utilização da horta como instrumento de aprendizagem de

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XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
UTILIZAÇÃO DA HORTA COMO INSTRUMENTO DE
APRENDIZAGEM DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ESPAÇO
ESCOLAR
Renan Francisco da Silva1, Gilmara Mabel Santos², Maria das Graças Vieira de Melo³, Marcos Fernandes de Almeida 4,
Thiago Gonçalves da Silva5, Hélvio Aristóteles Silva Oliveira6

Introdução
O contato com a natureza através das atividades ligadas ao uso do solo tais como, o preparo, plantio, tratos culturais
e produção representa uma forma de aprendizado saudável e criativo bem como propicia estímulo ao exercício físico.
Inserida no ambiente escolar, a horta pode ser um laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento de diversas
atividades pedagógicas em educação ambiental, unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxiliando no
processo de ensino-aprendizagem e estreitando relações através da promoção do trabalho coletivo e cooperado entre os
agentes sociais envolvidos. A horta é o lugar destinado ao cultivo de hortaliças, que são plantas que apresentam
crescimento rápido. Geralmente, são cultivadas em pequenas áreas. Em síntese, as hortas nas escolas podem servir não
só como fonte de alimentação, mas também como uma oportunidade para desenvolver atividades didáticas. Além disso,
as hortas também oferecem uma oportunidade para abordar a questão da sustentabilidade, que é uma das preocupações
mundiais.
A sustentabilidade é um assunto em pauta na atualidade, o mundo inteiro tem se voltado para essa questão. Trabalhar
com sustentabilidade nas escolas é uma maneira eficaz de consolidar a relação homem/natureza (Reis, 2005). As ações
predatórias da humanidade vêm causando grandes impactos ao planeta, logo esses impactos tornar-se-ão irreversíveis e
em breve populações inteiras sentirão suas consequências.
Os problemas ambientais tornaram-se uma preocupação para a sociedade moderna, em decorrência disso, uma série
de iniciativas estão sendo desenvolvidas no sentido de reverter esta situação. De maneira geral a Educação Ambiental
procura inserir ações sustentáveis na educação básica, tendo por fim, formar cidadãos conscientes e comprometidos com
o bem estar da sociedade (Serrano 2003). A escola é um espaço primordial para a execução dessas atividades porque
pode proporcionar reflexões sobre: educação e desenvolvimento sustentável, para isso necessitam de atividades de sala
de aula e atividades de campo (Vasconcellos, 1997).
Sendo assim, a Educação Ambiental precisa ser compreendida como componente indispensável do currículo escolar.
Essa área de estudo e pesquisa se faz necessária na atualidade, pois sustenta todas as atividades e impulsiona os aspectos
físicos, biológicos, sociais e culturais dos seres humanos. Assim, apresenta-se como elemento principal para o currículo
escolar (Valdameri, 2004).
Este trabalho tem por objetivo mostrar a intervenção que o Projeto de Extensão/Horta sustentável em escolas
municipais do Agreste está fazendo no período do mês de março a outubro de 2013, na Escola Municipal Virgília
Garcia Bessa, localizada na Comunidade de Remanescente Quilombola de Castainho, Garanhuns – PE, com a
implantação de hortas e refletir sobre a contribuição do mesmo na educação ambiental dos alunos.
Material e métodos
Inicialmente foram realizadas palestras e atividades lúdicas para os alunos sobre a implantação de horta escolar e
conscientização ambiental.
A. Escolha do local para implantação da horta,
Para a escolha do local na escola, foi realizada uma visita dos alunos bolsistas do projeto de extensão, os quais
1
Primeiro Autor é Discente do curso de Engenharia de Alimentos, Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de
Garanhuns. Av. Bom Pastor, s/n, Boa vista, Garanhuns, PE, CEP: 55.290-000. E-mail: [email protected]
² Segundo Autor é Professora Adjunta do Departamento de Horticultura, Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de
Garanhuns. Av. Bom Pastor, s/n, Boa vista, Garanhuns, PE, CEP: 55.290-000.
³ Terceiro Autor é Discente do curso de Engenharia Agronômica, Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Garanhuns.
Av. Bom Pastor, s/n, Boa vista, Garanhuns, PE, CEP: 55.290-000.
4
Quarto Autor é Discente do curso de Engenharia Agronômica, Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Garanhuns.
Av. Bom Pastor, s/n, Boa vista, Garanhuns, PE, CEP: 55.290-000.
5
Quinto Autor é Discente do curso de Zootecnia, Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Garanhuns. Av. Bom
Pastor, s/n, Boa vista, Garanhuns, PE, CEP: 55.290-000.
6
Sexto Autor é Discente do curso de Engenharia Agronômica, Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Garanhuns.
Av. Bom Pastor, s/n, Boa vista, Garanhuns, PE, CEP: 55.290-000.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
analisaram a área a fim de identificar qual seria o modelo mais apropriado para implantação da horta. Dentre os pontos
analisados, observou-se se na localidade se havia a disponibilidade de sol, água, condições de terreno e proteção de
ventos fortes e frios. A dimensão da área em estudo têm 12m x 8m, totalizando 96m². O croqui dos canteiros foi
realizado pelos alunos com ajuda do aluno bolsista.
B. Materiais básicos definidos para o manejo adequado,
Ancinho – utilizado para nivelar o terreno e retirada do mato capinado.
Colher de Jardineiro – utilizado em operações de transplante de plantas.
Enxada – usada para misturar adubos, terra e nas capinações.
Garfo – coleta de mato e folhagem.
Regadores de diferentes tamanhos permitindo manuseio das crianças.
Sacho – para aforamento da terra a capina entre linhas de plantas.
C. Preparação dos canteiros
Foram feitos oito canteiros com dimensão de 1,20m x 5m cada, distribuídos em toda área. A mistura para a terra dos
canteiros foi realizada com a ajuda dos alunos envolvidos no projeto. Foram utilizados 1,5 litros/m² de esterco bovino
curtido. Após a aplicação, os canteiros foram revolvidos.
D. Semeadura
De acordo com a hortaliça a ser cultivada, ocorreu à semeadura direta ou a semeadura indireta.
 Semeadura direta – Primeiramente foi feito sulcos, em seguida, as sementes foram colocadas nos sulcos dos
canteiros e cobertas com o solo, e finalizando com irrigação.
• Semeadura indireta – Na sementeira foram utilizadas bandejas com 200 células. Como regra, a profundidade das
sementes das hortaliças foi semeada de acordo com o tamanho da semente. A sementeira sempre estava umedecida
através das regas feitas pela manhã e tarde. O transplante foi realizado após as mudas terem apresentado quatro a seis
folhas. Observando que a bandeja foi previamente molhada para a retirada das mudas.
E. Dia-a-dia na horta
O manejo da horta seguiu-se os seguintes critérios:
• Irrigação diariamente observando o melhor horário para sua efetivação;
• Retirada das plantas invasoras;
• Aeração da terra próxima às mudas;
• Foram feita amontoa para completar nível de terra em plantas descobertas;
• Controle fitossanitário;
F. Colheita e higienização
A colheita foi realizada de acordo com o ciclo da cultura. Realizada com o auxílio dos alunos e professores. Após a
colheita, foi feita a higienização e distribuição para o preparo da merenda na escola.
Resultados e Discussão
A partir dos resultados obtidos pode-se perceber que a implantação da horta na escola, obteve um bom respaldo dos
agentes envolvidos no projeto e em contrapartida trouxe colaboração para a educação ambiental dos alunos, onde, desde
a escolha do local para a implantação da horta foi discutido com os estudantes todas as características edafoclimáticas
presentes que na localidade teria que dispor para se ter um bom resultado. Ao ter dimensionado a área em estudo, já
pudemos trazer conhecimentos de matemática dados em sala de aula, como a multiplicação do comprimento x largura
que chegaria a área em m² e também o croqui dos canteiros e sua distribuição. Após o estudo do ambiente, foram
apresentados os materiais básicos para o manejo, onde pudemos aferir que os mesmos já obtinham certo conhecimento
adquirido pelos pais em suas propriedades na comunidade.
Na preparação dos canteiros foram abordados temas de ciências com os alunos, onde falamos que trabalharíamos com
a terra como um organismo vivo, pois os alunos tinham a visão de que o solo só servia para sustentação da planta, e a
partir desse ponto a aula prática começou a entusiasmar os mesmos ao saber que no solo é onde as plantas retiram parte
do seu alimento que são os nutrientes e a água que fica disponível no solo e explicamos que o solo teria que sempre ser
adubado, que no caso utilizaríamos o esterco de gado por estarmos trabalhando com horta agroecológica.
Durante a semeadura os alunos mostraram grande interesse ao conhecer as sementes de olerícolas, e aprenderam que
para ocorrer à germinação da semente, ela deve ser umedecida e ser mantida úmida com regas pela manhã e tarde, e que
o processo de transplante de mudas quando eram semeadas em bandejas, elas teriam que estar apresentando de quatro a
seis folhas. Assim, observando o processo de desenvolvimento da planta.
No dia-a-dia na horta, os alunos aprenderam e observaram que cada hortaliça tem sua exigência de época, e forma de
plantio, necessidades de adubação, e que todas elas precisam de cuidados básicos como a irrigação e manejo das plantas
invasoras.
Na colheita foi onde pudemos observar que as crianças se conscientizaram e perceberam que cultivando a terra com
cuidados e respeito pode gerar alimentos saudáveis sem prejudicar o ambiente e tudo que foi aprendido na escola
poderia ser posto em prática nas suas casas.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
Agradecimentos
Ao meu Senhor JESUS CRISTO, Filho do Meu DEUS VIVO, que é a razão de tudo que faço pelo amor ao próximo,
onde sempre me guia por onde andar e pesquisar, me dando sabedoria para seguir com meus estudos, pois tudo que faço
é dEle e para Ele.
A amiga e orientadora professora Gilmara Mabel, pela valiosa oportunidade de trabalho e pelos ensinamentos.
A Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Garanhuns, por me proporcionar boas
oportunidades na construção de meu senso crítico e pelos ensinamentos tanto da ciência expansiva quanto das
oportunidades oferecidas.
Referências
REIS, Ana Cristina dos Santos. Projeto: horta na escola. Novembro de 2005. Disponível
em:http://professor.ucg.br/siteDocente/admin/arquivosUpload/12341/material/Projeto%20%E2%80%93%20A%20Hort
a%20na%20Escola.pdf. Acesso em: 31 de Agosto de 2012.
SERRANO, C. M. L. Educação Ambiental e Consumerismo em Unidades de Ensino Fundamental de Viçosa-MG. 2003.
91f. Tese (Doutorado em Magister Scientiae) – Programa de Pós Graduação em Ciência Florestal, Universidade Federal
de Viçosa, Viçosa. 2003.
VALDAMERI, A. J. Educação Ambiental: Um estudo de caso em escolas municipais. 2004. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção Gestão da Qualidade Ambiental) - Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2004.
VASCONCELLOS, H. S. R. A pesquisa-ação em projetos de Educação Ambiental. In: PEDRINI, A. G. (org). Educação
Ambiental: reflexões e práticas contemporâneas. Petrópolis, Vozes, 1997.
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