ExEmploS dE qUEImAdURAS

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Conteúdo citado nas páginas 1824 a 1830 do livro Medicina ambulatorial, 4a edição.
Exemplos de queimaduras
FIGURA S184.3 > Fasciotomia em queimadura de membro superior. Abre-se o compartimento muscular para diminuir sua pressão (aumentada pelo edema muscular, que
coloca em risco a circulação do segmento afetado). Evitam-se, assim, as consequências
da síndrome compartimental (necrose muscular, dano nervoso, gangrena). Pode ser
necessária sua realização em ambiente de atenção primária à saúde para preservação
do membro afetado, principalmente quando o centro de referência se encontra a mais
de uma hora de distância.
FIGURA S184.1 > Resíduos de soda cáustica em queimadura de região perianal. Em
queimaduras químicas nas quais o agente seja pó ou pasta, sua remoção mecânica deve
preceder a lavagem abundante preconizada, pois o contato de certos agentes com a
água provoca uma reação exotérmica, podendo agravar a lesão.
FIGURA S184.4A e B > Paciente com queimadura de segundo grau na face, antes (A)
e depois (B) do debridamento químico com colagenase, mostrando evolução sem aprofundamento de lesões ou hipertrofias cicatriciais, apenas discreta discromia transitória.
FIGURA S184.2 > Escarotomia em queimadura circular de membros inferiores. Este
procedimento deve obrigatoriamente preceder, mesmo em atenção primária à saúde,
a remoção para serviço especializado, uma vez que postergar sua execução coloca em
risco a viabilidade circulatória do membro atingido. Nas lesões de tronco, a ventilação
também poderá ser comprometida. No caso de dúvidas, o prévio contato com o serviço
de referência poderá obter orientações para sua realização no local do primeiro atendimento, evitando-se agravar o prognóstico.
FIGURA S184.7 > Cicatriz hipertrófica secundária a queimadura na face.
FIGURA S184.5 > Paciente com lesões de espessuras variáveis em tronco, tratadas
com Aquacel Ag®. Este tipo de curativo não é usado em áreas que necessitarão debridamento (como as zonas de segundo grau profundo e terceiro grau da mama direita).
Assim, tem boa indicação em pacientes que serão tratados ambulatorialmente. Nas
lesões de segundo grau superficial, pode ser aplicado após a ruptura das flictenas.
Adere somente em áreas que estão secretando (ainda não reepitelizadas). O Aquacel
Ag® libera prata na superfície queimada e contribui para evitar infecções. Sua estrutura
absorve as secreções. Sua troca somente é necessária se as lâminas estiverem saturadas
de secreção ou se forem inadvertidamente molhadas durante o banho. Do contrário,
permanecem aderidas no local em torno de duas semanas, até a reepitelização. A principal vantagem é reduzir as trocas de curativos e a dor que as acompanha. Na figura, vê-se
área do flanco esquerdo, onde o curativo ainda está aderido, e zonas inframamárias
recém-reepitelizadas, de coloração avermelhada, nas quais o curativo já se destacou.
FIGURA S184.6 > Lesão de segundo grau superficial provocada por escaldo na
coxa, tratada ambulatorialmente com substituto temporário de pele (Membracel®).
A membrana é dotada de orifícios que permitem a saída das secreções, mas recobre
as terminações nervosas expostas, diminui a dor do ferimento e oferece barreira à
contaminação bacteriana. É trocada somente caso venha a se deslocar. Desprende-se
espontaneamente das lesões reepitelizadas. É usada também em centros de referência
como curativo de áreas doadoras de pele para enxertia.
FIGURA S184.8 > Uso de malha compressiva confeccionada sob medida para pressoterapia na face. Seu uso pode vir a ser necessário por até dois anos, exigindo tanto do
grupo de atenção primária como do especialista uma vigilância constante para garantir
a adesão ao tratamento.
FIGURA S184.9 > Contratura cicatricial em flanco e axila direita, a tal ponto que impede o paciente de elevar o membro superior direito e provoca vício postural (escoliose).
Essas contraturas podem se desenvolver sobre áreas de cicatrizes de lesões de segundo
grau profundo e terceiro grau, mesmo aquelas enxertadas. Surgem a curto ou médio
prazo após superada a fase aguda da queimadura (e a consequente alta do serviço de
referência) e exigem novamente a atenção do médico de atenção primária no sentido de
encaminhar esses pacientes a serviços especializados em tratamento de sequelas.
FIGURA S184.11 > Condrite de pavilhão auricular. Em queimaduras de espessura
parcial da face que acometam o pavilhão auricular, é necessário estar atento ao desenvolvimento de sintomas de condrite, ocasionada pela contaminação bacteriana da
cartilagem, com pouca capacidade de defender-se quando perde a cobertura cutânea.
Edema e dor são importantes. Em certos casos, a saída espontânea de secreção purulenta por um ou mais pertuitos é evidente. Tais pacientes devem ser encaminhados
para debridamento (que consistirá em remover todos os segmentos de cartilagem
comprometidos), irrigação com solução fisiológica e drenagem da área, uma vez que a
penetração de antimicrobianos na cartilagem é escassa.
FIGURA S184.10 > Paciente com queimadura em face e pescoço, com contratura cicatricial em lábio inferior e região cervical, gerando incontinência salivar e alimentar, bem
como problemas de articulação das palavras. Pacientes com queimaduras de segundo e
terceiro graus nessas regiões devem ser acompanhados em sua cidade de origem pelo
médico de atenção primária e orientados a usar colar cervical como profilaxia. Casos
mais graves impedem a extensão cervical e tornam praticamente impossível a entubação orotraqueal em eventuais emergências clínicas. É importante encaminhar tais pacientes ao cirurgião plástico para programar incisões de liberação e enxertia (marcações
em vermelho). A dificuldade de entubação costuma ser tão grande que o anestesista só
consegue executá-la após a liberação, realizada dramaticamente sob anestesia local.
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