EA611 – Circuitos II Capı́tulo 3 Potência em circuitos trifásicos Carlos A. Castro DSE/FEEC/UNICAMP Carlos A. Castro EA611 – Potência 1/90 Conceitos Considere duas cargas trifásicas ligadas em Y e em ∆: a Za a b Zb b Zab n c Zc Carga em Y Carlos A. Castro Zca c Zbc Carga em ∆ EA611 – Potência 2/90 Conceitos A potência total fornecida a uma carga trifásica é igual à soma das potências entregues individualmente a cada impedância da carga Para a carga em Y: S3Y = Sa + Sb + Sc = V̂an Îa + V̂bn Îb + V̂cn Îc (1) Para a carga em ∆: + V̂bc Î + V̂ca Î S3∆ = Sab + Sbc + Sca = V̂ab Îab ca bc Carlos A. Castro EA611 – Potência (2) 3/90 Conceitos As equações (1) e (2) são gerais, ou seja, são válidas para qualquer carga trifásica Considere o caso particular de cargas equilibradas. Considere também que as tensões aplicadas sobre as cargas sejam (sequência de fases ABC): \0Æ V V̂bn = Vf \ ( 120Æ ) V̂cn = Vf \120Æ V em que V` = Carlos A. Castro p \30Æ V V̂bc = V` \ ( 90Æ ) V̂ca = V` \150Æ V V̂ab = V` V̂an = Vf V V 3Vf EA611 – Potência 4/90 Conceitos No caso de cargas equilibradas, as impedâncias são representadas por: Z = j Z j \ Ω Para a carga em Y: a Za b Zb n c Carlos A. Castro Zc \ ( ) A Îb = V̂bn =Z = I` \ ( 120Æ ) A Îc = V̂cn =Z = I` \ ( + 120Æ ) A Îa = V̂an =Z = I` EA611 – Potência 5/90 Conceitos A potência trifásica fornecida pela fonte à carga em Y será igual a: \0Æ I` \ + Vf \ ( 120Æ) I` \ ( + 120Æ) + Vf \120Æ I` \ ( 120Æ ) = 3Vf I` \ V` =3 p I` \ S3Y = Vf = Carlos A. Castro p 3 3V` I` \ VA (3) EA611 – Potência 6/90 Conceitos Para a carga em ∆: a b Zab c Zbc \ (30Æ ) A Îbc = V̂bc =Z = If \ ( 90Æ ) A Îca = V̂ca =Z = If \ (150Æ ) A Îab = V̂ab =Z = If Zca A potência trifásica fornecida pela fonte à carga em ∆ será igual a: \30Æ If \ ( 30Æ + ) + V` \ ( \150Æ If \ ( 150Æ + ) = 3V` If \ I` = 3V` p \ S3∆ = V` V` = Carlos A. Castro p 3V` I` 90Æ ) If \ (90Æ + ) + 3 \ VA (4) EA611 – Potência 7/90 Conceitos Para cargas trifásicas equilibradas, a potência total fornecida é igual a: p S3 = 3V` I` \ VA para conexões em Y e em ∆ A potência total fornecida a uma carga trifásica equilibrada depende dos valores de tensão e corrente de linha e do ângulo da impedância de carga As potências ativa e reativa totais valem: P 3 = Q 3 = p p3V`I` cos W 3V` I` sen var1 1 Unidade segundo a Resolução n.12, de 12 de outubro de 1988, do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO). Carlos A. Castro EA611 – Potência 8/90 Conceitos Exemplo Uma carga indutiva trifásica equilibrada é alimentada por uma fonte de tensão trifásica de 220 V de linha. A corrente de linha medida é de 5 A e a potência ativa total fornecida é de 900 W. A 5A a A b B F ONTE + 220 V C − N Carlos A. Castro C ARGA c 900 W EA611 – Potência 9/90 Conceitos 1 Obtenha as potências aparente, complexa, reativa e o fator de potência da carga. 2 Determine as impedâncias por fase para os casos em que a carga está conectada em Y e em ∆. Carlos A. Castro EA611 – Potência 10/90 Conceitos As grandezas pedidas são calculadas por: j S 3 j = p 3V` I` = p 3 220 5 = 1905;3 VA fp = cos = P3 = j S3 j= 900=1905;3 = 0;47 = cos 1 (fp) = cos 1 (0;47) = 61;8Æ S3 = j S3 j \ = 1905;3 \61;8Æ VA Q3 = j S3 j sen = 1679;3 var Carlos A. Castro EA611 – Potência 11/90 Conceitos Considerando que a carga esteja conectada em Y: ZY = = V̂an Îa V̂an V̂an ! p 2 2 Vab = 3 Van = = Sa S3 =3 2 Vab 2202 = = 25;4 \61;8Æ Ω S3 1905;3 \ ( 61;8Æ ) Para conexão em ∆: Z∆ = = Carlos A. Castro V̂ab Îab V̂ab V̂ab ! = 2 2 Vab Vab = Sab S3 =3 2 3Vab 3 2202 = = 76;2 \61;8Æ Ω = 3 ZY S3 1905;3 \ ( 61;8Æ ) EA611 – Potência 12/90 Conceitos Exemplo A figura a seguir mostra um circuito em que uma fonte trifásica de 13;8 kV de linha alimenta uma carga trifásica equilibrada em Y de impedância Zc = 200 + j 50 Ω por fase através de uma linha de transmissão de impedância ZL = j 10 Ω por fase. L INHA DE TRANSMISS ÃO F ONTE A ZL a Zc B ZL b Zc + C 13;8 kV − ZL c Zc N Carlos A. Castro C ARGA n EA611 – Potência 13/90 Conceitos Pede-se: 1 a corrente de linha. 2 a tensão na carga e a queda de tensão na linha. 3 a potência aparente entregue à carga. 4 a potência aparente fornecida pela fonte. 5 as potências ativa e reativa consumidas pela linha. 6 o fator de potência da carga e o fator de potência visto pela fonte. Carlos A. Castro EA611 – Potência 14/90 Conceitos Como a carga é equilibrada, pode-se calcular somente as tensões e correntes para uma das fases. As tensões e correntes das outras fases podem ser obtidas simplesmente levando em conta as defasagens apropriadas, já que seus valores eficazes são os mesmos. Assim, basta definir uma das tensões de fase, como por exemplo: V̂AN = 13;8 p 3 \0Æ kV Corrente na fase A: p V̂AN 13;8 103 = 3 \0Æ ÎA = = = 38;16 \ ( 16;7Æ ) A Zc + ZL j 10 + (200 + j 50) Carlos A. Castro EA611 – Potência 15/90 Conceitos Tensão de fase sobre a carga: V̂an = Zc ÎA = 7;87 \ ( 2;66Æ ) = 13;62 p 3 \ ( 2;66Æ) kV Queda de tensão na linha de transmissão: V̂L = V̂AN V̂an = ZL ÎA = 381;6 \73;3Æ V Diagrama fasorial para a fase A: 2;66Æ 16;7Æ V̂AN V̂an V̂L ÎA Carlos A. Castro EA611 – Potência 16/90 Conceitos Potência aparente entregue à carga: j Sc j= 3Van IA = 900;2 kVA 0;9 MVA Potência aparente fornecida pela fonte: j SF j= 3VAN IA = 912;1 kVA 0;91 MVA Potência complexa consumida pela linha de transmissão: SL = 3V̂L ÎA = 43;7 \90Æ kVA ou seja: PL = 0 QL = 43;7 kvar 0;04 Mvar Carlos A. Castro EA611 – Potência 17/90 Conceitos Naturalmente, não há consumo de potência ativa pela linha já que ela é composta somente por uma reatância. A perda de potência na linha corresponde a pouco mais de 4% da potência fornecida pela fonte. O fator de potência da carga é igual ao co-seno do ângulo de defasagem entre a tensão da fase A e a corrente pela fase A: fpc = cos h \ V̂an = cos [( 2;66Æ ) Carlos A. Castro \ i ÎA ( 16;7Æ )] = 0;970 EA611 – Potência 18/90 Conceitos O fator de potência da carga também corresponde ao co-seno do ângulo da impedância da carga: fpc = cos tg = cos tg Xc Rc 50 1 = 0;970 200 1 Fator de potência visto pela fonte: fpF = cos h \ V̂AN = cos [0Æ Carlos A. Castro \ i ÎA ( 16;7Æ )] = 0;958 EA611 – Potência 19/90 Conceitos O fator de potência visto pela fonte é igual ao co-seno do ângulo da impedância da carga em série com a impedância da linha. Como a impedância da linha é puramente indutiva, sua presença resulta em um fator de potência visto pela fonte menor do que o fator de potência da carga. Carlos A. Castro EA611 – Potência 20/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 4 fios Carga trifásica em Y com neutro (a 4 fios), para a qual deseja-se medir a potência ativa total consumida: C ARGA A a Za B b Zb C c Zc N n F ONTE Carlos A. Castro EA611 – Potência 21/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 4 fios A potência ativa total consumida pela carga é igual à soma das potências ativas consumidas em cada fase: P 3 = P A + P B + P C = VAN IA cos A + VBN IB cos B + VCN IC cos C em que A , B e C são os ângulos das impedâncias das fases Carlos A. Castro EA611 – Potência 22/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 4 fios A potência ativa consumida por uma impedância pode ser medida através da conexão de um wattı́metro: Bobina de potencial (BP) Bobina de corrente (BC) I I + V Z − Carlos A. Castro EA611 – Potência 23/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 4 fios Voltando ao circuito trifásico, a potência ativa consumida pela impedância da fase A é obtida através da colocação de um wattı́metro: C ARGA ÎA A Wattı́metro BC BP a Za + F ONTE V̂AN − N n Pela bobina de corrente BC circula a corrente de linha ÎA e sobre a bobina de potencial BP é aplicada a tensão de fase V̂AN . Então: n o PA = VAN IA cos A = < V̂AN ÎA Carlos A. Castro EA611 – Potência 24/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 4 fios Se dois wattı́metros adicionais forem ligados às outras fases da carga, a potência ativa total será dada pela soma das leituras dos três wattı́metros: C ARGA A a Za b Zb c Zc W1 B W2 F ONTE C W3 N n Em particular, se a carga for equilibrada, basta ligar um wattı́metro, que medirá um terço da potência total, e multiplicar a leitura por três para obter a potência total consumida. Carlos A. Castro EA611 – Potência 25/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Para cargas cujas impedâncias estão conectadas em ∆ ou Y sem neutro, a ligação dos wattı́metros é feita da seguinte forma: A a W1 b B W2 F ONTE o C c C ARGA ∆ OU Y W3 N n Não há conexão entre o neutro da carga e o neutro da fonte. Assim, o ponto comum dos wattı́metros o permanece em um potencial arbitrário Carlos A. Castro EA611 – Potência 26/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios As indicações dos três wattı́metros serão: A a W1 b B W2 F ONTE C o c C ARGA ∆ OU Y W3 N Carlos A. Castro n EA611 – Potência o n P1 = < V̂Ao ÎA n o P2 = < V̂Bo ÎB n o P3 = < V̂Co ÎC 27/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Fase A do circuito trifásico: C ARGA A a Za A a W1 BC + F ONTE BP o n o Za V̂An V̂Ao − N + − + V̂on − n Para a malha mostrada tem-se: V̂on + V̂Ao Carlos A. Castro V̂An = 0 ) EA611 – Potência V̂Ao = V̂An V̂on 28/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Expressões semelhantes são obtidas para as demais fases: V̂Bo = V̂Bn V̂on V̂Co = V̂Cn V̂on A soma das leituras dos três wattı́metros será: 3 X i=1 o n Pi = P1 + P2 + P3 = < V̂Ao ÎA + V̂Bo ÎB + V̂Co ÎC Carlos A. Castro n = < V̂An V̂on ÎA + V̂Bn n = < V̂An ÎA + V̂Bn ÎB + V̂Cn ÎC V̂on ÎB + V̂Cn V̂on ÎC o V̂on Î + Î + Î EA611 – Potência A B o C 29/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Como a soma das correntes de linha é igual a zero, chega-se finalmente a: 3 X i=1 o n Pi = < V̂An ÎA + V̂Bn ÎB + V̂Cn ÎC = P3 Assim, a soma das leituras dos três wattı́metros fornece a potência ativa total entregue à carga, independentemente do potencial do ponto o Carlos A. Castro EA611 – Potência 30/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Como o potencial do ponto o não tem influência no resultado final, pode-se atribuir a ele um potencial em particular. Portanto, pode-se conectar o ponto o a uma das fases, como por exemplo, à fase b. Neste caso, o wattı́metro 2, que originalmente media: n o P2 = < V̂Bo ÎB passará a indicar potência nula, pois não haverá diferença de potencial aplicada em sua bobina de potencial (BP) Carlos A. Castro EA611 – Potência 31/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Portanto, o wattı́metro 2 pode ser retirado do circuito: A a W1 B b C c F ONTE C ARGA ∆ OU Y W3 n N A soma das leituras indicadas pelos wattı́metros 1 e 3 será: n o P1 + P3 = < V̂AB ÎA + V̂CB ÎC Carlos A. Castro EA611 – Potência 32/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Considerando que: V̂AB = V̂An V̂Bn V̂CB = V̂Cn V̂Bn tem-se: P1 + P3 = < n V̂An V̂Bn ÎA + V̂Cn o V̂Bn ÎC V̂Bn ÎA + ÎC +V̂Cn ÎC | {z } V̂An ÎA = ÎB n o = < V̂An ÎA + V̂Bn ÎB + V̂Cn ÎC = P3 =< Carlos A. Castro EA611 – Potência 33/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios É possı́vel medir a potência ativa total consumida por uma carga a 4 fios utilizando 3 wattı́metros. No caso de uma carga a 3 fios, apenas 2 wattı́metros são suficientes Em geral, a potência ativa total entregue a uma carga com n fios pode ser obtida através da utilização de (n 1) wattı́metros Teorema de Blondel ou método dos (n 1) wattı́metros Se a energia é fornecida a uma carga polifásica por n fios, a potência total na carga é dada pela soma algébrica das leituras de n wattı́metros, ligados de tal maneira que cada um dos n fios contenha uma bobina de corrente de um aparelho, estando a bobina de potencial correspondente ligada entre este fio e um ponto comum a todas as bobinas de potencial. Se este ponto estiver sobre um dos n fios, bastam (n 1) wattı́metros Carlos A. Castro EA611 – Potência 34/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Exemplo A figura abaixo mostra uma fonte de tensão de 220 V de linha que alimenta uma carga trifásica desequilibrada em Y cujas impedâncias das fases valem Za = 100 Ω, Zb = 200 Ω e Zc = 100 Ω. A a W1 B b C c F ONTE C ARGA Y W3 N n Calcule a potência ativa total consumida pela carga. Obtenha também as leituras de cada wattı́metro e a potência ativa total medida. Carlos A. Castro EA611 – Potência 35/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Considere que as tensões fornecidas pela fonte de tensão sejam: V̂AN = 127 \0Æ V V̂BN = 127 \ ( 120Æ) V V̂CN = 127 \120Æ V V̂AB = 220 \30Æ V V̂BC = 220 \ ( 90Æ ) V V̂CA = 220 \150Æ V A tensão entre os pontos neutros da carga e da fonte será: V̂nN = Carlos A. Castro Ya V̂AN + Yb V̂BN + Yc V̂CN = 25;4 \60Æ V Ya + Yb + Yc EA611 – Potência 36/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Tensões de fase aplicadas sobre carga: V̂An = V̂AN V̂Bn = V̂BN V̂Cn = V̂CN V̂nN = 116;4 \ ( 10;9Æ ) V V̂nN = 152;4 \ ( 120Æ ) V V̂nN = 116;4 \130;9Æ V Correntes de linha: ÎA = V̂An =Za = 1;164 \ ( 10;9Æ ) A ÎB = V̂Bn =Zb = 0;762 \ ( 120Æ ) A ÎC = V̂Cn =Zc = 1;164 \130;9Æ A Carlos A. Castro EA611 – Potência 37/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Potências por fase e a potência total: PA = RA IA2 = 135;5 W PB = RB IB2 = 116;2 W PC = RC IC2 = 135;5 W P3 = PA + PB + PC = 387;2 W Leituras indicadas por cada wattı́metro: n o P1 = < V̂AB ÎA = VAB IA cos (30Æ + 10;9Æ ) = 193;6 W o n P3 = < V̂CB ÎC = VCB IC cos (90Æ 130;9Æ ) = 193;6 W P3 = P1 + P3 = 387;2 W Carlos A. Castro EA611 – Potência 38/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Considere novamente o circuito trifásico a 3 fios mostrado a seguir. A a W1 b B F ONTE C c C ARGA ∆ OU Y W3 n N Carlos A. Castro EA611 – Potência 39/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios As leituras dos wattı́metros 1 e 3 serão iguais a: o n P1 = < V̂AB ÎA = VAB IA cos \ V̂AB \ ÎA = VAB IA cos 1 o n P3 = < V̂CB ÎC = VCB IC cos \ V̂CB = VCB IC cos 3 \ ÎC Dependendo da caracterı́stica da carga e, portanto, dos ângulos de defasagem entre as tensões e correntes (1 e 3 ), P1 e P3 poderão apresentar valores positivos ou negativos Carlos A. Castro EA611 – Potência 40/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Caso sejam utilizados wattı́metros analógicos, valores negativos de potências farão com que os ponteiros tendam a defletir em direção ao lado negativo da escala Digital Analógico Carlos A. Castro EA611 – Potência 41/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Nestes casos, deve-se inverter a ligação de uma das bobinas (de corrente ou de potencial, sendo mais comum a inversão da última) A potência total fornecida à carga é dada pela soma algébrica das leituras dos wattı́metros Carlos A. Castro EA611 – Potência 42/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Diagrama fasorial contendo as tensões e correntes na fonte de tensão, para o caso particular em que a carga é equilibrada (Za = Zb = Zc ): V̂CB A V̂CN a W1 b B F ONTE C c ÎC C ARGA ∆ OU Y 30Æ 30Æ W3 N n ÎB V̂AB V̂AN ÎA V̂BC V̂BN Carlos A. Castro EA611 – Potência 43/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Considerando que a sequência de fases seja ABC e que a tensão da fase A seja tomada como referência angular, as leituras dos wattı́metro serão: n o P1 = < V̂AB ÎA = < VL \30Æ [IL \ ( )] = < fVL IL \ ( + 30Æ )g = VL IL cos ( + 30Æ ) n o P3 = < V̂CB ÎC = < VL \90Æ [IL = < fVL IL \ ( = VL IL cos ( Carlos A. Castro \ (120Æ )] 30Æ )g 30Æ ) EA611 – Potência (5) (6) 44/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Nota-se que os valores de potência indicados pelos wattı́metros podem ser positivos ou negativos dependendo do ângulo da impedância, ou seja, do fator de potência da carga Se > 60Æ ou < 60Æ , uma das leituras será negativa Então, se o fator de potência da carga for menor que 0;5 (ou seja, cos 60Æ ), um dos wattı́metros tenderá a defletir para o lado negativo da escala Assim, deve-se inverter a ligação de uma das bobinas do mesmo para a leitura de medida No entanto, para a obtenção da potência ativa total, deve-se lembrar que a leitura daquele wattı́metro é negativa Carlos A. Castro EA611 – Potência 45/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Através das expressões de P1 e P3 dadas pelas equações (5) e (6) verifica-se que, no caso de um dos wattı́metros acusar leitura negativa, deve-se inverter uma de suas bobinas e a potência total será dada por: (potência total) = (maior leitura) Carlos A. Castro EA611 – Potência (menor leitura) 46/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Exemplo Um motor de indução2 trifásico opera em vazio, ou seja, sem carga mecânica acoplada ao seu eixo. Ele está conectado a uma rede elétrica cuja tensão de linha é igual a 220 V: M OTOR A a W1 B b Z c Z R EDE C W3 N n Z Note que o motor é modelado como uma carga trifásica equilibrada em triângulo. A impedância do motor é igual a 50 \80Æ Ω por fase. A sequência de fases é ABC. Obtenha os valores das potência lidas em cada wattı́metro analógico e a potência ativa total consumida pelo motor. 2 Motor largamente empregado na prática devido à sua robustez de operação e baixo custo. Carlos A. Castro EA611 – Potência 47/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Corrente de linha fornecida pela rede ao motor: IL = p 3 p 220 p VL = 3 = 4;4 3 A jZ j 50 Potências lidas em cada wattı́metro: p p P1 = VL IL cos ( + 30Æ ) = 220 4;4 3 cos (80Æ + 30Æ ) = P3 = VL IL cos ( 30Æ ) = 220 4;4 3 cos (80Æ 573;4 W 30Æ ) = 1077;7 W Potência total consumida pelo motor: P 3 = P 1 + P 2 = 573;4 + 1077;7 = 504;3 W Como P1 apresenta valor negativo, deve-se inverter a conexão de uma das bobinas para que a leitura seja feita adequadamente. Nota-se que a leitura de menor valor é aquela cujo sinal resultou negativo. Carlos A. Castro EA611 – Potência 48/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Exemplo Considere novamente o circuito a seguir, em que uma fonte cuja tensão de linha é 220 V alimenta uma carga trifásica conectada em estrela e que tem as impedâncias por fase iguais a Za = Zb = Zc = j Z j \ = 100 \ Ω. A a W1 B b C c F ONTE C ARGA Y W3 N n A sequência de fases é ABC. Obtenha as leituras dos dois wattı́metros e a potência trifásica total para 90Æ 90Æ . Carlos A. Castro EA611 – Potência 49/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios O valor eficaz da corrente de linha fornecida pela fonte independe do ângulo da impedância e vale: IL = p VL = 3 jZ j p 220 = 1;27 A 3 100 As leituras dos wattı́metros e a potência total são dadas por: P1 = VL IL cos ( + 30Æ ) = 220 1;27 cos ( + 30Æ ) = 279;4 cos ( + 30Æ ) P3 = VL IL cos ( 30Æ ) = 220 1;27 cos ( P3 = P1 + P3 = VL IL [cos ( + 30Æ ) + cos ( = p 30Æ ) = 279;4 cos ( 30Æ ) 30Æ )] 3VL IL cos = 483;9 cos Carlos A. Castro EA611 – Potência 50/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Gráfico das curvas de P1 , P2 e P3 em função de : P3 483;9 W 450 P1 P2 300 150 0 60 30 0 30 60 90 150 Carlos A. Castro EA611 – Potência 51/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Tabela com leituras dos wattı́metros e a potência total para alguns valores de : (Æ ) 90 60 30 0 30 60 90 Carlos A. Castro P1 (W) 139;70 241;97 279;40 241;97 139;70 0;0 139;70 P3 (W) 139;70 0;0 139;70 241;97 279;40 241;97 139;70 EA611 – Potência P3 (W) 0;0 241;97 419;10 483;94 419;10 241;97 0;0 52/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Pode-se notar que: As potências totais para igual a 90Æ e 90Æ são iguais a zero, caracterizando cargas puramente reativas (capacitiva e indutiva, respectivamente). A leitura de um dos wattı́metros é nula quando o valor absoluto de é 60Æ . Este é o ponto de mudança na deflexão dos wattı́metros. Carlos A. Castro EA611 – Potência 53/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios O maior consumo de potência ativa ocorre para uma carga puramente resistiva, ou seja, para = 0Æ . Para cada fase, a potência ativa consumida é: P = R (IL )2 em que IL é a corrente de linha e R é a resistência da respectiva fase, sendo dada por: R =j Z j cos A corrente de linha é constante para este exemplo e R atinge seu valor máximo para igual a zero. Carlos A. Castro EA611 – Potência 54/90 Medição de potência ativa em circuitos trifásicos Circuito trifásico a 3 fios Exercı́cio Carga Determine as potências lidas nos wattı́metros 1 e 2 e as potências ativa e reativa totais consumidas pela carga do circuito abaixo, alimentado por uma tensão de 230 V de linha, sequência de fases ABC. Resp.: 511;5152 W ; 1389;4429 W ; 877;9277 W ; 3292;5560 var Carlos A. Castro EA611 – Potência 55/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos A potência reativa total de uma carga trifásica é igual à soma das potências reativas de cada fase, e pode ser medida através de wattı́metros convenientemente conectados ao circuito O esquema de ligação será deduzido a partir do tipo mais geral de carga, que é a desequilibrada em estrela sem neutro, e será válido para todo tipo de carga, equilibrada ou desequilibrada, a três ou quatro fios Carlos A. Castro EA611 – Potência 56/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos A potência reativa total é dada por: Q 3 = Q A + Q B + Q C = VAn IA sen A + VBn IB sen B + VCn IC sen C n n n o o o = = V̂An ÎA + = V̂Bn ÎB + = V̂Cn ÎC em que se considera que existe uma diferença de potencial entre o neutro da carga n e o neutro da fonte N (deslocamento de neutro) Conforme mostrado anteriormente, as tensões de fase da carga se relacionam com as tensões de fase da fonte através de: V̂An = V̂AN Carlos A. Castro V̂nN V̂Bn = V̂BN V̂nN EA611 – Potência V̂Cn = V̂CN V̂nN 57/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos A expressão de Q3 fica: o n Q3 = = V̂An ÎA + V̂Bn ÎB + V̂Cn ÎC n = = V̂AN V̂nN ÎA + V̂BN V̂nN = = V̂AN ÎA + V̂BN ÎB + V̂CN ÎC V̂nN n o = = V̂AN ÎA + V̂BN ÎB + V̂CN ÎC n n n o o = = V̂AN ÎA + = V̂BN ÎB + = V̂CN Carlos A. Castro EA611 – Potência ÎB + V̂CN V̂nN ÎA + ÎB + ÎC {z } | Î C o =0 ÎC o 58/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos Considerando as tensões da fonte como equilibradas, na sequência ABC e com referência angular na fase a, tem-se: V̂AN = VAN \0Æ = VF \0Æ V V̂BN = VBN \ 120Æ = VF \ 120Æ V V̂CN = VCN \120Æ = VF \120Æ V e: V̂AB = VAB \30Æ = V̂BC = VBC \ p p p 3 VF \ 90Æ = V̂CA = VCA \150Æ = Carlos A. Castro 3 VF \30Æ V 90Æ V 3 VF \150Æ V EA611 – Potência 59/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos A relação entre as tensões V̂AN e V̂BC é: V̂AN V̂BC = V F \0 Æ 1 = p \90Æ 3 VF \ 90Æ 3 p Da mesma forma: V̂BN V̂CA Carlos A. Castro = p1 \90Æ 3 e V̂CN V̂AB EA611 – Potência = p1 \90Æ 3 60/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos Substituı́ndo as tensões na expressão de Q3 : Q 3 = o n o n oi h n V̂BC ÎA \90Æ + = V̂CA ÎB \90Æ + = V̂AB ÎC \90Æ p1 = 3 Tomando somente um dos termos da expressão de Q3 tem-se: n o = V̂BC ÎA \90Æ = VBC IA sen \ V̂BC \ ÎA +90Æ | {z } = VBC = VBC Carlos A. Castro IA [ sen cos 90Æ + sen 90Æ cos ] n o IA cos = < V̂ Î BC A EA611 – Potência 61/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos Assim, a expressão de Q3 fica: Q 3 = n n o o oi h n V̂BC ÎA + < V̂CA ÎB + < V̂AB ÎC p1 < 3 1 = p [W1 + W2 + W3 ] 3 em que W1 , W2 e W3 são as leituras de três wattı́metros ligados convenientemente! Carlos A. Castro EA611 – Potência 62/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos A a W1 b B W2 R EDE C ARGA C c W3 N Carlos A. Castro n EA611 – Potência 63/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos Em particular, se a carga for equilibrada, os três termos da expressão de Q3 serão iguais e somente um wattı́metro é necessário Por exemplo, mantendo-se o wattı́metro 1, a expressão da potência reativa total fica: Q 3 = p1 3 [W1 + W2 + W3 ] = ou seja, a potência reativa total é wattı́metro Carlos A. Castro p p1 3 [3 W1 ] = p 3 W1 3 vezes maior que a leitura do EA611 – Potência 64/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos Se o método dos dois wattı́metros estiver sendo utilizado para a medição de potência ativa em cargas equilibradas, é possı́vel obter a potência reativa total utilizando a mesma conexão Considerando o circuito da figura: A a W1 b B F ONTE C c C ARGA ∆ OU Y W3 N Carlos A. Castro n EA611 – Potência 65/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos Realizando a operação: P3 P1 = VL IL cos ( p 30Æ ) VL IL cos ( + 30Æ ) 3 1 cos + sen 2 2 ! p 3 1 cos + sen 2 2 = VL IL = VL IL sen = Q 3 p 3 É possı́vel então obter o ângulo da impedância da carga: # "p 3 (P3 P1 ) 1 Q 3 1 = tg = tg P 3 P1 + P3 Carlos A. Castro EA611 – Potência 66/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos Exemplo O método dos dois wattı́metros foi utilizado para medir a potência total entregue a um motor trifásico e as leituras foram: P1 = 1100 W e P3 = 2200 W Se a tensão de linha e a corrente de linha medidas são 220 V e 10 A respectivamente, obter as potências ativa, reativa e aparente totais consumidas pelo motor. Obter também o fator de potência do motor. Carlos A. Castro EA611 – Potência 67/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos Potência ativa total consumida pelo motor: P3 = P1 + P3 = 3300 W Potência reativa total: Q 3 = p 3 (P3 P1 ) = 1905;3 var Ângulo da impedância do motor: "p # ) (P 3 P 1 3 = tg 1 = 30Æ P1 + P3 que corresponde a um fator de potência 0;866 indutivo. Potência aparente total: S 3 = Carlos A. Castro 3300 P 3 = = 3810;5 VA fp 0;866 EA611 – Potência 68/90 Medição de potência reativa em circuitos trifásicos Medição das potências ativa e reativa em um motor trifásico Carlos A. Castro EA611 – Potência 69/90 Correção do fator de potência Exemplo Considere novamente a fábrica alimentada em 380 V, 60 Hz (tensão de linha) com as seguintes cargas conectadas: 1 2 Carga 1, formada por três impedâncias de 250 VA, fp 0;7 indutivo, 220 V Carga 2, formada por três impedâncias de 550 W, fp 0;8 indutivo, 380 V Especifique um banco de capacitores para a correção do fator de potência para 0;92, se necessário. Carlos A. Castro EA611 – Potência 70/90 Correção do fator de potência De acordo com as especificações, o circuito é: A B C N Carga 1 Carlos A. Castro Carga 2 EA611 – Potência 71/90 Correção do fator de potência Carga 1: S1 = 3 250 \ cos Carga 2: S2 = 3 550 \ cos 0;8 1 0;7 = 750 \45;6Æ VA 1 0;8 = 2062;5 \36;9Æ VA Carga total: ST = S1 + S2 = 2174;1 + j 1774;2 = 2806;2 \39;2Æ VA fp = cos 39;2Æ = 0;77 Carlos A. Castro ! correção necessária EA611 – Potência 72/90 Correção do fator de potência Fator de potência desejado: fp0 = PT = 0;92 ST0 ! ST0 = 2363;2 VA Potência reativa fornecida ao circuito após a correção do fator de potência: q QT0 = ST0 2 PT 2 = 926;3 var Potência requerida pelo banco de capacitores: QC = QT0 Carlos A. Castro QT = 847;9 var EA611 – Potência 73/90 Correção do fator de potência Considere um banco de capacitores em Y: SC = 3 V̂f Îf = 3 V̂f A B C N Vf2 V̂f = 3 ZC ZC Vf2 2202 =3 = j 171;2 Ω SC j 847;9 1 1 CY = = ! jZC j 377 171;2 = 15;5 F ZC = 3 Carga 1 Carga 2 Banco Y ! Banco de capacitores de 15;5 F; 220 V Carlos A. Castro EA611 – Potência 74/90 Correção do fator de potência Considere agora um banco de capacitores em ∆: V̂ V2 SC = 3 V̂` Îf = 3 V̂` ` = 3 ` ZC ZC A B C N V`2 3802 = j 510;9 Ω = 3 SC j 847;9 1 1 CY = = ! jZC j 377 510;9 = 5;2 F ZC = 3 Carga 1 Carga 2 Banco ∆ ! Banco de capacitores de 5;2 F; 380 V Carlos A. Castro EA611 – Potência 75/90 Correção do fator de potência = QT ST QT0 ST0 PT < QC Carlos A. Castro EA611 – Potência 76/90 Demanda e curva de carga A potência ativa consumida por uma instalação elétrica é variável, sendo função do número de cargas ligadas e da potência consumida por cada uma delas, a cada instante Para a análise de uma instalação é mais conveniente trabalhar com o conceito de demanda (D), que corresponde ao valor médio da potência ativa (P) em um intervalo de tempo ∆t especificado (no Brasil é oficializado o intervalo de tempo de 15 minutos), isto é: 1 D= ∆t Carlos A. Castro Z t t+∆t P dt EA611 – Potência 77/90 Demanda e curva de carga A definição indica que a demanda é medida em unidades de potência ativa (W, kW). Pode-se também definir uma demanda reativa DQ (var, kvar) e uma demanda aparente DS (VA, kVA) A área hachurada entre a curva P(t) e o eixo dos tempos corresponde à energia consumida pela instalação no intervalo considerado: E = D ∆t Carlos A. Castro EA611 – Potência 78/90 Demanda e curva de carga Curva de carga – demanda em função do tempo, para um dado intervalo de tempo (T ) É constituı́da por patamares, sendo, no entanto, mais comum apresentá-la como uma curva, resultando da união dos pontos médio das bases superiores do retângulo de largura ∆t Carlos A. Castro EA611 – Potência 79/90 Demanda e curva de carga Demanda máxima DM – ordenada máxima da curva no intervalo T Energia total consumida no perı́odo ET – área entre a curva e o eixo dos tempos: ET = Carlos A. Castro Z T 0 D dt EA611 – Potência 80/90 Demanda e curva de carga Demanda média Dm – altura de um retângulo cuja base é o intervalo T e cuja área é a energia total ET : Dm = Carlos A. Castro ET T EA611 – Potência 81/90 Demanda e curva de carga Exemplo O gráfico a seguir mostra uma curva de carga diária tı́pica de uma indústria. Carlos A. Castro EA611 – Potência 82/90 Demanda e curva de carga Estime: 1 a energia elétrica consumida por dia. 2 a demanda máxima solicitada. 3 a potência mı́nima do transformador de entrada. Carlos A. Castro EA611 – Potência 83/90 Demanda e curva de carga A energia elétrica consumida por dia pela indústria corresponde à área abaixo da curva de carga (integral da curva de carga). Esta pode ser aproximada pela soma das áreas limitadas pelas retas: Carlos A. Castro EA611 – Potência 84/90 Demanda e curva de carga A energia elétrica consumida por dia pela indústria corresponde à área abaixo da curva de carga (integral da curva de carga). Esta pode ser aproximada pela soma das áreas limitadas pelas retas: Carlos A. Castro EA611 – Potência 85/90 Demanda e curva de carga A energia elétrica pode ser calculada por: Energia = 250 24 + 1 (20 + 8) 2750 = 44500 kWh 2 A demanda máxima corresponde ao valor máximo registrado na curva (pico), que vale aproximadamente 3440 kW. A especificação da potência nominal do transformador de entrada depende de muitos fatores, mas, para responder exclusivamente à este exemplo, a potência mı́nima do transformador de entrada pode ser estimada em 3500 kW, pois assim ele suportará a demanda máxima. Carlos A. Castro EA611 – Potência 86/90 Medição da energia elétrica A medição da energia elétrica é necessária para possibilitar à concessionária o faturamento adequado da energia elétrica consumida por cada usuário, segundo uma tarifa preestabelecida O instrumento que possibilita esta medição é o medidor de energia elétrica, popularmente conhecido como relógio de luz: Ponteiros Carlos A. Castro Registrador Smart ciclométrico meter EA611 – Potência 87/90 Medição da energia elétrica O medidor eletromecânico é constituı́do, essencialmente, pelos seguintes componentes: Bobina de tensão (ou de potencial), com muitas espiras de fio fino de cobre, ligada em paralelo com a carga Bobina de corrente, com poucas espiras de fio grosso de cobre, ligada em série com a carga Núcleo de material ferromagnético (ferro-silı́cio), composto de lâminas justapostas, isoladas entre si Conjunto móvel ou rotor constituı́do de disco de alumı́nio de alta condutividade, com liberdade para girar em torno do seu eixo de suspensão, ao qual é solidário Parafuso com rosca-sem-fim fixado ao eixo, que aciona um sistema mecânico de engrenagens que registra, num mostrador, a energia elétrica consumida Ímã permanente para produzir um conjugado frenador no disco Carlos A. Castro EA611 – Potência 88/90 Exercı́cios propostos G. Barreto, C.A. Castro, C.A.F. Murari, F. Sato, Circuitos de corrente alternada: fundamentos e prática, Oficina de Textos, 2012 – capı́tulo 7. C.A. Castro, M.R. Tanaka, Circuitos de corrente alternada – um curso introdutório, Unicamp, 1995 – capı́tulo 4. Carlos A. Castro EA611 – Potência 89/90 Referências P. Cardieri, notas de aula. M.C.D. Tavares, notas de aula. C.A. Castro, M.R. Tanaka, Circuitos de corrente alternada – um curso introdutório, Unicamp, 1995. G. Barreto, C.A. Castro, C.A.F. Murari, F. Sato, Circuitos de corrente alternada: fundamentos e prática, Oficina de Textos, 2012. Carlos A. Castro EA611 – Potência 90/90