O Racismo Geracional e a resistência imposta aos

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XII Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação - SEPesq
Centro Universitário Ritter dos Reis
O Racismo Geracional e a resistência imposta aos corpos negros
Autora: Irimara Gomes Peixoto
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
[email protected]
Orientadora: Raquel da Silva Silveira
Doutorado em Psicologia Social e Institucional.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.
[email protected]
Este trabalho insere-se na pesquisa “Racismo, relações de saber poder e sofrimento
psíquico” desenvolvida pelo Instituto de Psicologia da UFRGS. O objetivo geral da pesquisa
é analisar os efeitos do racismo na saúde mental da população negra entre usuários/as das
Unidades Básicas de Saúde de POA e Pelotas. Trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa,
cujo referencial teórico-metodológico é composto pela análise das práticas discursivas de
Michel Foucault, pelos estudos sobre as relações raciais no Brasil e pela pesquisa
intervenção, tendo nos diários de campo uma ferramenta metodológica importante. O
objetivo deste trabalho é apresentar uma análise qualitativa dos resultados parciais da
aplicação do instrumento quantitativo da pesquisa que se propõe a medir o relato de
discriminação “racial” em indivíduos adultos no Brasil. Até o momento, foi observado que
pessoas brancas marcam “não” nas questões direcionadas a discriminação racial.
Entretanto, dentro da população negra foi percebida uma diferença entre gerações mais
velhas e jovens na percepção do racismo. As pessoas mais velhas entrevistadas não
perceberam muito o racismo, em contraposição às percepções das pessoas mais jovens
entrevistadas. Dentre as razões para tal diferenciação, destacamos a construção de
estratégias de resistência psíquica para enfrentar o racismo sofrido. Possivelmente as
pessoas mais velhas neguem as situações de racismo marcadas por uma rigidez capaz de
produzir uma resistência mais intensa desses sujeitos, que tão habituados a serem postos
em lugares subalternos, viam-se impossibilitados de produzir crítica sobre a discriminação
que sofriam. Salienta-se que as discriminações foram relatadas durante a aplicação dos
instrumentos da pesquisa, contudo, estavam naturalizadas e não foram nomeadas como
racismo pelos/as entrevistados/as mais velhos/as. Em consonância com estudos que
apontam as relações entre pesquisador/a-entrevistado/a na produção de conhecimentos,
destaca-se que esta pesquisadora é uma jovem negra, condição que possibilita uma análise
implicada e crítica sobre o significado da experiência nas relações de saber-poder.
XII Semana de Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação
SEPesq – 24 a 28 de outubro de 2016
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