Indústria robótica no foco do desenvolvimento da indústria manufatureira da China Por Qiang Wei, Diário do Povo Bill Gates propôs recentemente que o “governo deveria aplicar encargos fiscais sobre os robôs”, criando um aceso debate sobre o tema. O homem mais rico do mundo defende que, se um funcionário recebe cerca de 50 mil dólares em salário, e este é tributado, os robôs deveriam igualmente pagar impostos. Quanto ao propósito da aplicação de impostos a robôs, Bill Gates explicou que estes seriam aplicados para “ajudar a reeducar os indivíduos que são substituídos por máquinas”. A proposta de Bill Gates foi recebida como uma piada, mas impulsionou a discussão sobre a relação entre o emprego de humanos e robôs. “A ‘proposta de tributação de Gates’ foca-se essencialmente no aumento da eficiência de produção gerados por máquina e nos benefícios do bem-estar humano, especialmente os grupos vulneráveis”, afirma Li Xiaohua investigador do Instituto de Economia Industrial da Academia Chinesa de Ciências Sociais, em uma entrevista. Li explicou que, caso se apliquem impostos a máquinas robotizadas, ao suprimir a produtividade da indústria manufatureira, a competitividade internacional do país enfraquecerá e a exportação será reduzida, o que consequentemente afetará inúmeros postos de trabalho. Uma nova revolução tecnológica e revolução industrial estão em ascensão, robótica e inteligência artificial são o núcleo do fabrico inteligente como representante da nova economia, se a aplicação de impostos implicar o abrandamento do processo de desenvolvimento deste tipo de inteligência robotizada, os gastos não compensarão as perdas, defende. Atualmente, a indústria manufatureira da China enfrenta um dividendo demográfico diminuído e a pressão do rápido aumento dos custos do trabalho, sendo bastante urgente a transformação e modernização do setor industrial, pois a permanência em indústrias ainda atrasadas, ineficientes e até mesmo empresas deficitárias, é, talvez, a maior ameaça para a empregabilidade. O governo chinês tem prestado atenção a esta questão. O Conselho de Estado emitiu o plano "Made in China 2025", que visa promover a transição para a fabricação de ponta, bem como o desenvolvimento de robôs industriais como um dos pontos-chave. A China tem incluído a indústria robótica como uma das principais áreas do futuro da produção industrial, esperando depender da digitalização e inteligência da indústria manufatureira para alcançar a transformação e modernização do setor de produção. Por outro lado, a China implementou políticas que protegem a empregabilidade. No fim de janeiro do presente ano, o Conselho de Estado emitiu o “13º Plano Quinquenal”, no qual promove o planeamento de emprego. Até 2020, é expetável que o número de oportunidades de emprego aumente, a fim de corresponder à necessidade de emprego de mais de 50 milhões de pessoas nas zonas urbanas, controlando a taxa de desemprego, para que esta não seja superior a 5%.