VERTIGEM
Meu coração não bate
grita heresias que não cabem
nos diminutivos do mundo.
Gume sem calma
pelo talho escapa uma alma
luz das minhas esquinas
das noites sem lua.
Enxurrada de ferida
escancara o que há de morte
em cada neblina.
Espelho que mergulha
no infinito dos espelhos
diante de outros reflexos
e encontra nesta vertigem
a primeira fagulha de nexo.