Probabilidade III Ulisses U. dos Anjos Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba Período 2014.1 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 1 / 42 Sumário 1 Apresentação do Curso 2 Vetores Aleatórios Função de Distribuição conjunta Função de Probabilidade Conjunta Função Densidade de probabilidade Conjunta 3 Distribuição Condicional 4 Independência entre variáveis aleatórias 5 Modelos Probabilísticos Multivariados Distribuição Multinomial Distribuição Uniforme multivariada Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 2 / 42 Apresentação do Curso Conteúdo Programático 1. Vetores aleatórios n-dimensionais. 2. Função de distribuição conjunta. Vetor aleatório discreto: função de probabilidade conjunta. Vetor aleatório contínuo: densidade conjunta. Distribuições marginais. Densidades condicionais a n variáveis. Critérios de independência para vetores aleatórios independentes 3. Funções de variáveis aleatórias: método da integral de convolução, Distribuição da soma de variáveis aleatórias, caso discreto e contínuo 4. Funções de variáveis aleatórias: método do jacobiano, Distribuição do produto e do quociente de variáveis aleatórias. 5. Estatísticas de ordem. Definições. Distribuição das estatísticas de ordem, Distribuição conjunta das estatísticas de ordem. Algumas funções das estatísticas de ordem (amplitude amostral e mediana). Função de distribuição empírica. Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 3 / 42 Apresentação do Curso Conteúdo Programático 6. Esperança de funções de vetores aleatórios. Propriedades. Momentos mistos e covariância. Propriedades básicas da covariância. Coeficiente de correlação: Propriedades. Desigualdade de Cauchy-Schwarz. Função geradora de momentos conjunta. 7. Esperança condicional. Variância condicional. Propriedades mais importantes da esperança e variância condicionais. 8. Função de regressão. 9. Esperanças de vetores aleatórios e matrizes de covariância. Propriedades mais importantes. 10. Distribuição normal multivariada. Distribuição condicional normal multivariada. Distribuição marginal. Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 4 / 42 Vetores Aleatórios Vetores Aleatórios Definição 2.1 (Vetor Aleatório) Seja (Ω, F, P) um espaço de probabilidade. Então uma função X : Ω → <m é denominado um vetor um vetor aleatório se a imagem inversa de todo Boreliano, B = (B1 , . . . , Bm ), do <m for um elemento de F, isto é, n o X−1 (B) = ω ∈ Ω : X(ω) ∈ B ∈ F A Definição 2.1 significa que a função X(ω) = X1 (ω), . . . , Xm (ω) é tal que, para todo i = 1, . . . , m e todo Bi ⊂ <, tem-se Xi−1 (Bi ) ∈ F. Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 5 / 42 Vetores Aleatórios Vetor Aleatório Observação 2.1 Da Definição de 2.1 segue que, m n o \ n ω ∈ Ω : X1 (ω) ≤ x1 , . . . , Xm (ω) ≤ xm = ω ∈ Ω : Xi (ω ≤ xi } i=1 n também é um evento. De fato, pois ω ∈ Ω : Xi (ω ≤ xi } é um evento para todo i = 1, . . . , m, pois Xi−1 (Bi ) ∈ F, e a interseção de eventos é também um evento, visto que qualquer σ−álgebra é fechada para uniões e interesecções. Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 6 / 42 Vetores Aleatórios Função de Distribuição conjunta Função de Distribuição Conjunta Definição 2.2 A função distribuição conjunta de um vetor aleatório X, representada por FX ou simplesmente F , é definida por F (x) = F (x1 , . . . , xm ) = P X1 ≤ x1 , . . . , Xm ≤ xm para qualquer x ∈ <m . Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 7 / 42 Vetores Aleatórios Função de Distribuição conjunta Função de Distribuição Conjunta: Propriedades Seja X um vetor aleatório em (Ω, F, P) então, para qualquer x ∈ <m , F (x) satisfaz as seguintes propriedades: (P1) F (x) é não decrescente em cada uma de suas coordenadas; De fato, considere um j qualquer fixo, e aj ≤ bj então o n o \n ω ∈ Ω : Xi (ω) ≤ xi ∩ ω ∈ Ω : Xj (ω) ≤ aj i6=j está contido em, o n o \n ω ∈ Ω : Xi (ω) ≤ xi ∩ ω ∈ Ω : Xj (ω) ≤ bj i6=j Logo, F (x1 , . . . , aj , . . . , xm ) ≤ F (x1 , . . . , bj , . . . , xm ). Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 8 / 42 Vetores Aleatórios Função de Distribuição conjunta Demonstração (P2) F (x) é contínua à direita em cada uma de suas coordenadas; Isto significa que, lim F (x1 , . . . , yj , . . . , xm ) = F (x1 , . . . , xj , . . . , xm ) yj ↓xj (P3) Se para algum j, xj → −∞, então lim F (x1 , . . . , xj , . . . , xm ) = 0 xj →−∞ e se para todo i, xi → ∞, então lim F (x1 , . . . , xm ) = 1 xi →∞ (P4) F (x) é tal que, para todo ai , bi ∈ <, tal que ai ≤ bi , temos que, P a1 < X1 ≤ b1 , . . . , am < Xm ≤ bm , ≥ 0 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 9 / 42 Vetores Aleatórios Função de Distribuição conjunta Exemplo Exemplo 2.3 Considere uma central de reservas de uma companhia aérea e, para uma chamada ao acaso estamos interessados em duas quantidades aleatórias: X1 é o tempo de espera e X2 é o tempo de atendimento, ambas em minutos. Suponha que o comportamento conjunto dessas variáveis seja representada pela função de distribuição abaixo: ( F (x1 , x2 ) = 0 1 − exp Ulisses Umbelino (DE-UFPB) se x1 < 0 ou x2 < 0; − x1 − exp − 2x2 + exp Probabilidade III − (x1 + 2x2 ) se x1 ≥ 0, x2 ≥ 0. Período 2014.1 (1) 10 / 42 Vetores Aleatórios Função de Distribuição conjunta Função de Distribuição Marginal Definição 2.4 Seja F (x) a função de distribuição de (X1 , . . . , Xm ). Para cada k, k = 1, . . . , m, definimos a Função de Distribuição Marginal de Xk por; F (xk ) = lim xi →∞,∀i6=k F (x) Exemplo 2.5 Considere a função de distribuição do Exemplo 2.3: n 0 F (x1 , x2 ) = 1 − exp − x1 − exp − 2x2 + exp − (x1 + 2x2 ) Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III se x1 < 0 ou x2 < 0; se x1 ≥ 0, x2 ≥ 0. Período 2014.1 11 / 42 Vetores Aleatórios Função de Distribuição conjunta Continuação Exemplo 2.5 Assim, F (x1 ) = lim F (x1 , x2 ) = 1 − exp − x1 x2 →∞ e F (x2 ) = lim F (x1 , x2 ) = 1 − exp − 2x2 x2 →∞ Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 12 / 42 Vetores Aleatórios Função de Probabilidade Conjunta Função de Probabilidade Conjunta Definição 2.6 Seja X for um vetor aleatório discreto, então a Função de Probabilidade Conjunta é definida por, PX (x) = P(X1 = x1 , . . . , Xm = xm ) e deve satisfazer as seguintes propriedades: (i) P(X1 = x1 , . . . , xm ) ≥ 0, ∀ x ∈ <m ; P (ii) x∈<m P(X1 = x1 , . . . , Xm = xm ) = 1 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 13 / 42 Vetores Aleatórios Função de Probabilidade Conjunta Exemplo Exemplo 2.7 Duas moedas honestas são lançadas de forma independente e considere as seguintes variáveis aleatórias: X : número de caras; Y : função indicadora de faces iguais Assim a função de probabilidade conjunta é dada por: P(X = x, Y = y ) = 0 1 4 1 2 0 0 1 4 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) se se se se se se Probabilidade III x x x x x x = = = = = = 0, y 0, y 1, y 1, y 2, y 2, y = = = = = = 0 1 0 1 0 1 (2) Período 2014.1 14 / 42 Vetores Aleatórios Função de Probabilidade Conjunta Continuação Exemplo 2.7 Considere as seguintes regiões para a Função de distribição Conjunta de X eY Quadro 2.1 y <0 0≤Y <1 Y ≥1 X <0 0 0 0 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) 0≤X <1 0 0 1≤X <2 0 1 4 0 1 2 Probabilidade III X ≥2 0 0 1 4 Período 2014.1 15 / 42 Vetores Aleatórios Função de Probabilidade Conjunta Continuação Exemplo 2.7 Assim, analisando o a função de distribuição conjunta é dada por: 0 se x < 0 ou y < 0 0 se 0 ≤ x < 1, 0 ≤ y < 1 1 4 se 0 ≤ x < 1, 0y ≥ 1 F (x, y ) = P(X ≤ x, Y ≤ y ) = 12 se 1 ≤ x < 2, 0 ≤ y < 1 3 se 1 ≤ x < 2, y ≥ 1 4 1 se x ≥ 2, 0 ≤ y < 1 2 1 se x ≥ 2, y ≥ 1 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 (3) 16 / 42 Vetores Aleatórios Função Densidade de probabilidade Conjunta Função Densidade de probabilidade Conjunta Definição 2.8 Seja X um vetor aleatório contínuo, então dada a função de distribuição conjunta F (x) associada a X, existe um função f : <m → <+ denominada função densidade de probabilidade conjunta (fdpc), tal que, Z x1 Z xm F (x) = ··· f (x)dy1 · · · dym . −∞ −∞ Da Definição 2.8 segue que f (x) = Ulisses Umbelino (DE-UFPB) ∂m F (x) ∂x1 · · · xm Probabilidade III (4) Período 2014.1 17 / 42 Vetores Aleatórios Função Densidade de probabilidade Conjunta Função Densidade de probabilidade Conjunta Proposição 2.1 (Propriedades da Função Densidade de probabilidade Conjunta) Seja f uma função que satisfaz as condições da Definição 2.8, então (P1) f (x) ≥ 0, ∀ x ∈ <m ; R∞ R∞ (P2) −∞ · · · −∞ f (x)dx1 · · · dxm A função densidade de probabilidade marginal é dada por Z ∞ Z ∞ f (xk ) = ··· f (x)dxi1 · · · dxim−1 , ∀ij 6= k −∞ (5) −∞ ou da Definição de Função de distribuição Marginal, segue que f (xk ) = Ulisses Umbelino (DE-UFPB) ∂ F (xk ) ∂xk Probabilidade III (6) Período 2014.1 18 / 42 Vetores Aleatórios Função Densidade de probabilidade Conjunta Exemplo Exemplo 2.9 Considere a função de distribuição do Exemplo 2.3 n 0 F (x1 , x2 ) = 1 − exp − x1 − exp − 2x2 + exp − (x1 + 2x2 ) se x1 < 0 ou x2 < 0; se x1 ≥ 0, x2 ≥ 0. A função densidade de probabilidade conjunta é dada por ∂ F (x1 , x2 ) = exp − x1 − exp − (x1 + 2x2 ) ∂x1 logo f (x1 , x2 ) = Ulisses Umbelino (DE-UFPB) ∂2 F (x1 , x2 ) = 2 exp − (x1 + 2x2 ) ∂x1 x2 Probabilidade III Período 2014.1 19 / 42 Vetores Aleatórios Função Densidade de probabilidade Conjunta Continuação Exemplo 2.9 As funções de distribuição marginais de X1 e X2 foram calculadas no Exemplo 2.5, logo as densidades marginais são dadas por f (x1 ) = e f (x2 ) = Ulisses Umbelino (DE-UFPB) ∂ 1 − exp − x1 = exp − x1 ∂x1 ∂ = 2 exp − 2x2 1 − exp − 2x2 ∂x2 Probabilidade III Período 2014.1 20 / 42 Distribuição Condicional Distribuição Condicional Definição 3.1 Sejam X e Y duas variáveis em (Ω, F, P) e B1 e B2 ∈ < com P(Y ∈ B2 ) > 0. Então, a probabilidade condicional de X dado Y ∈ B2 é dado por P ({X ∈ B1 } ∩ {Y ∈ B2 }) P X ∈ B1 | Y ∈ B2 = P Y ∈ B2 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 (7) 21 / 42 Distribuição Condicional Distribuição Condicional: Y v.a. discreta Se Y for uma variável discreta e y ∈ < tal que P(Y = y ) > 0, então para X uma variável aleatória qualquer, tem-se que P(X ∈ B1 | Y = y ) = P ({X ∈ B1 } ∩ {Y = y }) P Y =y Logo, pelo teorema da Probabilidade total segue que a distribuição marginal de X é dada por X P(X ∈ B1 ) = P(X ∈ B1 | Y = y )P(Y = y ) (8) (9) y ∈< Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 22 / 42 Distribuição Condicional Distribuição Condicional: Y v.a. discreta Tomando B1 = (− inf, x] na Relação (8), obtemos a função de distribuição condicional de X dado = y P ({X ≤ x} ∩ {Y = y }) FX |Y x | Y = y = P Y =y (10) Consequentemente, a Relação (9) nos fornecerá a função de distribuição marginal de X X F x | Y = y P(Y = y ) (11) FX (x) = y ∈< Da Relação (10) segue que a função de distribuição conjunta é dada por, X FX ,Y (x, y ) = P Y =y F x |Y =k (12) k:k≤y Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 23 / 42 Distribuição Condicional Distribuição Condicional Se ambas as variáveis forem discretas então a função de probabilidade condicional é dada por P(X = x | Y = y ) = P(X = x, Y = y ) P(Y = y ) (13) Se ambas as variáveis forem contínuas então a função densidade de probabilidade condicional é dada por fX |Y (x | y ) = fX ,Y (x, y ) fY (y ) (14) Da Relação (14) segue que Z x FX |Y (x | y ) = fX |Y (z | y )dz (15) −∞ Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 24 / 42 Distribuição Condicional Distribuição Condicional Da Relação (15) segue que Z y fY (t)FX |Y (x | t)dt FX ,Y (x, y ) = (16) −∞ e Z ∞ fY (y )FX |Y (x | y )dy . FX (x) = (17) −∞ Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 25 / 42 Distribuição Condicional Exemplo Exemplo 3.2 Considere duas variáveis aleatórias: X discreta e Y contínua, com função mista de probabilidade conjunta dada por ( x−1 xy se x ∈ {1, 2, 3}, 0 ≤ y ≤ 1 3 f (x, y ) = (18) 0 caso contrário. 1 Verifique que é de fato uma função de probabilidade; 2 Determine suas marginais; 3 Determine suas condicionais; 4 Determine sua função distribuição conjunta. Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 26 / 42 Independência entre variáveis aleatórias Independência entre variáveis aleatórias Definição 4.1 Seja X = (X1 , . . . , Xm ) um vetor aleatório m-dimensional definido em (Ω, F, P). Então as variáveis X1 , . . . , Xm serão independentes se a sua distribuição conjunta é dada por PX (X1 ∈ B1 , . . . , Xm ∈ Bm ) = m Y P(Xi ∈ Bi ). i=1 para qualquer B = (B1 , . . . , Bm ) ∈ <m . Segue da Definição 4.1 que para qualquer sub-família de X as variáveis também serão independentes, pois se tomarmos algums Bi = <, a Definição 4.1 continuará sendo válida. Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 27 / 42 Independência entre variáveis aleatórias Independência entre variáveis aleatórias Observação 4.1 Se X = (X1 , . . . , Xm ) um vetor aleatório discreto então PX (X1 = x1 , . . . , Xm = xm ) = m Y P(Xi = xi ) i=1 Se X = (X1 , . . . , Xm ) um vetor aleatório contínuo então, fX (x1 , . . . , xm ) = m Y f (xi ) i=1 Em ambos os casos a função de distribuição será dada por FX (x1 , . . . , xm ) = m Y F (xi ) i=1 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 28 / 42 Independência entre variáveis aleatórias Exemplo Exemplo 4.2 Sejam X e Y a duração da vida de dois dispositivos eletrônicos. suponha que a função densidade conjunta seja dada por fX ,Y (x, y ) = e −(x+y ) I[0,∞) (x)I[0,∞) (y ) Verifique se X e Y são independentes. As marginais são dadas por Z ∞ ∞ fX (x) = e −(x+y ) I[0,∞) (x)dy = −e −x e −y = −e −x (0 − 1) = e −x 0 0 do mesmo modo, fY (y ) = e −y I[0,∞) (y ), portanto, fX (x)fY (y ) = e −x I[0,∞) (x)e −y I[0,∞) (y ) = e −(x+y ) I[0,∞) (x)I[0,∞) (y ) = f (x, y ) Logo, X e Y são independentes. Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 29 / 42 Independência entre variáveis aleatórias Exemplo Exemplo 4.3 Suponha que a densidade conjunta de X e Y é dada por fX ,Y (x, y ) = 8xy I[0,1] (x)I[x,1] (y ) Verifique se X e Y são independentes. As marginais são dadas por Z 1 Z fX (x) = 8xy I[0,1] (x)dy = 8xI[0,1] (x) x Ulisses Umbelino (DE-UFPB) 1 ydy = 4x(1 − x 2 )I[0,1] (x) x Probabilidade III Período 2014.1 30 / 42 Independência entre variáveis aleatórias Exemplo Para determinar a marginal para Y, primeiro note que, I[0,1] (x)I[x,1] (y ) = I[0,1]×[x,1] (x, y ) = I[0,y ]×[0,1] (x, y ) = I[0,y ] (x)I[0,1] (y ) Assim, Z f (Y ) = y Z 8xy I[0,1] (y )dx = 8y I[0,1] (y ) 0 y xdx = 4y 3 I[0,1] (y ) 0 Portanto, f (x)f (y ) = 4x(1 − x 2 )I[0,1] (x)4y 3 I[0,1] (y ) = 16(x − x 3 )y 3 I[0,1] (x)I[0,1] (y ) que é diferente de fX ,Y (x, y ) = 8xy I[0,1] (x)I[0,1] (y ), logo X e Y não são independentes. Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 31 / 42 Modelos Probabilísticos Multivariados Distribuição Multinomial Distribuição Multinomial Definição 5.1 Considere um experimento que é repetido n vezes de modo independente, com m possíveis resultados ou eventos de interesse P Ai , cada um com probabilidade pi = P(Ai ) ≥ 0, i = 1, . . . , m e m i=1 pi = 1. Seja X1 , . . . , Xm variáveis aleatórias que correspondem ao número de ocorrências de cada um dos m possíveis resultados nas n repetições do experimento. Desta forma, o vetor aleatório X = (X1 , . . . , Xm ) segue o modelo multinomial com função de probabilidade conjunta dada por, P(X1 = x1 , . . . , Xm = xm ) = se 0 ≤ xi ≤ m, Pm i=1 xi n! xm p x1 . . . pm x1 ! · xm ! 1 = n. e P(X1 = x1 , . . . , Xm = xm ) = o caso Ulissescontrário. Umbelino (DE-UFPB) (19) Probabilidade III (20) Período 2014.1 32 / 42 Modelos Probabilísticos Multivariados Distribuição Multinomial Distribuição Multinomial: marginais Se X = (X1 , . . . , Xm ) segue o modelo multinomial, com parâmetros n, p1 , . . . , pm , então Xi ∼ Bin(n, pi ), logo E (Xi ) = npi e Var (Xi ) = npi (1 − pi ). Demonstração. De fato, como o experimento é repetido n vezes de modo independente e cada evento de interesse Ai pode ocorrer com probabilidade pi , segue da definição da distribuição de binomial que cada Xi possui distribuição binomial com parâmetros n e p. Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 33 / 42 Modelos Probabilísticos Multivariados Distribuição Multinomial Exemplo Exemplo 5.2 Uma barra de comprimento especificado é fabricada. Admita-se que o comprimento real X (polegadas) seja uma variável aleatória uniformemente distribueid sobre [10, 12]. Suponha-se que somente interesse saber se um dos três eventos seguintes terá ocorrido: A1 = {X < 10, 5} A2 = {10, 5 ≤ X ≤ 11, 8} A3 = {X > 11, 8} Dado que 10 barras foram fabricadas, qual a probabilidade de cinco serem menor que 10,5 e duas serem maior que 11,8? Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 34 / 42 Modelos Probabilísticos Multivariados Distribuição Uniforme multivariada Distribuição Uniforme multivariada Definição 5.3 Dizemos que um vetor é uniformemente distribuído sobre uma região A, A ⊂ <m , se f (x1 , . . . , xm ) = c IA (x1 , . . . , xm ) em que, c=R 1 . ··· dx1 · · · dxm R A Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 35 / 42 Modelos Probabilísticos Multivariados Distribuição Uniforme multivariada Exemplo Exemplo 5.4 0.8 1.0 Suponhamos que o vetor aleatório X = (X1 , X2 ) seja uniformemente distribuido sobre a região delimitada pelas curvas x2 = x1 e x2 = x12 para 0 ≤ x1 ≤ 1 e 0 ≤ x2 ≤ 1, conforme figura abaixo: 0.4 x1 0.6 x2 = x1 0.0 0.2 x2 = x21 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 x2 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Figura : Uniforme Multivariada Probabilidade III Período 2014.1 36 / 42 Modelos Probabilísticos Multivariados Distribuição Uniforme multivariada Exemplo 1 2 3 Para x1 < 0 ou x2 < 0 tem-se F (x1 , x2 ) = 0; Para 0 ≤ x1 ≤ 1 e x12 ≤ x2 ≤ x1 tem-se x2 x3 F (x1 , x2 ) = 6 x1 x2 − 2 − 1 = 6x1 x2 − 3x22 − 2x13 = p(x1 , x2 ) 2 3 Para 0 ≤ x1 ≤ 1 e x2 < x12 ou x1 > 1 e 0 ≤ x2 ≤ 1, portanto para x1 > 0 e 0 ≤ x2 ≤ min(x12 , 1) tem-se 3 √ √ √ F (x1 , x2 ) = p( x2 , x2 ) = 6 x2 x2 − 3x22 − 2 x2 3 = 4x22 − 3x22 4 Para 0 ≤ x1 ≤ 1 e x2 > x1 tem-se F (x1 , x2 ) = p(x1 , x1 ) = 6x1 x1 − 3x12 − 2x13 = 3x12 − 2x13 5 Para x1 > 1 e x2 > 1 tem-se F (x1 , x2 ) = 1. Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 37 / 42 Modelos Probabilísticos Multivariados Distribuição Uniforme multivariada Distribuição Normal multivariada Dizemos que um vetor aleatório X segue o modelo normal multivariado se sua densidade de probabilidade conjunta é dada por t − p − 1 1 f (x) = 2π 2 Σ 2 exp − x − µ Σ−1 x − µ 2 para −∞ < xi < ∞, i = 1, . . . , p. Notação: X ∼ Np µ, Σ . Em que µ1 σ11 σ12 . . . σ1p µ2 σ21 σ22 . . . σ2p µ= . eΣ= . . . . . . . . . . . . . . . . .. σp1 σp2 . . . σpp µp é o vetor de médias e a matriz de covariâncias, respectivamente. Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 38 / 42 Modelos Probabilísticos Multivariados Distribuição Uniforme multivariada Distribuição normal multivariada Utilizando o teorema da decomposição espectral, a função densidade da normal multivariada pode ser expressa como, " ! # p − p − 1 t X 1 1 f (x) = 2π 2 Σ 2 exp − x − µ e i e ti x −µ 2 λi i=1 " # p X − p − 1 t 1 1 t = 2π 2 Σ 2 exp − x − µ ei ei x − µ 2 λi i=1 # " p h X t i 2 − p − 1 1 1 x − µ ei = 2π 2 Σ 2 exp − 2 λi i=1 Se com exceção da diagonal principal, todos os elementos de Σ forem zero, isto é, todas as covariâncias forem zero, as p componentes de X serão independentes, pois nesse caso teremos(verificar!), f (x) = f1 (x1 )f2 (x2 ) · · · fp (xp ). Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 39 / 42 Modelos Probabilísticos Multivariados Distribuição Uniforme multivariada Distribuição normal multivariada O contorno de uma densidade de probabilidade constante é a superfície de um elipsóide centrado em µ e é igual ao conjunto de pontos, n o t x ∈ Rp : x − µ Σ−1 x − µ = c 2 . √ Esses elipsóides têm eixos ±c λi e i , onde (λi , e i ) é um par√de autovalor-autovetor da matriz Σ. De fato, para x − µ = c λi e i tem-se que, para i = 1, p p X t i 2 X t −1 1 h 1 h p t i2 c λi e 1 e i x − µ ei = x −µ Σ x −µ = λi λi i=1 i=1 2 2 1 2 t 1 = c λ1 e 1 e 1 + c 2 λ2 e t1 e 2 | {z } | {z } λ1 λ2 =1 =0 = c2 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 40 / 42 Modelos Probabilísticos Multivariados Distribuição Uniforme multivariada Distribuição normal multivariada Para i = 2, p t −1 X 1 h p t i2 x −µ Σ x −µ = c λi e 2 e i λi i=1 2 2 1 2 t 1 2 t = c λ1 e 2 e 1 + c λ2 e 2 e 2 | {z } | {z } λ1 λ2 =0 =1 = c2 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade III Período 2014.1 41 / 42