efeito mutagênico ex vivo do antifúngico fluconazol em

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EFEITO MUTAGÊNICO EX VIVO DO ANTIFÚNGICO FLUCONAZOL EM
LEUCÓCITOS HUMANOS
Gabriela de Souza da Silva(2), Elizandra Gomes Schmitt(3), Luciane Dias Quintana(3),
Andressa Pedroso Belmonte(3) , Michel Mansur Machado(4), Luís Flávio Souza de
Oliveira(5)
(1)
Trabalho executado com recursos do Edital PAPG 2015, da Pró-Reitoria de de Pós-Graduação.
Mestranda do PPG de Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal do Pampa; Uruguaiana, RS,
[email protected]
(3)
Alunos de graduação do curso de Farmácia, Universidade Federal do Pampa, Uruguaiana, RS.
(4)
Professor Adjunto da Universidade Federal do PAMPA campus Uruguaiana-RS e Líder do grupo de pesquisa em
Bioquímica, Toxicologia e Imunologia – NUBIOTOXIM, [email protected]
(5)
Professor Adjunto da Universidade Federal do PAMPA campus Uruguaiana-RS e Líder do grupo de pesquisa em
Bioquímica, Toxicologia e Imunologia – NUBIOTOXIM, [email protected]
(2)
RESUMO
Nas últimas duas décadas, houve um aumento significativo de infecções fúngicas invasivas na população mundial,
devido principalmente ao aumento da população suscetível. Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA) exija testes de genotoxicidade para admissão de novos medicamentos, os que têm seu registro expedido antes
do ano de 2006 não trazem essa obrigatoriedade, incluindo-se aqui o fluconazol. Portanto, é de extrema importância estudos
sobre a avaliação genotoxicológica de fármacos, principalmente os que são amplamente utilizados, como o fluconazol, um
fármaco de amplo espectro de ação. O objetivo deste estudo foi determinar os efeitos do fluconazol sobre parâmetros
mutagênicos em culturas de leucócitos humanos, através do teste de micronúcleo.
Palavras-Chave: Fluconazol, antifúngicos, genotoxicidade, mutagenicidade, citotoxicidade.
INTRODUÇÃO
Os principais grupos de antifúngicos sistêmicos comumente utilizados para o tratamento de
patologias causadas por fungos são os imidazóis (cetoconazol), triazóis (fluconazol e itraconazol) e
alilamina (terbinafina). Apesar de atualmente haver uma variabilidade maior de opções de antifúngicos,
tanto tópicos quanto sistêmicos, o arsenal terapêutico ainda é bastante restrito, e é clara a necessidade de
novos antifúngicos mais eficazes e menos tóxicos. Também deve-se levar em consideração o fato de que a
resistência antifúngica continua a crescer e evoluir, apesar do surgimento de novas drogas, o que dificulta o
tratamento (TAPIA, 2012). Atualmente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) exige testes de
genotoxicidade para admissão de novos medicamentos, porém os que têm seu registro expedido antes do ano
de 2006 não trazem essa obrigatoriedade, incluindo-se aqui o fluconazol. Por este e outros motivos, torna-se
cada vez mais importantes estudos sobre a genotoxidade dos antifúngicos, a fim de que se possa tratar
estados patológicos e, adicionalmente, promover seu uso racional, de modo especial, a segurança de seu
uso relacionada à isenção de lesões genotóxicas. Neste sentido, o presente trabalho se propõe avaliar o
efeito mutagênico do fluconazol em cultura de leucócitos humanos através do teste de micronúcleo, a fim de
determinar se nas concentrações de pico plasmático a partir de doses terapêuticas há indução de
mutagênese e, dessa forma, avaliar sua segurança de uso.
METODOLOGIA
As culturas de leucócitos foram preparadas utilizando 1 mL de sangue venoso coletado por
venopunção de voluntário adulto jovem, maior de 18 anos e não usuário de medicação. Os leucócitos,
obtidos através de gradiente de centrifugação, foram imediatamente transferidos para o meio de cultura
contendo 9 mL de meio RPMI 1640, suplementado com 10% de soro fetal bovino e 1% de
estreptomicina/penicilina, conforme descrito em trabalho prévio do nosso grupo (SANTOS MONTAGNER et
al., 2010). Os frascos de cultura celular foram colocados em estufa a 37ºC por 72 horas. O controle negativo
foi preparado utilizando 500 µL de tampão PBS 7,4 e o controle positivo com 3 μg/mL de bleomicina. A
concentração testada foi de 120 μg/mL da cápsula do Fluconazol, o que corresponde a 4 vezes a
concentração os obtidos na administração habitual, porém que pode ser causada por erros de prescrição. O
Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
ensaio foi feito em triplicata. O teste de micronúcleo foi realizado segundo a técnica descrita por Schmid
(1975). As lâminas foram analisadas em microscópio com 1.000 vezes de ampliação. Para cada lâmina,
1.000 células foram contabilizadas e classificadas quanto à frequência de micronúcleo, número de células
binucleadas e binucleadas com ponte nucleoplasmática, células binucleadas com micronúcleos, apoptose e
necrose em intervalos de 24, 48 e 72 h após a incubação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com a Figura 1 podemos perceber que o controle negativo apresentou uma baixa
frequência de micronúcleos, como já era esperado, em comparação com ao controle positivo. Já o controle
positivo apresentou uma frequência de 49,67± 3,12% de micronúcleo na dose de 3ug/ml. A amostra testada
na concentração de 120 ug/mL apresentou uma frequência de aproximadamente 33 ± 3,6 %.
Figure 1: Frequência de Micronúcleo
CONCLUSÕES
Na concentração testada de 120 ug/mL, a cápsula de Fluconazol apresentou uma frequência
significativa de micronúcleo. Sendo assim, o Fluconazol mostrou-se mutagênico na concentração testada.
Porém deve-se realizar testes adicionais para assim podermos afirmar até que dose este antifúngico
mostra-se seguro para uso.
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Anais do VII Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão – Universidade Federal do Pampa
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