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Varicocele
Infertilidade e dor que ameaçam
o homem
a maioria das vezes
encontrada na população
jovem masculina, a varicocele hoje atinge a
aproximadamente 10% dos
homens. E o que é pior, a doença,
que provoca uma dilatação da
veia do plexo pampiniforme (plexo
de veias que drenam os
testículos), é a causa corrigível
mais comum de infertilidade
masculina. Dependendo
da gravidade, a varicocele acaba levando a
um quadro de
diminuição do
volume do testículo,
podendo, até
mesmo, vir a atrofiar
o órgão. Em muitos
casos, a única queixa
é uma dor
persistente do lado
esquerdo, que
piora com o
esforço físico.
N
Os
mecanismos,
pelos quais a
doença causa
alterações na
espermatogênese, ainda não são
totalmente esclarecidos. Algumas
teorias explicam o fenômeno, mas
a mais aceita está relacionada a
um aumento de fluxo sangüíneo
do testículo. Isto causaria uma
estase venosa com elevação de
temperatura local, modificando a
função e o crescimento testicular.
A temperatura na bolsa escrotal,
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em média, é de dois graus abaixo
da temperatura intra-abdominal e,
portanto, qualquer elevação
prejudicaria o funcionamento do
testículo.
"Há uma outra teoria, que diz que
a infertilidade seria causada pelo
fluxo retrógrado na veia
espermática interna de
metabólitos tóxicos, vindo da
supra-renal ou rim. A estagnação
sangüínea com hipoxia do epitélio
germinativo também é apontada
como uma causa, assim como as
alterações hormonais", explica o
urologista, Dr. Max Velmovitsky,
membro da Sociedade Brasileira
de Urologia. "A varicocele
raramente é encontrada em
crianças com menos de nove
anos. Já na puberdade, a
incidência é igual aos adultos",
completa.
A Organização Mundial de Saúde
(OMS) classifica a infertilidade em
dois níveis: a primária, que é o
casal sem gravidez com vida
sexual regular, após dois anos sem
contracepção, e a secundária, que
é aquele casal com gravidez
prévia, com ausência de gravidez,
após dois anos de relação sexual
sem contracepção. De acordo
com a instituição, cerca de 80%
dos casais engravidam no
primeiro ano de tentativa e 20%,
no segundo. Abaixo desses
percentuais estão os casais sem
fertilidade nenhuma, segundo a
OMS.
O médico explica que há quatro
graus da doença. A subclínica é
aquela não palpável no exame
físico, sendo necessária a
radiografia; a grau um é palpável
no exame físico somente com
Manobra de Valsava; a grau dois é
palpável em repouso, mas não é
visível: e, por fim, a grau três,
observada na ectoscopia,
normalmente visualiza-se uma
massa tortuosa de veias pouco
acima do testículo. Em 80% dos
casos a doença surge no lado
esquerdo do testículo. De 10% a
20% ela é bilateral, mas há casos
de varicocele isolada do lado
direito.
terceira hipótese fala que a veia
renal esquerda, ao passar
embaixo da artéria mesentérica
superior, faria um "pinçamento"
com elevação de pressão da veia
renal esquerda, sendo transmitida
para a veia espermática interna
esquerda.
doença no lado esquerdo. Um
deles diz que o problema está
relacionado com a diferença da
drenagem venosa entre o
testículo direito e o esquerdo, que
se dá, principalmente, porque a
veia espermática interna esquerda
é mais longa e desemboca na veia
renal esquerda em ângulo reto,
resultando num aumento de
pressão hidrostática. Já a veia
espermática interna direita
desemboca de maneira oblíqua na
veia cava.
O último estudo sugere que a
varicocele seria uma doença
venosa, decorrente de uma
anormalidade na embriogênese do
sistema venoso como um todo.
Exemplo: pacientes com varizes
nos membros inferiores. "Essa é
uma teoria ontogênica, mas há,
também, a hipótese de que a
doença é uma combinação de
todos esses estudos", conta o
Dr. Velmovitsky.
Um outro estudo relata que a
doença seria o resultado de uma
incompetência valvular,
permitindo o fluxo retrógrado pela
veia espermática interna, que
provocaria uma estase venosa. A
Existem estudos que explicam o
porquê da predominância da
Exames e tratamentos
A varicocele prejudica, mas existem muitas formas de terapia
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O surgimento da varicocele está
diretamente ligado ao aumento da
pressão intra-abdominal.
O esforço físico em excesso é um
dos fatores predisponentes. Os
médicos devem ficar atentos para
as patologias retroperitoniais,
como, por exemplo, um tumor
renal com trombo em veia cava.
"O jovem que faz muita
musculação tem tendência a ter
varicocele. A força que ele faz
para levantar um peso acaba
aumentando a pressão na bolsa
escrotal", explica o urologista,
Dr. Max Velmovitsky.
O médico revela que o exame
físico é de extrema importância
para o diagnóstico da doença.
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Segundo ele, o paciente deve
estar de pé e em ambiente de
temperatura normal. Um local
muito frio faz o testículo se retrair.
Após uma palpação minuciosa,
pede-se que a pessoa faça a
Manobra de Valsava. "Se no
exame clínico a varicocele não
aparecer, aí é preciso fazer a
radiografia. Nesses casos,
geralmente há uma suspeita da
doença por causa da infertilidade
do homem", ensina.
O diagnóstico também pode ser
feito através da ultra-sonografia
com ecocolor doppler do cordão
espermático. Este exame permite
um estudo completo do fluxo
sangüíneo testicular. Ele mostra as
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alterações do volume do testículo
em repouso e após a Manobra de
Valsava. Há outros métodos de
exames, como a venografia, a
termografia, a cintilografia, entre
outros. O Dr. Velmovitsky ressalta,
no entanto, que nem todo o
paciente, que tem a doença, tem
a fertilidade afetada.
"O tratamento é cirúrgico, e pode
ser aberto ou laparoscópico. Sou
favorável à cirurgia aberta porque
é mais eficiente, rápida e segura",
conta. O urologista diz que a
doença pode retornar, mas a
cirurgia melhora a espermografia
em até 80% dos casos. "Em 50%
dos casos, o homem obtém
sucesso na gravidez", garante.
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