ANÁLISE, ATRAVÉS DO ENSAIO COMETA, DO EFEITO GENOTÓXICO DA Cannabis sativa. Bettoni F, Freire-Maia DV. Laboratório de Genética Toxicológica, Depto de Genética, Instituto de Biociências, UNESP, Botucatu –SP . [email protected], [email protected] A Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha, é composta por várias substâncias tóxicas, chamadas de canabinóides, sendo o D9-THC o principal responsável pelos efeitos psicológicos da planta. Mas, além dos canabinóides, a maconha possui algumas substâncias, como os fenóis e os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, que são metabolizados exercendo seus potenciais carcinogênicos. Existem vários relatos de que a maconha está associada com casos de câncer nas vias respiratórias, mas os dados da literatura são inconclusivos quanto aos efeitos genotóxicos da mesma. Por isso, usando o Ensaio Cometa, foi avaliado o efeito da planta sobre o DNA de células sangüíneas de usuários. A amostra consistiu de 18 indivíduos voluntários, sendo 9 usuários da droga e 9 controles, que não faziam uso de qualquer tipo de droga de abuso. A técnica foi aplicada a células do sangue periférico e a quantificação dos danos do DNA foi realizada através do Sistema de Imagem “Comet Assay II”. Foram analisadas 100 células por indivíduo totalizando-se 18.000 células. A análise estatística dos dados foi feita pelo teste de Mann Whitney para duas amostras independentes, com nível de significância de 5%. Não foi observada nenhuma diferença significativa nos valores obtidos para os parâmetros comprimento da cabeça, comprimento da cauda e momento da cauda. Assim, embora os resultados do presente trabalho não mostrem evidências do efeito genotóxico da Cannabis sativa, acreditamos que um estudo com maior número de indivíduos, outros tipos celulares e outras metodologias do Ensaio Cometa seria necessário para melhor poder esclarecer os resultados contraditórios da literatura e concluir sobre o possível efeito genotóxico da maconha. Órgão Financiador : Nenhum