Instituto de Ensino Superior Horizonte FACULDADE HORIZONTE CURSO Pedagogia______________________________________ SEMESTRE/TURMA: 1° Semestre 2014 /Turma: _____período: Noturno DISCIPLINA: Ciências Humanas e Sociais Ead. PROFESSOR: Dr. Benjamin de Lacerda Júnior Aluno(a)_____________________________________________________________ Mat.______________Santa Maria – DF ,________de de 2014. CAP. 8. O RACISMO, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO NO BRASIL O Brasil é um país altamente racista que se esconde ou até mesmo se disfarça por detrás de campanhas e trabalhos para erradicação do racismo. No século XIX, a escravidão no Brasil se tornou um comércio altamente lucrativo, mão-de-obra barata e que trazia grandes lucros para os burgueses que aqui residiam, trabalhavam em diversas regiões em diferentes tipos de trabalho como: o corte do pau-brasil, engenhos de cana de açúcar, mineração, criação de gato, cultivo de cacau, serviços domésticos, construções públicas entre outras atividades que trouxessem renda para os senhores de escravos. Mesmo com tantas atividades as expressões culturais eram mantidas por grupos de negros no Brasil. Como afirma Amaral (2011, p.12) “deve ser ressaltado que, ao serem levados a desempenhar diferentes funções, os africanos não chegam destituídos de sua bagagem cultural”. Verifica-se que eles trouxeram um legado que contribuiu para a formação social, cultural e econômica brasileira. A escravidão no Brasil trouxe serias consequências para a população negra, pois foi segregado através dos séculos sentimentos de inferioridade para uns e superioridade para outros, assim pode-se aborda os danos deixados pela escravidão no Brasil, com desigualdade racial, opressão, exploração, racismo, preconceitos discriminação entre outros como se pode observar. A escravidão foi muito mais que um sistema econômico. Ela moldou condutas, definiu desigualdades sociais e raciais, forjou sentimento, valores e etiquetas de mando e obediência [...] Assim, ao criar o escravismo estava-se também criando simultaneamente o racismo. Dito de outra forma, a escravidão foi montada para exploração econômica, ou de classe, mas ao mesmo tempo ela criou a opressão racial (ALBUQUERQUE e FILHO, 2006, p.67-69). Morais apud Sant’ana (1999, p. 33) também nos mostra essa relação escravidão racismo vinculados aos interesse do sistema capitalista colonial deste período ao afirmar que: Há uma relação muito próxima entre a escravidão a que foram submetidos os negros e a recusa às pessoas de cor negra... ‘O estigma em relação aos negros tem sido reforçado pelos interesses econômicos e sociais que levaram os povos negros a escravidão’. Dai o negro ter se convertido em símbolo de sujeição e de inferioridade. E este conceito negativo sobre o negro foi forjado. Quando os primeiros europeus desembarcaram na costa africana em meados doséculo XV. Podemos observar as marcas da escravidão e que se propaga até aos dias de hoje por toda a sociedade e que o racismo é uma ideologia criada pelos europeus para justificar o sistema econômico da época tendo como consequência danos físicos, emocionais e sociais aos diversos grupos de negros trazidos da África. Nesse período a igreja católica também foi cúmplice dessa ideologia ao impor critérios doutrinários, mensagens equivocadas e mal interpretadas em relação aos textos bíblicos, eles traziam a ideia de que servo e senhor era algo natural, pois advinha desde a época dos princípios cristão. A evangelização também foi no sentido de superar um religião imaginaria baseada na misticismo visto pelos cristão como algo profano. Os europeus consideravam os negros e índios como seres irracionais, necessitando assim de alguém para orientá-los, tornando a escravidão algo natural e expndindo seu território de colonização, tirando de todos os colonizados o direito a uma vida livre de opressão. Percebe-se nesse sentido o papel ideológico do Estado representado pelo Brasil Colonial e da Igreja representado pelo catolicismo como afirma Sant’ana (2005, p.38): A visão do Estado e da igreja no período colonial no Brasil ignora a historia sócio cultural dos negros e índios prega as diferenças sociais e culturais cultivando o preconceito étnicos entre duas raças que se confrontam pela primeira vez, tudo isso, mais as necessidades econômicas de exploração predispuseram o espírito europeu a desfigurar completamente a personalidade moral do negro e do índio e suas aptidões intelectuais. O negro e o índio torna-se então, sinônimo de ser primitivo, inferior, dotado de mentalidades pré-lógica. Os portugueses tratavam o negro tirando dele personalidade, afirmando que eles eram seres inferiores sem inteligência, cultivando o preconceito e discriminação. O racismo, não nasceu de um dia para outro, ele se consolida ao longo da história, com a necessidade de imposição de superioridade devido à cor da pele ou a posição social, fazendo com que ele se espalhe rapidamente alcançando o maior número de pessoas negras possíveis, não deixando de lembrar que há preconceito também com outras etnias como índios e asiáticos classificados pelos brancos como diferente. Por muitos séculos a raça branca transporta o negro e outros grupos étnicos para um grau de inferioridade dentro da sociedade. As pessoas que praticam o racismo geralmente não assumem, e para a pessoa que sofre esta prática é ainda pior, pois sofrem por fatores que não podem ser modificados porque é divido a cor de sua pele, a textura de sua pele, a textura crespa de seus cabelos ou até marcas culturais que não podem ser apagados da sua vida, assim como explica Rosemberg (1998, p. 73) o racismo é “uma prática de classificação racial que se apoia em características fenotípicas e socioeconômicas da pessoa (classifica-se a cor)”. Podemos afirmar que o racismo é uma prática cruel, pois o indivíduo é atacado devido as características próprias da sua natureza. Não há nada biologicamente que comprove que uma raça é diferente da outra, o racismo nasce do meio social que cerca a população (SILVA E PALUDE apud CAVALLEIRO, 2007). Não há indícios científicos que justifiquem a discriminação, concordando com Silva e Paludo apud Silva (2008, p. 65) “a ideia de raças humanas e as bases sociais do racismo foram historicamente criadas e difundidas, com objetivos políticos bem determinados, mas carecem de fundamentos científicos”. Com aborda os autores percebe-se que a prática racista se esconde no seio da sociedade. Para o racismo não existe argumentos científicos para tanta diferenciação, assim não há nada que comprove que o ser humano é diferente do outro somos todos iguais biologicamente apenas com diferenças de cultura, crenças, cor, cabelo, altura, peso entre outros que não justificam o racismo existente. O meio social é um grande influenciador de práticas racista, o ser humano não nasce racista a sociedade transforma o indivíduo, construindo e fortificando essa prática de racismo, como afirma Lopes (2005, p.189) “As pessoas não herdam, geneticamente ideias de racismo, sentimentos de preconceitos e modos de exercitar a discriminação, antes os desenvolvem com seu pares, na família, no trabalho, no grupo religioso, na escola”. Verificamos alguns conceitos abordados por autores na questão do racismo. “O racismo é uma ideologia, uma estrutura a um processo pelo qual grupos específicos, com base em características biológicas e culturais verdadeiras ou atribuídas, são percebidos como uma raça ou grupo étnico inerentemente diferente e inferior” (ROSEMBERG,1998, p.174). Outra definição por Rufino (1984, p.11) “Racismo é um sistema que afirma a superioridade de um grupo radical sobre outro”. Também temos a concepção de Sant’ana (1999, p.53) “racismo é uma ideologia que postula a existência de hierarquias entre grupos humanos [...] a teoria ou ideia que existe uma relação de causa e efeito entre características físicas herdadas por uma pessoas e certos traços de sua personalidade, inteligência ou cultura”. Diante de tais concepções sobre o racismo verifica-se uma necessidade de estudos sobre esta questão para combater efetivamente essa prática tão desprezível no meio social. 8.1 DO RACISMO AO PRECONCEITO E A DISCRIMINAÇÃO Preconceito é um julgamento prévio que se faz um determinado indivíduo que geralmente são impostos pelo meio a qual estão inseridos. Sant’anta (2005, p. 54) define preconceito como: Uma opinião preestabelecida, que é imposta pelo meio, época e educação. Ela regula as relações de uma pessoa com a sociedade. Ao regular, ele permeia toda a sociedade, tornando-a uma espécie de mediador de todas as relações humanas. Ele pode ser definido também, como uma indisposição, um julgamento prévio negativo, que se faz de pessoas estigmatizadas por estereótipos. Também conceituado por Gomes (2005, p. 58): O preconceito é um julgamento negativo e prévio dos membros de um grupo racial de pertença, de uma etnia ou de uma religião ou de pessoas que ocupam outro papel social significativo. Esse julgamento prévio apresenta como característica principal a inflexibilidade, pois tende a ser mantido sem levar em conta os fatos que o contestem. Trata-se do conceito ou opinião formados antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos. O preconceito inclui a relação entre pessoas e grupos humanos. Ele inclui a concepção que o indivíduo tem de si mesmo e também do outro. Podemos observar segundo os autores, preconceito é uma opinião precipitada, a respeito de um indivíduo; opinião criadas por meio de informações forjadas pela sociedade de caráter negativo, sub julgando e inferiorizando a vítima discriminada. A discriminação é o tratamento diferenciado que se da a uma pessoa sem uma base concreta, devido sua cor, raça, sexo idade entre outros. Assim como afirma Sant’ana (2005, p.55) É o nome que se dá para a conduta (ação ou omissão que viola direitos das pessoas com base em critérios injustificados e injustos, tais como a raça, o sexo, a idade, a opção religiosa e outros). A discriminação é algo assim como a tradução prática, a exteriorização, a manifestação, a materialização do racismo, do preconceito e do estereótipo. Como o próprio nome diz é uma ação (no sentido de fazer ou deixar fazer algo) que resulta em violação de direitos. Segundo as Orientações e Ações para a Educação das Relações Étnico Raciais Brasil (2006, p. 217) afirma que discriminação é “ação, atitude ou manifestação contra uma pessoa ou grupo de pessoas em razão de sua raça ou cor” Percebe-se que a discriminação é uma forma de negar e até mesmo ofender uma pessoa negando-lhe a condição de cidadão com mesmos direitos que todos os indivíduos desta sociedade. Observa-se que a desigualdade ocorre em todos os âmbitos da sociedade principalmente com as pessoas de raça negra, indígenas e asiáticos; mulheres geralmente são alvos de preconceitos por simplesmente serem do sexo feminino. Cor, Raça, Discriminação e Identidade Social no Brasil Simon Schwartzmantexto preliminar, março de 1998.as ideias são de responsabilidade exclusiva do autor. http://www.schwartzman.org.br/simon/cor.htm Há muito tempo se discute, no Brasil, se as diferenças de rendimento e oportunidades entre brancos e negros é uma questão de classe ou uma questão de raça. Antes da guerra, haviam autores que diziam que a "mestiçagem" contaminava o povo brasileiro com características morais e intelectuais indesejáveis, e que nossa esperança estaria no "branqueamento" gradual da população. Esta maneira racista de entender as coisas ficou desmoralizada depois do Nazismo, e a questão das diferenças entre as raças passou a ser interpretada em termos de classe. Nesta nova visão, não existe diferenças raciais significativas entre as pessoas, e sim diferenças sociais, de classe. Quando os pobres fossem menos pobres, quando houvesse educação e oportunidade para todos, os problemas de desigualdade de renda e sobretudo de oportunidade desapareceriam do contexto social dando possibilidades de igualdade. Esta visão de que o problema racial no Brasil era, na verdade, um problema de classe, com raízes na história tão recente da escravidão, se apoiava no fato de que o Brasil nunca teve barreiras raciais tão rígidas quanto, por exemplo, os Estados Unidos, e sempre experimentou um grau muito alto de mestiçagem e convivência entre pessoas de características raciais e culturais muito distintas. Alguns autores trataram de explicar isto pelas diferenças entre a Igreja Católica, que trata a todos como iguais, e a tradição protestante, que tende a manter as comunidades muito mais isoladas e fechadas. Outros buscam a explicação na cultura portuguesa, tradicionalmente mais promíscua e menos preconceituosa do que a anglosaxã. Seja como for, o fato é que o Brasil nunca teve legislação que tratasse as pessoas de forma diferente conforme sua raça ou cor, e o preconceito e a discriminação racial, que nunca deixaram de existir, permanecem no mundo das relações privadas, e não são comportamentos aceitos nem aprovados abertamente pela sociedade. A esperança dos defensores da tese de que o problema racial era uma questão de classe era de que o Brasil poderia evoluir realmente no sentido de um grande cadinho racial, o "meltingpot" que alguns autores norte-americanos previam para seu país, mas do qual os Estados Unidos parecem se afastar cada vez mais. O problema com esta maneira de ver as coisas é que ela muitas vezes levava à tese de que no Brasil não existia um problema racial e que a discriminação era uma coisa de pouca importância. Esta visão, na aparência benevolente, se chocava com a experiência quotidiana de milhões de pessoas de origem negra, e as pesquisas começaram a mostrar a realidade mais profunda das diferenças de raça no país. Hoje sabemos que não se trata, somente, de que os negros sejam mais pobres, menos educados, e por isto ganhem menos, e tenham menos oportunidades. Para o mesmo nível de educação, na mesma profissão, na mesma região geográfica, o negro ou pardo está quase sempre em posição inferior ao branco. Esta realidade, combinada com a influência e o exemplo do movimento negro nos Estados Unidos, levou à criação de um movimento afirmativo entre intelectuais negros no Brasil. Não havia por que continuar esperando que as diferenças de classe desaparecessem, e muito menos continuar a imitar os brancos como forma de evitar o preconceito e a discriminação. Era necessário, ao contrário, assumir a identidade negra, valorizá-la, e partir para a ação no sentido de impedir o racismo e obter compensação e correção dos efeitos da discriminação passada. Como isto pode ser feito, e que resultados podem ser conseguidos, é um tema muito discutido, e objeto de grandes controvérsias nos Estados Unidos, onde o movimento de valorização da cultura e da tradição negra e os programas de ação afirmativa avançaram mais. Em um extremo estão os que insistem no ataque à discriminação dos brancos, e no recebimento de compensações, para uma maior integração na sociedade; no outro, estão os que insistem na valorização da cultura e da tradição negra, discriminam os brancos e preferem o isolamento. Há quem diga que a ação afirmativa foi um sucesso, e outros que argumentam que ela só serviu para aumentar a desconfiança e o fosso de comunicação entre negros e brancos. O fato, nos Estados Unidos, é que existe hoje uma identidade cultural e social negra que pode ser valorizada, dando a muitas pessoas um sentido de dignidade e pertencimento que não existia antes, ainda que, em muitos casos, a condição de pobreza, desigualdade e mesmo discriminação continue presente. 1) Assinale apenas uma alternativa correta sobre racismo preconceito e discriminação. A) ( ) O Brasil não é um país altamente racista e tão pouco se esconde e se disfarça por detrás de campanhas e trabalhos para erradicação do racismo. B) ( ) A escravidão no período colonial foi recriminada pela igreja católica que desenvolveu um trabalho humano para libertar negros e índios. C) ( X ) A escravidão no Brasil trouxe serias consequências para a população negra, pois foi segregado através dos séculos sentimentos de inferioridade para uns e superioridade para outros. D) ( ) Os europeus não consideravam os negros e índios como seres irracionais, por isso a escravidão durou pouco tempo. E) ( ) Todas as alternativas estão erradas. 2) Assinale a alternativa correta: A) ( X ) Não há nada biologicamente que comprove que uma raça é diferente da outra, o racismo nasce do meio social que cerca a população. B) ( ) Para o racismo existe argumentos científicos para tanta diferenciação, assim há como comprovar que o ser humano é diferente do outro, C) ( ) O meio social não é um grande influenciador de práticas racista, o ser humano já nasce racista. D) ( ) As pessoas herdam, geneticamente ideias de racismo, sentimentos de preconceitos e modos de exercitar a discriminação. E) ( ) Todas as alternativas estão erradas. 3) Assinale a alternativa correta: A) ( ) Preconceito é um julgamento prévio que se faz um determinado indivíduo que geralmente são impostos pelo meio a qual estão inseridos. ( ) Podemos observar segundo os autores, preconceito é uma B) opinião precipitada, a respeito de um indivíduo; opinião criadas por meio de informações forjadas pela sociedade de caráter negativo, sub julgando e inferiorizando a vítima discriminada. ( ) A discriminação é o tratamento diferenciado que se da a C) uma pessoa sem uma base concreta, devido sua cor, raça, sexo idade entre outros. ( D) ) A discriminação é uma forma de negar e até mesmo ofender uma pessoa negando-lhe a condição de cidadão com mesmos direitos que todos os indivíduos desta sociedade. (X) Todas as alternativas estão corretas. E) 4) Assinale a alternativa correta do texto complementar: A) ( ) O texto discute a igualdade racial no Brasil. B) ( X ) O texto faz uma crítica aos brancos e suas políticas de separatismo racial. C) ( ) O texto afirma no Brasil não existia um problema racial e que a discriminação era uma coisa de pouca importância. D) ( ) O texto afirma que assim como no Brasil nos Estados Unidos existe uma valorização da dignidade e da cultura negra. E) ( ) Todas as alternativas estão erradas.