I Congresso Internacional de Educação Cientifica e Tecnológica – Santo Ângelo – 2010 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA VIDA: ESTUDOS E PERCEPÇÕES NA SALA DE AULA Melissa Bergmann1, Jarbas Felicio Cardoso2 1 Professora de Biologia e Técnica Ambiental da Secretaria Estadual do Meio Ambiente - SEMA [email protected] 2 Professor de Filosofia e Assessor Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Giruá – SMEC [email protected] Responder às indagações dos estudantes sobre as questões do surgimento da vida não é tarefa simples para os professores que, em suas aulas, desenvolvem esse tema. Aprofundar concepções baseadas no senso comum sobre a origem e a evolução dos seres vivos é algo que merece consideração. Assim, essa pesquisa foi conduzida a partir de experiências de sala de aula com os vários questionamentos realizados pelos estudantes ao tratar sobre a origem da vida, em especial a da vida humana. Partindo dessa problemática, buscou-se compreender como os estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio das escolas públicas do município de Giruá, RS, interpretam a questão evolutiva dos seres vivos, desenvolvendo-se também discussões sobre teorias que tratam do tema nas disciplinas de Biologia, História e Filosofia. As experiências aqui expostas foram realizadas entre os anos de 2008 a 2010. Para tanto, o estudo com as crianças da 4ª série do Ensino Fundamental foi realizado utilizando-se técnicas como grupo focal, desenhos e cartas escritas, de forma que expressassem suas concepções sobre como seriam os seres vivos há muito tempo atrás. Para os estudantes do Ensino Médio, solicitou-se que respondessem de forma escrita às seguintes questões: “Como teria se originado o planeta terra? Quais são as hipóteses sobre a origem dos primeiros seres vivos?”. A pesquisa foi feita durante o desenvolvimento do tema Teorias de origem da vida, Evolução Biológica e da Humanidade pelos professores das disciplinas envolvidas na pesquisa. Os resultados mostraram que os principais elementos citados e desenhados pelas crianças para demonstrar como eram os animais no passado foram os dinossauros, entre outros seres vivos e componentes abióticos, seguido por seres imaginários como animais sem cabeça e dragões, e seres que expressavam sentimentos, tais como árvores que choravam e pensavam. Os estudantes associaram também conteúdos da História do Rio Grande do Sul e do país, desenhando e escrevendo sobre os índios e as árvores pau-brasil. Verificou-se, pois, que as crianças nessa faixa etária concebem que a vida era diferente em tempos remotos, mesmo sem estudo formal da evolução biológica. Já os estudantes do Ensino Médio recorreram às hipóteses científicas abordadas em aula para explicar o surgimento do planeta Terra e dos seres vivos, tais como o Big-bang, hipótese extraterrestre, evolução química. Para explicar a origem dos seres humanos, entretanto, enfatizaram-se o criacionismo e a descendência direta dos macacos. Alguns afirmaram a existência de um criador divino, mas não excluíram a possibilidade de evolução a partir de outros seres. Outra constatação relevante da pesquisa foi a dicotomia existente na bibliografia que trata do tema no âmbito científico. Ao pesquisar na internet e nos livros didáticos, por exemplo, encontram-se explicações sobre a origem da vida a partir de reações químicas e outras que falam sobre seu desenvolvimento já em um momento mais evoluído, como o da árvore da família humana. Essa descontinuidade sobre a origem da vida nas bibliografias disponibilizadas para os estudantes reflete também na URI, 02-04 de setembro de 2010. I Congresso Internacional de Educação Cientifica e Tecnológica – Santo Ângelo – 2010 percepção destes que ora referem-se à origem da vida como uma evolução, ora como advinda de uma força transcendente. URI, 02-04 de setembro de 2010.