estudo na perspectiva do comportamento do consumidor. 3.3 REDES SOCIAIS DIGITAIS As redes sociais digitais, através de um crescimento capaz de interagir com um grande número de perfis, tornou-se um fenômeno de popularidade mundial, suas bases on-line, proporcionam comunicação virtual destacando a estrutura que possibilita troca de informações entre pessoas físicas, jurídicas e outras instituições, destacando a interatividade entre a rede, permitindo que os mesmos emitam opiniões, ideias, sentimentos, entre outras formas de manifestação, trazendo para o dia a dia do usuário a oportunidade de compartilhar seus pensamentos (ROSA, 2010). Desta forma, tornaram-se, as redes sociais, uma das grandes influências para a proliferação das vendas on- 27 line, representando cerca de 90% a sua estimativa de participação, diante deste reflexo, as mídias sócias cada vez mais se destacam como ferramenta de estratégia por parte das empresas, contribuindo para melhorar a informação como fonte de aperfeiçoamento do negócio (ROSA, 2010; MACHADO e TIJIBOY, 2005). Castells (1999) previa um remodelamento em rápida escala, através das tecnologias da informação, na base material da sociedade, onde novas formas de comunicação influenciariam a vida do cidadão pela convergência entre todas as mídias, dado o amplo acesso à informação. Em nosso cotidiano e das empresas, plataformas como Facebook, Twitter e Google+, entre outras, fazem da mídia social relevante ponto de discussão entre variados grupos de pesquisa multidisciplinar como sociólogos, antropólogos, neurocientistas e profissionais do marketing, estes, pesquisam este fenômeno e procuram analisar suas consequências não só para às empresas, mas também para toda a sociedade, contudo, sabe-se que a maioria da população está de alguma forma ligada às mídias sócias (ZAUNER, KOLLER e FINK, 2012). Safko e Brake (2010) atribuem uma atenção maior das corporações às mudanças comportamentais globais, envolvendo sociedade e mais detalhadamente os seus clientes, investindo de forma variada sempre balizando os interesses do ambiente virtual. Este novo modelo de socializar-se, tornou-se um momento que traduz oportunidade para vários tipos de negócio quando adotado o uso de redes sociais digitais na intenção de promover e melhorar o lucro das organizações, prevendo a retenção deste consumidor através do conteúdo promovido, acredita (Hulsen, 2008), e já para Aggarwal (2011), as redes sócias são definidas como campo de interação entre pessoas e seguindo a mesma linha de pensamento, Fernandes et al. (2009) alerta às empresas para a importância deste novo canal e através do relacionamento com o cliente, aproxime-se deste consumidor e promova suas vendas, já que a credibilidades apenas da propaganda, não encontra-se em destaque. 28 3.4 O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 3.4.1 Perspectiva Clássica Um dos maiores desafios dos pesquisadores ligados ao marketing é compreender o comportamento do consumidor, principalmente o que os motiva a comprar diante de tanta diversidade de produtos ou serviços (AAKER, 1996). O comportamento do consumidor está relacionado com o marketing e seus conceitos, Schiffman e Kanuk (2009) afirmam que na década de 50, a busca por conhecer melhor o consumidor e seus desejos poderia proporcionar um aumento nas vendas dos produtos tornando-se assim, o objetivo principal dos profissionais de marketing. Marketing e o comportamento do consumidor nada mais é que o esforço desprendido pelos profissionais do marketing em aumentar o consumo de produtos e serviços. De modo similar, Hooley (2011) sugere que os profissionais de marketing compreendam o comportamento do consumidor tanto quanto o comportamento de compras, conhecendo suas variáveis e o esforço do marketing em se destacar na vida das pessoas. Paixão (2011, p.20) observa que “estudar o comportamento do consumidor é importante para o marketing, pois é por meio de tal estudo que as empresas percebem oportunidades para satisfazer às necessidades de seus clientes”. Para Mowen (2003), os consumidores, em determinados casos, fogem do comportamento racional no momento da compra e que priorizam a diversão, fantasias, sentimentos e emoções, neste contexto inclui compras por impulso e a busca por variedades, porém, para Robertson (1984) todas as decisões tomadas pelos consumidores eram consideradas racionais dentro do contexto inserido com os primeiros estudos oficiais sobre comportamento do consumidor no século XX, onde houve um grande esforço por parte dos economistas em entender as tendências de demanda tendo como base em suposições de que o consumidor possuía informações e conheciam as alternativas para utilizar de forma precisa no momento de decisão de compra. Solomon (2011), afirma que o estudo sobre o comportamento do consumidor vai além da psicofisiologia à leitura e que entra no microcomportamento individual através das psicologias experimental, clínica, do desenvolvimento, social, como também a ecologia humana, microeconomia, sociologia, 29 macroeconomia, semiótica/crítica literária, demografia, história e antropologia cultural, com o foco social de forma macro. Na tentativa de identificar o que realmente o consumidor deseja, onde, como e quando consumir, inserindo no contexto a necessidade de pesquisa antes e depois a compra (AAKER, 1996; KAPFERER, 1997; ELLIOTT e WATTANASUWAN, 1998). Neste sentido, o estudo do comportamento do consumidor não é tarefa singular e fácil, nos leva a aprofundar sobre o tema a fim de diminuir os percalços dos profissionais do marketing. Diante desta dificuldade, Baum (1999) descreve como “mistério” o que se refere ao entendimento do comportamento humano, afirmando ser impossível para os cientistas preverem acertadamente sobre este tema, tanto quanto a inexistência de tal livre-arbítrio, que significa a capacidade de escolha. O autor ainda afirma que, para obter resultado diante de publicidade, a persuasão e influência só serão efetivadas no caso de este indivíduo permitir. Baum acentua que o livre-arbítrio fixa ser ilusão o ato de escolha e que esse comportamento é causado pelas próprias pessoas, pois é suposto haver um terceiro elemento além do ambiente e da hereditariedade, supõe em algo dentro do indivíduo já que, independente da herança e das influências ambientais, o indivíduo se comporta de uma forma, porém poderia ter outro tipo de comportamento, Assim sendo, o autor adverte para que os behavioristas sejam cautelosos e que façam considerações sobre tais argumentos. Os behavioristas tem de levar em considerações esses argumentos; caso contrário, o behaviorismo corre o risco de ser rotulado como uma doutrina perniciosa (BAUM, p. 27, 1999). As empresas devem identificar possíveis vantagens competitivas, identificar de que forma pode-se com eficiência, oferecer atributos diferenciados dos concorrentes e escolher os que se adequam mais ao cliente, a estratégia de marketing, deve utilizar todos os aspectos relacionados aos produtos a fim de posicionar um lugar certo na mente do cliente (KOTLER et al., 2010). Para Francischelli (2009), um dos aspectos mais importantes e relevantes na decisão do consumidor é o atributo, pois ele é o diferencial na tomada de decisão, agrega valores e possibilita uma sintonia com o que 30 realmente o consumidor crê relativo a marca, serviço ou produto. Fica demonstrado o valor da decisão e segundo Boone e Kurtz (2009), o processo de decisão é uma forma de solucionar um problema e corrigir qualquer diferença entre estados atuais e os desejados, além de aproveitar oportunidades. A pluralidade que envolve o comportamento do consumidor abre o espaço para discussão, Kotler (2000) afirma que esse entendimento do consumidor se dá pelo modelo estímulo e resposta no qual alguns aspectos que consistem em uma sequência de etapas precisam ser analisadas e podem contribuir de forma acentuada conforme pode ser observado no Quadro 3. Semelhante ao assinalado por outros autores, o comportamento do consumidor pode ser entendido através de respostas significativas proporcionando assim suas escolhas e destacam as variáveis que influenciam o consumidor no momento da tomada de decisão de compra, são elas: (1). A relação aos novos atributos dos produtos; (2). As associações que a marca suscita; (3). A organização que fabrica ou disponibiliza o produto; 4. O varejista que o comercializa; (5). A forma de buscar informações; (6). A forma de comercialização; (7). As crenças; (8). as atitudes, (9). Os comportamentos. Quadro 3 – Modelo estímulo resposta – Variáveis de influência ESTÍMULOS DE MARKETING OUTROS ESTÍMULOS CARACTERÍSTICAS DO COMPRADOR PROCESSO DE DECISÃO DO COMPRADOR Produto Preço Promoção Praça Econômicos Tecnológicos Políticos Culturais Culturais Sociais Pessoais Psicológicas Reconhecimento do problema Busca por informação Avaliação Decisão Comportamento póscompra DECISÕES DO COMPRADOR Escolha do produto Escolha da marca Escolha do revendedor Época da compra Quantidade comprada Fonte: Adaptado de KOTLER, (2000). O processo de tomada de decisão do consumidor considerava em seus primeiros estudos sobre este comportamento que, partia-se de uma perspectiva racional Churchill e Peter (2003), Mowen e Minor (2003) e Solomom,(2011). Robertson et al (1984) já alertava para a importância de se aprofundar o máximo possível nos fatores de influência dos processos do comportamento do consumidor entendendo que tal disciplina vive em 31 constante crescimento. Já na década de 80, o que se observava de forma predominante eram fatores não racionais como hedônicos segundo Hirschman e Holbrook (1982) e os por impulso, que para Rook, 1987) influenciam neste comportamento. Levando-se em conta que para cada compra, certas decisões se utiliza mais ou menos esforço por parte do consumidor. Às vezes este processo pode aparentar um trabalho de período integral, dado tempo demandado, mesmo que na maioria das vezes o processo caracterize como automáticos (SOLOMON, 2011). Este processo é algo construtivo, pois os consumidores tomam decisões constantemente e este processo características é influenciado deste pela consumidor, dificuldade características do problema, situacionais e pelas pelo conhecimento, em suma, pela sua personalidade (BETTMAN; LUCE; PAYNE, 1998). Blackwell et al (2005) chama a atenção para a personalidade do indivíduo, conceitua como parte do comportamento do consumidor de forma direta à sua participação aos estímulos ambientais, este conceito é explorado de forma mais ampla por Mowen e Minor (2003) onde definem os padrões de comportamento envolvendo adaptação através dos pensamentos e emoções individuais de acordo com a vida de cada um. De outro lado, Chisnall (1994) esclarece não haver consenso geral para a definição de personalidade, normalmente o citado por Mowen e Minor (2003), são aceitos por muitos autores. O autor chama a atenção para as teorias humanística da personalidade oriundas da simbologia narrada por Freud e que são coerentes com o ponto de vista de Kotler e Keller (2006) dada a importância do autopreenchimento das pessoas e o foco na auto-imagem. As principais influências nas quais os consumidores recebem quando intencionam consumir são sociais, culturais, pessoais, psicológicas, de marketing e situacionais, Churchill e Peter (2003) podendo inclusive afetar em sua tomada de decisão, já Miranda e Arruda (2004) enfatizam como fatores preponderantes no momento de decisão de compra pelo consumidor, em destaques, comodidade, quanto menor o deslocamento melhor, facilidade e velocidade na navegação, segurança, qualidade, variedade, cumprimento de prazos estipulados, canal direto de atendimento e preço abaixo do mercado. Conceitos já estudados contribuem para um melhor entendimento e elucidação das questões relacionadas à compra. Sendo assim, pode-se considerar as 32 definições do Quadro 4 que destacam aspectos como tomada de decisão, compra planejada e por impulso. Quadro 4 – Questões relacionadas à compra 1- Tomada de decisão do consumidor: É o processo em que as pessoas integram o máximo possível de informações ao que já sabem sobre um produto, pesam as vantagens e desvantagens de cada alternativa e chegam a uma decisão satisfatória (ENGEL, KOLLAT e BLACKWELL, 1973, ENGEL, BLACKWELL e MINIARD, 2000 e SOLOMON, 2011). 2 - Compra totalmente planejada: Quando a marca e o produto ou serviço são escolhidos com antecedência ao ato da compra. Dizem respeito geralmente a procedimentos repetidos e com baixo envolvimento emocional por parte do consumidor (ENGEL, BLACKWELL e MINIARD, 2000). 3 - Compra parcialmente planejada: Pressupõe-se que apenas parte da compra é planejada e acontece quando a escolha da marca é feita no ponto de venda (ENGEL, BLACKWELL e MINIARD, 2000). 4 - Compra não planejada: Ocorre quando a escolha do produto ou serviço e da marca é realizada no ponto de venda (ENGEL, BLACKWELL e MINIARD, 2000). 5 - Compra por impulso: Acontece quando um consumidor experimenta uma vontade súbita, muitas vezes poderosa e persistente para comprar alguma coisa imediatamente (ROOK, 1987). Fonte – Adaptado de MELO (2012). Similar à definição de Rook (1987) sobre a compra por impulso, Oliver (1999) descreve o comprometimento latente em voltar a comprar um serviço/produto no futuro, denomina-se lealdade, ato de repetir a marca ou compra, não tão distante do efeito diante dos esforços do marketing e influências situacionais podendo causar um comportamento de troca. Lealdade é um comprometimento profundo em recomprar ou favorecer um produto/serviço no futuro, causando repetição de marca ou compra do mesmo conjunto de marcas, não obstante influências situacionais e esforços de marketing tenham potencial para causar um comportamento de troca (OLIVER, 1999, p.34). 33 Segundo Tai et al., (2012) em seu trabalho, o resultado de estudos aponta que o impacto de influência interpessoal, amigos e familiares, não é significativo no momento de decisão de compra, é evidente nos resultados que o consumidor não sofre influência se o mesmo não tiver intenção de compra. No entanto, o tempo em que o consumidor passa navegando na Internet, sustenta a hipótese de estudos empíricos realizados pelos autores, onde quanto maior o tempo de uso, maior a possibilidade de efetivar o negócio. O estudo ainda constata que a maioria dos consumidores confia em seus grupos interpessoais para avaliar uma intenção de compra evitando assim gastar muito tempo pesquisando. Apesar de toda complexidade e limitação de trabalhos sobre as variáveis do tema Comportamento do Consumidor, as variáveis deste constructo, baseou-se na experiência de Melo et al (2012), que divide o conteúdo da análise do comportamento da seguinte forma: 1. Influência e estímulos que despertam o interesse de compra. Neste momento há uma avaliação do consumidor no que realmente pode ser considerada uma oferta de qualidade, levando-se em conta o valor. Para Blackwell, Minard e Engel (2005), o preço é um importante e determinante estímulo, porém, outras variáveis participam da tomada de decisão do consumidor. Este processo é influenciado e moldado por vários determinantes que se encaixam em três categorias: (1) diferenças individuais, (2) influências ambientais e (3) processos psicológicos. Na primeira, têm-se as questões relacionadas à demografia, psicografia, valores, personalidade, recursos, motivação, conhecimento e atitudes. Na segunda, seus comportamentos são influenciados por fatores ambientais, incluindo cultura, classe social, família, influência pessoal e situação (momento em que a pessoa está vivenciando). Já na terceira, sofrem influência de processos psicológicos como processamento da informação, aprendizagem e mudança de comportamento e atitude. 2. Avaliação sobre o ambiente de compra coletiva. De caráter positivo, o ambiente, refere-se ao site a praticidade e comodidade do mecanismo de compra, o canal de informação é um instrumento utilizado pelo consumidor na maioria do seu tempo, a internet. Os consumidores avaliam os sites e como nem sempre as ofertas são de sites 34 conhecidos, esta avaliação consta no processo de busca de informações (McGAUGHEY e MASON, 1998 e HAUBL e TRIFTS, 2000). 3. Entendimento sobre tomada de decisão. Neste ponto há uma divergência entre os pesquisados no trabalho de Melo et al. (2012) em identificar entre o racional e o emocional na hora de decidir a compra. Observou-se que os pesquisadores atribuem a teoria no estudo do comportamento do consumidor a partir de uma perspectiva racional (CHURCHILL e PETER, 2003, MOWEN e MINOR, 2003 e SOLOMON, 2011) e emocional (HIRSCHMAN e HOLBROOK, 1982). 4. Processo de decisão de compra em sites de compra coletiva. Diferente do tradicional modelo de tomada de decisão a partir do conhecimento de um problema (ENGEL, KOLLAT e BLACKWELL, 1973; HOWARD e SHETH, 1969), verificou-se que no processo de compra em sites de compra coletiva inclina-se a iniciar a partir da avaliação da oferta, o quanto o estímulo gerado pela oportunidade de compra é fator determinante. Essa possibilidade de poder avaliar está dentro do histórico do aprendizado, tendo também a variável publicidade, experiência de compra anterior e uso do produto, hábitos culturais/familiares, poder avaliar e planejar a compra e usar o racional ou emocional. Os autores citados nesta perspectiva clássica do comportamento do consumidor, retratam suas teorias conforme Quadro 5 que é baseado nos estudos de Oliveira (2007), mostrando inicialmente os fatores que são determinantes para influenciar o processo de decisão do consumidor, de acordo com Blackwell et al (2005), tendo a seguir a visão de Mowen e Minor (2003), Kotler e Keller (2006), Robertson et al. (1984) Solomon (2011) e Chisnall (1994), contudo, parece claro afirmar que os fatores são semelhantes, destaque para o fatores ambientais, culturais, sociais e psicológicos, margeando a unanimidade entre os autores. 35 Quadro 5 - Fatores Influenciadores do Processo de Tomada de Decisão de Compra 1- Diferenças individuais. a) demografia - b) psicografia - c) valores - d) personalidade - e) Blackwell et al recursos do consumidor - f) motivação - g) conhecimento - h) atitude. 2 – Influencias ambientais. a) cultura – b) classe social – c) família – d) influencia pessoas – e) situação 3 – Processos psicológicos. a) processamento de informações – b) aprendizagem – c) mudança de comportamento e atitude 1- Influenciadores do ambiente. a) situações - b) grupos - c) família - d) cultura - e) subcultura - f) eventos internacional - g) regulamentos 2 – Influenciadores individuais. Minor e Mowen a) processamento de informações – b) aprendizagem comportamental – c) motivação e afeição – d) personalidade e análise psicográfica – e) crenças, atitudes e comportamentos – f) comunicação persuasiva – g) tomada de decisão 1- Fatores culturais. a) cultura - b) subcultura - c) classes sociais 2 – Fatores sociais. a) grupos de referência – b) família – c) motivação e afeição – d) papeis sociais – e) status Kotler e Keller 3 – Fatores pessoais. a) idade e estágio do ciclo de vida – b) ocupação e circunstâncias econômicas – c) personalidade e auto imagem – d) estilo de vida e valores 4 – Fatores psicológicos a) motivação – b) percepção – c) aprendizagem – d) memória 1- Fatores Psicológicos. a) conhecimento - b) percepção - c) aprendizagem – d) personalidade Robertson et al – e) motivação – f) atitudes 2 – Fatores sociológicos. a) família – b) membro do grupo – c) influência social 3 – Fatores socioculturais a) classes sociais – b) culturas – c) subcultura 36 1- Aspectos individuais. Chisnall a) conhecimento - b) percepção de aprendizado - c) motivação – d) personalidade 2 – Aspectos grupais. a) cultura – b) classe social 1- Como indivíduos. a) percepção - b) aprendizado e memória - c) valore e motivação – d) Solomon papeis do ego e do gênero – e) personalidade e estilo de vida – f) atitudes – g) mudanças de atitudes e comunicação interativa 2 – Como tomadores de decisão a) influencia e opinião do grupo 3 – Subculturas a) renda e classe social – b) etnia, raça e religião – b) idade 4 – Cultura Fonte: Adaptado de Oliveira (2007). A exemplo de Blackwell, Miniard e Engel, Shiffman e Kanuk (2009) e Solomon, outros autores que contribuíram com variáveis relacionadas ao consumo no comércio eletrônico, suas influências e elementos nos modelos de comportamento do consumidor foram Turban e King (apud TEIXEIRA, 2013). O que difere dos modelos tradicionais é o fato de incluir sistemas que influenciam os consumidores no processo de decisão de compra. Neste modelo proposto, o processo de decisão de compra tem início através de uma reação aos estímulos externos como ambiente de marketing e os chamados macroambientes e suas variáveis (TURBAN e KING, 2004). Por sua vez, Teixeira destaca os sites de compras coletivas como influenciadores das variáveis na decisão de compra do consumidor, pois identifica neste recurso tecnológico, uma forma de negociar com bens e serviços nas transações comerciais (TEIXEIRA, 2013). 3.4.2 Perspectiva da psicologia comportamental (Behaviorista) O Behaviorismo foi uma das primeiras linhas de estudo sobre o comportamento humano, oriundo da Rússia, através de Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936), e em seguida nos estados unidos com John Broadus Watson (1878-1958), também conhecido como “Pai” do Behaviorismo. Em um artigo 37 intitulado “Psychology as the behaviorist view it” (A psicologia como o behaviorista a veem) enfatiza para que as atenções nos estudos se voltassem para o comportamento e não mais para a mente, afirmando que esta ciência proporcionaria outros estudos sobre o comportamento humano dado toda a sua abrangência. Esta abrangência e complexidade já eram identificadas e descritas por Skinner (1953/1967) claramente: O comportamento humano se caracteriza por sua complexidade, sua variedade, e pelas suas maiores realizações, mas os princípios básicos não são por isso necessariamente diferentes. A ciência avança do simples para o complexo: constantemente tem que decidir se os processos e leis descobertos para um estágio são adequados para o seguinte. Seria precipitado afirmar neste momento que não há diferença essencial entre o comportamento humano e o comportamento de espécies inferiores; mas até que se empreenda a tentativa de tratar com ambos nos mesmos termos, seria igualmente precipitado afirmar que há (SKINNER, p. 47,1953/1967). Burrhus Frederic Skinner (1904-1990), que no século passado influenciou a ciência da psicologia e foi através dele, que se constatou em princípio, haver uma tendência do ser humano fazer coisas pelas quais é recompensado e não pelo que os pune, mostrando a influência exercida pelos estímulos externos, sendo assim, buscava o entendimento sobre o comportamento humano sob a ótica entre o ambiente e o sujeito (CAMARGO, 2009). Skinner preconizava que as respostas são produzidas por padrões de punição ou reforço consequente de comportamento, pensamento, emoção e percepção (BLOOMER, 1984). Contudo, Skinner (1981) propôs um modelo chamado de tríplice contingencia, que serviu de base para Foxall (1987; 1993; 1997) que desenvolveu um modelo teórico denominado de Behavioral Perspective Model (BPM) partindo da analise do comportamento e com base nos termos da tríplice contingência composta de Antecedentes, Resposta e Consequente. Para Foxall (2001,2002), buscar entender o comportamento do consumidor é fator interdisciplinar de abordagem e que tem sido precursor na compreensão da escolha do consumidor em um mercado competitivo, tendo como auxílio, as contribuições da psicologia comportamental e das explicações 38 da economia, dando suporte a esta interatividade de comportamento entre comerciantes e consumidores. Foxall (1998) interpreta o comportamento do consumo baseando-se em históricos antecedentes e consequentes à situação do consumidor, exercendo influencia direcionando a uma modelagem e manutenção de comportamento em ambientes específicos. No entanto, Todorov (2007) alerta para que seja levado em consideração o contexto em que se ocorre o estudo sobre comportamento, pois contingências são representadas na forma condicional “se... então...”. Cabe frisar que Skinner (1957/1978) entende como influente modificador, as consequências acarretadas pelo ambiente, já que este está diretamente ligado às contingencias e ao aprendizado fazendo com que o indivíduo se adapte, através dos pais e outros processos como fornecimento de modelos. O cenário do comportamento e o histórico de aprendizagem deste consumidor definem nesta interseção a sua situação gerando estímulos discriminativos que indicam consequências para o comportamento de consumo que podem vir a fazer o consumidor sentir-se atraído ou não pelo consumo. Esta indefinição pela atitude atração, baseado na psicologia social e cognitiva, salienta que a atitude é uma variável que faz parte do processo de escolha e consequentemente à processos mentais ou estados de comportamento que ajudam a definir uma resposta de consumo favorável ou não para a situação (Foxall et al, 2006) com esta resposta compreende-se que o problema foi resolvido (Foxall, 1990) já que os produtos na maioria das vezes, são apresentados em forma de grupos e em muitas categorias dificultando o consumidor na escolha, torna-o pouco susceptível para avaliar no geral. A participação do consumidor em um cenário capitalista e industrializado faz com que a diversidade nas variáveis de influencia no comportamento do consumidor dificulte suas predições (OLIVEIRA-CASTRO e FOXALL, 2005). Para Engel, Blackwell e Miniard (2000, p. 4), “o comportamento do consumidor é definido como as atividades diretamente envolvidas em obter, consumir e dispor de produtos e serviços, incluindo os processos decisórios que antecedem e sucedem estas ações”. De acordo com o modelo comportamental proposto, os antecedentes presentes no cenário de consumo sinalizam a possibilidade de três tipos de consequências: reforço consequências aversivas como seguem: utilitário, reforço informativo e 39 1 - Reforço utilitário se refere a consequências associadas a incremento na utilidade para o indivíduo, dependendo principalmente das características do produto ou do serviço. 2 - Reforço informativo consiste em feedback sobre o desempenho do indivíduo como consumidor, indicando o nível de correção ou adequação do desempenho. O reforço informativo resulta do nível de status social, prestígio e aceitação alcançados pelo consumidor. Geralmente é determinado publicamente, dependente do julgamento e da avaliação dos outros de acordo com regras, sendo, portanto, um reforço verbal e de significado social. Do ponto de vista do consumidor funciona como feedback de eficiência e, do ponto de vista social, inclui elogios e reações positivas dos outros, (FOXALL, 1990/2004). 3 - Consequências aversivas também comparecem contingentes ao comportamento do consumidor, posto que uma compra envolva a transferência de direitos ou de dinheiro, isto é, retirada de reforçadores generalizados (OLIVEIRA-CASTRO & FOXALL, 2005). Para Foxall (2003), uma teoria de processos orientados é necessária a fim de conhecer o comportamento do consumidor que ao passar do tempo e por repetição, os consumidores tendem a generalizar suas experiências em um momento de escolha. O modelo BPM desenvolvido por Foxall é a maneira na qual pretende explicar o comportamento baseado na Análise do Comportamento que em suma é representada da seguinte forma: SD→R →SR, os estímulos discriminativos (SD), resposta (R) e estímulos reforçadores (SR) como discriminantes do comportamento operante. ou seja, para cada estímulo discriminativo, uma resposta é apresentada pelo consumidor, a de compra ou uso que tem como consequência um esforço (um benefício), podendo ser informativa (RI) e utilitária (RU), estas duas características são construídas ao longo da história de vida (ROSENTHAL, 2009). No entanto, o modelo de Foxall, nos permite questionar sobre sua estrutura haja vista que uma reação determinante que é a esquiva, está de fora e desta forma foi utilizado o modelo adaptado de VeigaNeto et al. (2012), que inclui a esquiva do consumidor após constatar que suas expectativas não foram alcançadas tanto pelo produto ou serviço adquirido, demonstrado na Figura 2. 40 Figura 2 – Modelo BPM (Modelo da Perspectiva Comportamental) Fonte: Veiga-Neto et al. (2012) Dentro desta adaptação, mostrou-se eficiente e satisfatório o uso do modelo BPM por permitir a possibilidade de contribuir para a classificação das variáveis estudadas em seus constructos, porém, os aspectos relacionados à punição, no entendimento de Veiga-Neto (2012), não há relevância em se distinguir entre punição utilitária ou informativa, o contexto e formação das variáveis deste aprendizado foram focados no simples comportamento de punição de forma geral, dentro das considerações do autor de que punição é tudo aquilo que estaria aquém do esperado pelo consumidor. 3.4.3 Perspectiva da psicologia evolucionista Por milhares de anos, acreditou-se que a espécie humana surgiu através de alguma intervenção divina, um deus poderoso, no entanto, ao final do século XVII, Erasmus Darwin anunciava suas primeiras ideias sobre a transformação das espécies (SALGADO-NETO, 2009). No entanto, seu neto Charlie Darwin (1859) foi quem primeiro expôs uma explicação alternativa sobre a origem da humanidade. De forma resumida, Evans e Zerate (1999) narram que há cerca de 100 milhões de anos o planeta terra foi ocupado por plantas e microrganismos permitindo que logo surgissem alguns anfíbios e invertebrados. Em seguida surgiram os répteis, mamíferos, aves, os primeiros primatas e a nossa espécie, tendo registro da presença do homem moderno no continente africano a cerca de 150 mil anos atrás, Darwin abriu uma nova possibilidade, novos caminhos. 41 A psicologia evolucionista segundo Otta e Yamamoto (2009, p.104), é uma das abordagens que utiliza a teoria da evolução como referencia e entende que a mente humana, através de mecanismos psicológicos evoluídos, funciona através de “características universais de nossa espécie”, natural do ambiente de seus antepassados no qual ela surgiu. Suprenant e Neath, (1997) datam a primeira metade do século XX como início revolucionário dos estudos nesta área do conhecimento, através da psicologia cognitiva tendo suas primeiras publicações por meio de T.V. Moore em 1939 e V. Neisser em 1967, uma nova maneira de olhar o ser humano e sua mente estava começando. “A psicologia evolucionista é uma área emergente da ciência da mente e do comportamento” (HATTORI e YAMAMOTO, 2012, p.107). Acrescentam os autores que a maioria dos grandes teóricos da psicologia na década de 1980 fazia referencias à teoria da seleção natural ao que era atribuído ao ser humano, Skinner, William James e Freud são alguns dos protagonistas, porém limitou-se a uma superficial manifestação a respeito do entendimento do ser humano, deixando de explorar devidamente os assuntos que envolvem diretamente a teoria da seleção natural. Dentro da abordagem evolutiva, é inspirado supor que a seleção natural pode vir a moldar no indivíduo características morfológicas, como nossos braços, tão como moldar comportamento e tendências psicológicas. Os indivíduos são compostos de modo a se adaptar as demandas do ambiente, expressamos comportamentos que foram selecionados no ambiente ancestral (CARDOSO BUSS 2005; KENRICK et. al. 2010; TOOBY et al., 1992). Dentro desta perspectiva, com o propósito de adaptar-se, o ser humano busca resolver seus problemas baseados em informações que através de circuitos, processam as informações e a transformam em respostas funcionais, chamadas de adaptações psicológicas que é uma das ideias da psicologia evolucionista (COFNER et. al. 2010). Dessa maneira, os autores explicam que a mente humana é um bloco de atividades interligadas e com grau elevado de complexidade dada as variações psicológicas que ao longo do tempo vem evoluindo e se adaptando através de soluções de problemas variados. Para Neuberg, Kenrick e Schaller (2010), eram os desafios vividos por nossos ancestrais que contribuíram para a evolução das adaptações, entre elas a busca constante por comida, parceiros 42 sexuais e segurança, traduzem alguns destes obstáculos. Ficou evidenciado o que já confirmava Buss (1995) quando concluiu que o indivíduo opera sob uma linha sem fim, de ancestrais, são colecionadores de mecanismos resultado de seleção anterior funcionando nesta linha, verdadeiros fósseis vivos. Baseado na psicologia evolucionista, o psicólogo Geoffrey Miller, na busca de compreender e interpretar a teoria da evolução permeando o comportamento de consumo é categórico ao afirmar que todas as espécies animais possuem indicadores de aptidão, que seriam utilizados com o intuito de atrair parceiros sexuais, exemplificam algumas características atrativas nos animais como as jubas dos leões, caudas dos pavões e cantos de pássaros como os do rouxinol macho e entre os homens, a possibilidade de obter produtos luxuosos, que o diferencie claramente perante a sociedade, é uma maneira de inconscientemente atrair um parceiro sexual. Miller acredita que para o correto entendimento sobre nosso comportamento como consumidores, devemos relembrar que evoluímos como primatas sociais em uma busca incessante por parceiros sexuais, status e sustento familiar. Grande parte do século passado, a maioria dos grandes psicólogos como Skinner, Piaget e Freud, de forma brilhante tiveram ideias, porém, não inseriram o legado de Darwin à psicologia humana, eles acreditavam que o campo biológico apenas realçava alguns simples instintos como forma de sobreviver e reproduzir, ficando todo o restante creditado ao aprendizado e à cultura. O legado de Darwin foi integrado neste campo da psicologia com a chegada em aproximadamente, 1990 da psicologia evolucionista, produzindo uma visão da natureza humana muito mais ampla do que a lista limitada de instintos primários (MILLER, 2012). “A psicologia evolucionista alcança nossas capacidades e aspirações mais apreciadas, explicando o motivo pelo qual nos preocupamos tanto com a amizade, amor, família, status social, respeito próprio, virtude moral e autenticidade. Ela vai muito além de “por que o sexo vende”. Também explica o motivo pelo qual a empatia e extroversão são sexualmente atraentes e por que somos motivados a comprar telefones celulares que revelam nossa popularidade ou bichos de estimação que demonstram nossa gentileza e consciência.” (MILLER, p. 37, 2012). 43 O conceito de status é traduzido pela capacidade do homem em consumir algum produto ou serviço que venha diferenciá-lo da sociedade, chamando a atenção de amigos, vizinhos e parentes, Veblen (1965) promoveu a frase “consumo conspícuo” onde alertava que uma atenção maior deveria ser dada nas influências sociais e culturais sobre o aspecto das atividades econômicas. O único meio prático de impressionar esses observadores não simpatizantes da nossa vida cotidiana é a demonstração ininterrupta de nossa capacidade de pagar. Na comunidade moderna há também uma frequência mais assídua de grandes reuniões de gente que desconhece nosso modo de vida, em lugares tais como a igreja, o teatro, o salão de baile, os hotéis, os parques, as lojas e semelhantes. A fim de impressionar esses observadores efêmeros e a fim de manter a satisfação própria em face da observação deles, a marca da força pecuniária da pessoa deve ser gravada em caracteres que mesmo correndo se possa ler. É, portanto, evidente que a presente tendência do desenvolvimento vai na direção de aumentar, mais que o ócio, o consumo conspícuo (VEBLEN, 1965). Referente a status e o que faz o indivíduo busca-lo, Miller (2012) salienta que é a possibilidade de termos um produto que demonstre nossas características e podem ser visto pelos outros ou os produtos que nos trazem satisfação e prazer mesmo quando não visto pelos outros, argumenta ainda que através de nossos ancestrais, herdamos preferências e caprichos sempre em busca de status como forma de impressionar os outros. O status e o ato de alcançar e exibir riquezas vem sendo rotulado de consumo conspícuo, portanto, são fatores que influenciam os gastos do consumidor, pois adquirindo produtos ou serviços caros, envolvem-se outros fatores além da qualidade, como motivações sociais para status e prestígio (SUNDIE, 2011). Deste modo, Veblen manifesta a importância do aprofundamento na discussão sobre a influência da estrutura social diante do comportamento do individuo, ele interpreta e define gastos ordinários e gastos conspícuos da seguinte forma, o que norteia nossos esforços em geral é o nosso padrão de vida, o consumo além de nosso alcance e que requer algum esforço e não os gastos ordinários 44 considerados comuns, tudo o que já conseguimos (VEBLEN, 1965). Veblen acreditava que a necessidade do homem de se destacar em sua sociedade o levava ao consumo conspícuo, com uma preocupação nítida sobre seu status social, pois ao decidir por um carro, sua preocupação é com a repercussão gerada na sociedade e não somente o que o transporte poderia trazer (BANTA, 2007). A partir disso, pode ser útil investigar as motivações para o consumo conspícuo na perspectiva evolucionista devido à onipresença deste consumo na história e culturas humanas. Por esta perspectiva, sugere que o ato de gastar pode ser interpretado como desperdício ou até mesmo narcisista, porém, pode ser uma estratégia de comunicação com o intuito de adquirir recompensas reprodutivas (MILLER, 2009; PENN, 2003; SAAD, 2007). Acrescentando às afirmações de Veblen, Leibenstein (1950) chama a atenção para dois fatores, o primeiro o da imitação, segundo o autor, o indivíduo sente a necessidade de assemelhar-se aos outros, isso se dá em decorrer a demanda por determinado produto cujo aumento, é refletido por um número de indivíduos que já o possui ou deseja possuir um bem. O outro é descrito como esnobismo, suas características são contrárias ao da imitação, pois quando o indivíduo percebe a popularidade do produto entre a sociedade, tende a diminuir o seu consumo, ou seja, diminui a demanda. O autor ainda pontua o comportamento do consumidor como voluntário e compulsório, estas características destinguem-se pelos aspectos de o indivíduo querer ser vitrine da riqueza, conquistar um status social, denominado de comportamento voluntário e o compulsório pela necessidade de consumir para manter, proteger o status conquistado. Diante disso, fica evidente que a compra de carros de luxo como Ferrari ou BMW indica riqueza e status, como também todo o gasto onde não se prioriza a real utilidade de um produto ou serviço, indicando desperdício de dinheiro e a maximização dos indicadores de aptidão na maioria de suas relações econômicas, revelam recentes pesquisas na área da psicologia evolutiva e neurociência, confirmando que o consumo conspícuo é o maior indicador de status, os autores afirmam que há fragilidade com relação à teoria racional, porém, não descarta a participação de influência oriundas de nossos ancestrais e que na realidade “somos executadores de adaptações, pois nosso cérebro, assim como todo nosso corpo, trabalha dentro dessas adaptações.” (MILANI et.al. 2013, p.8457). Não obstante, Saad e Vongas 45 (2009) puderam perceber através de experiências que, a possibilidade do indivíduo dirigir um carro da marca Porshe, aumentava o seu nível de testosterona, um hormônio que é associado ao gênero masculino (DABBS e DABBS, 2000; MAZUR e BOOTH, 1998). Levantou-se a hipótese de uma ligação entre o consumo conspícuo e o hormônio quando este teve seu nível diminuído após o mesmo indivíduo guiar um carro velho em público (SAAD e VONGAS, 2009). Vale ressaltar que Trigg (2001) já alertava para a mudança no consumo conspícuo denominando-o como mais sofisticado e sutil. Desta forma, os componentes de consumo conspícuo variam com a utilização do produto, pontos importantes como simbolismo e interação social estão presentes nesta mudança, pois o consumo conspícuo, não representa apenas ostentação de riqueza, mas a ostentação de algo simbólico com o intuito de obter reconhecimento ou prestígio de um grupo (BELK 1985, HOLBROOK e GRAYSON 1986, KLEINE, KLEINE e KERNAN 1993, LAVERIE, KLEINE e KLEINE 2002, RICHINS 1994, SOLOMON 1983). Desta forma, Miller (2012) destaca as mudanças neste século promovidas pelas elites educadas de países ricos que deram outra roupagem ao ambiente com o intuito de refletir seus desejos e que para compreender a natureza destes caprichos, precisamos ficar atentos ao que dizem sobre nós a nossa volta. O autor ainda destaca como grande fonte de evidencias sobre o que queremos ou que achamos que queremos, referindo-se ao universo de consumo, propaganda, mídia e diversão” (MILLER, 2012). 46 4 MÉTODO 4.1 PESQUISA QUANTITATIVA Neste tópico, explica-se a caracterização da pesquisa, o plano de coleta de dados, o universo e a amostra, as variáveis analíticas do estudo e os métodos utilizados no tratamento dos dados coletados. A Figura 3 apresenta as etapas de execução. Figura 3 - Esquema de representação das etapas da pesquisa Fonte: Elaborado pelo Autor Para Gil (1999), a abordagem quantitativa pode-se mensurar tudo numericamente utilizando recursos estatísticos como técnicas. Para Vergara (2008), os resultados estão caracterizados como pesquisa descritiva quanto aos fins utilizados, o autor ainda destaca que são considerados como mais 47 indicados os levantamentos, pois identifica o perfil dos consumidores e que ainda através dos dados pode-se conhecer o comportamento das pessoas entrevistadas. Estes dados especificamente, Gil (1999) faz referência a este levantamento como pesquisa descritiva e que além da variedade de tipos, estes passam por várias fases como, elaboração do instrumento de pesquisa para coleta dos dados, o pré-teste certificando sobre o entendimento das questões, escolha da amostra, coleta, verificação das informações, análise e interpretação dos dados e por fim a apresentação dos resultados. Utilizou-se uma amostra por conveniência de acesso e não probabilística, que para Cooper e Shindler (2003) e Aaker (2010), baseia-se em uma seleção não aleatória dos elementos de uma população. A relevância para cada perspectiva de abordagem de estudo, torna esta pesquisa predominantemente quantitativa aplicada e exploratória, pois segundo Malhotra (2001, p. 155) “[...] procura quantificar os dados e aplica alguma forma da análise estatística”. . 4.2 VARIÁVEIS DE ESTUDO As variáveis de estudo deste trabalho foram retiradas da revisão da literatura conforme Quadro 6. Identificou-se a importância das variáveis destacadas pelas perspectivas da teoria behaviorista, psicologia evolucionista e do marketing clássico. Quadro 6 – Variáveis de Estudo Nº Nome da Variável V1-Q08 Seguir a família V2-Q15 Seguir os amigos V3-Q22 Demonstração de riqueza V4-Q36 Demonstração de status V5-Q25 Propaganda V6-Q29 Possibilidade de poder comparar V7-Q16 Prazer Explicação da Variável Minha família me influencia a comprar em Sites de Compras Coletivas. Meus amigos me influenciam a comprar em Sites de Compras Coletivas Tenho dinheiro sobrando, por isso compro em Sites de Compras Coletivas Comprar em Sites de Compras Coletivas me faz pertencer a um grupo privilegiado As propagandas que vejo sobre ofertas me fazem comprar em Sites de Compras Coletivas Sou cliente dos Sites de Compras Coletivas pela facilidade de comparar as ofertas com outros sites Sinto muito prazer em comprar em Sites de Compras Coletivas 48 V8-Q09 Comodidade V9-Q37 Seguir uma celebridade V10-Q11 Utilidade V11-Q42 Impulsividade V12-Q26 Possibilidade de Planejamento V13-Q10 Atração do sexo oposto V14-Q13 Inveja V15-Q23 Privacidade V16-Q30 Humor V17-Q38 Promoção de marca V18-Q17 Facilidade de pagamento V19-Q27 Variedade V20-Q31 Frequência das ofertas V21-Q18 Tempo de entrega V22-Q12 V23-Q14 Possibilidade de compartilhar Redes Sociais V24-Q19 Fobia Social V25-Q40 Possibilidade de se comunicar com o SAC V26-Q28 Tempo de navegação na Internet V27-Q39 Fuga da Realidade V28-Q41 Hiperatividade V29-Q20 Beleza do site V30-Q32 Histórico do site V31-Q35 Pechincha V32-Q21 Prestígio V33-Q33 Lealdade É cômodo comprar em Sites de Compras Coletivas Compro em Sites de Compras Coletivas quando vejo propagandas de gente famosa que eu gosto Compro em Sites de Compras Coletivas porque tem produtos úteis Não consigo me controlar e compro em Sites de Compras Coletivas mesmo sem precisar do produto Poder me planejar para comprar uma oferta me faz comprar em Sites de Compras Coletivas Compro em Sites de Compras Coletivas porque me sinto atraente para o sexo oposto Gosto de causar inveja nos outros comprando em Sites de Compras Coletivas Gosto de comprar em Sites de Compras Coletivas porque não quero que ninguém saiba o que estou comprando Fico de bom humor quando compro em Sites de Compras Coletivas Nos Sites de Compras Coletivas posso comprar produtos de marca com preços baixos Compro em Sites de Compras Coletivas porque posso dividir a compra no cartão de crédito A quantidade de ofertas que oferecem me faz comprar em Sites de Compras Coletivas Gosto de Sites de Compras Coletivas porque tem ofertas diárias Poder utilizar o cupom de oferta logo que compro, é o que me faz comprar em Sites de Compras Coletivas Clico no botão COMPARTILHAR para mostrar que comprei em Sites de Compras Coletivas Pelas redes sociais fico sabendo das ofertas em Sites de Compras Coletivas Prefiro ficar sozinho e comprar em Sites de Compras Coletivas do que andar no meio das pessoas nas ruas A garantia do SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) online é que me faz comprar em Sites de Compras Coletivas Na maioria do dia estou na Internet e por isso se torna um convite em comprar em Sites de Compras Coletivas Sempre que me sinto deprimido, triste ou de mau humor, vou em busca de ofertas em Sites de Compras Coletivas Sou hiperativo e por isso compro em Sites de Compras Coletivas A beleza dos Sites de Compras Coletivas é que me faz comprar Pesquiso a honestidade dos Sites de Compras Coletivas para comprar Gosto de economizar e por isso compro em Sites de Compras Coletivas Quando compro em Sites de Compras Coletivas me sinto importante e prestigiado Por ser leal a este tipo de comércio eletrônico é que compro em Sites de Compras Coletivas 49 V34-Q24 Reciprocidade V35-Q34 Cuidado Parental Compro em Sites de Compras Coletivas porque tem a possibilidade de presentear parentes e amigos com as ofertas Compro em Sites de Compras Coletivas sempre com a intenção de presentear a família Fonte: Elaborado pelo Autor 4.3 PRÉ-TESTE DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS Este estudo tomou como critério de validação e comprometimento a elaboração de um questionário como pré-teste e pesquisou junto a oito pessoas a fim de qualifica-lo antes de ser aplicado, o intuito era observar qualquer tipo de dificuldade ou falta de entendimento por parte dos respondentes, após esta etapa, ajustes foram feitos e concluído questionário final que segundo Malhotra (2006) a técnica de se utilizar questionário resumese em uma estrutura formada por um conjunto de perguntas, independente de serem escritas ou verbais feitas ao respondente. O questionário estruturado foi aplicado com questões fechadas e de autopreenchimento, o modelo está disponível no Apêndice A e seguiu em sua construção os valores das variáveis de estudo e procurou-se identificar as fontes informativas, os fatores de influencia e estímulos na tomada de decisão de compra em sites de compras coletivas. Utilizou-se da escala Likert, pois segundo Malhotra (2006) é importante dar a oportunidade ao entrevistado de manifestar seu grau de concordância ou discordância em cada afirmação referente os objetos de estímulo, tendo este modelo como o mais utilizado em pesquisas mercadológicas, portanto, sua estrutura teve cinco pontos onde 1 representa DISCORDO PLENAMENTE e 5 CONCORDO TOTALMENTE. No primeiro bloco da pesquisa, buscou identificar se o usuário da Internet é ou foi consumidor de sites de compras coletivas, depois um estudo demográfico conhecendo o perfil e finalizando com 42 questões envolvendo o comportamento do consumidor. O questionário utilizado nesta pesquisa foi construído utilizando a ferramenta Google Docs, que permite enviá-lo via link para usuários das 50 redes sociais (Facebook, Google + e Twitter) e e-mails do relacionamento do autor. Acredita-se ter alcançado o número próximo de duas mil visualizações entre usuários e não usuários de sites de compras coletivas, contudo foram respondidos 251 questionários por compradores em sites de compras coletivas, porém alguns questionários foram invalidados devido à invariabilidade nas respostas, contudo, na amostra, são considerados como válidos, apenas 224 consumidores. 4.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA Segundo Vergara (1997) entende-se por universo de pesquisa o conjunto de elementos seguindo critérios de representatividade. De forma parecida, Gil (1999) defende que este universo é um conjunto com características definidas e que as pesquisas quantitativas são complexas devido a dificuldade de contemplar todo o universo a ser pesquisado, necessitando de números expressivos, o autor destaca no seu uso em ciências humanas. A pesquisa buscou avaliar um total de 35 variáveis relacionadas à comportamentos que influenciam na opção de compra em sites de compras coletivas. O cálculo da amostra foi feito de acordo com a afirmação Hair et al (2005), que consideram como proporção mínima pelo menos 5 vezes o número de respondentes por parâmetro a ser avaliado, desta forma, superou essa consideração haja vista ter obtido 224 respondentes. Considerou-se como universo de pesquisa os usuários de Internet, levando-se em conta o objetivo da pesquisa que visa identificar o consumidor e conhecer sobre o seu comportamento de consumo em sites de compras coletivas, desta forma, qualquer indivíduo que consumiu produtos e/ou serviços pelo menos uma vez. O universo pesquisado serviu para testar as variáveis em uma amostra brasileira. Foi escolhido o critério de amostra não probabilística por acessibilidade dada à dificuldade de se obter todas as informações da população selecionada. Foi levada em consideração a acessibilidade e 51 conveniência do pesquisador com base em Malhotra (2006), pois segundo o autor, esta técnica de amostragem não probabilística, além de incluir amostras por conveniência, leva um respondente a outro, chamado boca a boca. 4.5 TRATAMENTO DOS DADOS Os dados coletados foram organizados e analisados descritivamente através do aplicativo SPSS (Statistical Package for Social Sciences) versão 13.0 para Windows, que através de tabelas, apresentam resultados sobre os fatores influenciadores no comportamento do consumidor de sites de compras coletivas em sua decisão de compra, como também, hábitos, razões e suas características demográficas. As questões que buscam compreensão a volta do comportamento do consumidor, passaram por validação de consistência interna e análise fatorial onde houve agrupamento bem definido garantindo o grau de importância em relação ao processo de compra. Esta aplicação da análise fatorial tinha como pretensão identificar e extrair constructos que pudessem classificar as razões e fatores que influenciam os consumidores no momento de decisão de compra em sites de compras coletivas. Esta Análise Fatorial, (AF) utiliza-se de testes que ajudam na identificação da adequação da AF, entre os testes temos o MAS (Measure of Sampling Adequacy) proposto por Kaiser Meyer Olkin (KMO), baseando-se em um índice que varia entre 0 e 1, onde representa o grau de explicação dos dados com base nos fatores conhecidos em AF. Utilizou-se criteriosamente o teste de Bartlett que verifica a relatividade entre as variáveis, onde na aplicação de AF, considera-se aceitável um nível de significância menor que 0,05. Hair et al (2005) atribui ao pesquisador a responsabilidade em garantir que os padrões observados dentro de um conceito válido e próprios para o estudo com análise fatorial, pois a técnica não pode determinar a adequação ultrapassando as relações entre as variáveis de estudo. 5 RESULTADOS 52 5.1 PERFIL DO CONSUMIDOR Com relação ao perfil dos entrevistados, constatou-se que 20% dos respondentes estão entre 35 e 39 anos de idade, seguidos de 36% dos que estão acima dos 40 anos. Tabela 3 – Características dos entrevistados quanto idade Idade Menor de 18 anos De 18 a 24 anos. De 25 a 29 anos. De 30 a 34 anos. De 35 a 39 anos. 40 anos ou mais. Frequência 2 31 29 38 44 80 Percentual 1% 14% 13% 17% 20% 36% Fonte – Dados da pesquisa A Tabela 4 tem relação ao gênero, a pesquisa aponta para a maioria ser do sexo masculino, esta peculiaridade deve ser levada em consideração o fato de o pesquisador ter em suas relações predominância de relacionamento com homens e não deve se utilizar deste parâmetro para mensurar e caracterizar a pesquisa como sendo atitude de compra preponderante feita pelo consumidor do sexo masculino, representado por 59% contrariando pesquisa realizada pela E-Bit (2013) conforme Tabela 1. Tabela 4 – Características dos entrevistados quanto ao gênero Gênero Masculino Feminino Frequência Percentual 132 92 59% 41% Fonte – Dados da pesquisa No quesito escolaridade observa-se na Tabela 6 o percentual elevado de Mestres e Doutores, 22%, seguidos de 27% de especialistas com MBA e 29% superior completo, o contexto foi favorável pelo fato do pesquisador relacionar-se com pessoas no ambiente universitário. 53 Tabela 5 – Características dos entrevistados quanto a escolaridade Escolaridade Frequência Percentual 0 0 0 49 65 61 49 0% 0% 0% 22% 29% 27% 22% Analfabeto / Primário incompleto Primário completo / Ginasial incompleto Ginasial completo / Colegial incompleto Colegial completo / Superior incompleto Superior completo Especialização (pós-graduação, MBA) Mestrado ou Doutorado Fonte – Dados da pesquisa A maioria dos consumidores de sites de compras coletivas é formada por casais, são 49% dos entrevistados, 41% de solteiros e 10% responderam outros conforme Tabela 6. Tabela 6 – Características dos entrevistados quanto ao estado civil Estado Civil Frequência Solteiro (a) Casado (a) Outros 92 110 22 Percentual 41% 49% 10% Fonte – Dados da pesquisa A renda dos respondentes chama a atenção pelo fato de haver predominância na renda com ganhos acima de R$ 7.000,00, cerca de 25%, conforme Tabela 7. Tabela 7 – Características dos entrevistados quanto à renda familiar Renda Familiar Até R$ 1.000,00 R$ 1.001,00 a R$ 2.000,00 R$ 2.001,00 a R$ 3.000,00 R$ 3.001,00 a R$ 4.000,00 R$ 4.001,00 a R$ 5.000,00 R$ 5.001,00 a R$ 6.000,00 R$ 6.001,00 a R$ 7.000,00 Acima de R$ 7.000,00 Frequência 16 31 25 40 22 18 16 56 Percentual 7% 14% 11% 18% 10% 8% 7% 25% Fonte – Dados da Pesquisa A amostra teve 13 estados da federação com participantes, sua maioria no sudeste, com cerca de 60% dos respondentes, seguidos de estados como RS, DF, PE, CE, JP, ES, RN, MA, PR, MG e TO. 54 5.2 ANÁLISE DESCRITIVA A aplicação da Análise Fatorial a esse grupo de questões foi obtido o resultado KMO = 0,875. O teste de esferecidade de Bartlett´s apresentou um nível de significância de <0,001, o que indica adequação dos dados para aplicação da Análise Fatorial conforme quadro 7. Quadro 7 – Resultado KMO e Teste de Esferecidade de Bartlett´s Kaiser-Meyer- Medida Olkin da Adequação da Amostra. Bartlett's Test of Sphericity Approx. Chi-Square Df Sig. ,875 2692,878 528 ,000 Fonte – Dados da Pesquisa Analisando a média atribuída as variáveis pelos sujeitos entrevistados, verificou-se o grau de importância dos fatores que influenciam os consumidores a utilizar de sites de compras coletivas. Conforme pode ser observado no Quadro 8, a variável Histórico do site atingiu o melhor resultado, 38,39% seguido de Pechincha com 26,34%. Este primeiro nos leva a crer que haja credibilidade e segurança na relação do indivíduo com o site, fatores preponderantes segundo Miranda e Arruda (2004) na tomada de decisão de compra. Estas variáveis compõem o mesmo fator de número quatro, denominado “Pechincha”. Comodidade e promoção da marca foram fatores que aparecem com grau de importância elevados, destaque para comodidade que também foi enfatizada por Miranda e Arruda como um dos importantes influenciadores do consumidor para decidir por sites de compras coletivas. A revisão da literatura ressalta que estes componentes são características já anunciadas por Blackwell, Minard e Engel (2005) e enfatizados sobre a importância no momento de decisão de compra pelo consumidor, as duas variáveis, uma direta, que é o caso do preço e outra indireta são os fatores psicológicos, estes processos segundo os autores, contemplam processamento de informações, aprendizagem, mudança de comportamento e atitude. Kotler (2000) já chamava atenção para preço como variável de influência como modelo de estímulo resposta. 55 Foxall (1998) interpreta o comportamento do consumo baseando-se em históricos antecedentes e consequentes, desta forma, a possibilidade de se avaliar contribui para montar um histórico e consequentemente ajudar o consumidor a decidir ou não pelo consumo de um determinado bem. Em se tratando de histórico, vale ressaltar a observação de Veiga-Neto (2012) sobre o comportamento de esquiva, pois tendo o consumidor uma experiência negativa, certamente deva ser esta a atitude predominante. Quadro 8 - Frequências obtidas por variável de acordo com nível de importância para os sujeitos Variáveis 1 2 3 4 5 F % F % F % F % F % Total V1-Q08 Seguir a família 79 35,27% 40 17,86% 71 31,70% 26 11,61% 8 3,57% 224 V8-Q09 Comodidade 4 1,79% 27 12,05% 56 25,00% 92 41,07% 45 20,09% 224 V13-Q10 Atração do sexo oposto V10-Q11 Utilidade 156 69,64% 38 16,96% 25 11,16% 4 1,79% 1 0,45% 224 8 3,57% 21 9,38% 80 35,71% 86 38,39% 29 12,95% 224 V22-Q12 Possibilidade de compartilhar V14-Q13 Inveja 132 58,93% 57 25,45% 24 10,71% 8 3,57% 3 1,34% 224 171 76,34% 39 17,41% 10 4,46% 2 0,89% 2 0,89% 224 V23-Q14 Redes Sociais 31 13,84% 28 12,50% 41 18,30% 99 44,20% 25 11,16% 224 V2-Q15 Seguir os amigos 55 24,55% 44 19,64% 68 30,36% 48 21,43% 9 4,02% 224 V7-Q16 Prazer 55 24,55% 51 22,77% 83 37,05% 29 12,95% 6 2,68% 224 V18-Q17 Facilidade de pagamento V21-Q18 Tempo de entrega 51 22,77% 46 20,54% 62 27,68% 51 22,77% 14 6,25% 224 41 18,30% 50 22,32% 73 32,59% 46 20,54% 14 6,25% 224 V24-Q19 Fobia Social 79 35,27% 57 25,45% 56 25,00% 22 9,82% 10 4,46% 224 V29-Q20 Beleza do site 86 38,39% 68 30,36% 55 24,55% 11 4,91% 4 1,79% 224 V32-Q21 Prestígio 116 51,79% 65 29,02% 33 14,73% 9 4,02% 1 0,45% 224 V3-Q22 Demonstração de riqueza V15-Q23 Privacidade 137 61,16% 58 25,89% 20 8,93% 5 2,23% 4 1,79% 224 91 40,63% 62 27,68% 51 22,77% 17 7,59% 3 1,34% 224 V34-Q24 Reciprocidade 40 17,86% 52 23,21% 64 28,57% 57 25,45% 11 4,91% 224 V5-Q25 Propaganda 20 8,93% 29 12,95% 70 31,25% 92 41,07% 13 5,80% 224 V12-Q26 Possibilidade de Planejamento V19-Q27 Variedade 43 19,20% 41 18,30% 67 29,91% 62 27,68% 11 4,91% 224 35 15,63% 49 21,88% 59 26,34% 75 33,48% 6 2,68% 224 V26-Q28 Tempo de navegação na Internet V6-Q29 Possibilidade de poder comparar V16-Q30 Humor 49 21,88% 65 29,02% 44 19,64% 52 23,21% 14 6,25% 224 30 13,39% 55 24,55% 54 24,11% 64 28,57% 21 9,38% 224 57 25,45% 51 22,77% 88 39,29% 26 11,61% 2 0,89% 224 V20-Q31 Frequência das ofertas V30-Q32 Histórico do site 14 6,25% 23 10,27% 62 27,68% 98 43,75% 27 12,05% 224 8 3,57% 22 9,82% 38 16,96% 70 31,25% 86 38,39% 224 V33-Q33 Lealdade 63 28,13% 60 26,79% 86 38,39% 12 5,36% 3 1,34% 224 V35-Q34 Cuidado Parental 69 30,80% 74 33,04% 64 28,57% 15 6,70% 2 0,89% 224 V31-Q35 Avareza 15 6,70% 21 9,38% 51 22,77% 78 34,82% 59 26,34% 224 56 V4-Q36 Demonstração de status V9-Q37 Seguir uma celebridade V17-Q38 Promoção de marca V27-Q39 Fuga da Realidade V25-Q40 Possibilidade de se comunicar com o SAC V28-Q41 Hiperatividade 103 45,98% 71 31,70% 39 17,41% 9 4,02% 2 0,89% 224 133 59,38% 72 32,14% 14 6,25% 5 2,23% 0 0,00% 224 10 4,46% 27 12,05% 45 20,09% ## 49,11% 32 14,29% 224 146 65,18% 52 23,21% 20 8,93% 6 2,68% 0 0,00% 224 70 31,25% 57 25,45% 68 30,36% 23 10,27% 6 2,68% 224 138 61,61% 53 23,66% 25 11,16% 6 2,68% 2 0,89% 224 V11-Q42 Impulsividade 132 58,93% 61 27,23% 21 9,38% 7 3,13% 3 1,34% 224 Fonte – Dados da Pesquisa Para uma melhor visualização, o Quadro 9 mostra as varáveis com as maiores médias e menores, constatou-se que os elementos encontrados na literatura e que compreendem principalmente a perspectiva do marketing clássico é o que se destacou. Não obstante, a perspectiva behaviorista que destaca o comportamento influenciado por componentes como histórico de aprendizado, estímulos e reforçadores utilitários, tem sua parcela participativa Já a perspectiva biológica, preconizada pela psicologia evolucionista, teve dez variáveis que refletem o comportamento de consumo conspícuo, exibicionismo e procura por destaque na sociedade através de status, com grau de discordância elevado, contrapondo a teoria Darwiana citada por Saad e Miller. Quadro 9 - Grau médio atribuído pelos sujeitos às variáveis na ordem de importância Desvio Média Padrão V30-Q32 Histórico do site 3,91 1,12 V8-Q09 Comodidade 3,66 0,99 V31-Q35 Pechincha 3,65 1,16 V17-Q38 Promoção de marca 3,57 1,02 V10-Q11 Utilidade 3,48 0,96 V20-Q31 Frequência das ofertas 3,45 1,04 V23-Q14 Redes Sociais 3,26 1,23 V5-Q25 Propaganda 3,22 1,04 V6-Q29 Possibilidade de poder comparar 2,96 1,20 V19-Q27 Variedade 2,86 1,13 V12-Q26 Possibilidade de Planejamento 2,81 1,18 V34-Q24 Reciprocidade 2,76 1,16 V21-Q18 Tempo de entrega 2,74 1,16 V18-Q17 Facilidade de pagamento 2,69 1,23 V26-Q28 Tempo de navegação na Internet 2,63 1,23 V2-Q15 Seguir os amigos 2,61 1,19 V7-Q16 Prazer 2,46 1,08 V16-Q30 Humor 2,40 1,02 V1-Q08 Seguir a família 2,30 1,17 57 V25-Q40 Possibilidade de se comunicar com o SAC 2,28 1,09 V33-Q33 Lealdade 2,25 0,97 V24-Q19 Fobia Social 2,23 1,16 V35-Q34 Cuidado Parental 2,14 0,96 V15-Q23 Privacidade 2,01 1,03 V29-Q20 Beleza do site 2,01 1,00 V4-Q36 Demonstração de status 1,82 0,92 V32-Q21 Prestígio 1,72 0,89 V22-Q12 Possibilidade de compartilhar 1,63 0,91 V11-Q42 Impulsividade 1,61 0,88 V3-Q22 Demonstração de riqueza 1,58 0,88 V28-Q41 Hiperatividade 1,58 0,86 V9-Q37 Seguir uma celebridade 1,51 0,71 V27-Q39 Fuga da Realidade 1,49 0,77 V13-Q10 Atração do sexo oposto 1,46 0,80 1,33 0,69 V14-Q13 Inveja Fonte – Dados da Pesquisa 5.3 ANÁLISE DAS VARIÁVEIS O teste de Variância realizado sugeriu que fosse feito um reagrupamento de variáveis a fim de atender as definições de Hair et al. (2005) que explica sobre a importância em se conquistar o limite mínimo de 60% de variância em Ciências Sociais, conseguindo assim uma explicação mais reforçada haja vista que este estudo atingiu próximo deste valor ou seja 55,99%. Após esta etapa, agrupou-se as variáveis em sete fatores. Quadro 10 – Teste de Variância dos fatores Total da Variância Explicada Componentes Valores de extração de cargas quadráticas Total % Acumulado 1 8,468 25,659 % 25,659 2 3,422 10,369 36,028 3 1,454 4,406 40,434 4 1,417 4,295 44,729 5 1,364 4,132 48,861 6 1,235 3,742 52,603 7 1,118 3,387 55,990 Variância Método de extração: Análise de componentes principais. Fonte: Dados da Pesquisa 58 Para melhor entendimento, foi realizada a Rotação de Matriz de Componentes em 2 etapas, a primeira constatou-se um total isolamento com a variável Redes Sociais “Pelas redes sociais fico sabendo das ofertas em sites de compras coletivas” não contribuindo para a formação dos fatores, desta forma, rodou-se a segunda vez sem a variável e após perceber uma consistência na formação dos fatores, definiu-se observando os valores exibidos no Quadro 11. Quadro 11 - Rotação da matriz de componentes sem a variável 23 (Redes Sociais) sugerindo 7 grupos de fatores. Rotação da Matriz de Componentes V28-Q41 Hiperatividade V27-Q39 Fuga da Realidade V9-Q37 Seguir uma celebridade V11-Q42 Impulsividade V16-Q30 Humor V4-Q36 Demonstração de status V22-Q12 Possibilidade de compartilhar V13-Q10 Atração do sexo oposto V14-Q13 Inveja V3-Q22 Demonstração de riqueza V32-Q21 Prestígio V12-Q26 Possibilidade de Planejamento V34-Q24 Reciprocidade [Oferta] V35-Q34 Cuidado Parental [Plano de CP] V18-Q17 Facilidade de pagamento V21-Q18 Tempo de entrega V17-Q38 Promoção de marca V31-Q35 Pechincha [Economizar] V30-Q32 Histórico do site V20-Q31 Frequência das ofertas V25-Q40 Possibilidade de se comunicar com o SAC V5-Q25 Propaganda [Influencia da propaganda] Componentes 1 2 0,725 0,243 0,709 0,309 0,669 0,350 0,659 0,561 0,480 0,427 0,699 0,308 0,368 0,649 0,641 0,611 0,560 3 0,232 0,208 6 0,223 7 0,298 0,379 0,267 0,331 0,417 0,302 0,212 0,656 0,580 0,555 0,328 0,240 5 0,207 0,650 0,607 0,339 4 0,285 0,200 0,271 0,427 0,282 0,712 0,704 0,603 0,220 0,519 0,386 0,435 0,376 0,295 0,291 0,235 0,225 0,212 0,214 0,217 0,279 59 V8-Q09 Comodidade V10-Q11 Utilidade V7-Q16 Prazer [Prazer em comprar] V6-Q29 Possibilidade de poder comparar V24-Q19 Fobia Social V15-Q23 Privacidade V29-Q20 Beleza do site V26-Q28 Tempo de navegação na Internet V19-Q27 Variedade V2-Q15 Seguir os amigos V1-Q08 Seguir a família 0,207 0,218 0,334 0,337 0,234 0,331 0,217 0,213 0,307 0,202 0,233 0,270 0,533 0,378 0,205 0,397 0,708 0,561 0,542 0,485 0,276 0,471 0,250 0,248 0,293 0,267 0,736 0,633 0,599 0,205 0,213 0,224 0,293 0,792 0,508 Fonte: Dados da Pesquisa Embora para Blackwell, Minard e Engel (2005) o preço é fator predominante na decisão de compra, outras variáveis devem ser levadas em consideração conforme Quadro 12. Já para Miller (2012), o fato do consumidor poder se destacar com produtos de marca, faz com que ele sinta elevado o seu status no grupo em que convive. Quadro 12 – Quarto Fator - Pechincha V17-Q38 Promoção de marca V31-Q35 Pechincha [Economizar] V30-Q32 Histórico do site V20-Q31 Frequência das ofertas V25-Q40 Possibilidade de se comunicar com o SAC -0,328 0,240 -0,208 0,220 0,386 0,712 0,704 0,603 0,519 0,435 Fonte – Dados da Pesquisa O segundo colocado com maior média de 3,14 foi o “Utilitário”, conforme Quadro 13, Miranda e Arruda (2004) corroboram este resultado quando afirmam ser de grande importância a comodidade do consumidor, quanto menor o deslocamento maior interesse no momento de tomar a decisão de compra. Quadro 13 – Fator Cinco - Utilitário V8-Q09 Comodidade V10-Q11 Utilidade 0,207 0,218 0,736 0,633 60 V7-Q16 Prazer [Prazer em comprar] V6-Q29 Possibilidade de poder comparar 0,334 0,599 0,337 0,533 0,270 0,378 Fonte – Dados da Pesquisa Na Quadro 14, o fator “Influência” que teve a terceira melhor média 2,71 e contribui com ênfase em Seguir os amigos e família, porém, contradiz o trabalho realizado por Tai et al., (2012) que estabelece a falta de poder deste fator em levar o familiar a compra. Quadro 14 – Sétimo Fator – Influência V5-Q25 Propaganda [Influencia da propaganda] V2-Q15 Seguir os amigos V1-Q08 Seguir a família 0,232 0,376 0,267 0,212 0,205 0,217 0,279 0,792 0,508 0,213 Fonte – Dados da Pesquisa No Quadro 15 podemos perceber o quarto maior média no Terceiro Fator “Planejamento” como o mais racional de todos pelo fato de poder planejar, facilidade de pagamento e tempo de entrega. Segundo Engel, Blackwell e Miniard (2005), este é um comportamento totalmente racional Quadro 15 – Terceiro Fator – Planejamento V12-Q26 Possibilidade de Planejamento V34-Q24 Reciprocidade [Oferta] V35-Q34 Cuidado Parental [Plano 0,339 de CP] V18-Q17 Facilidade de pagamento V21-Q18 Tempo de entrega 0,656 0,650 0,607 0,580 0,555 0,285 0,200 0,271 0,427 0,282 0,295 Fonte – Dados da Pesquisa O Quinto fator na ordem decrescente das médias é “Interesses Pessoais”, demonstra no Quadro 16 uma tendência para a satisfação em poder manter-se individualizado, não busca conotação ante a sociedade, para Miller (2012), a teoria evolucionista preconiza a necessidade em se exibir como fator importante do consumidor perante a sociedade. 61 Quadro 16– Sexto Fator – Interesses Pessoais V24-Q19 Fobia Social V15-Q23 Privacidade V29-Q20 Beleza do site V26-Q28 Tempo de navegação na Internet V19-Q27 Variedade 0,234 0,331 0,217 0,213 0,307 0,202 0,233 0,205 0,397 0,708 0,561 0,542 0,485 0,276 0,471 0,250 0,248 0,293 Fonte – Dados da Pesquisa O sexto colocado com apenas 1,72 de média ficou com “Estado de Espírito”, entender que o consumidor compra com o intuito de liberar o stress e consequentemente sentir-se melhor, conforme Quadro 17. Quadro 17 – Primeiro Fator – Estado de Espírito V28-Q41 Hiperatividade V27-Q39 Fuga da Realidade V9-Q37 Seguir uma celebridade V11-Q42 Impulsividade V16-Q30 Humor 0,725 0,709 0,669 0,659 0,561 0,243 0,309 0,350 0,223 0,207 0,298 0,379 0,267 Fonte – Dados da Pesquisa Por fim, o sétimo colocado com menor média, 1,59 refere-se ao “Exibicionismo” o indivíduo tem como foco se destacar na sociedade em que faz parte, contempla a ideia proposta pelos evolucionistas, demonstrado no Quadro 18, pois para Saad e Vongas (2009), quando proporcionado ao indivíduo a possibilidade de se exibir entre os outros altera até o nível de testosterona, hormônio masculino. Quadro 18 – Segundo fator – Exibicionismo 0,480 V4-Q36 Demonstração de status V22-Q12 Possibilidade de compartilhar V13-Q10 Atração do sexo oposto V14-Q13 Inveja V3-Q22 Demonstração de riqueza V32-Q21 Prestígio 0,427 0,331 0,699 0,308 0,368 0,649 0,641 0,611 0,560 0,212 0,417 0,302 Fonte – Dados da Pesquisa Observa-se na Quadro 19 o resultado entre as variáveis com a estimativa da comunalidade, ou seja, quanto da variância de cada variável pode ser explicada pelos fatores comuns e em seguida a apresentação das variâncias 62 entre os fatores indicando o quanto os fatores explicam de todo o banco de dados. Para Fabrigar et al (1999), quando há representação de 3 ou 4 variáveis e as comunalidades são altas, obtém-se estimativas satisfatórias mesmo com amostras de tamanho igual a 100, porém, para condições consideradas moderadas, deve-se contar com pelo menos 200 respondentes. Quadro 19 – Resultado da Comunalidade Comunalidade Extração V1-Q08 Seguir a família ,422 V8-Q09 Comodidade ,591 V13-Q10 Atração do sexo oposto ,470 V10-Q11 Utilidade ,525 V22-Q12 Possibilidade de compartilhar ,558 V14-Q13 Inveja ,550 V2-Q15 Seguir os amigos ,697 V7-Q16 Prazer ,591 V18-Q17 Facilidade de pagamento ,561 V21-Q18 Tempo de entrega ,500 V24-Q19 Fobia Social ,609 V29-Q20 Beleza do site ,574 V32-Q21 Prestígio ,620 V3-Q22 Demonstração de riqueza ,579 V15-Q23 Privacidade ,542 V34-Q24 Reciprocidade ,569 V5-Q25 Propaganda ,403 V12-Q26 Possibilidade de Planejamento ,602 V19-Q27 Variedade ,537 V26-Q28 Tempo de navegação na Internet ,515 V6-Q29 Possibilidade de poder comparar ,559 V16-Q30 Humor ,550 V20-Q31 Frequência das ofertas ,552 V30-Q32 Histórico do site ,561 V35-Q34 Cuidado Parental ,526 V31-Q35 Pechincha ,592 V4-Q36 Demonstração de status ,584 V9-Q37 Seguir uma celebridade ,616 V17-Q38 Promoção de marca ,615 V27-Q39 Fuga da Realidade ,647 V25-Q40 Possibilidade de se comunicar com o SAC ,418 V28-Q41 Hiperatividade ,659 V11-Q42 Impulsividade Fonte – Dados da Pesquisa ,582 63 Os nomes dos fatores determinados pelo autor com base no conteúdo do referencial teórico segue a seguinte ordem, o primeiro fator determinado como “Estado de Espírito” o segundo “Exibicionismo”, o terceiro “Planejamento”, o quarto “Pechincha”, o quinto “Utilitário”, o sexto “Interesses Pessoais” e por último “Influência”. Destaca-se ainda que o quarto fator “Pechincha” resultou como o de maior importância para os sujeitos pesquisados, com um grau médio de concordância de 3,37. Este fator contempla variáveis com indícios do comportamento de consumo racional, como possibilidade de se comunicar com o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) e histórico do site. A relevância para determinar os fatores se teve após observar as médias e os desvios padrões dos fatores demonstrados na Tabela 8. Tabela 8 – Média dos fatores e desvio padrão Fatores Pechincha M(DP)Variável V30- Histórico do site V31- Pechincha V17- Promoção de marca V20- Frequência das ofertas V25- Possibilidade de se comunicar com o SAC 3,91(1,12) 3,65(1,16) 3,57(1,02) 3,45(1,04) 2,28(1,09) V8- Comodidade V10- Utilidade V7- Prazer V6- Possibilidade de poder comparar 3,66(0,99) 3,48(0,96) 2,46(1,08) 2,96(1,20) Utilitário M(DP)Fator 3,37(0,73) 3,14(0,77) Influência V5- Propaganda V2- Seguir os amigos V1- Seguir a família Planejamento V12- Possibilidade de Planejamento V34- Reciprocidade V21- Tempo de entrega V18- Facilidade de pagamento V35- Cuidado Parental Interesses pessoais V19- Variedade V26- Tempo de navegação na Internet V24- Fobia Social V15- Privacidade V29- Beleza do site Estado de espírito 2,71(0,78) 3,22(1,04) 2,61(1,19) 2,30(1,17) 2,63(0,81) 2,81(1,18) 2,76(1,16) 2,74(1,16) 2,69(1,23) 2,14(0,96) 2,35(0,76) 2,86(1,13) 2,63(1,23) 2,23(1,16) 2,01(1,03) 2,01(1,00) 1,72(0,63) 64 V16- Humor V11- Impulsividade V28- Hiperatividade V9- Seguir uma celebridade V27- Fuga da Realidade Exibicionismo V4- Demonstração de status V32- Prestígio V22- Possibilidade de compartilhar V3- Demonstração de riqueza V13- Atração do sexo oposto V14- Inveja 2,40(1,02) 1,61(0,88) 1,58(0,86) 1,51(0,71) 1,49(0,77) 1,59(0,60) 1,82(0,92) 1,72(0,89) 1,63(0,91) 1,58(0,88) 1,46(0,80) 1,33(0,69) Fonte: Dados da pesquisa Observa-se que fatores relacionados à PECHINCHA bem como os fatores UTILITÁRIOS são os únicos que ficaram acima da média e com desvio padrão baixo, ou seja, os sujeitos concordam que as variáveis desses fatores são as que mais influenciam suas decisões de compra, e o desvio padrão baixo mostra que houve pouca divergência de opinião nesses dois fatores. Referenciando as perspectivas nas quais as varáveis foram encontradas, o resultado das médias contempla fatores envolvendo a perspectiva do marketing clássico e também responde quanto às questões atribuídas a perspectiva comportamental behaviorista, em que ambas preconizam o estímulo / resposta. Por outro lado, os fatores ligados ao que apregoa a psicologia evolucionista, onde o comportamento de consumo está ligado ao consumo conspícuo e que há indícios de nossos ancestrais o fato de se destacar na sociedade ser o principal e mais importante no consumo, tiveram suas médias mais baixas, indicando que fatores que não proporcionam o indivíduo se sentir destacado na sociedade tida como menos importantes e influenciadores no momento de decisão de compra. 65 6 CONCLUSÃO De acordo com os resultados obtidos no presente estudo, foi possível identificar diversos fatores que influenciam a decisão de uso em sites de compras coletivas. Os objetivos específicos foram alcançados, o primeiro, identificar variáveis que influenciam na decisão de compra do consumidor e as que tiveram maior média de concordância entre os respondentes foram Histórico do site, Comodidade, Pechincha, Promoção de marca, Utilidade, Frequência das ofertas, Redes Sociais e Propaganda. O segundo objetivo específico era determinar os fatores que influenciam na decisão de compra do consumidor levando a análise e promovendo agrupamento dos fatores. Os fatores identificados foram “Estado de Espírito” o segundo “Exibicionismo”, o terceiro “Planejamento”, o quarto “Pechincha”, o quinto “Utilitário”, o sexto “Interesses Pessoais” e por último “Influência”. O terceiro e último objetivo específico alcançado era verificar a importância dos fatores. Para a área acadêmica este trabalho identificou e incluiu novos fatores que contribuem para um melhor entendimento sobre as influencias de uso em sites de compras coletivas e do ponto de vista do comportamento do consumidor, corroboram com as já difundidas por autores como Kotler, Keller, Minor, Mowen entre outros, inclusive as estudadas por Foxall que aborda o modelo na perspectiva comportamental. Como estratégia gerencial, a constatação dos fatores dominantes na pesquisa fortalecem as teorias que atribuem a influencia na hora da decisão de compra aos aspectos como, processos psicológicos, cultural, individual, pessoal, grupal e influencias ambientais e sociais. As implicações gerenciais devem priorizar as estratégias nas variáveis Histórico do Site, Comodidade, Pechincha, Promoção de Marca, Utilidade, Frequência das Ofertas, Propaganda e Redes Sociais, esta última inclusive apareceu isolada na análise fatorial, portanto, ela sozinha pode ser um fator com suas variáveis determinantes. Por outro lado, as variáveis que não traduzem importância para as implicações gerenciais são Demonstração de Status, Prestígio, Possibilidade de Compartilhar, Impulsividade, Demonstração de Riqueza, 66 Hiperatividade, Seguir uma Celebridade, Fuga da Realidade, Atração do Sexo Oposto e Inveja. Sugere-se que novas pesquisas para compreender o comportamento do consumidor através dos fatores influenciadores na tomada de decisão de compra sejam realizadas e que seja criado um modelo teórico a fim de provocar novos debates principalmente no que se refere às etapas de compras, decisão de compra e reconhecimento do problema, haja vista que estes fatores podem vir a reaparecer, este trabalho tem dentro de sua justificativa a busca pelo entendimento no tocante da queda nas vendas e diminuição de números de sites, que hipoteticamente pode vir a ser justamente pelo fato de prevalecer os fatores com variáveis descritas no referencial teórico, ligados a perspectiva do marketing clássico (tradicional) e do modelo na perspectiva comportamental demonstrados na pesquisa, ou seja, popularizouse o produto e tirou-se do consumidor o foco e a possibilidade de se destacar na sociedade, típico comportamento ligado a teoria evolucionista. Desta forma, fica caracterizando a influência emocional nos consumidores mesmo que se julguem racionais. Contudo, para uma nova abordagem de estudo, seria interessante novas pesquisas envolvendo influências do marketing e manifestações emocionais, no intuito de buscar mapear estas etapas. Para Souza e Zakabi (2007), a economia há mais de dois séculos parte do pressuposto de que existe liberdade de escolhas mais adequadas entre as pessoas no momento de decidir a sua vida financeira e agem com pura racionalidade, porém, estudos no comportamento do consumidor apontam através de estudos no cérebro humano que em algumas compras a emoção se destaca mais do que a razão. Dentro das perspectivas que serviram para embasar este trabalho, podese concluir que na perspectiva do marketing clássico o fato de termos os fatores “Pechincha” e “Utilitário” como os mais destacados, demonstram que as promoções, e o fato do consumidor sentir-se levando vantagem, evidencia o resultado positivo de campanhas produtos com preços diferenciados. Entretanto, para a perspectiva behaviorista, o consumidor é condicionado a responder aos estímulos ambientais a partir de experiências anteriores que tenham sido reforçadoras, por outro lado, caso a consequência de uma compra anterior tenha sido uma punição, como por exemplo, um produto que não 67 corresponde ao que foi ofertado no site de compras coletivas, aumenta a probabilidade de o consumidor evitar sites de compras coletivas em novas compras, pois o valor “Utilitário” não foi correspondido. Na perspectiva da psicologia evolucionista, o uso de sites de compras coletivas não pode ser considerado por si só conspícuo, neste caso a relação se daria com o tipo de produto adquirido no site a partir dos dados desta pesquisa pode-se sugerir que a utilização de sites de compras coletivas, não tem o poder de destacar o sujeito em seu grupo social, porém o site de compra coletiva pode selecionar produtos que o façam como, por exemplo, um perfume de marca de alto valor, sendo ofertado por preços módicos. Ainda que a renda dos sujeitos entrevistados tenha se apresentado acima da média nacional, a atitude de levar vantagem pode ser considerada biologicamente determinante para a sobrevivência da espécie independente da classe social ou do nível socioeconômico do sujeito. Sobrevivência é mandatória assim, sites de compras coletivas que utilizam apelos de pechincha podem estar indiretamente despertando comportamentos de auto preservação ou conservação de energia (poupança de recursos). 68 REFERÊNCIAS AAKER, D. A., Criando e Administrando Marcas de Sucesso. São Paulo, Futura, 1996 ____________, Pesquisa de markerting. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2010. ____________, Building strong brands. Simon and Schuster, 2012. AGGARWAL, C. C. An introduction to social network data analytics. Springer US, 2011. ALBERTIN, A. L.. Comércio Eletrônico: da oportunidades. GV Executivo, v. 11, 2012. evolução para as novas ALBERTIN, A. L.. Comércio eletrônico: benefícios e aspectos de sua aplicação. Revista de Administração de Empresas, v. 38, n. 1, 1998. 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Revista de Administração de Empresas, v. 52, n. 6, p. 681-691, 2012. 79 APÊNDICE Apêndice - A: Questionário Pesquisa Acadêmica Mestrado Profissional em Administração - UnP/RN Olá, Tudo bem? Meu nome é Italo Araujo. Sou professor da UnP - Laureate e estou concluindo meu Mestrado em Administração pela Universidade Potiguar em Natal/RN, orientado pelo Prof. Doutor Alípio Ramos Veiga Neto. Minha dissertação tem como objetivo pesquisar o "Comportamento do consumidor usuário de Sites de Compras Coletivas". Sua participação será de extrema relevância na conclusão desta pesquisa. Você não será identificado e qualquer dúvida ou sugestões sobre esta pesquisa fique a vontade para manter contacto diretamente com a coordenação do mestrado pelo telefone (84) 32151137 ou pelo email: [email protected]. Por gentileza, participe clicando no link abaixo, o qual abrirá uma página do Google contendo o questionário eletrônico. Reforço que este e-mail não é vírus nem tão pouco spam. Muito obrigado pela sua participação. Se tiver problemas para visualizar este formulário, você poderá preenchê-lo online: https://docs.google.com/forms/d/19zrVIWGER9V3_3UbVrXqsHjo4Yk7a3ryi1Rb AMQuPKg/viewform QUESTIONÁRIO – PESQUISA PERFIL E COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR BRASILEIRO EM SITES DE COMPRAS 1ª Parte – Informações sobre o hábitos do entrevistado em relação ao site e às compras coletivas 01. Você já comprou em sites de compras coletivas? [ ] Sim [ ] Não – encerar a pesquisa Atenção! - Se você já comprou pelo menos uma vez em sites de compras coletivas, gentileza responder as próximas questões. 80 02. Qual a sua idade: [ ] Menor de 18 anos. [ ] De 18 a 24 anos. [ ] De 25 a 29 anos. [ De 30 a 03. Qual o] seu gênero? 34 anos. [ ] masculino [ ] feminino [ ] De 35 a 39 anos. 04. Por favor, indique o seu grau de instrução. [ ] 40 anos ou mais. [ ] Analfabeto / Primário incompleto [ ] Primário completo / Ginasial incompleto (Primário corresponde à 1a. a 4a. série do Primeiro Grau) [ ] Ginasial completo / Colegial incompleto (Ginasial corresponde à 5a. a 8a. série do Primeiro Grau) [ ] Colegial completo / Superior incompleto (Colegial corresponde ao Segundo Grau) [ ] Superior completo [ ] Especialização (pós-graduação, MBA) [ ] Mestrado ou doutorado 05. Qual é a cidade em que você mora? 06. Qual é o seu estado civil? [ ] solteiro (a) [ ] casado (a) [ ] outros 07. Qual a sua faixa de renda mensal? [ [ [ [ ] Até R$ 1.000 ] R$ 2.001 a R$ 3.000 ] R$ 4.001 a R$ 5.000 ] R$ 6.001 a R$ 7.000 [ [ [ [ ] De R$ 1.001 a R$ 2.000 ] De R$ 3.001 a R$ 4.000 ] De R$ 5.001 a R$ 6.000 ] Acima de R$ 7.000 2ª Parte – Fontes de informações, fatores influenciadores na decisão de compras em sites de compras coletivas. A seguir apresentaremos uma série de frases. Por favor, marque com um “x” o seu grau de discordância/concordância com o conteúdo de cada uma delas. Obs.: Vale ressaltar que não existem respostas certas ou erradas, apenas dê a sua primeira impressão. 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 Não Concordo Nem Discordo Concordo Plenamente SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 09. É cômodo comprar em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 10. Compro em Sites de Compras Coletivas porque me sinto atraente para o sexo oposto 11. Compro em SITES DE COMPRAS COLETIVAS porque tem produtos úteis. 12. Clico no botão “compartilhar” para mostrar que comprei em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 13. Gosto de causar inveja nos outros comprando em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 14. Pelas redes sociais fico sabendo das ofertas em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 15. Meus amigos me influenciam a comprar em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 16. Sinto muito prazer em comprar em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 17. Compro em SITES DE COMPRAS COLETIVAS porque posso dividir no cartão de crédito. 18. Poder utilizar o cupom de oferta logo que compro, é que me faz comprar em SITES DE COMPRAS COLETIVAS 19. Prefiro ficar sozinho e comprar em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. do que sair no meio das pessoas nas ruas Concordo 08. Minha família me influencia a comprar em Discordo Afirmações Discordo Plenamente 81 82 . . 20. A beleza dos sites é que me faz comprar em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 21. Quando compro em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. me sinto importante, prestigiado. 22. Tenho dinheiro sobrando por isso compro em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 23. Gosto de comprar em SITES DE COMPRAS COLETIVAS porque não quero que ninguém saiba o que estou comprando. 24. Eu compro em SITES DE COMPRAS COLETIVAS porque tem a possibilidade de presentear parentes e amigos com as ofertas. 25. As propagandas que vejo sobre ofertas é que me fazem comprar em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 26. Poder me planejar para adquirir uma oferta é que me faz comprar em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 27. A quantidade de ofertas que oferecem é o que me faz comprar em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 28. Na maioria do dia estou na Internet e por isso se torna um convite em comprar em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 29. É fácil comparar as ofertas com outros SITES DE COMPRAS COLETIVAS é isso que me faz ser um cliente. 30. Fico de bom humor quando compro em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 31. Gosto de SITES DE COMPRAS COLETIVAS. porque tem ofertas diárias. 32. Pesquiso a honestidade do SITE DE COMPRAS COLETIVAS para comprar. 33. Por ser leal a este tipo de comércio eletrônico é que compro em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 34. Compro em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. sempre com a finalidade de presentear minha família. 35. Gosto de economizar por isso só compro em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 83 36. Comprar em SITES DE COMPRAS 1 2 3 4 5 COLETIVAS. me faz pertencer a um grupo diferente, privilegiado. 37. Compro em SITES DE COMPRAS 1 2 3 4 5 COLETIVAS quando vejo propaganda de pessoas famosas que gosto. 38. No SITE DE COMPRA COLETIVA. posso comprar produtos de marca por preços 1 2 3 4 5 baixos. 39. Sempre que me sinto deprimido, triste ou 1 2 3 4 5 de mau humor, vou em busca de ofertas em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 40. A garantia do SAC online é que faz 1 2 3 4 5 comprar em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 41. Sou hiperativo por isso compro em 1 2 3 4 5 SITES DE COMPRAS COLETIVAS. 42. Não consigo controlar e compro sem 1 2 3 4 5 nem estar precisando do produto em SITES DE COMPRAS COLETIVAS. Muito obrigado por suas respostas! Caso queira um resumo dos resultados da pesquisa, nos envie uma solicitação através do e-mail: [email protected]