Patricia Gamermann

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Anestestesia no Paciente em Hemodiálise
Dra. Patrícia Wajnberg Gamermann TSA/SBA
Co-responsável - CET do Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Área de Atuação em Dor
Abril 2012
Magnitude do Problema
IRC afeta 5% da população
Adultos em hemodiálise nos EUA 2005: 694/ milhão
Aumento de 7,3% de 2001 a 2005:
Aumento da Idade populacional
Aumento DM2
Maioria dos pacientes não chega ao estágios dialíticos.
Estágios IRC
Terapia de Substituição Renal
Opções Terapêuticas:
•
•
•
Hemodiálise
•
Intermitente
•
Contínua
Diálise Peritoneal
Transplante renal
Indicações:
•
•
•
•
•
•
Síndrome urêmica,
Hiperpotassemia refratária,
Expansão do volume extra-celular,
Acidose refratária,
Diátese hemorrágica
TFG < 30ml/min/ 1,73m2
Objetivos da Hemodiálise
Remoção de solutos
Adequação do volume extracelular
Impossibilidade de compensar as funções endócrinas e de
metabolismo ósseo.
Rim Natural X Hemodiálise
Como avaliar a eficácia?
Não pode ser presumida apenas pelos resultados bioquímicos ou
pela ausência de sintomas urêmicos.
Verificar o clearance dos solutos representativos
Índice Kt/V: O ideal é um índice >1,2
Taxa de redução da uréia: deve ser maios que 65%. Medido
mensalmente.
Anticoagulação
Anticoagulação Padrão
Anticoagulação Regional
Heparina/Protamina
Citrato/Cálcio
Sem anticoagulante
Lee Feisher, Perioperative Medicine 2010
Acesso vascular
Regra geral: os cateteres não devem ser usados para outros fins
que não a diálise, exceto em emergências.
FAV sofre risco de trombose em procedimentos associados a
hipotensão arterial.
Verificar patencidade de fístula como parte da avaliação pósoperatória.
Evitar medidas e coletas no braço da FAV
Evitar compressão no posicionamento.
Evitar punção de subclávia.
Questionamento: A IRC é um fator preditivo independente de
mortalidade e eventos cardiovasculares em paciente submetidos
em cirurgia eletiva não cardíaca?
31 estudos de coorte
Relação direta entre grau IRC e a taxa de mortalidade
IRC mesma força de associação com taxa de mortalidade pósoperatória que DM, AVC e CI
IRC fator de risco independente de morte e eventos cardíacos
conferindo risco 2-5 x maior.
Avaliação Pré-operatória:
Identificar problemas corrigíveis
Otimizar a função dos órgãos
Índice Cardíaco Revisado Cr >2
Procedimento de grande porte – adequação do débito cardíaco
às demandas metabólicas + conteúdo de oxigênio
Risco de pobre desfecho – necessidade de suporte
farmacológico para suprir o aumento da demanda.
Lactato, saturação venosa mista e défcit de base
Parâmetros: Pico de consumo de oxigênio, produção de CO2,
taxas de trocas.
Diferente da ergometria tradicional para avaliar isquemia
miocárdica, esse avalia basicamente a capacidade
cardiopulmonar.
Uso em conjunto dos parâmetros tradicionais: TA, FC, traçado
ECG, sintomas relatados.
Avaliação de ICC e de dispnéia de origem desconhecida.
Particularidades Anestésicas
DOENÇA MULTISSISTÊMICA!
Doença Cardiovascular
Mortalidade cardíaca 10-20x maior
IAM, ACV e ICC são as causas líder de morte
HAS (causa X consequência)
IECA
Bloqueadores Angiotensina II
HVE – Disfunção Diastólica – EAD
Hipotensão postural
Doença Cardiovascular
ICC – decisões tomadas em equipe
Papel da ICC diastólica
HAP – fator independente de mortalidade
Aterosclerose e calcificação vascular
Anormalidades de condução – BAV
Cautela: B-bloqueadores
Manejo Hemodinâmico
Pacientes com LA < 11ml/min/ Kg ou ICR ≥ 3 ou mortalidade pós
operatória calculada >5%
Terapia direcionada para alvo: função cardíaca e índices de
entrega de oxigênio.
Manter perfusão segura de órgãos: uso racional de inotrópicos,
vasopressores e de reposição volêmica baseados em medidas e
parâmetros hemodinâmicos.
Variação da pressão de pulso
Variação da pletismografia da oximetria
Doopler esofágico
DC por termodiluição
Anemia
Perda progressiva da secreção de renina
Redução da capacidade aeróbica
Redução da qualidade de vida
Tratamento com estimulantes de eritropoietina e ferro
suplementar. Alvo: Hb 11-12g/dl ( Ht 33-36%)
É fundamentar ter nível de Hb adequado para suprir a
oxigenação tecidual.
Transfusão X Sensibilização HLA
Hemostasia e Coagulação
Disfunção plaquetária – Trombocitopatia Urêmica
Diálise
Desmopressina
Crioprecipitado
Estrógenos Conjugados
Tendência Trombogênica
Uso de antiplaquetários
AAS
Clopidogrel
BLOQUEIO NEURO-EIXO: disfunção plaquetária + heparina residual da diálise
+ antiplaquetários
Neuropatia
Sintomas neuropáticos associam-se com neuropatia autonômica
cardiovascular.
Redução da sensibilidade barorreceptora, exacerbação
sinpática e disfunção parassimpática - risco de arritmias perioperatórias
ECG: redução da variabilidade batida a batida (redução da
variação do intervalo R-R)
Gastroparesia em 69%.
Fluidos e Eletrólitos
Predisposição a sobrecarga hídrica
Pesquisar o peso seco e comparar com o peso pré-operatório –
risco de EDP e HAS se alto e hipotensão se baixo
Acidose metabólica - inabilidade de compensar qualquer
acidose respiratória, alteração da distribuição de drogas e da
função das drogas - avaliar bicarbonato
K plasmático permanece normal até o estágio V
Jejum prolongado eleva o K
Fluidos e Eletrólitos
Distúrbios do metabolismo mineral universal
Aumento de fosfato e PTH
Redução da vitamina D
Paratireoidectomia – monitorar eletrólitos no pós operatório
Se PTH muito elevado – calcitriol no pré-operatório
Controle de Infecção
Fase V : risco de colonização e infecção
Profilaxia antibiótica
Desnutrição é comum – fisiopatologia complexa
Diálise- anorexia e alteração do paladar
Restrição dietética
Medicações que reduzem a absorção de nutrientes
Perda de nutrientes na diálise
Catabolismo – estado inflamatório crônico
Drogas Anestésicas
Alteração no VD, ligação proteica, metabolismo e excreção de
drogas.
Anestesia regional
Ajustar doses apenas se TFG< 50ml/min
Considerações Finais
Dialisar nas 24h anteriores ao procedimento.
Manter o K sérico pré-operatório normal e utilizar soluções de reposição livres de K
Euvolêmia ou hipovolêmia leve antes do procedimento.
Hematócrito 30%
Drogas:
Cautela com o uso de BNM despolarizante
Drogas que não dependam da eliminação ou metabolismo renal
Reduzir dose de drogas fortemente ligadas a proteínas
Lembrar que o metabolismo hepático está alterado
Técnica asséptica em punções
Atenção durante o posicionamento – úlceras de pressão e patencia da fístula
Neuropatia – aspiração e arritmias
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Obrigada!
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