SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ Unidade Real de Valor e Plano Real O que mudou com a indexação da moeda Luiz Ricardo Daniel Augusto Graduando em Administração de Empresas Unaerp – Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá [email protected] Este simpósio tem o apoio da Fundação Eduardo Lee RESUMO: O presente artigo tem como objetivo mostrar a trajetória do Plano Real. Em maio de 1993, com a nomeação de Fernando Henrique Cardoso para o Ministério da Fazenda, teve início o preparativo de um programa econômico que revelaria grande eficácia em matéria de combate à inflação e resultaria no alinhamento de aspectos centrais da política econômica do país ao modelo de estabilização da moeda e integração no mercado internacional, passando pelas crises enfrentadas e por euforia apresentada sobre si. Por se tratar de um assunto muito vasto, muitos questionamentos em relação à moeda passaram sem serem percebidas, no entanto, este artigo, objetivará sua importância, desta forma causando interesse da população do país e nossa comunidade local, promovendo o conhecimento melhor do seu bem, já que o Plano Real não deve ser visto como um fato isolado. Palavras-chaves: Desenvolvimento, poder de compra, estruturação. Seção 1: Administração de Empresas Apresentação: pôster 1. Introdução Este artigo se propõe a estudar o Real desde a sua criação em 1º de julho de 1994 através de um conjunto de medidas editadas pelo Governo Federal, que fora denominado o que chamamos de Plano Real. Quando da sua implantação foi dito como o programa brasileiro de estabilização econômica e, antes mesmo do seu lançamento era considerado o mais bem-sucedido de todos os planos lançados nos últimos anos para combater casos de inflação crônica. A partir de então muitos fatores se atrelaram para que o Plano Real retribuísse as expectativas. É notório que muitas coisas melhoraram desde a criação da atual moeda, como por exemplo, a queda da inflação que fora dominada sem congelamento de preços, através de uma política cambial. Pois, quando o Plano Real foi criado sua idéia preliminar era ancorar seu valor ao do dólar (por isso o câmbio), acompanhando a elevação da taxa de juros o que fez com que muitos investimentos em moeda americana ficassem atraídos pelo Plano Real e pela Unidade Real de Valor (URV) que indexava os preços, desta forma, fazendo com que o consumo se estabilizasse fato que, abriu fronteiras e com isso criou-se uma concorrência que antes não se via, já que a moeda do país pouco funcionava em âmbito nacional. Desta forma, ficou caracterizado o início das diferenças deste com outros planos sem sucesso. A proposta deste artigo é objetivar amostragem dos itens mais importantes que estão 1 ligados a URV, bem como, com o Plano Real. Logo, respostas em relação às crises oriundas deste plano surgiram, já que não existe um Plano que entre em processo de inserção de mercado que não traga consigo barreiras a serem superadas, e assim, tais respostas serão iminentes. 1.1. Introdução objetiva ao estudo do Plano Real Um dos objetivos prioritários deste artigo é demonstrar os diversos caminhos utilizados pelo Plano Real desde a sua criação em 1º de julho de 1994, no governo do então Presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Na realidade, o Plano Real fora inserido na economia em julho de 1993, através da Unidade Real de Valor (URV), no governo do então Presidente da República Itamar Franco, sucessor de Fernando Collor de Melo que sofreu “impeachment” anos antes, e que na ocasião tinha como Ministro da Fazenda o seu futuro sucessor Fernando Henrique Cardoso, que se tornou presidente nas eleições daquele mesmo ano. Quando da criação do Plano Real o seu maior objetivo era restabelecer a política monetária e controlar a inflação, que naquele momento estava em profunda crise, já que seus índices aumentavam a cada dia e causava diversos choques na economia do Brasil. Devido a tantos choques sofridos com as altas taxas de inflação e as diversas moedas inseridas na economia brasileira em um curto período de tempo, antes da criação da URV, e posteriormente do Plano Real, quatro tipos diferentes de planos e moedas foram criados, em um período de sete anos, com o intuito de combater a alta da inflação existente no país, como mostra a tabela a seguir. Tabela 1: Os planos e as moedas que antecederam o Real, Ano Plano Moeda Definição 1986 Cruzado Cruzado De Cruzeiro para Cruzado, com a retirada de três zeros. 1989 Verão Cruzado Novo Retirada de três zeros. 1990 Collor Cruzeiro Ncz$ 1 por 1, em relação ao Cruzeiro 1993 Collor II Cruzeiro Real Retirada de três zeros. Até a chegada do Plano Real no ano seguinte a criação do Cruzeiro Real e, com o intuito de controlar a inflação e devolver o poder de compra, assim valorizando a moeda, buscava-se a todo custo à queda da inflação que causava transtornos a população e a economia do país, já que os planos econômicos lançados anteriormente ao Real não surtiam os efeitos que a economia precisava para voltar aos trilhos. Embora a inflação seja um fenômeno social complexo e, portanto, pode gerar imensas controvérsias e discussões, este artigo se colocará de forma a adotar a postura de que a inflação possui origens múltiplas e diversificadas. Sem direcionar o tema central para o mérito inflacionário ocorrido naquele momento no país e aceitando a premissa de que a inflação é um fenômeno monetário, e como tal, devemos estar sempre em alerta para possíveis surpresas advindas da economia, acarretou o aculturamento inflacionário. E com este propósito em mente, buscava uma moeda que trouxesse de volta a confiança dos brasileiros na economia do país e os investimentos advindos do exterior, para o Brasil, que naquele momento sofria um grande isolamento em relação ao resto do mundo. 2 2. Estrutura do Plano Real A Unidade Real de Valor, instituída no Brasil em 1994, serviu como moeda de conta, na implantação do Plano real, onde ela era usada como referencial para o Cruzeiro Real, até que fosse emitida, quando passou a ser chamada de Real, instituída pela Lei 8800/ 94. Na fase inicial do plano, o país vinha tendo saldos positivos na balança comercial, redução de alíquotas de importação, auxiliando desta forma a sua implantação. O Plano Real teve por objetivo inicial e principal estabilizar a moeda (política monetária), adequar o controle da inflação e recuperar a confiança dos investidores na economia nacional. Vale destacar que o então Presidente Fernando Henrique Cardoso negou, mas naquele momento a adoção de políticas neoliberais existentes no Mundo foi prioritária para o controle esperado, e quando este tipo de política ocorre às empresas são desafiadas a se adequarem com o intuito de se tornarem ainda mais competitivas, e assim, foram tirados do povo a proteção estatal e benefícios sociais e ao governo restava controlar e manter a estabilidade econômica, que naquele instante era também uma das preocupações. Enfatizando a estabilização da moeda, além da preocupação do Governo com a população e principalmente com as empresas o controle inflacionário através do Plano Real se sustentava em três colunas: Âncora cambial; Abertura econômica; Base monetária rígida para controle dos juros. Esta idéia serviria para que os agentes econômicos vissem os frutos desta nova moeda (principal funcionalidade era restabelecer a confiança), e assim efetuando um atrelamento junto à moeda americana (o dólar), o poder de compra não seria perdido pelo contrário. E com este prognóstico o Plano Real foi inserido na economia do Brasil e do Mundo, apesar de naquele momento não estar totalmente pronto, ou seja, ainda restava fazer alguns ajustes que com o passar do tempo, acabou acontecendo naturalmente. No princípio, os ajustes necessários não eram tão importantes, pois, caso os resultados esperados não acontecessem alguma coisa emergencial seria imposta pelo governo para controlar a desestabilização geral que viria acontecer. Entretanto, os idealizadores do Plano Real, dirigidos por Gustavo Franco, ex-diretor do Banco Central (precursor do Plano), tinham a certeza de terem feito a escolha correta em apostarem no Plano Real, pois, apesar não estar completo naquele momento, a estrutura montada para o Plano era forte o bastante para suportar as pressões que seriam impostas na sua trajetória e a todos que nele acreditavam. 3. O desenrolar do Plano No seu início o Plano Real fora denominado “Plano Bacha”, já que Edmar Lisboa Bacha foi um dos principais idealizadores juntamente com Gustavo Franco, considerado o pai do Real. Focado em três frentes de ações, que diretamente se relacionava com as três colunas propostas o Plano Real visava, com triunfo em todas as frentes, o controle da hiperinflação, através das medidas que segue: 3 Ajuste fiscal: combinando aumento de impostos e cortes nos gastos públicos, o governo procurou reduzir o desequilíbrio entre a arrecadação e os gastos públicos. Desindexação da Economia: como os agentes econômicos passavam a indexar os preços e controlar as quantidades e os índices de inflação, o que criava um círculo vicioso sem fim, os idealizadores do Plano Real viam na URV a forma de eliminar a memória inflacionária. Já que a URV era definida diariamente com base na média diária de inflação através dos índices de inflação. Política Monetária Restritiva: através do aumento da taxa básica de juros e aumento dos depósitos compulsórios. Estes medidas serviram para o controle da economia e da inflação que chegou a ter quatro dígitos de percentual. No entanto, estas medidas criaram uma idéia compulsiva do Governo em cada vez mais baixar as taxas inflacionárias existentes no país e, desta forma, controlar a economia conforme sua própria vontade. Numa série especial apresentada pelo programa Conta Corrente, da Globo News, excolaboradores e o próprio ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, foram entrevistados e disseram o que deu certo e errado no Plano Real. Segundo Werlang (2004), ex-diretor de Política Econômica do Banco Central, no primeiro governo Fernando Henrique, a inflação e o câmbio foram mantidos a ferro e fogo, mas a parte fiscal não se ajustou. Já para Belluzzo (2004), o fato de a taxa de câmbio ter permanecido por muito tempo sobre valorizada prejudicou muito a indústria brasileira, provocou uma destruição de postos de trabalho que poderia ter sido evitada. Ao entender de Fonseca (2004), ex-secretário da Camex, as medidas pró-crescimento econômico que representavam risco, nem o presidente Fernando Henrique e nem a equipe econômica tomaram. E aí nós convivemos, durante muitos anos, com uma taxa de crescimento baixo e o desemprego alto. Estas declarações dizem claramente, que apesar do Real ter proporcionado grandes avanços ao país, deixou a desejar em alguns pontos, já que o crescimento do país era bem inferior ao esperado e o trabalho formal acabou ficando cada vez mais em segundo plano. O Real se equilibrou junto as três colunas propostas, entretanto, a falta de preparo da equipe econômica referente ao que o mercado poderia devolver de feedback, ficou muito nítida, e devido a este fato o Real enfrentou tantas adversidades não esperadas. 4. O Plano Real e suas conseqüências, para a população e as empresas Como todo período é polêmico e conturbado, no caso do Plano Real, e da mudança do Cruzeiro Real para o Real não seria diferente. Partindo deste princípio e levando em conta que o Real foi à quinta moeda e plano de estabilização da economia que o país colocava em circulação no mercado em um curto prazo de oito anos (1986 – 1994), como nos outros momentos, as conturbações do mercado sobrevieram ao Real e com isso aos seus princípios. Os idealizadores viram no Plano Real as oportunidades de estabelecerem um quadro de confiança que havia se perdido no tempo e que parecia não mais voltar a existir no país. O programa brasileiro de estabilização econômica é considerado o mais bem sucedido de todos os planos lançados nos últimos tempos, como exemplos do plano Bresser, Cruzado (antes do Plano Real), que também serviram para combater casos de inflação crônica, que é o que ocorria no país naquele momento e que não obtiveram o resultado que inicialmente o Real havia conseguido. 4 Com a indexação da economia resolvida através do mecanismo da URV e a política monetária restritiva já no passado, restava o ajuste fiscal que naquele momento era limitado e servia como base para corrigir o desequilíbrio das contas públicas. Segundo o IPC-FIPE, de uma inflação de 2490,99% em 1993 chegou-se a deflação em 1998 e a inflação de 8,64% em 1999, o que resultou em benefícios inúmeros com esta queda. Durante estes treze anos de vigência do Plano Real, muitos acontecimentos internacionais geraram resultados positivos na economia brasileira o que confirmou as bases de sustentação do próprio Plano, dentre todos, pode-se classificar as crises mexicana (1994), asiática (1997) e russa (1998), as de maior expressão, e além desta a desvalorização em 1999 que trouxe novos desafios ao Real e o fez entrar em um processo de transição denominada travessia. A qual gerou a primeira crise do Plano Real desde a sua criação e levou a situação a ser encarada frente de modo que o Governo procurasse novas vertentes, e que caracterizou esta travessia como sendo o Real II, de acordo com dados do próprio Governo (1999). Desta forma, a saída de capital era cada vez maior e a dívida com o FMI (Fundo Monetário Internacional) crescente, até que em 1998 um acordo de ajuda com o FMI foi assinado. Apesar da melhora instantânea o acordo impunha duras obrigações que o país deveria cumprir. Apesar da ajuda dada pelo Fundo a desvalorização do Real foi algo esperado e irremediável, porém, não com a intensidade que ocorreu o que levou o governo brasileiro a estudar melhor o chamado plano B, e a Travessia do Real para o Real II ocorreu. A Travessia do Real para o Real II, ou seja, a desvalorização fez renascer a esperança de um novo regime no Plano Real no qual a taxa de juro estaria voltada ap controle da meta inflacionária e a taxa de câmbio oscilaria de acordo com as condições de oferta e demanda de dólares no balanço de pagamentos, o que possibilitaria o crescimento econômico sem inflação. Fonte: planejamento.gov.br Não há dúvidas quanto ao sucesso do Plano Real em relação ao controle da inflação. O país deixou de vivenciar com taxas de quatro dígitos ao ano para taxas de apenas um único dígito. O Plano Real, obteve na contenção dos salários um de seus mecanismos de desindexação do dinheiro e assim, deixou a livre negociação entre as partes envolvidas, ou seja, empregados e empregadores. Com isto as empresas precisaram buscar a reestruturação e, desta forma, ter forças para enfrentarem e superarem as transformações ocorridas, como a abertura de mercados, a nova revolução tecnológica, fatos que requeriam máquinas modernas e a dispensa da mão-de-obra. Conforme (Exame, 1996, p.24), “conforme estudo realizado pela economista Sônia Rocha, do IPEA a estabilização, seguida de aumentos reais de salário, para quem continuo empregado, tirou da miséria um respeitável contingente de brasileiros...” Com relação às empresas, coube capacitar-se para competir, nos mercados externo e interno, reduzindo custos, tornando-se mais dinâmicas e criativas melhorando a qualidade de seus produtos. Mas, nossa indústria ainda possui desvantagem tecnológica e está exposto a políticas de produtividade desleais como o dumping. Para reverter esse quadro as políticas do Governo na área industrial têm os seguintes objetivos: Modernização tecnológica; Qualificação da mão-de-obra; Estímulos aos investimentos produtivos; 5 Estudos técnicos adequados e financiamento sem paternalismo e a taxas de juros compatíveis. 5. A travessia do Real para o Real II A política econômica do país naquele momento exigia as reformas públicas que não vieram e que poderiam impedir este acontecimento. Segundo os integrantes do Governo na ocasião, o regime cambial se sustentaria por pelo menos mais um ano, se não fosse a moratória deixado pelo Governo Itamar Franco e, que todos não pensavam que pudesse acontecer. Assim, esta imprudência causou um estado de pânico não esperado. Quando chegou a desvalorização o sentimento de renascimento, fez surgir nos governantes uma esperança onde colocariam a taxa de juro voltada a meta inflacionária e a de câmbio oscilaria conforme a oferta e a demanda, requisitada pelo mercado naquele exato momento. Este fato fez com que a banda cambial fosse decaindo e assim as expectativas de crescimento e estabilidade social fossem cada vez mais concentradas a existirem no país, mas isso não ocorreu. Pois, para que tais expectativas fossem superadas a aprovação das reformas da Previdência seria necessária, mas isto não ocorreu naquele momento. Apesar disto, há sinais positivos e negativos que podem ser levados em consideração. Os positivos direcionados ao que deu certo e assim saber que é preciso aperfeiçoar, já os negativos para buscar a melhora. Segundo o Governo Federal (1999), ano da crise deve-se registrar o elevado nível de reservas internacionais US$ 45 bilhões de superávit primário em 3% do PIB; a dívida líquida do setor público estacionando em 51% do PIB; e investimentos externos em torno de US$ 22 bilhões. Já o lado preocupante (negativo), está crescente dívida mobiliária federal em 45% do PIB, com vencimento médio de 7 meses; inflação apontando para 9,5% ao ano; taxa de câmbio oscilando em R$ 1,80 e R$ 1,88 por dólar, com tendência de alta, representando taxa real de 42%. Estes fatos fizeram o Real se fortalecer e impulsionou novos rumos a economia do país. 6. Poder de compra do Real Quem cuida da política monetária do país é o Banco Central, e sua principal meta é o controle da inflação, para que desta forma, ocorra à manutenção do poder de compra. A palavra monetária é derivada de moeda. Partindo deste princípio, fala-se de fatos políticos que mexem diretamente com o dinheiro, com o nosso dinheiro. Para que exista um controle maior do dinheiro e estabilização do poder de compra, uma série de medidas foram aplicadas pelo Banco Central, como: Controle da reserva bancária; Compra e venda de títulos públicos; Controle da taxa de juros, através da SELIC, que é a que regula a economia do país. Quando estas medidas tornaram-se utilidade e baseada nisto inserida no mercado financeiro nacional e internacional, o Real passou a se fortalecer, o que proporcionou passeios e viagens que antes não se esperava, como se vê na tabela 2. 6 Tabela 2. Avanços do Poder de Compra Categorias Produto Aparelhos eletrônicos Celular Pacotes turísticos Ano Preço Ano Preço 2003 Hoje R$ 984,00 R$ 203,00 DVD 2003 Hoje R$ 649,00 R$ 241,00 Buenos Aires (três noites) 2003 Hoje R$ 1.588,00 R$ 999,00 Nova York (quatro noites) 2003 Hoje R$ 5.176,00 R$ 3.318,00 Fonte: Revista Veja, 18/ 04/ 07, p. 74/ 75. Com base nos dados acima, pode-se encontrar uma grande mudança no quadro financeiro da economia, já que o ganho do Real em relação aos mercados internacionais foi muito bom, contudo, basta que os economistas do Governo vejam estes dados e as fórmulas utilizadas para alcancem desta metas que o Real pode sim, ser ainda mais valorizado. Desde que a economia brasileira se viu a mercê de inúmeros aprendizes, sucessivas crises ocorreram. Dentro deste contexto se via claramente o desespero gerado pelos governantes e que causaram diversos conflitos com a população nacional, com este feito tornou-se rotineiro calcular-se o valor do dinheiro nacional para se adquirir um dólar. Para melhorar a demonstração, veja a tabela e o ganho do Real em relação ao dólar americano na economia internacional nos últimos anos, através de dólar que se adquire com um real. Tabela 3. O outro lado da moeda Ano Real Dólar 2003 2004 2005 2006 2007 1 1 1 1 1 0,28 0,34 0,39 0,48 0,49 Fonte: Banco Central Segundo Braga (2004), a principal explicação para o aumento do poder de compra do Real junto ao mercado nacional e internacional é a valorização da moeda brasileira em relação ao peso desde o fim do regime de conversibilidade, que durante mais de dez anos manteve a moeda argentina atada ao dólar americano. A paridade do poder de compra do Real em relação ao dólar permite comparar valores expressos em diferentes moedas de acordo com o custo de vida de cada país. O custo de vida do Brasil, é cerca de duas vezes menor do que o dos Estados Unidos. Ou seja, um dólar no Brasil compra duas vezes mais do que nos estados Unidos, em média. 7 7. Conclusões Este artigo tem a finalidade de esclarecer algumas das dúvidas que existem desde a implantação da Unidade Real de Valor e posterior criação do Plano Real. O processo inflacionário, fato pelo qual, houve a motivação de se criar um novo plano econômico de maior impacto junto a economia, é uma ameaça constante na economia capitalista moderna e por mais que esta esteja controlada todo cuidado é pouco. Pois, através de medidas cautelares ainda sim, pode desencadear uma grande crise no país, e com influência na economia mundial. Para que realmente o Brasil venha a estabilizar a inflação e com isso as dificuldades impostas por ela e volte a ter o controle econômico necessário, deve introduzir alguns preceitos e procedimentos para que isto se torne uma realidade. Primeiramente reduzir o desemprego no Brasil, apesar de não ser uma das aplicações que surtiriam algum efeito imediato. Assim, criando uma política objetiva de incorporação de ganhos reais nos salários. Em contrapartida, o endividamento público em relação ao PIB cresceu significativamente e ainda não está devidamente equacionado em decorrência das taxas de juros elevadas e da influência que sofre em relação ao dólar (até então controlado, se comparado a alguns anos atrás). A aprovação imediata das propostas de reformas, especialmente a tributária e da previdência que estão em discussão permanente e sendo estudada no Congresso Nacional desde a década de 90, não contribuiria para o propósito de desenvolvimento econômico sustentável, entretanto, seria de grande interesse, já que alguns efeitos positivos seriam resultantes destas medidas. Estas idéias possuem a finalidade de equacionar a economia do país em relação ao mundo e em especial ao dólar, proporcionando um crescimento maior ao país e assim, sustentá-lo. Mesmo sabendo que levaram ainda mais algum tempo até a possível aprovação, a idéia principal de tentar aprovar tais medidas diminuiria os danos da política econômica do Brasil sofridos desde a implantação da Unidade Real de Valor e com conseqüência no Plano Real. Em conseqüência disto, a estabilização necessária para que o país volte a crescer a índices de maior alcance, seria uma resultante da aceitação das medidas propostas. Contudo, tem de haver comprometimento daqueles que podem decidir a melhoria do país, e pelo que parece não estão nenhum pouco comprometido. 8. Referências Bibliográficas ALBUQUERQUE, Marcos Cintra Cavalcanti de. O real - histórico. Brasília. Disponível em <www.portalbrasil.net/economia_real_historico.htm>. Acesso em 14 mai. 2007. ANGELO, Claúdio Felisone. Após plano real, brasileiro ficou mais consciente na hora de fazer compras. São Paulo. Disponível em <http://br.pfinance.yahoo.com/070419/22/1iaxg.html>. Acesso em 01 mai. 2007. BRAGA, Paulo. 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